The One escrita por Nat Martins


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Bom gente. Esse é o capítulo da peça, não percam. Desculpem a demora para postar, espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/462417/chapter/6

Estava sentada na beira da cama, com os pensamentos oscilando entre Marlee e a apresentação. Eu estava nervosa, é verdade, mas eu praticamente abandonei Marlee nas últimas semanas. Agora eu nem sabia de seu paradeiro, e tudo que ela fez ao sair do palácio foi contribuir para a revolução.

– Como vocês souberam de Marlee? – perguntei as minhas criadas.

– Ela vinha buscar merendas no mesmo lugar que nós, senhorita, até o dia em que ela veio falar conosco. – disse Mary.

– Era para ela ficar escondida! – exclamei indignada.

– É verdade. – Mary concordou. – mas quando ela soube da existência de uma confraria por parte dos funcionários... – ela parou de falar.

– O quê?! Existe uma confraria dos funcionários? – perguntei surpresa. Elas não responderam, apenas se entreolharam, o que eu interpretei como uma afirmação.

Fique sentada mais um tempo tentando assimilar tudo o que acabara de ouvir, quando Lucy propôs que eu vestisse meu figurino. Era uma criação padrão da peça, pois era muito bucólico e sem detalhes. Era creme, ia até o chão, tinha uma meia manga e algumas rendas. Apesar de tudo eu sabia que tinha passado pelas mão de Lucy, portanto, estaria mais bonito do que qualquer figurino.

Ela prenderam o meu cabelo em um coque de tranças, e fizeram minha maquiagem. Tudo era de uma simplicidade muito grande, o que eu adorava.

– A senhorita deverá trocar uma vez o seu figurino durante toda a peça. – disse Anne, analisando meu visual.

– O quê!!? Mas quando.... como!?

– Não se preocupe! Os figurinistas estarão lá para te orientar e te ajudar na hora... – Anne disse me tranquilizando.

– Agora a senhorita deve ir. Faltam dez minutos para as sete. – Lucy falou.

– Obrigada meninas! – agradeci.

Elas me desejaram boa sorte, e nos abraçamos coletivamente. Saí do quarto e caminhava em direção as coxias.

Caminhei pensando que Maxon havia mentido para mim mais uma vez. Ele havia escondido de mim a fuga de Marlee. Como ele era inconfiável.

–---- / ----- / ------

Cheguei ao palco, por uma entrada lateral, tendo acesso direto as coxias. Leonard estava sentado ao lado de Elise, que por sua vez estava do lado de Kriss. Ele me fitou, e seu semblante era de visível consternação, totalmente fora do comum.

Todos estavam vestido conforme a peça. A roupa de Leonard era parecida com a de Maxon, a roupa de um príncipe. Elise e Kriss usavam o mesmo vestido, o de Elise era amarelo, e o de Kriss era azul.

Silvia me apresentou meu espaço nas coxias, e sob um cabide, estava pendurado um vestido branco, grande e pomposo, cheio de detalhes e brilho. Imaginei que seria a roupa que deveria vestir posteriormente. Voltei-me para Leonard e sentei ao seu lado.

– Você está nervoso? – perguntei. Não acreditava o quão preocupado ele demostrava estar.

– Estou com o mau pressentimento. – Ele disse encarando chão.

– Sobre a peça? – indaguei-o.

– Algo além disso.

Ficamos quietos por vários minutos. Decidi levantar e analisar a plateia. Sobre um vão da coxia me estiquei para observar o salão. Estava cheio. Não eram cadeiras distribuídas uniformemente, mas sim mesas onde grupos de pessoas elegantes, bebiam e comiam.

Imaginei que os convidados devessem ser pessoas importantes. E que nós estávamos representando um papal ridículo. Nós éramos as marionetes da sociedade, ou melhor, da corte. Tal pensamento me irritou profundamente. Como se fossemos cachorrinhos.

Estava encostada, observando a plateia quando sinto alguém encostar em mim. Era Leonard.

– Sabe que vamos ter que nos beijar. – disse. Na mesma hora ruborizei. Era óbvio que ele sabia e me senti uma idiota por ter dito isso.

– Sei. – Ele disse olhando para mim, e sorrindo.

– Beijos técnicos. – falei fitando-o. Me senti mais idiota ainda.

– É.... beijos técnicos. – Disse ele sorrindo e me encarando.

Naquela hora soube o quanto esse sorriso me faria falta. Pensei em como ele era reconfortante, quem sabe até meu porto-seguro. Ele olhava para mim como se fosse a última vez que fizesse isso, o que me deixou muito triste. Pensar em nunca mais vê-lo, era horrível.

– O que você vai fazer depois que tudo terminar? – perguntei com a tristeza evidente em minha voz. Era a única coisa que eu conseguia pensar.

– Vou procurar qualquer outro lugar. – ele disse tentando parecer indiferente, mas era óbvio que ele também estava triste.

– Vou sentir sua falta.

Ele se encostou um pouco mais em mim, e passou seu braço ao meu redor, apoiando-o em meu ombro. Ficamos lá durante alguns minutos, juntos, apenas nós dois. Era algo maravilhoso. Sem nos importar com o resto do mundo. Me perguntei o que Leonard sentia por mim.

Fomos despertados por Silvia. Ela mandou todo mundo se reunir. Celeste já estava lá com o seu vestido vermelho de fada. Ela me encarava esnobe.

– Bom gente, cinco minutos.... – Silvia falava nervosa. – não tenho muito o que falar. Só deem tudo de si. Boa sorte à todos.

–---- / ----- / ------

Todos ocuparam suas posições. Eu não entraria logo no início. Meu lugar nas coxias era atrás de Celeste. A música começou a tocar. Um narrador iniciou a história.

– Boa sorte piranha... Vai precisar. – Celeste disse antes de deixar as coxias.

As cortinas se abriram. Aplausos se sucederam. Era a vez de Elise, Celeste e Kriss. As luzes vindas dos holofotes eram fortes e intensas. Celeste adentrou o palco com um saltito. Tudo que eu conseguia enxergar era o palco.

O sinal tocou, era minha vez. Um. Dois. Três. – contei mentalmente – Era a hora. Quando adentrei o palco com o meu primeiro passo, havia algo no chão. Pisei forte e confiante, o suficiente para fazer com que eu fosse para o chão do mesmo jeito.

Maldição! Lá estava, caída na beira do palco, com a luzes me cegando. Ouvi apenas um “OH” em uníssono. Um. Dois. Três. – contei. Me levantei, e prossegui.

Representei normalmente. Dei o meu máximo, sem me importar com as razões que me levaram a fazer isso, ou consequências.

– A maldição era inevitável. Tão iminente que ninguém pôde prevê-la…- O narrador continuava. Era a minha deixa.

Saí do palco como uma flecha. Pronta para acertar Celeste em cheio. Ela havia sacaneado! Caminhava rapidamente quando uma mão me agarrou.

– Senhorita Singer, não temos tempo para conversa! Você deve trocar seu figurino! Agora! –Silvia falou em tom severo.

Não hesitei, caminhei até a equipe de produção que me ajudou. Enfiaram o vestido em mim em menos de dez segundo. Era enorme, tinha uma cauda gigante. Era um vestido como de casamento. Eles soltaram meu cabelo ruivo, que agora estava ondulado devido as tranças, e era assim que deveria ficar.

–Nas marcações. Agora! – disse Silvia.

Eu apenas saí correndo para o meu segundo lugar. Verifiquei rapidamente se não havia nenhuma sacanagem de Celeste. Nada que me parecesse suspeito.

Corri os olhos por toda a sala procurando algum sinal de Leonard. Nada. Era cena do beijo! Faltavam dois minutos para minha entrada. Alguém me surpreendeu:

– Ótima atuação, “Bela Escorregadia”. – disse Leonard me fitando e rindo.

– Foi Celeste! – eu disse brava.

– Eu sei disso... A propósito... você está um deslumbre. – Ele disse, e desapareceu.

Meio minuto. Respirei. Um. Dois. Três. Nada sobre meus pés? – Olhei para baixo – Nada!

Adentrei o palco com toda minha energia. Não via ninguém. Comecei com as falas, a encenação.... A maldição.... O desmaio.

Leonard entrou no palco. Eu sabia disso apesar de estar sobre um altar e de olhos fechados.

Respirei fundo. Percebi que meu coração palpitava. Eu ofegava discretamente. A trilha sonora começou a tocar. Um... Maxon está vendo tudo! Dois... Ah como eu desejo! Um...

Senti meu corpo estremecer. O lábios de Leonard estava grudados nos meus. Eu cedi e deixei com que esse beijo fosse algo além de técnico. Sua boca penetrava a minha suavemente. Eu o queria muito.

Ele se afastou um pouco. Abri os olhos lentamente. Ele me fitava muito próximo a mim, seus olhos eram como se fossem o céu. Eu sentia seu calor. Os seus lábios, a poucos centímetros do meu.

Tenho a impressão que a cena deve ter durado um pouco mais do que o necessário. Mas continuamos, até fim.

A cortina se fechou ao mesmo tempo que os aplausos repercutiam. Foi tudo bem, a não ser pela minha queda. Silvia estava atrás das coxias chamando aos berros todo o elenco. Caminhamos todos até ela.

– Gente a peça acabou e devo dizer que vocês merecem os parabéns! Mas agora é a hora da eliminação portanto as selecionadas devem perfilar aqui. – disse ela indicando o local. – Quando a cortina se abrir, vocês entrarão.

Fiquei no fim da fila. Apesar de saber que não iria embora hoje, eu estava nervosa.

Silvia contava os minutos que faltavam para nossa entrada. Leonard estava atrás de mim, fitando-me. Não sabia ao certo o que aquilo significava, mas com certeza era uma coisa boa, pois aquele sorriso malicioso não saia de seu rosto. Olhar para ele me levava a pensar em sua partida, então me concentrei um pouco mais na eliminação.

–É AGORA! – Silvia sussurrou.

As cortinas estavam abertas. Elise, Celeste, Kriss e eu. Não conseguiria observar a plateia, devido as luzes dos holofotes. O rei começou a falar, agradecendo a presença de todos. Logo em seguida ele passou o microfone para Maxon, que fez um breve discurso sobre as selecionadas.

No final o microfone foi passado para mão de um locutor que anunciaria a escolha. A ansiedade era visível em todas, menos Celeste. Ela era muito convencida.

– Hoje, de acordo com a decisão do príncipe de Iléa, a selecionada que deixará o palácio é... Elise...

Agora restam apenas Kriss, Celeste e eu. Maravilha!

Involuntariamente, me virei e olhei para Leonard, que ainda estava me observando da coxia. Ele não sorriu para mim como sempre faz.

Elise estava imóvel, porém Kriss já consolava ela. Estava me voltando para retornar às coxias quando um barulho ensurdecedor de algo se quebrando faz com que todos se espantem. Os gritos de terror se espalharam pelo ambiente.

Olhei para fora do palco tentando encontrar a origem do barulho. Fiz o maior esforço para olhar, e pude perceber que era vidro se estilhaçando. As gigantes janelas do salão foram quebradas por inteiro, por um objeto tão grande que não pude distinguir.

Caminhei um passo para a plateia, para observar o que estava acontecendo quando sou agarrada pelo antebraço em um golpe só que me desequilibra e faz com que eu quase caia. Era Leonard....


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixem comentários :) O próximo capítulo vai ser mais tenso >.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The One" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.