A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 67
Felizes para sempre: parte 2


Notas iniciais do capítulo

Bom pessoas, eis o ultimo capitulo. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/462279/chapter/67

Os ouvidos foram invadidos por uma melodia, não sabia precisar que canção se tratava, mas que lhe trazia boas recordações. Aldebaran abriu os olhos lentamente, as íris azuis estavam fixas no teto e aos poucos a imagem fazia sentido. Estava na segunda casa. O brasileiro sentou na cama. Agora desperto, ouvia plenamente a canção. Ele levantou indo até o local de onde o som provinha. Sorriu. Mabel no meio da sala bailava com os olhos fechados. A atenção foi chamada para o vaso de girassóis em cima do rack. Lembrava-se perfeitamente do dia que a deu as flores.

Sua voz começou a preencher o ambiente. Mabel virou-se assustada.

– ... nem seja só para estar ao seu lado, só para ler... no seu rosto... uma mensagem de amor...

A brasileira sorriu.

– Oi.

– Como se sente? – aproximou-se dele.

– Bem. Muito bem.

– Fico feliz.

O taurino tocou o rosto dela.

– Bel...o seu aceite ainda está de pé?

– Qual?

– Ainda quer casar comigo?

– Deba... – ela aproximou ainda mais. – depois de tudo que passamos e com essa nova vida que se abre para nós, nem precisava perguntar. Eu sou a senhora Ferreira desde daquele dia. – o fitou.

– Nós seremos felizes.

– Eu não tenho a menor dúvida.

O brasileiro abaixou o rosto, iniciando um beijo terno, colocando nele todo o amor que sentia pela garota. Com o passar dos segundos, o beijo foi ficando ardente. O cavaleiro a pegou no colo levando-a para o interior...

Peixes

Afrodite espreguiçou na cama. Parecia que tinha dormindo a milênios.

– Gustavv.

Ele olhou para o lado.

– Marin? O que faz aqui?

A garota sorriu. Aos poucos o sueco foi compreendo, lembrando-se de tudo.

– Aquele sol do Brasil deve ter acabado com a minha pele. – disse.

– Você está ótimo. – sorriu ainda mais. O velho Dite estava de volta.

– Vou precisar ir para uma clinica estética. – sentou na cama.

Ele foi surpreendido por um abraço.

– Seja bem vindo.

– Obrigado minha linda. – retribuiu.

Câncer

Os olhos azuis fitavam o teto. Já havia alguns minutos que estava desperto, mas não levantou. Estava pensando em sua vida. Desde que era um garoto até a ultima lembrança de horas antes. Voltava a vida pela terceira vez.

– Ainda me resta quatro... – murmurou.

Lembrou-se de Heluane, pouco antes da batalha começar, os dois tinham se acertado, mas e agora? Não havia mais batalhas, o que indicava que poderia ter uma vida normal com ela. Como seria? Não podia negar que estava assustado.

Escutou a porta do banheiro abrir, fechando os olhos rapidamente. Heluane saiu enrolada numa toalha. Estava precisando de um banho. Olhou para Mask ele ainda dormia. Pegou suas roupas e sentou na beirada da cama de costas para ele, tentando não fazer movimentos bruscos. Giovanni abriu os olhos, passando a observa-la. Ela vestiu a roupa e levantou.

– É normal dormir tantas horas? – aproximou-se dele colocando a mão na testa. – está normal.

– Não estou morto.

Ela soltou um grito.

– Caralho Gio! Vá assustar a sua avó!

– Eu não resistir. – deu um sorriso sacana, sentando na cama.

– Idiota! – mandou a toalha nele.

– Foi só uma brincadeira pingo de gente.

– Pingo o seu #$!

– Estava com saudades dessa sua educação. – começou a rir.

– Idiota!

– Estou com fome, faz algo gostoso. – ajeitou os cabelos. – depois de ter mandado aquela bruxa para o inferno mereço uma boa refeição.

– Merece o cacete... – parou de falar. – sua memoria voltou? – indagou surpresa.

– Lembro-me de tudo. – sorriu.

Heluane subiu na cama, começando a dar tapas nele.

– Ei! Ficou louca!!!?? – tentava se defender.

– Esse por ter quase morrido na arena, esse por ter quase morrido na luta contra Shaka e esse por ter morrido contra a Hell. Você disse que voltaria! Seu italiano idiota! Mentiroso!

– Mas eu estou aqui!

– Mas quase me matou de tristeza! Seu estúpido. – os olhos encheram de água. – eu quase perdi você...

O canceriano ficou surpreso.

– Seu idiota.

Foi para dar outro tapa, mas ele segurou sem usar força.

– Sentiria a minha falta? – indagou com a voz branda.

– Sim... – o fitou. – eu gosto de você.

Nos primeiros segundos a expressão do italiano era de total espanto, depois o lábios contornaram num sorriso.

– Quer dizer que gosta de mim? – sorriu de canto de boca.

– Tira esse sorriso da cara.

– Então gosta desse italiano grosso. – a pegou pela cintura.

– Não estava com fome? Me solta então.

– Admita que gosta desses olhos azuis.

– Gio... – murmurou entediada.

– Pois eu amo esses olhos castanhos.

A brasileira o fitou na hora. O canceriano tocou no rosto dela de forma gentil.

– Eu amo você Heluane.

Ela arregalou os olhos.

– Está com febre.

– Estou no meio juízo perfeito. – a voz saiu séria. – eu amo você e quero ficar com você, seja aqui ou no Brasil.

Ela nem teve chance de resposta, Giovanni tomou os lábios dela, não da forma costumeira, mas sim de forma cândida. Heluane representava um novo começo.

– Nunca... me beijou assim... – disse surpresa.

– Sei ser um lorde, mas gosto de sexo selvagem.

– Gio!

– Faremos do seu jeito então. – abaixou a alça da regata.

– Quem disse que vamos fazer algo?

– Eu pensei que queria esse corpinho...

Ele foi jogado na cama.

– Faremos do meio jeito então.

– A senhora manda.

Sorriram.

Templo

Marin voltava radiante para o templo. Afrodite estava bem assim como os outros. A garota foi direto para o segundo andar encontrar com Fernando. Bateu duas vezes antes de entrar.

– Oi. – disse sorrindo.

– Afrodite acordou? – indagou aproximando.

– Sim e daquele jeito. Já dizendo que precisa ir para uma clinica.

– Ele não muda. Vem.

Os dois foram para a varanda. Athenas ainda estava quente, mas naquele horário a brisa estava agradável. Os dois acomodaram numa cadeira de dois lugares.

– Estou feliz por você está aqui. – Marin o abraçou forte.

– Eu também minha musa. – brincava com as madeixas ruivas. – como foi esse tempo?

– Uma loucura. – o fitou. – logo após a partida de vocês, Atena entrou em depressão. Eu e Shina tivemos que assumir a administração de tudo. Contamos com a ajuda dos bronze, mas mesmo assim foi difícil.

– Sei que sim, mas sei também que deve ter se saído muito bem, futura amazona de Peixes.

Marin ficou em silencio. Tinha se esquecido e agora como seria?

– Não faça essa cara. – o mineiro acariciou o rosto. – você será a amazona de Peixes.

– Acha que sou capaz?

– Marin, por favor! Claro que é capaz! Arrisco até dizer uma coisa...

– O que?

– Daria uma boa auxiliar do mestre.

– Não brinca!

– Estou falando sério. Você é muito boa. Em todos os sentidos. – deu um sorriso sacana.

– Nando! – deu um tapinha nele.

– Futura amazona de Peixes, se fosse possível, queria se casar comigo?

– Eu não vou ser... – Marin calou. – o que disse?

– Quer casar comigo?

– Está falando sério?

– Estou. A única coisa que nos impede de ir ao altar é esse lugar. – olhou ao redor.

Ela sorriu. Seria a realização de um sonho, mas ela sabia que aquilo não seria possível. Atena não permitiria a memoria deles, entretanto...

– Eu aceito. – se permitiria sonhar. – eu aceito.

Ele sorriu para em seguida beija-la ardentemente. As caricias ficaram mais intensas. Gentilmente Fernando a pegou pela cintura levando-a para dentro...

Sagitário

Sheila andava de um lado para o outro. Já tinha horas que Aiolos estava dormindo e aquilo estava deixando-a nervosa.

– Tinha sonífero naquela agua. – murmurou impaciente.

Aiolos abriu os olhos lentamente. Ainda se sentia meio zonzo, mas as lembranças estavam mais vivas do que nunca.

– Finalmente acordou!

Ele ergueu o rosto, fitando a paulista. Estava muito feliz por ela está ali.

– Que surpresa agradável. – abriu um grande sorriso. – a senhorita ainda está aqui.

Sheila arqueou a sobrancelha.

– Pode me dizer que lugar é esse? – indagou sentando na cama. – isso é um hotel?

– Não reconhece o próprio quarto?

– Quem me dera se fosse meu quarto. – olhava ao redor. – é muito melhor que o hotel que a prefeitura está pagando.

Sheila não disse nada. Será que a água tinha falhado?

– Sua memoria não voltou?

– Eu disse que aquela história era absurda. Cavaleiros não existem. Será que pode me arrumar um telefone?

– Está brincando não está? – só poderia ser brincadeira.

– Não. Eu não sou cavaleiro e sim um simples pesquisador. Onde tem um telefone?

– Para que?

– Tenho que avisar a minha esposa. Ela deve está preocupada.

A paulista arregalou os olhos ao escutar aquilo.

– Esposa???

– Sou casado. Alias, vou ficar noivo, mas me considero casado. Eu sinto muito Sheila, - levantou. – mas não sou seu cavaleiro.

– Que história é essa de noiva??? – berrou. – você é o meu Rambo! Meu!!!

– Rambo? – deu uma risada. - Olha, - andou em direção a ela. – tudo não passou de um mal entendido. Eu preciso ligar para a minha esposa, assim como você precisa ligar para esse tal de Sorento. Eu não quero apanhar de ninguém por nada.

Ela o fitou incrédula. Não era possível que a magia de Odin não havia sido quebrada.

– Pois vou ligar mesmo! – os olhos encheram de agua. – vou viver no templo submarino.

– Seja feliz. – sorriu.

As primeiras lágrimas caíram. Aquilo não poderia ser verdade.

– Seu estupido! Eu não quero o Sorento, eu quero você!

Aiolos segurou, mas não aguentou, começou a rir.

– Do que está rindo?

– Sua cara lindinha.

– Seu idiota. – dava tapas nele. – não brinca!!!

– É assim que me sinto quando fala do Sorento. – a fitou. – é bom?

– Estupido! Eu vou embora. Não quero mais saber de você!

Aiolos a segurou com força e a puxou.

– Quer dizer que me quer...? – a voz saiu baixa.

– Não mais... – murmurou.

– Então não terá a piscina de Shion. Sabe que se tornar a primeira dama terá muitas regalias...

O grego a beijou com volúpia.

– Fique comigo Sheila. – disse ao pé do ouvido.

– Não sei...

– Quer um incentivo para aceitar? – deu um sorriso safado, segurando os cabelos dela.

– Dependendo do desempenho... – passou a mão pelo peitoral. – posso pensar no assunto.

Sheila nem disse mais nada, foi jogada na cama...

Aquário

Kamus havia despertado, mas não abriu os olhos. Usava aquele silencio para pensar nos últimos acontecimentos: a lembrança da batalha contra a nórdica, as palestras no Brasil e o reencontro com Isabel.

Isa estava sentada numa poltrona ao lado da cama de Kamus. Lia um livro sobre sua tese.

O francês abriu os olhos e virou o rosto, vendo a paulista. O que faria de sua vida a partir de hoje?

– Isabel.

A paulista virou-se, sorrindo ao vê-lo desperto.

– Como se sente? – indagou levantando e sentando ao lado dele.

– Bem. Como anda sua tese? – apontou para o livro.

– Caminhando. – sorriu. – confesso que nesse ultimo mês não tive progresso.

– Por quê? – sentou na cama.

– Meu incentivador não estava mais comigo. – o fitou nos olhos.

O aquariano desviou o olhar do rosto dela para o pingente que ela carregava. Antigamente o senso de dever estaria acima de todas as coisas, mas agora...

– Pode pedir licença da universidade?

– Acho que sim. Por quê?

– Precisamos recuperar o tempo perdido. – aproximou tocando o rosto dela. – vamos para Marselha.

– Vamos? – indagou surpresa. – mas... você pode?

– Hyoga tomará conta de tudo. Vamos ter o nosso mês sabático. Pensando bem, acho um mês muito pouco.

– Isso é sério?

– Sim Isabel. Quero que conheça a minha família. – segurou o rosto dela com as duas mãos. – eles precisam conhecer a mulher que eu amo.

A brasileira arregalou os olhos ao ouvir, mas não disse nada, pois os lábios foram tomados por Kamus. O francês a beijou delicadamente.

– Quero compartilhar a minha vida com você Isa. – os lábios não se separaram.

– Eu também...

Kamus tomou novamente os lábios dela...

Libra

Dohko observava a decoração do seu quarto. Aquele local tinha sido testemunha de tantas mudanças! Sentou na cama, cruzando as pernas. Onde Jules estaria? Sorriu ao se lembrar da brasileira. Talvez agora pudesse colocar seus planos em prática. Shiryu assumiria a função de guardião de Libra e ele teria autonomia para seguir com Jules, mas... quais seriam as ordens perante isso?

A porta abriu. Jules trazia um copo na mão, que foi ao chão, ao fitar o libriano.

– Hian...

Ele sorriu.

A brasileira correu até ele, o abraçando com força.

– Oi. – ele a envolveu.

– Fiquei tão preocupada, pois não acordava.

– Estou bem. – tocou no queixo dela.

– Se lembra de tudo?

– Sim.

– Que bom.

– Meu nome ainda continua gravado aqui? – tocou no coração dela.

– Foi gravado com seu cosmo. – acariciou o rosto dele.

– Então quer viver com esse velho? Quer ser a senhora Hohko?

– Sim. Não estará mais sozinho Dohko. Sempre estarei do seu lado.

– Irei conversar com Atena. Pedirei afastamento das minhas funções.

– Mas... vai abandonar seu posto? Vai abandonar o posto de auxiliar do Aiolos?

– Shiryu poderá me substituir. Escuta, - tocou o rosto dela. – estou deixando anos de serviço, mas é por algo que vale muito a pena. Eu te amo Juliane.

Ela sorriu.

Dohko tocou o rosto dela com suavidade. Foi aproximando aos poucos, até seus lábios se unirem...

Templo

Miro abriu os olhos ainda sentindo o corpo mole. As lembranças dos últimos acontecimentos afloraram em sua mente. Ele ergueu o corpo, olhando para o lado. Marcela dormia na poltrona. Ele sorriu. Desde que voltara a vida após Hades, havia decidido levar uma vida sem compromisso. Não era cafajeste, mas também não era santo. E com Marcela não foi diferente. Pensou em apenas se divertir, mas com o tempo... e agora que seria pai... os olhos arregalaram ao se lembrar de disso.

Ele deu um pulo da cama.

– Marcela. – tocou o rosto dela. – Marcela.

A paulista acordou, esfregou os olhos, ajeitando melhor na cadeira. Ao ver o grego...

– Miro... – os olhos encheram de água. Não era de chorar, mas ultimamente andava muito sensível. – Miro...

– Oi.

– Que bom. – o abraçou, chorando ainda mais. – Você disse que ficaria comigo para sempre e...

– Estou aqui. – acariciava os cabelos negros.

– Ei tive tanto medo... ainda mais grávida.

– Está mesmo?

– Sim.

Ele abriu um grande sorriso e o humor de Marcela...

– Seu safado! – deu um tapa no braço dele. – Não disse que era estéril????

– Mas eu não sou. – deu um sorriso fino. – digamos que foi planejado.

– O QUE? – indagou pasma. – explique-se!!!

– Tínhamos o problema da barreira, aí eu pensei: o que aconteceria se houvesse uma criança no meio?

– Está brincando.

– Não, estou falando sério. Estava tudo perfeito, até a abertura da barreira se tornar uma constante e com um agravante, a perda da sua memoria. Você no Brasil sem memoria e com um filho seria um grande problema.

– Você me deu o golpe da barriga!

– Eu queria ficar com você. – levantou. – mas aí veio a Hell. – a fitou. – comecei a rezar para que meu plano desse errado. Eu cresci na rua, sei o quanto um pai pode fazer falta. Eu não queria isso para o nosso filho.

A brasileira ficou surpresa com as palavras.

– Eu não queria te deixar sozinha, numa hora como essa.

– Está falando sério?

– Sim. – sentou, pegando nas mãos dela. – quando te disse: fiel para sempre, não estava brincando. Eu te amo e agora teremos uma família. – tocou na barriga dela. – já está de quanto tempo?

Ela não respondeu, pois sentia um nó na garganta.

– Um mês... – a voz saiu embargada. – Miro...

– Não sabe como estou feliz. Eu serei pai.

– Sim...

– Posso escolher os nomes? Se for menino pode ser Niko e se menina Clara?

– Pode sim. – sorriu feliz. – pode sim.

– Nós seremos muito felizes. – beijou as mãos dela. – nosso bebê, você e eu.

Capricórnio

Julia cercava Shura de cuidados. Já havia algumas horas que o namorado estava dormindo e aquilo a preocupava. Será que era normal? Foi até a cozinha buscar uma jarra de água.

O espanhol abriu os olhos. Primeiro fitou o teto, para em seguida olhar ao redor. Ainda sentia o corpo um pouco pesado, mas sentou na cama. As lembranças foram voltando. Voltava a vida novamente.

– Estou parecendo um gato. – disse ajeitando os cabelos.

A paulista que voltava com a jarra abriu um grande sorriso ao vê-lo.

– Esdras...

Ele a fitou. Como temeu não vê-la nunca mais. Não imaginava que se apaixonaria desse modo.

– Julia...

Ela não conteve as lágrimas, correndo até ele.

– Shura... Shura... – o abraçou.

– Acabou. – acariciava os cabelos vermelhos. – teremos paz agora.

– Sim. – ela o fitou sorrindo.

Shura ergueu o queixo dela delicadamente e a beijou.

– O que pensa em fazer agora? – enxugava as lágrimas.

– Em que sentido?

– Seus planos. Ainda está de pé a minha mudança para Campinas?

– Mas e Capricórnio?

– Meu lugar é ao seu lado. – segurou o rosto com as duas mãos. – Atena deverá tomar alguma decisão com relação a isso, mas de qualquer forma, minha vida está ligada a sua.

– Shura...

– Eu te amo Julia. Vamos construir uma vida juntos.

– Sério?

– Sim futura senhora Esdras Shura.

Ela gostou de ouvir isso, finalmente teria seu final feliz. Shura inclinou o rosto em busca novamente dos lábios dela...

Templo

Shion levou a mão ao rosto, sentando na cama. Olhou ao redor, percebendo que estava em seu quarto. As ultimas horas tinham sido surpreendentes e agora estava de volta. Levantou, indo até a varanda. A imagem do santuário destruído por Hell aos poucos era apagada pelo esforço de Atena em reconstruí-lo. A vida voltaria ao normal, mas e agora? Como seria essa normalidade? Os brasileiros estavam lá, o que Atena faria? Alias o que ele faria? O grande mestre saiu do quarto, a procura da brasileira.

Paula estava na área da piscina. Ficou por muito tempo ao lado de Shion, entretanto resolveu ir para lá para dançar.

Shion abriu a porta lentamente, dando um grande sorriso. Como amava aquela mulher e se dependesse dele, passaria o resto da vida com ela.

Quando deu uma volta, Paula o viu e bailando foi até ele.

– Eu senti falta disso. – o ariano a abraçou.

– E olha que não queria beber a água.

– Às vezes sou teimoso.

– Às vezes?

O ariano a beijou.

– Bem vindo Shion.

– Obrigado. – pegou as mãos dela.

– Obrigada pelo dinheiro. – tocou o rosto dele. – abri minha clinica e comprei uma moto.

– Comprou mesmo? – indagou surpreso.

– Sim e vamos andar. Prepare-se para grandes emoções.

– Ana Paula. – a voz saiu séria. – você me fez questionar muitas coisas e perceber que há vida além disso. Eu irei conversar com Atena e espero entrar em um acordo com ela. Quero muito realizar o meu desejo, mas também não posso tomar alguma atitude que possa prejudicar o santuário, mas... – ele ajoelhou diante dela. – quer casar comigo?

– Como?

– Aceita se casar comigo?

– Claro!!!! – se jogou em cima dele. – eu aceito!!! Aceito!!!

Shion pegou a brasileira no colo, levando-a para o quarto...

Gêmeos

A luz do sol batia nos rostos dos gêmeos. Saga e Kanon estavam deitados lado a lado. O primeiro a despertar foi o marina que sentou na cama.

– Saga. – tocou no ombro. – Saga.

Parou de chamar ao se lembrar das ultimas imagens. O irmão havia recuperado a memoria como Ares e se ela ainda estivesse ativa?

– Saga. – voltou a chamar, mas com cuidado.

Aos poucos o cavaleiro foi despertando.

– Kanon...?

– Saga? – continuou em alerta.

– O que aconteceu? – ele sentou, passando a mão pelas mechas azuis.

– Não se lembra?

Saga o fitou, ficando silencio por alguns segundos.

– Odin nos trouxe a vida. – disse.

– Você está bem?

– Estou e você?

– Um pouco zonzo. Aquela água era batizada. – sorriu. – cadê as meninas?

– Devem está com Atena.

– Saga, - a expressão de Kanon ficou séria. – não faço ideia das novas ordens de Atena, mas queria que soubesse de uma coisa e que me apoiasse.

– Diga.

– Poseidon me dispensou e eu sei que a partir de agora você vai se tratar, portanto pedirei a nossa deusa para me dispensar. Eu amo a Suellen e quero viver com ela.

Saga ficou surpreso com as palavras.

– A ama a ponto de entregar sua armadura?

– Sim. Eu quero ser feliz, assim como quero que seja feliz. Não está na hora de você e a Cristiane viverem em paz?

– Não é tão...

– Saga! – o interrompeu. – eu sei, a Cris sabe, você sabe, que seu problema não vai sumir como um passe de mágica, mas já está na hora de reagir. Ganhamos uma nova vida, vamos aproveita-la.

O geminiano abriu a boca para fechar.

– Vamos procura-las.

Kanon levantou, saindo do quarto. Saga ainda ficou algum tempo, olhando a gaveta onde guardava os remédios. Segundos depois saiu. Encontrou o irmão, parado na soleira da porta da cozinha. Kanon fez sinal de silencio, pois Suellen e Cristiane estavam no fogão de costas para eles.

– Em quinze minutos estará pronto.

– Tem certeza Su? – a mineira olhou para a panela.

– Tenho. Agora é só esperar.

Kanon fingiu tossir. As duas olharam imediatamente.

– Kanon!

Suellen correu até ele pulando em seu pescoço.

– Que bom.

O marina a abraçou. Saga fitou o irmão, deu um sorriso e depois olhou para a mineira.

– Vem.

Kanon pegou na mão da namorada, levando-a para dentro. Os outros dois ficaram sozinhos. Cristiane caminhou lentamente até ele, parando a pouco.

– É o Saga. – disse para tranquiliza-la.

– Eu sei. Ares não queria beber...

– Você foi inteligente. – sorriu.

– A Su foi mais incisiva.

– Kanon nunca vai admitir, mas ele gosta da firmeza dela.

– É o que parece... e como se sente?

– Bem e você?

– Também.

Os dois ficaram em silencio por alguns instantes, até que o geminiano tocou no rosto dela.

– Tive medo de perdê-la.

– Acabou Saga. Agora podemos viver em paz.

– Será? Eu temo... – desviou o olhar. – e você tem uma vida toda pela frente e eu...

– Escuta. Eu sei como você é, sei dos seus altos e baixos, mas estou aqui não estou? Se eu tivesse receio de algo, não teria deixado as coisas evoluírem. Sei que não será fácil, mas quero que saiba que não vou sair do seu lado e vamos passar por tudo juntos.

– Não vai me deixar...?

– Não. Sempre juntos, senhor Myles.

Saga sorriu, tomando os lábios dela. Sua vida sempre foi repleta de tristeza e sofrimentos, talvez agora tudo pudesse ser diferente. Os dois tinham noção que não seria fácil, entretanto tentariam.

Enquanto isso...

Kanon conduziu Suellen para seu quarto. Os dois sentaram na cama.

– Se lembra de tudo?

– Sim. Até que me mandou beber a agua.

– Você precisava. – sorriu divertida.

– Eu sei. – tocou o rosto dela. – não me importo que mande em mim.

– Não?

– Não. Escuta. Conversei com Saga e depois vou conversar com Atena.

– Sobre?

– Quero ir para Recife com você.

– Sério?

– Su... – fez alguns segundos de silencio. – eu sempre gostei de você, mas tinha receio para onde esse sentimento me levaria. Com o passar dos dias sua presença foi se tornando indispensável. Nunca poderei te agradecer devidamente por ter me ajudado com o Saga.

– Kanon eu...

– Espera. – tocou com o dedo os lábios dela. – disse a Saga que vou me dispensar dos serviços ao santuário. Está na hora de Saga seguir a vida dele com a Cris e eu seguir a minha vida com você. – pegou nas mãos dela. – quer casar comigo?

– Casar??

– Sim, casar. Eu quero fazer as coisas certinhas.

Suellen ficou surpresa com o pedido.

– Vamos ser felizes. – disse o geminiano.

– Não quer apenas uma cozinheira?

– Ela é brinde.

– Kanon!

– Brincadeira. Senhorita Suellen quer se tornar a senhora Myles?

– Quero. – sorriu. – quero muito.

Kanon abriu um grande sorriso, carinhosamente tocou no rosto dela iniciando um beijo...

Atena recebeu a noticia com alegria. Seus santos estavam realmente de volta. Todos se dirigiram para o templo. Os quatorze homens de Atena estavam ajoelhados diante dela.

– Estou muito feliz que estejam bem. – ela estava emocionada.

– Nós agradecemos todo o esforço desprendido conosco Atena. – disse Shion em nome de todos. – renovamos nossa lealdade incondicional.

– Obrigada. Quero aproveitar e fazer um comunicado. Levantem-se. Meninas aproximem.

A curiosidade tomou conta de todos.

– Depois de tudo que passamos, depois de tudo que vocês passaram, - olhou para os dourados. – seria muito injusto da minha parte, não deixa-los desfrutar da felicidade plena. Sei que isso coloca a segurança do santuário em risco, mas o que importa para mim é que sejam felizes.

– No que está pensando Atena? – indagou Shion preocupado com a conexão entre o comunicado e a segurança do santuário.

– Meninas, Fernando e Rodrigo, desejam morar aqui?

Fez um minuto de silencio de ambas as partes.

– Repete. – pediu Jules.

– Estou convidando vocês a morarem aqui. Claro seguindo as nossas normas de segurança, mas... providenciarei empregos e podem morar nas doze casas.

– Está falando sério Atena? – indagou Mask.

– Estou. Antes da vinda de vocês, conversei com a Circe, ela encontrou um meio para que vocês possam entrar e sair da barreira, como os moradores de Rodorio. Não terão cosmo, mas conseguiram ir e vir sem problema.

– Eu vou morar aqui??? – Gabe fitou Aioria que estava igualmente espantado.

– Se for o desejo de vocês...

– É claro que eu aceito!! – gritou Mabel. – aceito!!! Quando posso me mudar definitivamente?

– Quando quiser Bel. – sorriu. – assim como casar. Faço questão de organizar tudo.

– Obrigado Atena. – Deba ficou emocionado. – muito obrigado.

– Quero que vocês sejam muito felizes. Todos vocês. – olhou para todos, mas em especial para Saga. – todos.

Ele sorriu.

– Seremos eternamente gratos Atena. – disse Aiolos. – por nos proporcionar isso.

– Eu vou morar no santuário! – gritou Julia.

Sorriram, pois uma vida cheia de felicidade despontava para eles. Anos de luta e sacrifícios estavam culminando em anos de paz.

Do lado de fora, o sol brilhava sobre o santuário. Era a luz derrotando definitivamente as trevas...

Um mês depois...

Como Atena havia dito, os brasileiros mudaram definitivamente para o santuário, mas com a condição de manterem a segurança do santuário acima de tudo. Para os pais, familiares e amigos, disseram que tentariam a vida na Grécia. Como prometido Atena arrumou emprego para todos sendo a maioria dentro da Mitsui.

Ester e Fernando trabalhavam na área de TI, Rodrigo e Juliana foram para o departamento de marketing, Julia trabalhava no departamento cultural da empresa, responsável por fomentar atrações culturais. Marcela, apesar dos protestos de Miro, trabalhava no departamento jurídico. Cristiane e Sheila no departamento financeiro, Jules no administrativo e Suellen no recursos humanos. Heluane e Paula no hospital da Mitsui. Gabe e Isabel eram pesquisadoras da Universidade de Athenas e Mabel tinha planos de abrir sua própria escola, logo após o casamento marcado para os próximos meses.

A vida seguia tranquila para os defensores de Atena...

– Para que fui prometer... – Aiolos fitava o santuário do alto da casa de sagitário.

– Não me enrole Aiolos! – Sheila segurava no namorado para não cair.

– Está bem, mas não me responsabilizo. Eu nunca voei!

– Eu vou voar!

O grego vestiu a armadura e a pegou no colo.

– Está pronta?

– Desde o dia que te conheci. – segurou no pescoço.

Aiolos elevou seu cosmo, as asas da armadura começaram a se mover... Não demorou para alcançarem voo. Sheila ficou encantada ao ver o santuário de cima.

– É lindo...

– Concordo. – ele também estava surpreso.

– Pode ir mais alto?

Ele pegou impulso.

– Lindo!!!! Eu estou voando!!!

O grego sorriu, mas sorriu ainda mais tendo uma ideia.

– Sheila...

– O que foi? – ela o fitou.

– Não estou me sentindo muito bem.

– O que???

– Eu... - Fechou os olhos.

– Aiolos??!!!!

Por conta do “desmaio” Aiolos perdeu folego, os dois começaram a cair e em alta velocidade. Sheila desesperou.

– Aiolos acorda!!!!! – gritou desesperada, vendo o chão cada vez mais perto. Era morte na certa. – Aiolos!!!! – grudou nele.

Sheila já esperava seu fim, quando a poucos metros do solo, o cavaleiro deu um rasante arrancando um grito estridente dela.

– Pensou que ia morrer? – gargalhava.

– Seu idiota!! – estava branca que nem neve. – quer me matar!!!??

– Não resistir.

– Isso é brincadeira que se faça??!!!

– Desculpe.

O cavaleiro sobrevoou o templo de Atena parando no telhado.

– Gostou?

– Tirando a parte que queria me matar, sim.

Ele começou a rir.

– Não é uma atitude do mestre do santuário! É de um pivete!

– Pivete...? – aproximou-se dela, pegando-a pela cintura. – me chamou de pivete? – a puxou com um pouco de força.

– Pivete sim... – adorava quando ele fazia aquilo.

– Vamos até Sagitário e verá do que esse pivete é capaz.

Ele a pegou no colo, voltando para a nona casa.

Enquanto isso, a milhas de distancia...

Quando falavam que a Índia tinha um bilhão de habitantes, Juliana não tinha noção o quanto de pessoas isso significava. Parada na estação de ônibus na cidade de Bombaim, via o vai e vem de milhares de pessoas.

– O ônibus vai partir em quinze minutos.

A voz de Shaka chamou sua atenção. Logo após se mudar definitivamente para o santuário, o cavaleiro convidou a oriental para irem até a Índia em busca de Kajra. Primeiro ele foi ao templo onde iniciou o seu treinamento para descobrir em qual templo conviveu com a indiana até os três anos. Conseguiu localizar e para lá foi. Quando chegou teve a noticia que a maioria dos monges que eram daquela época haviam morrido, felizmente um restou, um jovem naquela época, que tinha algumas informações.

Com as passagens compradas, os dois acomodaram-se no ônibus. Ao contrario da Grécia e do Brasil, o meio de transporte era bem precário e estava lotado. Juliana olhou para a face do amado. Percebeu que Shaka estava tão centrado em achar Kajra que parecia pouco se importar com as pessoas e o falatório, algo inconcebível para o indiano do passado.

O monge havia dito que logo após Shaka ser tirado, a jovem mudou-se para Bombaim e depois para um vilarejo a cerca de duas horas de viagem. Após isso não tinha mais noticias. O cavaleiro indagou sobre seus pais, mas não existia qualquer informação. Eles estavam perdidos para sempre.

Desceram no pequeno povoado. Shaka perguntou num simplório mercado, mas o rapaz não soube dizer, entretanto pediu que ele indagasse ao ancião da vila. O indiano mal conteve a ansiedade ao saber que Kajra vivia a uma milha dali, numa pequena cabana.

Não existia transporte, a não ser andar, contudo logo que percebeu que não havia pessoas por perto, pegou Juliana no colo e usou a velocidade de luz. Ele parou a cerca de cem metros.

A cabana era feita de madeira e estava extremamente velha. Shaka caminhava lentamente, com Juliana ao seu lado sem dizer nada. O indiano tinha que viver e assimilar aquelas emoções.

Ele abriu o cercado de madeira, parou de respirar ao ver uma mulher de sari verde varrendo a porta da frente. Ela estava de costas. Shaka ficou parado. Um turbilhão de pensamentos passava por sua mente. A brasileira aproximou tocando no ombro dele. Ele precisava de um empurrão.

– Kajra...

A voz saiu baixa, mas o suficiente para ela escutar. A senhora virou-se, estranhando aquele homem de feições diferentes dos indianos.

– Pois não?

Ela deu alguns passos, para enxergar melhor... Ficou pálida ao fitar a face do rapaz. Cabelos loiros e olhos extremamente azuis... só havia conhecido uma pessoa assim...

Caminhou lentamente até o cavaleiro que continuava estático. Se perguntando se era aquela mulher marcada pelo tempo, a sua Kajra.

A indiana parou a pouco dele, analisava atentamente aquele rosto. Não segurando, levou sua mão até a face.

– Shakya...? – a voz saiu vacilante.

Ele só conseguiu balançar a cabeça afirmando. Kajra começou a chorar e o abraçou.

– Meu menino...

O cavaleiro ficou parado, estava completamente sem reação. Sua busca havia chegado ao fim?

– Pensei que não veria você mais em vida... – murmurou em meio ao pranto.

– Eu voltei...

Não se lembrava do rosto dela, mas o amor que ela tinha por ele, estava gravado. Shaka a abraçou.

Juliana estava com os olhos marejados, estava muito feliz pelo namorado.

– Está tão bonito. – acariciava lhe.

Shaka sentia aquela mão áspera e calejada, completamente oposta das mãos suaves de Juliana e Atena, tocarem seu rosto, contudo nunca aquele toque foi tão importante para ele. Era as mãos de sua mãe. Ele a abraçou forte.

– Graças a Atena que te encontrei.

– Meu menino...

Ele a soltou, olhando para a brasileira.

– Esta é Juliana, minha futura esposa.

– É um prazer. – sorriu. – por Lorde Ganesha meu menino já vai casar! – disse feliz.

– Ju, essa é a Kajra, a minha mãe.

A senhora ficou surpresa com o titulo.

– Senhora Kajra, Shaka me falou muito da senhora.

– Agora que te achei não vamos nos separar mais. – ele a abraçou novamente. – temos tanto a conversar.

– Temos. – limpava o rosto. – vamos entrar, sua pele é muito sensível a esse sol, desde pequeno. – sorriu.

Ele sorriu. Agora tinha uma família.

Sete meses depois...

Todo o santuário estava com expectativa para o nascimento da pequena Clara, filha de Marcela e Miro. Atena estava radiante, tirando Regulus e Nikolai, filhos de cavaleiros eram raros. Mas mal sabiam que um novo rebento nasceria nos próximos meses na casa de Atena.

Shura estava sentado na sala, vendo futebol. Aquele dia era sua folga. Escutou a porta abrindo, consultando o relógio, pois não era o horário que Julia chegava, alias, a namorada estava chegando cedo há muitos dias, dizendo que estava passando mal.

– Você vai ao médico. – disse antes de vê-la.

– Já fui.

A paulista aproximou do sofá dando um beijo nele.

– E o que tem? – desligou o aparelho. – fica só comendo porcaria.

– Não é isso. – queria gritar. – lembra-se do nosso plano?

– Qual deles?

– Eu não aguento! – pegou a bolsa, tirando um pequeno embrulho. – abra.

O espanhol franziu o cenho, mas abriu.

– Que ideia maluca teve senhora Julia Shura?

– Veja. – sorria de orelha a orelha.

Shura abriu, ficando sem entender o sapatinho branco de criança.

– Sempre achei esses sapatos tão pequenos... mas acho que ficará bonito na Clarinha.

– Não é para ela.

– Não? – estranhou.

– Parabéns, cavaleiro de Capricórnio, você será papai.

– Como é que é???

– Estou grávida!!!

Ele ficou em silencio por alguns segundos.

– Está falando sério?

– Claro! Já até passei numa loja de produtos infantis. O médico falou que no próximo ultrassom já poderei ver o sexo. Se for menino eu quero Miguel, se for menina vai ser Nina. Lembra que tinha sugerido?

– Julia, - levantou. – realmente está falando sério? – estava em choque.

– Claro.

Shura começou a andar de um lado para o outro. Ele seria pai?

– Pensei que fosse ficar feliz. – disse diante da reação dele.

– Feliz? – a fitou. – feliz?

– É...

Surpreendendo-a Shura a pegou no colo.

– Felicidade é pouco para descrever o que estou sentido. Sempre quis ter uma família e... – a voz embargou. – muito obrigado Julia por me dar o maior dos presentes.

– Vamos contar para Atena? – abriu um grande sorriso.

– Vamos.

A deusa recebeu a noticia com festa. Dias depois nascia Clara Augusto Pakos. E os momentos felizes foram aumentados com o casamento planejado de Marin e Fernando, Shion e Paula e o inesperado de Heluane e Giovanni e com isso os anos passaram...

Mabel olhava orgulhosa para sua escola “Cantinho da tia Bel”. Havia um ano que tinha aberto e ela estava repleta de crianças.

– Algum problema?

Sentiu alguém tocar em seus ombros.

– Não Deba, só admirando. Mais um sonho realizado.

Ele sorriu.

– SUA PESTE! – uma voz masculina gritou.

– Que isso? – Deba procurou o dono da voz.

De repente, Bel sentiu alguém segurando suas pernas.

– Tia Bel socorro.

A brasileira olhou para baixo.

– O que aprontou? – ela conhecia perfeitamente o gênio da menina de apenas três anos, de cabelos negros e olhos azuis.

– Nada. Eu não sei por que o papai “ta” bravo.

– Clarinha... – murmurou Deba.

– Sua peste.

Miro surgiu completamente encharcado. Deba segurou para não rir.

– O que houve Miro? – indagou Bel

– Ligou a mangueira e jogou água em mim!

– Mas você disse que “tava” com calor.

– Clarinha... – Bel a fitou. – é errado.

– Mas eu só queria ajudar... – fez cara de triste.

– Sabemos que sim. – Deba a pegou no colo. – seu pai que é muito ranzinza.

– Eu?? – gritou indignado. - Ela é louca e manipuladora igual a mãe dela!

– Como se você não fosse. – disse Bel sorrindo. – vai Clarinha, já esta na hora.

Deba desceu a menina. Ela se virou para Miro, mostrou a língua para ele e saiu correndo.

– CLARA AUGUSTO PAKOS!

– Sem gritar Miro.

– Essa menina não tem educação Touro. Só apronta!

– Só está colhendo o que plantou. Você também era uma peste quando criança.

– Eu era um santo. – virou a cara emburrado.

– E como está a Marcela?

– Está melhor. O médico disse que ela entrou no sexto mês. Vai ser um meninão. – disse todo orgulhoso.

– O santuário está virando uma creche. Em breve teremos o Nikos.

– Minha escola só está crescendo. – disse Bel animada. – Tem a Nina, Sara e Marco da Helu e do Giovanni.

– O pequeno Raji, da Juliana e do Shaka. – iniciou Deba. – e Vitor, da Paula e Shion.

– A nova creche de Atena.

Brincou Miro, arrancando risada dos outros.

Em Gêmeos...

– Você não vai me contar? – indagou Kanon entrando em casa.

– Agora vou, pois era bem provável de você bater o carro.

Kanon e Suellen voltavam da cidade. A brasileira havia realizado alguns exames e agora estava com os resultados.

– O que está acontecendo? – Kanon jogou-se no sofá.

– Saga e Cris!

– Desiste. Recebi uma mensagem dele, os dois saíram. Fala logo Su!

– Eu só espero que não sejam gêmeos. – deu um sorriso bobo.

– Não entendi. – ligou a TV.

– Teremos um bebê.

O marina deu um pulo do sofá.

– O que disse????

– Vai ter que trabalhar o dobro senhor Myles. – Suellen lhe passou o papel. – estou grávida.

Ele pegou o papel, lendo uma, duas, três vezes.

– Grávida? – estava pálido.

– Sim. Parabéns papai.

Ele ficou em silencio, aquilo só poderia ser uma brincadeira.

– Não brinque com coisa séria Su.

– Eu sou mulher de brincar com isso? – colocou a mão na cintura. – vivia reclamando que todos estavam tendo seus filhos e você não e agora faz essa cara?

– Não é isso... – murmurou. – é que...

– É o que?

Ele a fitou.

– De preso no cabo Shounion, cometedor de muitos crimes a pai de família, era uma situação que eu jamais imaginei. Não achava que viveria tanto para me tornar um pai.

Suellen ficou surpresa com as palavras. Ela aproximou, abraçando-o.

– Você também tem direito de ter uma vida nova. Gêmeos ficará pequeno para tanta gente.

– Se importa se mudarmos para Rodorio? Podemos morar naquela casa. A gente reforma para fazer o quarto do bebê. – acariciou o rosto dela.

– Claro que não me importo. No Brasil tem um ditado que diz assim: quem casa quer casa.

– Podemos pensar nos nomes? – deu um sorriso maroto.

– Vou até ser boazinha... – o fitou. – pode escolher um.

– Quanta bondade. – a abraçou mais forte. – eu sou um homem de sorte. Tenho uma mulher maravilhosa e agora um filho!

Quatro anos passaram desde que a barreira abriu cruzando os caminhos dos cavaleiros de Atena com os dos brasileiros. Foi um acontecimento tão transformador que até pareceu obra dos deuses. Os santos de Atena acostumados a uma vida dura agora desfrutavam da paz. Os brasileiros, levando suas vidas de forma simples agora faziam parte do mundo de Atena e de seus valorosos defensores.

O pátio do templo estava tomado por gente. Os moradores de Rodorio usavam roupas cerimoniais, Perséfone estava sentada na tribuna de honra, juntamente com Poseidon, Hilda, Odin e Idun, convidados de honra.

Na primeira fileira, os brasileiros dividiam espaço com os cavaleiros e seus filhos. O clima estava leve e todos sorriam.

– Menina volta aqui. – disse Miro tentando segurar Clara.

– É um absurdo um cavaleiro que não consegue cuidar da própria filha.

– Cala a boca Mask. – ralhou. – cuide de seus filhos.

– Estou. – apontou para baixo. Marco, o mais velho estava sentado quietinho no chão, brincando de carrinho. – Sarinha está no colo da mãe.

– Quem diria que seus filhos seriam santos. – brincou. - Ainda bem que eles não puxaram os pais.

– Como? – indagou Helu, chegando na companhia de Marcela.

– Seus filhos são uns santos.

– Cadê a Clara? – indagou Marcela não vendo a menina.

– Saiu correndo.

– Miro você não tem jeito! Vá atrás dela, agora!

O escorpião fechou a cara, mas obedeceu. Não muito longe dali...

– Quem diria que o Giovanni viraria um pai dedicado. – disse Shiryu ao lado de Shunrei.

– A paternidade transforma. – brincou Dohko.

– E como transforma. – Jules reforçou as palavras do marido.

– Pois Shion continua o mesmo. Um poço de seriedade. – disse Paula, brincando com as marcas lemurianas do filho.

– Isso vai mudar, quando ele realmente se aposentar. – Dohko sorriu. – você tem sorte Fernando. – passou o braço pelo pescoço do rapaz. – Marin é maleável.

– Quando não está nervosa. Não conhece a peça.

O som de trombetas interrompeu as risadas, o grande momento havia chegado. Aiolos seria sagrado como novo mestre do santuário. A porta do templo abriu, dando passagem para Atena, Shion, Aiolos e Marin.

– Habitantes de Rodorio. – a voz de Atena espalhou-se. – Quero que saúdem Aiolos, o grande mestre.

Uma salva de palmas ecoou pelo local. Shion que usava um manto branco caminhou até o cavaleiro. Aiolos, trajando o manto azul marinho, ajoelhou a sua frente. Aquela cena era acompanhada por todos e estavam emocionados. Aiolos assumia seu lugar por direito. Saga sorria satisfeito.

Dohko tentava conter a emoção. Desde a ultima luta contra Hades, o santuário não vivia momentos como aquele, alias, atrevia-se a dizer que o santuário nunca teve tamanha paz. Shion parou diante de Aiolos, com um sorriso nos lábios tirou o elmo dourado. O ariano segurou o objeto entre as mãos. Quantas histórias aquele peça havia presenciado?

Carinhosamente lembrou-se de Sage e Hakurei. O olhar voltou para o grego, sabia que seu precioso santuário estaria em boas mãos.

– Aiolos. É com muita honra... – disse com a voz emocionada. – que te nomeio como o novo Grande Mestre do santuário de Palas Atenea. Longa vida Aiolos!

Colocou o elmo nele. Uma grande salva de palmas foi ouvida e gritos de “longa vida ao Grande Mestre.”

O cavaleiro levantou e com esse movimento Shion e os presentes, de menos os deuses, ajoelharam.

O novo mestre fez sinal para todos levantarem. Seu olhar pousou nos companheiros de armas. Mu com seu jeito pacificador, Aldebaran com sua alegria, Mask, Afrodite e Kanon, mostrando que todos podem se tornar uma pessoa melhor, Aioria e seu senso de justiça, Shaka e a parcimônia ao julgar, Dohko com sua sabedoria, Miro com sua coragem, Kamus com sua racionalidade, Shura exempleficando que todas as pessoas são passiveis de erros, pois são mais frágeis do que más e que merecem uma segunda chance... O olhar parou em Saga. Havia aprendido uma grande lição com ele. Que todos temos nossos demônios e anjos dentro do coração e que precisamos ser vigilantes.

– Há quatro anos, o santuário foi marcado por grandes transformações. Tivemos uma guerra, perecemos, mas agora estamos aqui, vivendo esses momentos de paz. – a voz saia firme e o olhar determinado. – passamos por conflitos internos, desavenças, traições, desesperanças, mas no meio disso tudo descobrimos o verdadeiro sentido da amizade, da união, da convicção das nossas crenças e na certeza que somos uma família. Viemos parar aqui pelo destino, mas agradeço a esse destino por ter me proporcionado grandes amigos sobre a proteção de uma deusa amável. – olhou para Atena. - Na minha nomeação renovei os meus votos e agora os faço novamente. Eu e meus companheiros, - olhou novamente para os amigos. – nos comprometemos a sempre defender a Terra.

Novas palmas.

– Marin. – virou-se para a japonesa.

A medida que ela andava a armadura de Peixes reluzia ao toque dos raios solares, Afrodite sorria de satisfação, sua pequena, havia se transformado numa poderosa amazona. Marin ajoelhou diante do sagitariano.

– Sua dedicação a esse santuário lhe rendeu muitos méritos e nada mais justo ser recompensada por isso. É a primeira amazona de ouro a servir Atena e agora inaugurará uma nova Era. – Aiolos tocou na cabeça dela. - Eu, o Grande mestre Aiolos, concedo a você Marin de Peixes, o cargo de auxiliar desse santuário.

Novamente uma salva de palmas e gritos de longa vida. Marin levantou, com um grande sorriso nos lábios.

Atena não se cabia de felicidade. Para registrar esse momento, ela chamou seus cavaleiros, os brasileiros e os filhos para uma fotografia em conjunto.

Da tribuna Perséfone sorria, nunca tinha visto a amiga tão feliz.

– Atena está tão feliz. – disse Hilda.

– É o final perfeito. – Perséfone estava visivelmente emocionada.

– Não é o final. – a voz infantil de Idun preencheu o ambiente, chamando a atenção dos deuses. – é o começo perfeito.

As atenções voltaram para a deusa grega e seus santos dourados, eles sorriam...

A barreira emitiu um brilho dourado, pétalas brancas começaram a cair do céu coroando aquele momento...

O santuário de Atena estava em paz...

FIM


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É com muita dor no coração que encerro mais essa fic. Foi duro mudar o status para “concluída”. Obrigada a todos que acompanharam durante esses dois anos. Obrigada pela paciência, pois era para ser uma fic mais curta e foram longos 67 capítulos. Obrigada também pelas mensagens.
Espero que tenham gostado e que o final seja o que esperavam.
Mais uma vez obrigada!
E para tornar a separação mais branda, teremos um pequeno capitulo extra. Ele irá passar praticamente cinquenta anos depois dessas aventuras. Aguardem.

20/12/2015
Krika Haruno



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Lenda dos Santos de Atena" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.