Shiryu lembrou-se de sua infância difícil no orfanato, de seu amigo de longa data Ikki. Lembrou-se de estar dirigindo em alta velocidade quando o pneu estourou e ele perdeu o controle, capotando para fora da pista. Ele olhou para Shunrei com o filho nos braços e lembrou-se de suas palavras duras de rejeição. Shiryu desmaiou.

_Shiryu! Gritou Shunrei com aflição.

Na manhã seguinte, logo cedo, Shiryu acordou. Olhou de um lado para o outro, não havia ninguém. Estava sendo monitorizado, ele ergue a mão direita e pousou na face, chorou silenciosamente lembrando o quanto Shunrei tinha sofrido por sua causa.

_Bom dia. Que bom que acordou! Disse Ikki, entrando no quarto, com um copo de café nas mãos.

_Preciso ver a Shunrei...

_Espere um pouco, a enfermeira já vem com o médico.

_Não! Preciso ir agora. Disse Shiryu levantando-se e tirando os fios ligados aos eletrodos.

_Tá. Então eu te ajudo.

Em outro quarto, no segundo andar do hospital, Minu apreciava o bebê.

_Shunrei, ele é tão lindo!

_Sim. Ele parece muito com o pai!

_Amiga, ele ainda não tem um nome?

_Shiryu já escolheu o nome...

Nesse momento a porta do quarto se abre revelando Ikki e Shiryu.

_Shiry! Disse Shunrei pondo-se em pé.

_Shunrei... Eu sinto tanto... Disse Shiryu indo até ela se ajoelhando.

Ikki fez um sinal com a cabeça para Minu, ela colocou o bebê no berço e saiu.

_Shiryu, não precisa pedir desculpas. Disse Shunrei.

_Shunrei, eu lembrei tudo! Mas o que passou, passou. Vamos recomeçar uma nova vida, meu amor!

_Eu te amo muito, Shiryu! Falou Shunrei abraçando o seu amado.

_Eu também te amo, meu amor!

Um chorinho chamou atenção de Shiryu, ele foi até o berço pegou seu filho, beijou-lhe a cabecinha e sorriu.

_Seu pai também o ama muito e para sempre, Ryuho! Shiryu olhou para Shunrei sorrindo.

_Nós adoramos o nome, papai! Disse ela com lágrimas nos olhos.

Seis meses já haviam passado, Shiryu e Ikki estavam no altar aguardando a noiva. Eles vestiam impecáveis smokings. Do outro lado estavam sentados Kiki e Seika, ela estava segurando pequeno Ryuho que dormia tranquilamente. Shiryu observava seu garoto, quando as portas do templo se abriram e Shunrei adentrou. Ela vestia um lindo e longo vestido de chiffon, tinha ombros nus e gola levemente alta, nas mãos ela trazia um belo buquê de gipsófilas, feito por ela mesma. Shiryu abriu um largo sorriso ao ver sua amada. Ela caminhou até o altar, posicionando-se do lado oposto de Ikki e Shiryu. Shunrei olhou para Seika e para o seu lindo bebê e deu uma piscadela de olho.

Logo em seguida, sob uma chuva de pétalas de cerejeiras e ao som de uma musica oriental muito romântica, entra Minu. Ela vestia um vestido perolado, com delicados bordados prateados. Ikki deixou cair uma lágrima ao ver sua amada entrando tão divina. Após a cerimônia, os noivos foram recepcionados no salão do hotel onde Ikki pediu Minu em casamento. Foi uma belíssima festa!

_Minu, parabéns, mais uma vez minha amiga! Disse Shunrei abraçando a amiga.

_Ah, Shunrei, eu que agradeço por você ter me ajudado com a decoração. E você nem bem terminou sua licença!

_Não se preocupe amiga, você merece tudo e muito mais! Quero ver as fotos da viajem, viu?

_Ah, nem se preocupe! Nós vamos tirar muitas fotos, de todos os lugares que vamos visitar.

_Se der tempo, né amor? Disse Ikki malicioso.

_Ikki, você não tem jeito mesmo!

_E você me ama!

_Bobo!

Todos estavam rindo do casal, principalmente por causa de Ikki, com seu jeito despojado.Os noivos ganharam dos padrinhos uma viajem para Grécia, por dez dias.

O tempo passou e Ryuho já estava com um ano e três meses. Era uma sexta-feira de noite, Shunrei já tinha colocado o filho para dormir, e estava esperando Shiryu que estava voltando de uma viajem. Ela estava quase dormindo no sofá quando ouviu um barulho de chaves. Quando a porta se abre, Shiryu é surpreendido por Shunrei, que pula em seus braços e o beija intensamente.

_Oi amor! Eu também estava com saudades. Disse Shiryu retomando o fôlego.

_Shiryu, você vai querer um lanchinho? Perguntou Shunrei desvencilhando-se de seus braços.

_Não, amor. Eu lanchei no avião agora a pouco. Eu gostaria é de um belo banho de banheira, acompanhado. Respondeu Shiryu piscando-lhe um olho.

_Hum... Parece que eu adivinhei!

Os dois estavam na banheira, havia espumas e respingos d’água para todos os lados, os dois sentados um de frente para o outro com os corpos colados.

_Shunrei, eu tenho uma coisa para te mostrar. Mas só vou poder fazê-lo amanhã!

_O que é?

_É um presente.

_Ora Shiryu, mas o meu aniversário ainda é daqui a três meses!

_Eu sei amor! Mas não é um presente de aniversário. Amanhã nós três vamos vê-lo!

Shiryu levantou-se, pegou sua amada nos braços e deitou-a na cama, depois de novamente se entregarem aos desejos voluptuosos, dormiram tranquilamente abraçados. No dia seguinte, após o café da manhã, os três saíram de carro, depois de quarenta minutos pararam em frente a um imenso portão de bronze.

_Shiryu, que tipo de presente você comprou? Perguntou Shunrei curiosa.

_Vamos entrar e você vai ver!

Shiryu pegou o filho nos braços, e conduziu Shunrei até o portão. Ao entrar Shunrei deparou-se com uma linda fileira de pessegueiros que deixavam um tapete rosa feito por suas pétalas. Ao fundo, uma casa em estilo chinês, decorada com objetos chineses e japoneses, muito charmosa. Shiryu colocou Ryuho no chão, que foi logo correndo para brincar com as pétalas, virou-se para Shunrei e viu que ela tinha lágrimas nos olhos.

– Será que é o que eu estou pensando?

_Shunrei, esse é o meu presente de casamento para você! Disse Shiryu ajoelhando-se e estendendo as mãos, que traziam uma caixinha aveludada contendo um par de alianças.

_Shiryu, eu não sei nem o que dizer! Disse ela em meio às lágrimas.

_Apenas diga que aceita!

_É claro que eu aceito, meu amor! Ambos se abraçaram e beijaram-se. Pegaram o menino e entraram na casa.

Na sala estavam um juiz de paz, Ikki e Minu de testemunhas e também Seika e Kiki. Foi uma grande surpresa para Shunrei. Casaram-se ali mesmo, na nova casa.

Depois do banquete foram conhecer a nova moradia. Ikki e Minu namoravam em baixo de um dos pessegueiros, Seika e Kiki dividiam atenção com Ryuho e Shiryu e Shunrei conversavam na varanda.

_Shiryu, estou tão feliz pela bela surpresa!

_Que bom que gostou, meu amor! Aqui vamos recomeçar nossa história de amor.

_Sim, meu amor! Mas não é só você que tem novidades... Também tenho um presentinho para você!

_E que novidade é essa, senhora Mistérios?

_Nossa família ficará maior daqui a sete meses!

_Shunrei... Não me diga...

_Sim, estou grávida de dois meses!

Shiryu a abraçou rodopiando, depois ao colocá-la no chão beijou-lhe demoradamente.

_Vou ser pai! Gritou Shiryu para os outros, que ficaram surpresos e felizes também.

Fim