Enfrentando o Passado escrita por


Capítulo 2
2 - Voltando para casa.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Durante o caminho para a minha casa, sinto como se estivesse andando durante horas. É tão estranho voltar para casa depois de quatro anos. Eu sempre senti falta dos meus pais, dos meus irmãos, dos meus vizinhos e de uma casa barulhenta. Mas foi necessário que eu me afastar e começar uma nova vida longe deles. Observo meus irmãos enquanto conversam. Vitor sempre foi aquele irmão mais velho que cuida de você, e esta sempre te protegendo. O Rodrigo é mais imaturo, é aquele irmão que você tem que ficar de olho pra não fazer nem uma besteira.
–Bel, eu sei o quanto é difícil para você volta- Diz Vitor quanto percebe que estou encarando-os.
– Não se da pra fugir do passado para sempre Vitor - Digo com uma tentativa de sorriso.
– Você está certa. –Diz Rodrigo com uma cara séria. É estranho ver meu irmão com esse tipo de expressão. E é nesse momento que eu percebo o quanto ele está crescido. Ele continua sendo um moleque, mas há algo nele que está mais crescido e mais... Maduro.
Então eu me permito pensar nele.E me pergunto como ele está. Se ainda mora na mesma casa, se ainda passa os fins de semana nos mesmos lugares... e a única certeza que tenho nesse momento é que não há apenas ódio por ele em mim. Eu o amo e eu sinto falta dele. Minha mãe sempre me dizia que algumas feridas nunca se curam e ele é minha ferida. Aquela que nunca fechou que nunca se curou e por mais que eu tente esconder: ela ainda dói.
–Chegamos! –Exclama Rodrigo apontando para a nossa casa. Eu desço do carro e encaro a casa. Ela continua a mesma. A diferença é que a pintaram esta verde florescente. Solto uma gargalhada sabendo que fora Rodrigo que deve ter escolhido a cor.
–Que foi? –Pergunta Rodrigo com certa preocupação ao escutar o som da minha risada.
– Nada,é bom estar em casa. –Digo sorrindo.
Assim que entro, me viro para os meus irmãos e pergunto:
–Onde está a mamãe?
– La encima, no quarto dela, eu te acompanho – Diz Vitor me puxando.
Assim que entro no quarto, fico em choque. O cheiro de rosas. Mamãe ama rosas. E o choque piora assim que a vejo deitada em sua cama e estando tão frágil. Pisco duas vezes e corro até ela
– Mamãe! Mamãe! –Digo enquanto a abraço e as lágrimas escorregam em meu rosto.
–Minha filha! –Diz ela com um sorriso.
–Eu senti tanto a sua falta. –Digo soluçando e abraçando-a mais forte.
–Eu senti mais a sua. - Diz ela correspondendo o abraço.
–Como você está? – Pergunto assim que a solto.
–Você acha que vai se livrar de mim tão fácil? – Diz ela sorrindo.
Então escuto alguém abrindo a porta.
–Mãe, está na hora do seu remé...
E essa é umas das vozes das quais tentei fugir esses anos. Meu corpo inteiro fica tenso aos escutá-la. Pois é ela. Minha irmã. Aquela que fez com que eu me afastasse de todos a quem amo. E então eu me viro.
–ISABEL?! –Diz Luciana perplexa.




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