Okay? Okay. escrita por AgathadeLima


Capítulo 23
Vamos, querida irmã, vamos conversar.


Notas iniciais do capítulo

Mas gent, ainda há quem ache que a pobre da Isabel é do mal! Vish.
Ei, não que a gente precise, mas vou começar a mover a fic com coments.
vou começar pedindo 3 coments. Não é tão difícil, é?
Bem, vão ler, meu povo!



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Pov. Hazel

Gus não tinha conseguido me consolar direito, mas ele não tinha culpa. Eu sequer o tinha escutado. Mas entre as lágrimas, eu pensei muita coisa. E simplesmente decidi algumas coisinhas:

1-Eu não tenho 5 anos, então é melhor parar de birra;

2-Minha mãe tinha motivos e bons motivos para me esconder toda a história da Isabel;

3-Em vez de chorar como uma bezerra desmamada, eu podia falar com ela, conhecê-la. Sempre quis ter uma irmã mesmo. Por que não?

Então me soltei de Gus, tomei um banho bem tomado, esperei todos os resquícios de que eu tinha chorado escorrerem pelo ralo, passei 5 minutos com o Thomas para me animar e dei um beijo bem dado no Gus para conseguir coragem. Feito isso, procurei o único quarto de hóspedes que eu sabia que estava disponível, e entrei.

Lá dentro, vi Isabel, como eu tinha imaginado, mas ela estava sentada abraçando os próprios joelhos e chorando. Me senti enjoada. E se fosse eu o motivo das lágrimas? Ela estava de olhos fechados, e não tinha me notado. Então falei:

–Está chorando? -Mas depois quase bati na minha própria testa. Era óbvio. Meu Deus, eu sou tão lesada.

Ela me olhou, finalmente abrindo os olhos. Parecia surpresa, talvez mais com si mesma do que comigo. Eu senti um pouco de vergonha. E se eu fosse o motivo dela estar chorando? Mas podia não ser. Será? Ela limpou a lágrima bem rápido e me encarou, respondendo:

–Não, eu só... caiu um cisco no meu olho, só isso.

Arqueei uma sobrancelha. Ela só podia estar brincando, achando que eu ia engolir essa. De qualquer forma, sentei na beira da cama, distante dela. De repente a única coisa que eu tinha era vergonha pelo meu surto. Então usei a lembrança do beijo de Gus para conseguir forças para começar a conversa.

–Então... certo. Eu acho que não nos apresentamos antes. Meu nome é Hazel. Hazel Grace Lancaster. Vou fazer 17 mês que vem. Minha mãe é a mesma que a sua. E tenho que falar com você.

Ela franziu a testa.

–Ah, bem... certo. O que você quer falar comigo? -Disse ela.

Suspirei.

–Certo. An... é que eu queria primeiro me desculpar pela birra que eu fiz mais cedo, quando eu descobri que... an... você sabe.

Ela aliviou a expressão. Parece tanto mamãe que me assusta. O mesmo cabelo, as mesmas expressões. Ela é delicada. Nossa.

–Não se preocupe com isso, eu teria reações piores que a sua. -Respondeu ela.

Concordei com a cabeça, tensa.

–Então, primeiro ponto resolvido. Segundo: Você sabia de mamãe mas não sabia de mim? Como assim? -Eu estava relaxando.

Isabel riu.

–Bem, meu pai só me falou dela. Na verdade eu só sabia o nome da minha mãe. E teve uma vez que meu pai me disse que eu não ficasse com raiva dela, porque ela fez tudo para manter o casamento dela e o dele, e é claro, se certificou que eu seria bem tratada. -Depois disso, ela deu uma risada sem humor. -Hilário, mas tudo bem, eu acreditei nele.

–Hilário? Você não foi bem tratada pelo seu pai? Sua madrasta então? -Me interessei.

****

Certo, eu fiquei pasma. Como alguém podia ter uma vida tão miserável? Isabel viu minha expressão e riu.

–Todo mundo tem a mesma reação. Não se preocupe, estou de boas com a minha vida. Aprendi a lidar com a realidade desde cedo. -Falou ela, de modo simples.

–Estou assim, de certa forma, porque você é tão madura que me humilha. Sério, eu não seria tão forte. -Admiti.

Ela me lançou um sorriso doce.

–Não acho. Você tem de viver para saber, e do meu ponto de vista de alguém que já passou por isso, acho que você teria sido bem mais forte do que jamais fui. Mas o meu passado não importa muito. Eu também tenho de falar com você.

Fiz uma expressão confusa.

–E o que seria?

–Ah, bem, quero dizer que eu realmente achei que mamãe fosse solitária, sabe? E que não vou me meter entre você e Gus, tenho certeza que cogitou a hipótese. Eu só fiquei meio decepcionada na hora porque achei que ela morava só. Achei que não haveria espaço para mim. E quanto ao seu filho, não vou chegar perto até você confiar em mim. Ele é lindo, por sinal. Ah, e quero dizer que, na medida do possível, vou tentar ser sua amiga e tal. Sei lá, eu estou tentando. -Ela explicou.

Certo, era bondade demais. Eu já estava derretida pela minha nova maninha. Ela é um doce.

–Não, eu entendo. Vamos, quero lhe apresentar de verdade meu futuro marido e seu futuro cunhado e seu sobrinho. Sempre há espaço para mais alguém na família Grace! -Assegurei, já puxando ela pelo pulso em direção á porta.

Rindo, ela se deixou levar, e a guiei até a cerca de Thomas. Gus estava lá, brincando com ele. Olhou para nós duas e franziu a testa.

–Nunca vou entender mulheres. Uma hora tem surtos, outra viram melhores amigas... -Sussurrou.

Coloquei as mãos na cintura.

–Eu ouvi isso, Waters! Agora, venha, e traga Thomas. Você vai conhecer sua cunhada.

Ele riu e veio com Tom nos braços. O bebê olhou para Isabel e riu.

O que deixou Isabel morrendo de felicidade.

–Você é muito lindo! Vem cá com a titia, vem! -Disse ela, com vozinha de bebê, para Tom. Gus passou meu filho para os braços dela.

Tava na cara que todos iam se dar muito bem.

Mamãe apareceu, e quando viu a cena, sorriu feliz.

–Então viramos uma grande família feliz? -Perguntou ela.

–Sim! -Respondi.

*2 semanas depois*

–Ei, Haze, quando é seu aniversário, mesmo? -Perguntou Izzy.

–Daqui a uma semana, dia 16. -Respondi.

Ela fez cara de cachorrinho pidão.

–Posso organizar? Posso? Posso?

Eu ri.

–Claro, mas não exagere na decoração. -Recomendei.

Ela fez um olhar sonhador.

–Que exagero que nada! Estou imaginando decoração rústica na beira da piscina, um churrasco seria ótimo, e velas flutuantes na água, porque óbvio que vai ser de noite, e...

Eu tampei a boca dela, quase me dobrando de rir.

–Tá bom, eu quero me surpreender!

Tirei a mão e ficamos lá, rindo como duas retardadas.


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Notas finais do capítulo

Próximo cap.: ANIVERSÁRIO DA HAZEL!