A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 66
Felizes para sempre: parte 1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, estou de volta depois de um longo inverno. Sei que demorei a postar, mas fiquei com o tempo corrido. Bom, o final acabou ficando grande e tive que dividir em duas partes. Hoje estou postando a parte um e na próxima semana a parte dois. E como eu tinha dito, até o final do ano, posto o capitulo extra. Darei maiores detalhes sobre esse capitulo na parte 2.



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Os cavaleiros de Atena sorriram ao verem as meninas. Estavam surpresos por vê-las naquele local.

– Você não ia mudar? – indagou Aioria com um sorriso bobo.

– Mudança de planos... – Gabe sorriu de volta se contendo para não pular no pescoço dele.

Rodrigo nem olhou para os dourados. Sua atenção estava em Saori, assim como a dela. Os dois se olhavam fixamente, analisando cada detalhe um do outro. Lentamente os lábios da deusa foram curvando-se num grande sorriso. Por segundos esqueceu-se dos presentes, dando vazão ao seu sentimento. Correu em direção ao baiano jogando-se nos braços abertos.

– Rô... – começou a chorar. A simples ideia de não vê-lo mais a consumia. – Rodrigo....

– Saori. – ele a apertou nos braços.

– Pensei que nunca mais fosse vê-lo. – o fitou com as lagrimas ainda escorrendo. – eu...

– Não vou deixa-la senhorita Mitsui. – carinhosamente enxugou lhe o rosto. – senti sua falta.

– Eu também...

O baiano tomou-lhe os lábios rosados de forma lenta e carinhosa, aproveitando cada segundo. Esperou por tanto tempo aquele contato que queria aproveitar a cada instante.

A cena era acompanhada por todos. Os dourados acharam o fato inusitado, mas intimamente estavam felizes por ver aquela garota feliz.

Os lábios soltaram, mas não se afastaram.

– Oi Saori. – disse Jules fingindo tossir.

– Oi meninas. – sorriu. – é muito bom vê-las. – sorriu mais ainda. – estou muito feliz por ver todo mundo!

Era nítida a felicidade dela. Quem a tinha visto logo após a morte dos dourados e a visse agora, diria que se tratava de duas pessoas distintas.

Mu aproveitou para se aproximar de Ester.

– Oi. – disse timidamente.

– Oi Mu. – Ester sorriu.

– Jamais imaginei que a veria aqui. Foi estranho a minha vinda, mas pelo visto valeu a pena.

Ester sorriu.

Ricardo estava num dilema. Assim que viu Mabel seu coração disparou, mas ele era padre e esse tipo de sentimento não era conveniente. Ficou com a respiração suspensa ao vê-la se aproximando.

– Oi Ricardo.

– Oi Bel. – sorriu. – quero dizer Mabel. – tentou ser o mais formal possível.

– Uma agradável surpresa em meio a esse caos.

Os dois voltaram a atenção. Era Afrodite, já com uma rosa nas mãos.

– Você salvou essa loucura toda. – deu uma rosa branca a brasileira.

– Oi Dite.

Aldebaran fechou o cenho.

Kanon estava com a cara fechada. Suellen aproximou, já imaginando a bomba.

– Oi senhorita Suellen.

– Oi Kanon.

– Por que não voltou ao restaurante? – indagou logo de cara.

– Tive meus motivos... – queria sorrir.

– Saiba que a noite foi um sucesso!

– Posso imaginar... – sorriu.

Saga balançava a cabeça negativamente. Kanon as vezes parecia uma criança.

– Oi Saga.

Ele voltou a atenção para a voz.

– Oi...- a fitou para abaixar o olhar em seguida.

– Tudo bem? – analisava a expressão dele.

– Sim e você? – a fitou.

– Estou bem. E a exposição?

– Foi excelente... desculpe, mas o que você está fazendo aqui?

– Logo saberá.

Mask aproximou de Heluane e sem pudor a pegou pelo braço.

– Oi para você também Giovanni.

– Pode me explicar o que faz aqui? – a soltou.

– Os mesmos motivos que você. – sorriu com um sorriso dubio.

– Isso é um sanatório?

– Quem sabe... – respondeu evasivamente.

– Eu exijo uma explicação.

– Exige nada. Ainda mais agora que não pode mandar ninguém para o inferno. Sossegue.

A expressão enfureceu.

Shaka não esperou Juliana se aproximar. Foi até ela.

– Oi Shaka.

– O que está fazendo aqui? – indagou direto. – você tem alguma relação com isso?

– De certa forma. – deu um sorriso maroto.

O indiano franziu o cenho. Agora mais do que nunca sabia que ela fazia parte de sua vida.

Jules estava com receio do que Dohko poderia dizer sobre o beijo. Ficou em pânico quando o viu se aproximar.

– Oi... – a voz saiu num fiapo.

Ela não teve tempo de dizer nada. Quando deu por si, o libriano a beijara.

– Agora estamos quites. – disse com um sorriso bobo.

Sheila deixou as conveniências de lado e pulou no pescoço de Aiolos.

– Estava quase indo atrás do Sorento.

– Atrás de quem? – o ato o deixou surpreso, mas gostou de tê-la tão perto. – quem é esse?

– Seu concorrente.

– Como? – não entendeu. – tem alguma relação por estarmos aqui?

– Tudo! Agora vou poder voar!!

Shura aproximou-se de Julia.

– Oi Julia.

– Oi.

– Você não deixou seu telefone...

– Teria me ligado? – indagou surpresa.

– Sim... – coçou a cabeça sem graça. – ah... claro. Os cursos... – estava encabulado.

Ela sorriu.

Isa olhava para as amigas.

– Nos encontramos novamente senhorita Isabel.

Ela sentiu o ar congelar.

– Oi Kamus.

– Eu pensei que fosse a palestra junto com sua amiga. – a fitou fixamente.

– Não tive tempo...

– Curioso nos encontramos em solo grego. Faz alguma ideia? – deu um sorriso.

– Tudo irá fazer sentido. – devolveu o sorriso.

Paula foi até Shion. O ariano a fitava ressabiado.

– Oi Shion.

– Oi Ana Paula.

– Passou bem desde daquele dia? – o fitou segurando o riso. Shion estava com uma cara muito séria. – “típico.” – pensou.

– Muito bem. Nada de anormal, a não ser o fato de estar na Grécia e em sua companhia.

– E isso é ruim?

– Gosto de ter o controle de tudo, mas... vê-la foi a parte boa.

Marcela estava num canto, tendo enjoos. Miro a observava. Ficou feliz por vê-la, mas não queria aproximar. E se o marido tivesse vindo junto? Ficaria na sua, se não tivesse percebido que ela estava pálida.

– Não quer se sentar? – pegou no braço dela, já conduzindo ao trono de Atena.

– Esses enjoos... – deixou-se levar.

Miro a ajudou a se sentar.

– Quer que eu busque algo?

– Estou bem. Obrigada Miro. – o fitou sorrindo. Ele estava muito gentil.

– Quer que eu chame seu marido? – não ficaria bem ele ali.

Ela se segurou para não rir.

– Não precisa. Enjoos são normais em gravidez. Logo passa.

A frase foi ouvida pelos dourados. Kamus os fitou na hora.

– Está grávida?

– Sim.

O aquariano olhou de Marcela para Miro. Por que tinha a impressão de que os dois eram um casal? E por que tinha a impressão de que o rapaz era o pai?

Atena, ainda nos braços de Rodrigo, fitava os dois. Aquele trono ocupado por ela e pelos patriarcas, agora estava ocupado pela futura geração de cavaleiros.

– Não contei que o santuário foi invadido por pessoas normais? – disse, soltando-se. – os cavaleiros de ouro se apaixonaram por treze meninas.

Aioria voltou a atenção para Gabe.

– Você já me conhecia antes? Antes daquela vez na universidade?

– Sim. Você é Aioria de Leão. O desenho que você carrega, fiz enquanto estava aqui. Antes da guerra contra Hell.

O leonino arregalou os olhos.

– Mas eu sou um padre! – exclamou Aldebaran. – eu não posso seguir uma deusa pagã. E... deuses não existem.

– Atena existe Deba. – disse Bel. – e isso também... – ela mostrou a mão direita para ele.

O taurino fitou o anel dourado. Subitamente olhou para sua própria mão.

– Não pode ser...

Shaka ouvia tudo em silencio. Ele era um monge e não um cavaleiro. Deuses gregos não existiam... ou existiam? Olhou para Juliana. O fato de achar que ela fazia parte de sua vida era uma prova do que aquela história era verdadeira?

Saga tentava pensar, mas a cabeça voltou a doer e dessa vez mais forte.

– Ai...

– O que foi Saga? – indagou Cris.

– Minha cabeça... – foi de joelhos ao chão.

– O que tem ela? – segurou o rosto dele entre as mãos.

Saga a fitou fixamente, a dor passava, contudo de repente a mente foi invadida por imagens desconexas.

– Ai. – a dor aumentou.

– Saga.

– Saga. – Kanon aproximou. – o que foi Saga?

– Algo... está tentando sair... – murmurou.

Atena o fitou, Ares estava tentando assumir o controle? Ele estaria com memoria?

A dor continuou implacável, até que sumiu de repente. Saga ergueu o rosto, fitando ao redor.

– Saga...

Ele fitou a mineira.

– Cristiane...? – a voz saiu diferente. – o que aconteceu...?

– Ares??! – a mineira ficou surpresa. – você se lembra de mim?

O cavaleiro tocou a face dela. Kanon observava a cena sem entender. Por que a brasileira o havia chamado de Ares?

– Eu temi que Hell te matasse... – acariciava o rosto.

– Saga o que está acontecendo? – indagou Kanon. – o que é Ares?

Ares o olhou.

– Não sabe quem eu sou? – sorriu. Para depois olhar ao redor. Notou que os outros cavaleiros estavam sem cosmos, inclusive ele. – o que você fez Atena?

– Atena? – Shura o fitou.

– Espera aí. – disse Miro. – essa garota é a deusa Atena?

– Sim Miro.

– Isso é loucura. – Aioria balançou a cabeça.

– Não é, eu...

A frase foi interrompida, pois começou a sentir um poderoso cosmo. Marin também ficou de prontidão. Os demais continuaram nas mesmas posições, já que não sentiam a energia.

A porta dourada abriu, dando passagem a uma mulher de cabelos loiros longos presos por uma trança e olhos extremamente azuis.

– Idun?! – Atena levou um susto.

– Como vai Atena? – sorriu.

– O que faz aqui? – estava surpresa.

– Ajuda-la a resolver isso. Não pensei que encontraria seus cavaleiros tão rápido.

– Como assim? Você sabe o que aconteceu? Sabe quem os trouxe a vida?

– Sim.

Os cavaleiros olhavam para a mulher recém-chegada. Ela trajava roupas estranhas. Idun notou os olhares.

– Sou Idun. Deusa nórdica da poesia. É um prazer conhece-los cavaleiros de Atena.

– Idun, eu não estou entendo nada, pode me explicar? – pediu Atena.

– Claro. – voltou o olhar para Ares. – qual a sua ultima lembrança?

– O selo sendo destruído. – respondeu seriamente. – por que ele não se lembra de mim? – apontou para Kanon.

– Tudo começou quando a lança voltou para as mãos de Odin.

–--- Flashback ----

Odin acompanhado por Frigga estavam nos domínios de Heimdall. Estavam em silencio, apenas aguardando o pronunciamento do guardião de Brisfot.

– E então? – indagou Odin.

Heimdall continuou em silêncio. Minutos depois, o teto da construção brilhou em dourado e um objeto surgiu. A lança de Odin voltara para seu dono.

– Ela voltou... – Frigga olhou do objeto para o marido. – isso significa...

– Palas saiu vitoriosa. – disse Heimdall. – Hell e o selo foram destruídos.

Wotan soltou um suspiro aliviado.

– Perfeito. – disse.

– Contudo... – a voz do guardião voltou a espalhar.

– O que aconteceu?

– Os jovens defensores de Palas morreram no combate.

– Morreram?! – exclamaram Odin e Frigga ao mesmo tempo.

– Sim. Os quatorze defensores pereceram. Palas está inconsolável.

Os dois deuses trocaram olhares. Eles também tinham as Valquírias, entendiam perfeitamente os sentimentos da jovem grega.

– Coitada... – murmurou Frigga. – Atena os amava tanto!

– Ela está chorando diante das vestimentas deles. – Heimdall olhava fixamente para um ponto.

– Não podemos fazer nada? – Frigga fitou o marido.

– Creio que não... – murmurou. – iremos voltar Heimdall.

O guardião fez uma mesura. Os dois deuses voltaram para o palácio, onde deram a noticia para Idun. A deusa ficou extremamente triste ao ouvir sobre a amiga.

– Não podemos fazer nada? – a voz infantil saiu chorosa.

– Infelizmente não querida. – Frigga a abraçou.

– Tadinha da Atena... ela gostava tanto deles.

– Eu sei...

–--- Fim do Flash -----

– Eu realmente fiquei muito triste por você Atena. – Idun pegou nas mãos dela. – eu sei o quanto eles significam para você.

– Eu sei. – os olhos marejaram. – mas agora eles... – sorriu.

– Durante alguns dias fui até Heimdall para ter noticias suas e elas não eram boas. Estava até pensando em vir vê-la, quando Wotan solicitou a minha presença...

–---- Flash ----

Odin estava em seu trono quando Idun apareceu a sua presença.

– Me chamou? – disse a garotinha.

Ele não respondeu de imediato, parecia está com o pensamento longe.

– Wotan?

– Desculpe... – a fitou. – pode se tornar adulta? O assunto é sério.

Idun franziu o cenho, mas concordou. Segundos depois estava na sua forma normal.

– Em que posso ser útil.

– Quero que me acompanhe numa missão. E também precisarei de duas das suas maças.

A deusa ficou em silencio. Quais seriam os planos de Odin?

–---- Fim -----

Os presentes ouviam perplexos.

– Eu não disse que tinha dedo do Odin? – disse Mabel. – ele convenceu aquele cara.

Atena que ouvira olhou de Bel para Idun que trazia um fino sorriso.

– Foi Odin? – indagou a deusa surpresa.

Idun apenas balançou a cabeça afirmando. Os cavaleiros que escutavam não estavam entendo nada. Ainda era loucura acreditar na existência de deuses. Ares era a exceção.

– Pelo menos ele teve senso. Depois de fazermos a obrigação que era dele, - frisou. – era o mínimo a se fazer por nós.

Apesar das palavras virem de Ares, os brasileiros e Marin concordaram. Hell não era uma deusa grega.

– Mas como foi isso? Como ele conseguiu? – indagou Atena.

– Tudo começou... – iniciou Idun.

–--- Flash----

A paisagem desolada não o deixou surpreso, afinal de contas Hellheim não era muito diferente daquele local. Ao invés de ser um campo devastado, o inferno dos nórdicos era coberto por gelo.

– Esse lugar é feio. – disse uma menina abraçando o homem.

– Nunca esteve em Hellheim? – indagou.

Ela balançou a cabeça de forma negativa.

– Talvez se ficar na forma adulta, assimile melhor esse lugar.

A garota obedeceu, elevando seu cosmo. Segundos depois tornou-se uma jovem mulher.

– Não iremos demorar. – disse o homem. – agradeço por me ajudar, mesmo sem saber o teor da missão.

Usando seu cosmo, o homem transportou a si e a mulher para um castelo em ruinas. Aparentemente não tinha ninguém, mas diante deles surgiu outra mulher.

– Quem são vocês e como entram nos domínios do imperador dos mortos? – estava em alerta.

– Viemos em paz, senhora. – disse o homem.

– Quem são? – sentiu o cosmo poderoso emanando da mulher, mas o do homem era muito maior. Talvez tão grande quanto do imperador.

– Sou Wotan, o deus de Asgard e essa é Idun, a deusa da poesia.

– Asgard?? – indagou assustada.

– Isso mesmo. Vim conversar com Hades, é possível? Senhora...

– Perséfone. – disse fria. – sou esposa de Hades. Sobre o que quer conversar?

– Vim atrás de uma prisioneira e selar um acordo.

Perséfone o analisou por instantes. Se ele tivesse más intenções já teria demonstrado, já que o submundo estava desprotegido.

– Atena sabe que está aqui? Soube que a ajudou na luta contra Hell.

– Ela não sabe, pelo menos por enquanto. Seria possível uma audiência?

– Venham comigo deus de Asgard.

O deus foi conduzido pelas dependências de Giudecca. Hades encontrava-se na câmara onde seu corpo imortal dormia.

– Hades... – a voz de Perséfone se perdeu.

– Estou surpreso por receber dois deuses de Asgard num curto espaço de tempo. – a voz de Hades preencheu o ambiente.

– É um prazer conhece-lo Hades. – fez uma leve mesura.

– O que o trás aqui?

– Temos assuntos em comum. – disse Odin. – como governante desse lugar, creio que sabe que tem uma nórdica em seu poder.

– Aquela mulher me causou muitos problemas. Terá o castigo que merece no Tártaro.

– Vim negociar sua libertação. – disse friamente.

– Como??? – indagaram Perséfone, Hades e até Idun que nada sabia.

– Quer libertar a Hell? – a nórdica o fitou.

– Não me expressei bem. Liberta-la do domínio grego. Hell deve ser punida dentro das leis asgardianas.

– E por que eu a libertaria? Ela pode se tornar uma ameaça novamente.

– Hell foi ferida por minha lança. Não fará nada tão cedo, além do mais ela será levada para Yggdrasil. Tem a minha palavra que não fará mais nada.

– Palavras são levadas pelo vento.

– Imaginei que diria isso. – olhou para Idun. – uma maça.

A deusa o fitou surpresa. Quais eram as intenções de Odin? Hell sob a custódia de outro panteão talvez fosse a melhor saída.

– Idun.

A voz de Odin a tirou dos pensamentos. Não disse nada entregando o fruto dourado.

– Nós deuses nórdicos temos nossas energias renovadas através dessas maças. Atena conseguiu segurar o selo de Kaya por tanto tempo, utilizando essa maça. – olhou para Hades. – se comê-la, seu cosmo voltará ao normal.

– A maça pela deusa infernal?

– Sim. Uma troca justa. – as feições continuavam frias.

– Atena sabe disso? – indagou desconfiando.

– Não. E de certa forma isso seria uma grande desvantagem para ela, já que com o cosmo estabelecido você poderia voltar a ser uma ameaça.

Era o pensamento de Idun. Odin estava ajudando o inimigo de uma aliada.

Perséfone e Hades trocaram olhares, também pensaram a mesma coisa. Poderiam confiar naquele deus?

– Posso comer um pedaço? – indagou Perséfone.

– À vontade.

Perséfone pegou o fruto dourado e deu uma mordida. Nos primeiros segundos nada aconteceu, mas depois sentiu seu cosmo fortalecer.

– É incrível. – sentiu as forças renovadas. - Isso é semelhante a ambrosia.

– O efeito é mais rápido e duradouro. E então? – fitou o imperador.

A sombra de Hades envolveu a maça, ao final do processo seu cosmo havia fortalecido.

– Que seja. – disse. - A deusa é sua.

Diante de Odin e Idun apareceu um caixão negro, envolvido por selos.

– Ela está aí.. Selada, já que é uma deusa infernal e poderia se manifestar aqui.

– Obrigado. Idun pode leva-la? – Odin virou-se para ela.

– O senhor não virá? – estranhou.

– Tenho mais um assunto. – deu um sorriso enigmático.

A deusa franziu o cenho, mas acatou. Segundos depois desapareceu.

– Que outro assunto tem a tratar comigo? – Hades ficou curioso.

– Se seu corpo imortal comer uma maçã poderá utiliza-lo normalmente.

– Vai oferecer outra maça? – indagou Perséfone surpresa.

– Sim, mas com algo em troca.

– E o que seria? – Hades gostou da ideia em ter seu corpo de volta.

– Eu quero as almas dos cavaleiros de Atena.

– O que??!! – exclamou a deusa.

Hades começou a gargalhar.

– Não sabia que os deuses nórdicos gostam de contar piadas.

– Não é piada. – disse sério. – estou trocando uma maçã pelos cavaleiros de Atena.

– Nunca! – bradou. - Aqueles insolentes nunca voltarão a vida. Já fiz uma vez e não farei de novo. Eles continuaram mortos.

Odin não disse nada.

– Por que quer isso? – Perséfone ficou curiosa. – eles não servem a você.

– Mas foram indispensáveis para a vitória. Estou em dívida com eles, pois eliminaram a Hell.

– E veio pedir a mim? – disse Hades irônico.

– É a única pessoa capaz disso.

– Reviver os cavaleiros de ouro? Eu não seria louco de fazer isso.

– Parece que o que falam sobre eles é verdade. Os punhos atravessam o céu e seus chutes rompem o chão. Quando o mal surge na Terra, os guerreiros da esperança sempre aparecem. Eles são os Cavaleiros de Atena.

– Não irei liberar! – berrou.

– Eu não tenho conhecimento do que se passou entre você e Atena, mas pelo jeito considera-os uma ameaça, humanos que ameaçam deuses.

– Deveria sentir o mesmo. – Hades aproximou. - Os cavaleiros de ouro são uma ameaça a nós deuses.

– Eu não tenho a intenção de tomar a Terra. – sorriu.

Hades estreitou o olhar ao ouvir aquilo.

– Seu corpo levará muitos anos para se recuperar. Foi ferido por uma arma divina. Eu sei dos seus efeitos. Mas já que quer permanecer assim... – disse evasivamente.

– Hades... – murmurou Perséfone. – é uma boa oferta. – disse, pois queria ajudar os cavaleiros e Atena.

– Perdeu o juízo? Eles me trouxeram muitos problemas!

– Isso é simples de resolver. – disse Odin, tentando não sorrir. – selarei a memoria deles. Irão renascer como homens normais.

– Que garantias eu tenho? Pode ser um complô contra mim.

– Não está lidando com capacho seu e sim com um deus. – a voz do nórdico saiu gélida. – sempre cumpro minhas promessas.

– Hades, por favor... – pediu a deusa. – se o selo abrisse teríamos um grande problema.

– Aceite que eles fizeram um bom trabalho. – disse Odin. – o selo aberto traria consequências para todos, independente do panteão.

Hades ficou em silêncio por alguns minutos.

– Está bem. – disse por fim. Pelo menos teria seu corpo e cosmo novamente. Pensaria nas consequências depois. - Perséfone, leve-o.

– Sim. – a deusa queria sorrir.

– Mas lembre-se, sem memoria e não quero que Atena saiba!

– Sem memoria. E ela não saberá de nada por mim.

Perséfone o conduziu até uma ala especial, onde quatorze “corpos” estavam deitados dispostos em circulo.

– Estão todos aqui?

– Sim Odin. Eles seriam transferidos para o Tártaro.

O deus posicionou-se no centro do circulo, liberando seu cosmo. A energia azulada envolveu-os até que seus “corpos” voltaram a ter a coloração normal. Depois o deus foi de um a um tocando na cabeça e dizendo algumas palavras que Perséfone não entendeu.

– Onde eles irão renascer? – indagou.

– Em seus países natais. – tocou na testa de Kamus.

– Nenhum irá para o santuário?

– Não. Eu prometi a Hades. – Odin parou diante de Saga. – a dualidade da mente dele poderá ser um problema.

– E o que pensa em fazer?

– Sela-la. Se a face má surgir, poderá fazer o geminiano se lembrar do passado. – colocou a mão sobre a cabeça de Saga e disse algo.

– Vai apagar a memoria dele?

– Eles têm as mesmas memorias, selando uma a outra desaparece. O importante é a face má não despertar.

O deus continuou o restante do processo com os outros.

– Está feito. – voltou para o centro. - Irão voltar como pessoas normais. Suas lembranças e cosmos estão bloqueados.

– Não corre o risco de serem liberados?

– Nada pode quebrar minha magia.

– Nada? – Perséfone queria ter certeza, não que não quisesse que os dourados se lembrassem e sim por medo de alguma retaliação por parte de Hades.

– Eu não tenho domínio de todos os encantamentos espalhados pelo mundo. Posso garantir que pelo menos eles, nem Atena tenham a capacidade de quebrar. Se isso acontecer será obra de algum deus.

Odin elevou novamente seu cosmo, contudo parou.

– O que foi?

– Pensei em leva-los para suas terras de origem, mas... – fitou a todos. - isso é estranho...

– Como assim?

– Eu anulei todos os sentimentos, pensamentos e lembranças, contudo suas essências estão vibrando do mesmo jeito e com exceção do cavaleiro de Aries mais novo, essas essências estão conduzindo-os a um espaço geográfico especifico.

– Eu não estou entendo Odin.

– Tem algo na essência deles que não estou conseguido apagar. E esse algo está ligado não a terra natal deles e sim a outro ponto do globo.

– Seria o santuário? Por serem cavaleiros?

– Eu paguei a essência de dever deles. Só este “algo” restou, por ser mais forte.

– E qual região?

– As terras ensolaradas do sul. Terras do domínio de Tupã.

– Mas há séculos que não ouvimos falar deles.

– Foram afetados pelo selo de Kaya. Hades ficará satisfeito que eles sejam conduzidos para esse lugar. Não estarão sob jurisdição de deus algum. Nem ao menos o ariano. Sua essência está dirigida para outro lugar.

– E qual seria? – Perséfone tentava encontrar uma razão para isso.

– Nas terras do Oeste.

Perséfone forçou a mente. Qual panteão aquelas terras pertenciam?

– Hopi? – arriscou.

– Creio que sim. Tawa era o deus supremo. Mas perdemos informações há muitos anos. Diversos panteões divinos foram se perdendo ao longo dos milênios.

– Não faz sentindo o Mu querer ir para um lugar como aquele.

– Mas estará fora de uma jurisdição. A probabilidade de Hades tentar fazer algo será menor. Se eles querem nascer nesses lugares, que assim seja. Voltem à vida, cavaleiros de Atena.

Os quatorze corpos respiraram, antes de serem envolvidos por uma luz azulada. Em seguida sumiram.

Perséfone sorriu. Era mais do que justo eles terem uma nova vida depois de tudo. Só era uma pena que Atena não saberia que seus santos estavam vivos.

Odin voltou aos seus domínios. Idun e Frigga o aguardavam na ponte Brisfot.

– E então? – indagou Frigga.

– No principio Hades relutou, mas depois acabou aceitando.

– E onde eles estão agora?

– No lugar que escolherem.

Idun olhava-os sem entender.

– Sei que te devo uma explicação. – Odin a fitou. – dei uma maça para a recuperação do corpo de Hades em troca dos cavaleiros.

– E ele aceitou? – indagou surpreendida.

– Sim.

– Mas Odin... Hades agora terá todo seu poder e Atena está desprotegida. Ele não pode ser uma ameaça?

– Os cavaleiros de Atena estão nas terras ensolaradas. Se algo acontecer sabe onde encontra-los.

– Mas estarão sem memória e cosmo.

– Não se preocupe com isso Idun, se acontecer, tudo irá se ajeitar.

– Não pretende contar a Atena?

– Fiz uma promessa a Hades. Ela não saberá nada por minha boca.

–--- Fim-----

Atena olhava incrédula para Idun. Assim como os brasileiros.

– Eu jamais saberia?

– Não. Está sabendo agora porque você os encontrou, se não fosse por isso não os veria tão cedo.

– Mas eu não os encontrei. – disse.

– Não? – questionou surpresa.

– Eu só soube deles, porque eles se aproximaram delas. Eles renasceram na terra delas.

Idun olhou para onde Atena apontava. Cada cavaleiro estava ao de uma menina. Será que significava que havia algo entre eles? E que isso afetou a ida? Odin sabia disso?

– “Não... – pensou. – ele não cometeria um erro... – tinha certeza que Odin não sabia da história deles com as mortais. – ele teria tomado outras medidas se soubesse.”

– Isso não importa. – disse Atena. – estão vivos. – sorriu.

– Espera um pouco. – Miro tomou a palavra. – estávamos mortos e aí esse tal de Odin nos trouxe de volta?

– Isso mesmo cavaleiro de Escorpião. – respondeu Idun.

– Eu sou um padre! – Deba fez o sinal da cruz. – deuses não existem.

– Desculpe senhorita Saori, - iniciou Shion. – mas isso é fantasioso demais.

Dohko e Kamus concordaram com ele.

– Odin fez um bom trabalho. – disse Idun sorrindo. – não se lembram de nada mesmo.

– E quanto a mim? – Ares a fitou.

– Você foi apenas selado. Algo deve ter desencadeado a liberação da sua mente. Talvez o uso da magia para fazê-lo entrar no santuário.

Shaka que ouvia em silencio olhou para Juliana.

– Eu realmente sou um cavaleiro?

– Sim. – sorriu. – e agora pode iniciar a sua busca.

– Que busca?

– Kajra.

O indiano arregalou os olhos, por que aquele nome lhe era tão familiar?

– E as memorias deles senhorita Idun? – indagou Rodrigo.

A deusa juntou as mãos erguendo seu cosmo, segundos depois apareceu um cálice dourado.

– Aqui contém um pouco de água que Eir colocou seus dons curativos. Eir é a nossa deusa da cura. Misturei a essa água um pedaço da minha maça, para potencializar o efeito e assim anular o poder de Odin. Se eles beberem terão suas memorias e cosmos novamente.

– Eu não vou beber isso. – disse Mask. – vai que está batizada!

– Deixa de ser estupido. – Helu o beliscou. – vai beber sim!

– O Aiolos vai beber. – Sheila ainda estava pregada no pescoço dele. – quero voar logo.

– Bem...

O sagitariano não estava muito convencido com a história. Alias, todos. Por mais que dissessem que eles eram os tais cavaleiros, a história era muito absurda.

– Se eu beber isso, o Saga vai voltar? – indagou Ares.

– Sim. – disse a deusa.

– Eu não bebo. – o geminiano cruzou os braços. – estou muito bem assim.

– Mas Ares...

– Sem chance Cristiane. Saga não voltará mais.

Logo começou uma pequena discussão entre os dois e entre os demais. Os cavaleiros estavam irredutíveis. Atena ouvia tudo perplexa. Deveria querer que seus santos voltassem ao “normal”, mas se eles quisessem levar aquela nova vida, respeitaria a decisão deles.

– Tudo bem. – disse por fim. – se não querem ter suas memorias de volta eu respeito. O mais importante para mim é que estão vivos. – sorriu.

A declaração os deixou surpresos.

Mu que ficou o tempo todo em silêncio voltou a atenção para Ester. Não sabia explicar porque gostava tanto daquela garota. Só a viu uma vez, mas o suficiente para querer ficar ao lado dela. Não se importava se eles tinham uma história antes, aquilo não mudaria seus sentimentos, mas...

– Senhorita Idun, - voltou a atenção para ela. – eu quero beber.

– Não pode está falando sério. – disse Deba.

– Sinto que é importante para nós. – olhou para Ester. – e para ela. – olhou para Atena, ele tinha simpatia por ela. – eu quero descobrir a verdade.

Atena e Ester sorriram.

– Marin. – disse a deusa.

A amazona foi correndo até a cozinha pegar copos. Idun despejou um pouco da agua.

– Quando beber sentirá sono. É provável que vá despertar apenas daqui algumas horas. O poder de Odin é grande e demanda tempo para ser quebrado. Está de acordo?

– Sim.

– Beba.

O ariano pegou o copo e bebeu todo o conteúdo, sendo acompanhado por todos. Como Idun havia dito, logo sentiu as pálpebras pesadas. Rodrigo e Fernando o seguraram.

– Mu! – exclamou Deba.

– Vou leva-los para Aries. – disse Atena olhando para Ester. – cuide dele.

Ela balançou a cabeça afirmando. Usando seu poder, Atena os teletransportou para a primeira casa.

Shaka pensava nos prós e contras, em beber o liquido. Aquela história de deuses mitológicos era insanidade, contudo não podia negar que os sentimentos envolvendo a oriental, Kajra e Saori eram verdadeiros. Sentia que as três eram importantes em sua vida. Por conta do nervosismo em não saber o que fazer, Shaka segurou mais forte a mão de Juliana, a brasileira percebeu.

– Não precisa beber se não quiser. – disse.

– Me sinto confuso...

– Isso é normal Shaka. Mas saiba que independente do que escolher eu estarei com você.

O cavaleiro ficou surpreso com as palavras, para depois sorrir. Por que perto dela as coisas eram mais fáceis?

– Idun. – fitou a deusa. – eu também quero.

Atena sorriu internamente.

O processo foi o mesmo com o ariano. Assim que tomou o liquido o virginiano sentiu as pálpebras pesadas. Os dois brasileiros o amparou e segundos depois Atena conduziu Shaka e Juliana para a casa de virgem.

– Até o monge está caindo nessa lorota... – murmurou Mask. – eu que não bebo essa água.

– Giovanni... – murmurou Heluane desanimada.

– A minha vida está muito boa, para quê vou querer essa vida anterior?

– Mas essa não é a sua vida, a ...

Helu parou de falar, olhando atentamente para o canceriano. Ele estava relutante em acreditar na sua vida de cavaleiro, será que tinha algum motivo?

– Quando escutou essa história o que sentiu?

– Que estava num manicômio?

– Estou falando sério.

Gio torceu a cara, mas acabou respondendo.

– Tristeza... Sinto que tem detalhes ruins dessa história.

A fluminense o fitou compadecida. De certo que as emoções vividas na infância e os atos praticados quando era o assassino Mascara da Morte ainda estavam presentes no seu intimo, mesmo Odin apagando as memorias. Talvez, interiormente, Giovanni não quisesse se lembrar de tais fatos. Talvez quisesse ter uma nova vida sem aquela carga emocional nas costas.

– Por que está me olhando assim?

– Tudo bem se não quiser lembrar. – sorriu. – se está feliz assim.

– Então podemos ir embora? E dessa vez não vou deixar você escapar. – a pegou pela cintura. – eu quero você.

– Mas nem me conhece direito. – disse para testa-lo.

– Algo em mim diz que te conheço perfeitamente e isso é o bastante.

Helu sorriu.

Aioria olhava para a folha de papel. Só aquela história absurda poderia explicar o fato de carregar aquele desenho. A atenção foi para Gabrielle. Era por isso que se sentia ligado a ela? Os dois tinham uma história? O olhar foi para a garota ruiva, também sentia-se ligado a ela, mas de forma diferente.

– Se eu beber essa água e não for o tal cavaleiro de Leão, posso voltar para o Brasil? – fitou Atena.

– A escolha é sua Aioria. – disse.

– O que você escolher está bom para mim Aioria. – disse Gabe.

– Vou beber.

– Aioria. – chamou Aiolos. – não pode fazer isso. Isso tudo é loucura.

– Se eu não for, será apenas um mal entendido. – caminhou até Idun. – vou beber.

Idun separou uma porção para ele. Assim que Aioria bebeu foi amparado pelos meninos.

– Aioria! – Aiolos aproximou. – Aioria.

– Ele só está dormindo Aiolos. – Gabe parou ao lado deles. – eu vou cuidar dele.

Atena os fez desaparecer. O sagitariano ficou ressabiado, mas aceitou.

Ricardo assistia a tudo confuso. Parte dele achava aquela estória absurda, mas a outra perfeitamente plausível. Desviou a atenção para Mabel. Desde que a vira pela “primeira” vez no altar da igreja, sentiu o coração aquecido e uma leve sensação de estar ligado a ela. Se o que Saori havia dito fosse verdade, explicaria esse sentimento. Fitou as alianças que usava. Uma era da igreja, mas e a outra? Realmente era uma prova de um compromisso entre os dois?

– Senhorita Saori. – olhou para a deusa. – a resposta que deu ao Aioria vale para todos? Se tudo não for um grande mal entendido posso voltar?

– Sim Ricardo. Mas no seu caso...

– O que tem? – não entendeu.

Atena apontou para a roupa dele e para Mabel. O taurino compreendeu na hora. Se voltasse para o Brasil ele teria que escolher entre a batina e a brasileira.

– Entendo... – murmurou.

A passos vacilantes caminhou até Idun. A deusa deu lhe um copo. Deba ainda olhou para Bel, que lhe sorria, antes de beber água. Rezava para que tudo terminasse da melhor forma.

Devido ao tamanho, Rodrigo e Fernando tiveram um pouco de dificuldade por isso Atena foi rápida em manda-lo, juntamente com Mabel, para Touro.

Afrodite soltou um suspiro desanimado. Sendo verdade ou não, ele jamais teria a piauiense.

– Dor de cotovelo não é do seu feitio. – disse Heluane.

– Ela tem razão Gustavv. – Marin aproximou-se dele.

O sueco fitou as duas, apesar de serem rostos novos, tinha a leve sensação de conhecê-los, principalmente o da ruiva.

– Isso tudo é verdade? – indagou.

– Sim. – respondeu a japonesa. – e você é meu mestre e meu amigo. – pegou nas mãos dele.

– Não quero te forçar, mas eu queria ter você de volta. – disse Helu. – alguém precisa me ajudar com esse grosso. – apontou para Mask.

– Quem você está chamando de grosso? – ralhou o canceriano.

Dite sorriu.

– Eu não resisto a dois rostinhos bonitos. – caminhou até Idun. – correção: três. – fitou Atena. – ainda bem que teve a ideia de trazer mais copos, eu não colocaria minha boca aí.

As meninas riram com o comentário. Afrodite tomou o liquido de uma vez.

– Atena, eu tomarei conta dele. – disse Marin.

– Tudo bem.

Ela olhou para Fernando, que apenas sorriu. A grega transportou os dois.

– O Dite vai voltar! – disse Helu empolgada.

– Que empolgação é essa? – Mask fechou a cara.

– Ele é meu amigo.

– Amigo? – arqueou uma sobrancelha.

– Se aceitasse beber a água saberia de tudo. Já que não vai beber, vou a Peixes esperar ele despertar.

– Espera. – segurou-a pelo braço. – ele tem a ver com o meu passado?

– Sim.

O canceriano a soltou. Algo lhe dizia que deveria beber a tal água.

– Ôh loira, dá essa água. – foi até ela. – se eu passar mal vai processa-la.

Atena sorriu, o canceriano continuava o mesmo.

– Vai mesmo beber? – indagou Heluane surpresa.

– Vou.

Giovanni pegou o copo e virou de uma vez. Depois de amparado foi conduzido junto com a brasileira para Câncer.

Os cavaleiros olhavam uns para os outros. Seria prudente?

– Você não vai tomar a água? – indagou Sheila.

– Não.

– Ótimo! – sorriu. Com Aiolos sem memoria, facilitaria com Sorento.

Ele arqueou a sobrancelha.

– Queria tanto que eu bebesse e agora não quer mais? – ficou desconfiado.

– Não posso te forçar. – sorria.

– Eu pensava que o chifrudo era o Deba. – disse Jules de forma aleatória.

O sagitariano ficou em silencio. Para quem queria tanto que ele se lembrasse, ela tinha mudado de ideia rápido.

– Você não será obrigado Aiolos. – disse Atena.

Ele a fitou. Era estranho, mas sentia um enorme carinho por aquela garota. Será que tudo era verdade?

– Kanon você precisa se lembrar. Eu quero ir ao reino submarino. – disse Sheila.

– Como? – indagou o marina sem entender.

– Ora... você é amigo do Sorento.

Escutar aquele nome fez seu corpo ficar rígido. Não entendia o porquê, mas não gostava daquela pessoa.

– Você conhece esse tal de Sorento? – perguntou.

– Claro. – Sheila deu um sorrisinho dúbio.

E ele não gostou.

– Senhorita Idun eu vou beber. – disse sério.

A deusa nórdica olhou para Atena sem compreender. Que poder essas mulheres tinha sobre eles?

– Depois te explico. – disse Atena segurando para não rir. A memoria poderia está apagada, mas o ciúme...

– Vai beber mesmo? – Sheila ainda não estava muito convicta.

– Vou. – disse seco.

– Aiolos continua um idiota... – murmurou Ares. – é patético.

– Ares! – Cris deu um cutucão.

– Eu vou voar!! – Sheila comemorava.

Aiolos pouco se importou com a reação. Pegou o copo tomando todo o conteúdo.

– Vamos Atena, nos leve!!! – a paulista estava animada.

Atena apenas sorriu, levando-os.

Kamus achava tudo um absurdo, mas aquela interação entre eles e as meninas e as falas do tal Ares, que diga-se de passagem, não entendia porque Saga usava outro nome, fazia o questionar. E se fosse verdade?

– O que mais sabe sobre mim? – indagou a Isabel.

– Tem uma irmã e sobrinhos. Toca violino divinamente. – sorriu. – é tudo verdade Kamus. Não teria sentido mentir para você.

– Estará comigo quando eu acordar?

Isabel ficou surpresa.

– Estarei. – sorriu. – não vou sair do seu lado.

O aquariano fitou o colar que ela usava.

– Obrigado. – voltou a atenção para a deusa nórdica. – também irei beber.

Idun preparou um copo para ele. Assim que tomou, Isabel e ele foram conduzidos a Aquário.

Dohko observava a tudo. Apesar da incredulidade no inicio, começava a acreditar que realmente fazia parte daquele mundo. A garota, a suposta deusa Atena, não teria porque mentir. Ele não tinha nada a oferecer para despertar o interesse dela. Somado a isso, o sentimento que nutria por aquela garota. Só aqueles fatos poderiam explicar. Só lhe restava arriscar.

– Saori, posso confiar a minha vida a você?

– Claro Hian. – sorriu. – tem a minha palavra que nada vai te acontecer.

– Então vai beber? – indagou Jules.

– Vou correr esse risco. – sorriu. – quero ter certeza dos sentimentos que senti quando nos beijamos.

Jules abriu um grande sorriso. O libriano tomou o copo, bebendo todo o conteúdo. Atena providenciou a ida deles para Libra.

Marcela sentada no trono, não prestava muito atenção, estava enjoando.

– Miro...

– Sim. Está passando bem?

– Só um pouco enjoada, mas vai passar...

– Não quer que chame um médico? – estava muito preocupado. – ou o pai da criança...?

– Ele está na minha frente. – disse sem perceber.

O escorpião tomou um susto.

– Eu sou o pai?

– Toma a droga da água. – disse sem paciência. – também gostaria de saber por que é o pai e porque mentiu para mim.

– Menti?

– Toma a água cacete.

O grego franziu o cenho. Aqueles fatos eram estranhos, mas intimamente sentia-se muito ligado a brasileira e saber que era o suposto pai da criança o deixou feliz. Beber a tal água talvez fosse a solução de tantos enigmas.

– Tudo bem.

Miro foi até Idun e tomou o liquido de uma vez.

– Vou disponibilizar alguma serva para ficar com ele. – disse Atena, pensando no estado de Marcela.

– De jeito nenhum! – a brasileira deu o grito. – ele, sozinho com outra mulher? Jamais!

– Mas ele não pode ficar sozinho...

– Eu ficarei com ele. – levantou. – estou grávida, não morta. Eu quero está do lado quando ele despertar.

– Vou leva-los então para um dos quartos de hospedes.

– Como quiser.

Atena os levou.

Julia acompanhava todas as amigas seguirem com seus dourados. Shura por sua vez estava bastante sério. Nada daquilo fazia sentido. Ele fitou a paulista.

– Se tudo for verdade, você faz parte do meu passado?

– Faço e quero muito fazer parte do seu futuro, independente do que escolher.

O olhar dirigiu-se para os cabelos ruivos.

– Vou tomar. – decidiu.

Julia sorriu. Shura tomou o liquido de uma vez e os dois foram levados para Capricórnio.

Shion estava inconformado. Como eles tinham decidido tomar o liquido sem garantias?

– Ainda não acredita? – indagou Paula de forma séria.

– É muito fantasiado.

– Então me explica uma coisa. – parou de frente para ele. – por que tem essas pintas?

– São marcas de nascença.

– Reparou que o Mu também as tem? Não é muito coincidência os dois terem no mesmo local?

– O que está querendo dizer?

– Que há mais mistérios entre o céu e a Terra do que nossa vã filosofia. – repetiu as palavras de Shakespeare. – você faz parte desse mundo, assim como eu faço parte do seu mundo.

Ficou surpreso com as palavras.

– Não tem nada a perder, senhor grande mestre. – sorriu.

Pensou por alguns instantes, talvez ela tivesse razão.

– Vou te dar um voto de confiança.

– Não vai se arrepender.

Atena que os fitava sorriu. Era natural Shion desconfiar, afinal de contas foi o mestre do santuário por dois séculos. Aprendera sempre a ponderar, antes de tomar qualquer atitude.

O ariano pegou o copo destinado a ele. Olhou para o liquido.

– Não te fará mal. – disse Idun.

– Está bem.

Ele tomou. Atena os conduziu para os aposentos dele. No salão só havia restado os geminianos.

– Até o velho cedeu. – disse Ares. – são todos uns idiotas.

Cristiane não respondeu ao comentário, precisava convencer Ares a tomar a agua, caso contrario, Saga não voltaria.

Kanon também estava reticente em tomar e discutia isso com Suellen.

– Que garantias eu tenho? E se for uma armadilha?

– Deixa de ser paranoico Kanon. Não quer ter a sua vida de volta?

– Que vida? A que sou um guerreiro? Eu sou dono de um restaurante!

– Não adianta garota. – disse Ares. – ele nunca vai querer. Bom para mim, um a menos para me controlar.

– Pare de falar assim Saga!

Ares rolou os olhos.

– Vai tomar sim. – Suellen foi até Idun. – me dá esse copo. – voltou para perto de Kanon. – beba.

– Não.

– Beba.

– Não pode me obrigar.

– BEBA KANON! – gritou.

O marina assustou.

– Beba, não me deixe nervosa.

Ficou em silêncio, não queria beber de jeito nenhum, mas o olhar que a brasileira lhe dirigia dava medo.

– Se eu passar mal, te entrego para a policia.

– Bebe.

Pegou o copo e bebeu, para o espanto de todos.

– Não imaginava que o Kanon fosse tão frouxo. Obedecendo a uma mulher. – olhou para Cris. – eu não vou beber.

– Tudo bem. – disse simplesmente.

– Não vai me obrigar? – estranhou.

– Por quê? Não sou eu quem ficará sem cosmo. – disse como se aquilo fosse um mero detalhe.

– Como assim?

– Quando todos despertarem terão seus cosmos novamente, de menos você, já que não bebeu a agua. – ela queria rir, mas não podia.

Ares ficou em silencio, ela tinha razão. Precisava do imprestável do Saga para atingir seus objetivos. A passos duros foi até Idun, tomando a taça a força. O geminiano tomou ate a ultima gota.

Atena, Rodrigo e Fernando trocaram olhares. Ares havia tomado?

– Estou pegando o jeito. – sorriu. - Enganei o ex- mestre do santuário. – a mineira brincou. – pode nos levar Atena?

– Claro.

– Mortal. – chamou Idun. – o cosmo dele será restabelecido, mas não posso garantir qual personalidade irá despertar.

– Se fosse antigamente ficaria preocupada, mas agora, não.

– Desculpe Cristiane. – disse Atena. – quero acreditar que ele esteja perdendo a sua faceta maldosa, mas Ares é uma caixinha de surpresa.

– Sei que estou mexendo com fogo Atena, mas eu escolhi conviver com esse risco.

A deusa sorriu e segundos depois transportou os quatro.

– Quem diria que Ares fosse aceitar. – disse o baiano.

– Também fiquei surpresa. – Atena aproximou-se do namorado.

– Me despeço Atena. – Idun sorriu. – foi um prazer revê-la.

– Serei eternamente grata. Agradeça também a Odin.

– Transmitirei.

A deusa nórdica envolveu-se em seu cosmo desaparecendo.

– Bom... meu quarto continua o mesmo? – indagou Fernando, vendo que segurava vela.

– Sim.

– Vou aguardar o desperte deles lá. Com licença.

O mineiro saiu deixando os dois.

– Atena... eu tenho uma dúvida.

– Qual?

– Quando eles despertarem, o que será de nós? Voltaremos para o Brasil sem memória? Vai ser tudo de novo?

– Não. Vamos aguardar o desperte, enquanto isso venha. – a deusa o pegou pela mão.

– Para onde?

– Meu quarto.

A deusa e o mortal subiram as escadas em meio aos beijos e só esperaram entrarem na intimidade do quarto para matarem a saudade...

Os cabelos lilases estavam espalhados pela cama. As mãos alvas brincavam com o peito desnudo do baiano.

– No que está pensando? – indagou diante do silencio do amado.

– Na nossa volta para o Brasil.

Saori ergueu o rosto fitando-o.

– Como assim?

– Nós não poderemos ficar aqui. – a fitou. – fico imaginando a reação das meninas e dos dourados. Depois de tudo que passaram terem de viver separados.

– Não se preocupe com isso. – acariciou o rosto dele. – tudo ao seu tempo.

Ele pegou na mão dela.

– Queria realmente não me preocupar.

A grega notou o tom de voz. Ela sentou na cama.

– Fale Rodrigo. – a voz saiu mais imperativa.

– Eu não queria viver assim. – ele também sentou, de frente para ela. – eu realmente imaginava que as coisas poderiam ser diferentes. Se comparado a você, sou pobre e mortal, mas queria ter uma vida com você.

– O que quer dizer com uma vida comigo?

Ele ficou calado. Aquilo era loucura.

– Rodrigo.

Ele soltou um suspiro.

– Eu queria casar com você.

Atena arregalou os olhos.

– Casar? – indagou pasma.

– É... – murmurou. Deveria ter ficado calado. Aquilo nunca aconteceria.

Seguiram alguns minutos de silêncio, Atena estava com o rosto sério e o brasileiro interpretou que a deusa não havia gostado da confissão.

– Será que eles vão demorar a acordar? – indagou querendo mudar de assunto.

– É o que deseja ou são só palavras levianas?

– Esquece isso Saori. – levantou. – foi só um lapso de loucura. – vestiu a camisa.

– Seja sincero, eu preciso saber.

– Tudo bem... – voltou a sentar. – queria casar com você. Não seria agora, pois quero estabilizar na minha carreira, mas nos próximos dois ou três anos. No máximo. Queria que fosse a senhora Mitsui Ribeiro.

– Saori Mitsui Ribeiro... – murmurou. – em três anos?

– Sim... – não estava entendendo a indagação.

– É claro que eu quero. – abriu um grande sorriso. – vou calar a boca da Afrodite.

O brasileiro arqueou a sobrancelha.

– Como?

– Aquela despeitada vai ter que me respeitar.

– Está querendo casar comigo só para se vingar da Afrodite?

– Rô. – a deusa começou a brincar com os cabelos dele. – ficar com você já estava nos meus planos. Eu te amo e não imaginaria a minha vida longe de você, mas tinha receio que não quisesse o mesmo.

– Por que eu não queria querer?

– Você mesmo pontuou: eu sou pobre e mortal... blá, blá... é claro que eu aceito me casar com você!

– Sério? – ficou espantado.

– Sim. – o abraçou. – tanto Saori quanto Atena amam você.

– Posso falar com o Mu? – abriu um grande sorriso.

– Pode.

– E quanto a Afrodite?

– Será apenas um bônus. – sorriu divertida.

O baiano sorriu. Quando a deixou um mês atrás, Atena estava mergulhada em dor e agora estampava um grande sorriso.

– Eu te amo minha deusa.

Atena aproximou um pouco mais colando seus lábios nos dele.

E assim algumas horas se passaram...

Aries

As orbes verdes abriram lentamente, a principio não identificou o lugar que estava, mas aos poucos, o teto da casa de Aries tornou-se perceptível. O cavaleiro sentou-se na cama, ainda num estado sonolento. Fechou os olhos para tentar focar melhor nas ultimas memorias. Lembrou-se que havia morrido no combate contra Hell, da alma sendo levada para o inferno e dos últimos dias quando foi parar no santuário. Sorriu.

O som da porta abrindo, tirou-o dos pensamentos. Ester parou na porta com uma bandeja nas mãos. Os olhares se encontram. O ariano lembrou-se do primeiro dia que a viu, sentada perto da fonte.

– Sua estadia não foi apenas um brilho de explosão de estrela.

Os olhos da brasileira encheram de água. Seu cavaleiro estava de volta.

Mu levantou, indo até ela. De forma lenta pegou a bandeja depositando num móvel. Em seguida pegou nas mãos dela.

– Você é muito importante para mim. Muito.

Ela sorriu.

– Quero viver com você pelo resto dos meus dias. Eu amo você Ester.

– “Eu também.”

O cavaleiro passou a mão pelo rosto dela, Ester fechou os olhos ao receber aquele carinho. Estava muito feliz por ter seu amor de volta. O ariano aproximou, tocando levemente nos lábios dela.

– Eu amo você...

Repetiu antes de tomar os lábios rubros. O beijo iniciou calmo e repleto de amor. Ester estava tão envolvida que não percebeu que os pés não tocavam o chão. Estavam flutuando... O ato terminou com um sorriso de ambos.

– “Seja bem vindo Mu.”

– Obrigada senhora Slaviero.

– “Senhora... – olhou para os lados. – estamos voando? A sua telecinese...”

– Não se preocupe. – acariciava lhe o rosto. – está sobre controle.

– “Atena ficará feliz em vê-lo.”

– Eu pensei... – o rosto ficou vermelho. – em fazer outra coisa antes... – disse com a voz baixa.

Ester sorriu diante do embaraço, seu cavaleiro continuava tímido e recatado.

– “Acho que Atena pode esperar.” – puxou a fita que amarrava os cabelos lilases. – teremos tempo.”

Ele sorriu.

Virgem

Os olhos azuis fitaram o teto, tentando se lembrar que lugar era aquele. Precisou de alguns segundos para a mente clarear por completo. A batalha contra Hell, a ida para o inferno, o rapto e o descobrimento da verdade. Tentou se mexer, mas algo o impediu. Shaka olhou para o lado, vendo Juliana dormir profundamente. A brasileira havia ficado acordada por muito tempo, mas devido ao cansaço da viagem acabou pegando no sono. O indiano fitava o rosto sereno da oriental. Como sua vida havia mudado depois que a conheceu. Nos primeiros momentos a dúvida sobre seus sentimentos e agora, a certeza deles. Se tinha alguém com o qual queria passar o resto da vida, esse alguém era ela.

Tocou a face, sentindo a maciez da pele. Juliana acordou com o gesto.

– Oi... – murmurou a oriental.

– Oi.

– Como se sente?

– Bem.

Os dois sentaram na cama, de frente um para outro. O indiano trazia os olhos abertos.

– Está tudo bem mesmo Shaka?

– Sim. Só estou admirando a mulher que fez Shaka de Virgem descobrir a vida.

– Lembra-se de tudo?

– Lembro. Até que me confundiu com empregado por duas vezes.

Juliana corou.

– Estou brincando. – o indiano sorriu de volta. Ele aproximou, tomando-a em seus braços. – Juliana, quer viver comigo?

– Aqui?

– Aqui, na Índia, em São Paulo, onde você quiser. Para mim o que importa é a sua companhia. - a soltou, passando a acariciar seu rosto.

– Eu quero viver com você. Também não me importo com o local desde que seja com você.

O virginiano aproximou tomando os lábios dela, desejava-os ardentemente... o ato terminou mas eles não se afastaram.

– Sempre escutei uma frase, mas nunca conseguia entender o significado delas. Para mim eram palavras sem sentido, agora, entendo-as perfeitamente. – Shaka tomou o rosto dela entre suas mãos.

– Que palavras?

– Juliana, eu amo você.

A oriental assustou, não imaginava ouvir isso dele.

– Agora posso dizer com toda a convicção, com toda certeza. Eu amo você.

Ela sorriu. O indiano tornou a beija-la, dessa vez com mais volúpia...

Leão

Aioria sentia o rosto aquecer. Abriu os olhos, pois a claridade que vinha ao rosto machucava os olhos. O cavaleiro voltou a atenção para o teto, identificando que estava em seu quarto. No primeiro momento achou esquisito, pois sabia que tinha morrido na luta contra Hell, contudo a mente foi clareando.

– Gabrielle! – gritou num rompante.

– Aioria! – a garota chegou a porta correndo, achando que algo tinha acontecido. – graças a Atena que acordou. – foi até ele. – como se sente? Lembra-se de tudo?

– Sim... eu dormir muito?

– Praticamente o dia todo. – sentou na cama.

Ele a abraçou.

– Graças a Atena que está bem. Eu tive medo de perdê-la.

– Tudo acabou bem. – sorriu.

O grego a fitou. Como poderia imaginar que sua vida mudaria radicalmente. De casamento marcado a ressuscitado pela segunda vez e tudo num curto espaço de tempo. Mas o grande ponto de virada era Gabrielle. Acariciou o rosto dela.

– Na universidade quando eu te vi, estranhei o fato de ter gostado de você logo de cara.

Gabe tocou o rosto dele. Como estava feliz por vê-lo vivo. Sofreu tanto a sua perda que pensou que não se recuperaria tão cedo e agora estava diante dele.

– A gente vai ficar junto e nada vai nos separar. Eu, Aioria de Leão, prometo que nada vai nos separar.

A brasileira deixou uma lagrima cair, prontamente enxugada por ele.

– Nada vai separar a gente. – segurou o rosto dela entre as mãos. – nada.

– Eu sei.

Ele sorriu e no instante seguinte a beijou. Um beijo calmo, sereno, mas que depois foi ganhando ardência...

– Eu amo você, Gabe. Muito.

– Eu também... – sorriu.

– Está disposta a aturar esse leão impaciente?

– Vou pensar. – disse em tom de brincadeira. – afinal é difícil domar um leão.

– Não precisa de muito, basta me dar o seu amor.

– Sendo assim...

– E outras coisas também... – deu um sorriso safado.

– Leão pervertido.

Ainda levaria tempo, até contarem a novidade para Atena.


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Notas finais do capítulo

* Tupã: deus do trovão, deus supremo do panteão Tupi-Guarani
* Mitologia Hope: mitologia dos índios norte americanos. O deus supremo é Tawa, deus sol.



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