Finn Thunder escrita por Thiago


Capítulo 2
Os diabretes




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Finn aguardava em sua cama, mas suas mãos começaram a tremer, algo o dizia para esconder aquela carta, o seu pai parecia muito irritado com alguma coisa. Deixou a carta de lado, aguardou assustado sentado em sua cama enquanto apertava o lençol da cama, engolindo em seco e mirando o olhar para baixo da porta, até que a sombra de seu pai estava lá.

–ME EXPLIQUE ISSO!- disse o homem abrindo a porta em um estrondo ( parece que todos os Thunders com a exerção de Finn eram barulhentos ). Carregava na sua grande mão direita um papel amassado, caminha em passos pequenos e pesados que faziam o piso rangir, se coloca diante de seu filho, desamassa o papel, e então o garoto nota que era do mesmo material do qual estava sobre sua cama.

–Está falando disso aqui?- tentou dizer, mas sua voz foi engolida por outro berro do senhor Thunder.

–BRUXARIA! MAGIA! NOSSO FILHO ! - e era visível enxergar a sua mãe do lado de fora do quarto em prantos, uma situação que deixava o garoto mais confuso, que apenas se afastava para dentro da sua cama, sem entender.

–Mas pai, eu não sei o que é isso!

–Nós te demos tanto amor, te ensinamos sobre a palavra do senhor, e é assim que você nos retribui? ( a senhora Thunder dá outro grito dramático, chorando ), depois que retiramos o demônio da sua vida, você retorna com suas práticas? Já chega, me dê essa carta!.

–Mas pa..- Finn tenta segurar, mas a carta já estava na gorda mão de seu pai, que a amassou. Parecia muito preocupado, mas realmente corujas trazendo cartas para sua casa não era uma ação muito aceitavel nos padrões da realidade do mundo em que vivia.

O resto da tarde ( junto com a noite ) correu tranquilo, não estavam mais discutindo sobre os assuntos das corujas porque amanhã ( dia quinze ) seria o aniversario de Finn, e seus pais consideravam bastante tal acontecimento, talvez sua mãe não, por comprar bolos pre prontos e congela-los durante meses.

–Finnigan, jantar! - exclamou sua mãe, cantarolando o refrão de alguma música gospel que escutava no rádio. Saiu de seu quarto, tudo estava rangindo, aquele piso velho geralmente fazia menos barulho. Tinha uma sensação de que algo o observava entre as brechas da madeira, desligou a luz do quarto e escutou um barulho, no fundo do comodo dois olhos brilhavam em cor vermelha.

–AAAh! - acendeu a luz rapidamente, mas nada estava no quarto. Ouviu um zumbido rapido passar por sua orelha, virando seu rosto não encontra nada, apenas o lustre do corredor balançando lentamente, como se fosse cair. Teve uma sensação de que deveria sair dali imediatamente, se não seria acusado de coisas que não havia feito, mas a sensação de ser observado ainda continuava, e isso o deixou com medo. Desceu as escadas e o ranger estava maior.

–A madeira está velha- Comenta Finn, seus comentários eram os mais calmos da casa.

–Quanto mais velha a madeira mais forte ela fica! - comenta o seu pai, se levantando da mesa e caminhando até a parede onde fazia um discurso antes da refeição. Toda noite era assim, mas por seu aniversário ser amanhã a coisa ficaria bem mais prolixa.

Enquanto lia os versos finais das cinco paginas escritas a mão, a parede começa a tremer, como se alguém batesse do lado de dentro, parecia oca, totalmente vazia, e algo estava batendo. Por ser interrompido, o pai de Finn bate com força na parede, abrindo um pequeno rombo na madeira estragada.

–Ratos! - comenta, tentando parecer forte por ter quebrado a parede, enquanto a senhora Thunder se levantava com um pano para limpar a mão do seu marido, Finn nota algo estranho, como varios olhos naquele buraco pequeno.

–O que é aquilo! - berrou, apontando o dedo para o rombo na parede. Seus pais se viram e nada veem além do rombo. Mas era claro, dava para perceber aqueles olhos, e até os sorrisos, eram mais de um... Não podia estar ficando doido, os guinchos pareciam de macacos... Mas então Ele decidiu se levantar, os brilhos imediatamente sumiram, e iam tremendo pela parede.

–Vou pegar o veneno!-diz o senhor Thunder, arfando o peito e indo para as escadas, mas algo dizia Finn que não seria nada bom meter seus pais naquela coisa, aqueles risos maléficos o assustavam.

–Espera... Acho que devemos jantar antes, pai. - O garoto tenta acalmar as coisas, empurrando gentilmente sua mãe para uma cadeira. Seu pai segue seu pedido ( era uma coisa rara, o que o fez se sentir bem aliviado )

–Seus primos estão chegando aqui para passar o resto dos dias Finn, espero que se comporte.

Ele então sentiu um frio em sua barriga, seus primos eram horríveis, um tinha doze e o outro quinze, faziam coisas horríveis e o usavam como cobaia. Se lembra do dia em que quando balançavam no balanço de sua tia, a dois verões atrás, e apanhou sem motivo, somente pelo fato da corda ter torado, se bem que havia gostado muito daquele acontecimento...

–E é? - tentou parecer feliz, enfiando um pedaço de torrada na boca e mastigando. E então sua visão é atraída para um besouro muito grande, que parecia um pequeno macaco, na verdade estava enganado, não era um besouro, era uma criatura pequena com asas, e estava segurando uma chicara cheia de café quente ( a senhora Thunder estava procurando sua chicara fazia tempo ). E assim ameaçava derrubar o liquido fervente sobre a sua mãe, com uma risadinha.

–Não faça isso! - diz finn, sabia que era uma das criaturas de dentro da parede.

–Mas seus primos sempre passam o final das férias aqui, o que deu em você? - fala sua mãe, enquanto segue o olhar de seu filho para cima, se deparando com a xícara flutuante.

–AAAAAAAAAAAAAAH- ( o terceiro berro clássico do dia ) desta vez a mulher tinha razões para gritar.

–PARE COM ISSO! - seu pai berra, que por sua surpresa o berro era direcionado a ele! Mas... Não tinha nada haver com aquilo, era uma criatura! Parou de apontar para a chicara, para que não achassem tal loucura somente pelo fato de ter recebido uma carta de uma 'escola bruxa' logo pela manhã. Atrás de seu pai outras criaturas apareciam, agora em montes, parecia uma nuvem roxa que guinchava. Elas começavam a arrancar as facas da parede, mexer nas molduras ( que quebravam junto aos copos, a xícara foi arremessada em sua direção.

Abaixou-se, o café respingou em suas costas, seu pai guinchava de raiva, mesmo com tantas coisas ao seu redor, o seu olhar era fixado em Finn, e foi assim que ele percebeu uma coisa

Somente ele via tais criaturas


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