Table For Three escrita por Cellesty, Vick_Vampire


Capítulo 9
Aí, melou


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me a demora!
Boa Leitura!



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                Depois de acordar mais umas dez vezes graças àquele pesadelo terrível, eu ouvi o despertador ao meu lado tocar.

                Ah, não.

                Me ergui pesadamente e vesti um jeans azul, uma blusa plissada cinzenta e um moletom preto. Pelo amor de Deus, qualquer coisa que não me lembrasse o vestido do pesadelo.

                Lavei a remela do meu rosto e escovei os dentes. Não me preocupei em mexer nos meus cabelos desgrenhados, afinal, estava muito cansada. Também não me preocupei em descer para tomar café, apenas peguei minha mochila e saltei da janela. Eu sabia que meu pai já tinha lido a minha mente, por isso eu me concentrava em pensar apenas no meu pesadelo no meu caminho até a escola.

                Quando eu já tive certeza que estava suficientemente longe de casa, soltei a franga.

                Por que? Por que meu pai, avô e, principalmente, namorado estavam de segredinho? Ainda mais sobre o porra do Drake?

                Não, eu tenho que parar com isso. A menos de 24 horas ele era um dos meus melhores amigos, o que eu estava usando...

                Não de novo! Usando era a palavra errada para isso. Eu estava virando amiga dele para ver se eu esquecia aquela pessoa que começa com J.

                Eu parei de andar quando me dei conta que tinha chegado a frente do colégio. Era provavelmente a primeira vez aquele ano que eu não estava usando maquiagem para ir à escola. E também a primeira vez que eu usava aquele moletom tenebroso. Ah! E a primeira vez que eu não ia para a escola com...

                CALE A PORRA DA BOCA, RENEESME.

                Entrei andando rapidamente, tentando não ser vista, apesar de não haver praticamente ninguém no corredor. Mesmo eu sendo bonita sem mesmo me arrumar direito, cairia mal para a minha família eu aparecer tão desarrumada na escola. Fui na direção do meu armário, 253, e girei o código.

                Peguei uma piranha de cabelo transparente –daquelas que ficam coloridas no sol, sabe?- e prendi algumas mechas da frente do meu cabelo para trás, mesmo quase não fazendo diferença. Tirei o moletom preto –porque, mesmo que eu quisesse, não conseguia me sentir confortável com esse tipo de roupa folgadona- e coloquei um blazer azul celeste que eu mantinha guardado no armário.

                —Eu preferia aquela sua camisola de ontem a noite –sussurrou uma voz perto do meu ouvido. –Mas esta está melhor que o moletom, também.

                Me virei e dei um soco na fuça de Drake.

                —Nem pense em dizer sobre ontem para Ed. Ou Carlisle. Ou... –minha voz foi se perdendo, e pisquei com força, tentando ignorar o olhar sarcástico que eu sentia em mim.

                —Devia esquecê-lo –falou, parecendo mais amigável agora. Estranhei. O cara era bipolar?-. É sério, Ness. Eu sei que você viu tudo ontem e tal, mas, mesmo. Eu sou inofensivo, como sua mãe disse. –ele ergueu minha mão e a beijou. –Devia me dar uma chance e esquecer aquele paspalho do Jacob. Eu juro que disse tudo o que você anda sentindo.

                Aí, é claro, eu fiquei fula.

                —O QUÊ? QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA SAIR BERRANDO OS SEGREDOS DOS OUTROS? –gritei, e agradeci aos céus por não haver ninguém ali para me ouvir. Mas ele apenas riu fracamente.

                —Ainda bem que você não tem que lidar com os maiores mentirosos do mundo. Devia rever seus conceitos de verdade ou mentira. –ele deu tapinhas fracos nas minhas bochechas. –Acho que essa sua maquiagem natural fica melhor, sabe. Todo vermelhinha.

                Eu enrubesci ainda mais, se é que era possível. Ele saiu andando e eu me virei de volta para o armário, procurando algo que eu não sabia o que era. Eu estava desconcertada, e sabia que meu pai devia ter ouvido.

                Não tardou para que eu sentisse uma mão fria no meu ombro.

                —Saiu mais cedo, filha? –ele falou, com os olhos brilhando de raiva. Mas não era de mim.

                —Pai, não é o que você está pensando... –falei, mas ele me interrompeu.

                —É claro que não, Ness. Eu te conheço. Eu sei que você não ia se deixar levar por aquele galinha assim. Só não quero que ninguém mexa com a minha monstrinha. –sussurrou, me dando um abraço paternal que me deixou envergonhada. Quer dizer, que negócio é esse de ficar todo sentimental assim na escola? E toda aquela ladainha de experiência como vampiro?

                Ele riu dos meus pensamentos e foi embora. Quando eu me dei conta, o corredor já estava cheio de outros alunos, cheios de pensamentos diferentes, que fariam com que meu pai não pudesse ler os meus.

                Ah Meu Deus. MUITO OBRIGADA, DEUS! Mas eu tratei de gritar baixo, porque a minha mente podia se destacar e pá.

                Ele não ouviu o resto da conversa! Ele não ouviu o resto da conversa! Fiquei murmurando para mim mesma, toda alegre. Peguei os livros da primeira aula, História Americana e fui para a classe, me sentindo dez vezes mais leve do que antes.

                Não conseguia prestar atenção na aula, mesmo com Jasper e Emmett –acho que ele tinha repetido em História Americana, ou sei lá- me enchendo o saco para prestar. Vez ou outra eu me desconcentrava e ficava avoada em pensamentos... E, na maioria desses pensamentos, eu estava pedindo a Deus para que meu pai não estivesse me escutando.

                Por favor, Deus. Sim?

                Ok, voltando:

                O sinal bateu, e fui até o armário seguida por Jessica –ops, Diane- e Chris. Mesmo eles tendo terminado, eu tinha certeza que não passavam mais de 24 horas separados. Encontrei Bella na aula de Estudos Sociais –nas quintas-feiras, só haviam essas aulas de nomes estranhos-, e, mesmo assim, não me impediu de ficar avoada. Até Diane, tagarela do jeito dela, estranhava.

                Triiim!

                Foi o sinal tocando, e, para minha surpresa, já era horário de almoço. Falei para meus amigos que tinha uns projetos para resolver com Edward, então me sentei na mesa deles. Não queria que eles percebessem.

                Fiquei só pensando nos shows que meu pai não me deixou ir, nas festas, nas liquidações, todo tipo de besteira adolescente. Mas, alguns minutos depois que eu não toquei nas folhas branquelas do alface que eu pegara na fila do almoço.

                —Você quer ir caçar hoje, Ness? –Ed me perguntou, me olhando misteriosamente.

                —Não... –falei, estranhando.

                Ele suspirou, e se inclinou sobre a mesa com os cotovelos.

                —Então qual é o problema? Quer dizer, você não é de pensar nesse monte de mer...

                Eu não precisei ouvir o resto para ter certeza de uma coisa.

                Aí, melou.


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Notas finais do capítulo

E aí? Mereço reviews, mesmo depois dessa demora?



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