A nova garota escrita por Ahelin


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Pela primeira vez na semana, um capítulo de tamanho decente. Desculpem os microcapítulos anteriores, eu estava realmente sem tempo.
Mas esse, na minha humilde opinião, é o mais legar que eu já escrevi até agora.
Espero que gostem.
Ah, e uma coisa: esqueci de falar, mas o último capítulo foi o ÚLTIMO POV DO NICO. A partir de agora, só a Julie narra. Nem vou mais escrever "POV Julie" porque vocês já sabem, ok?
Me desculpem adiar o Junico, mas...
MUAHAHAHAHAHAHA
Boa leitura.



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Lista das dez coisas mais estúpidas que eu, sendo apenas eu, já fiz:

10-Matar monstros com um garfo de churrasco;

9-Espetar (sem querer, obviamente) o traseiro de Quíron com uma flecha;

8-Jogar um livro super pesado na cabeça do garoto que eu gosto (considerando o livro como Harry Potter e o Cálice de Fogo e o garoto como Nico di Ângelo);

7-Ameaçar Perséfone com uma meia cheia de carne moída (longa história);

6-Ameaçar Drew com o retorno da meia de carne moída (história mais longa ainda, mas posso garantir que Nico teve parte nisso);

5-Brigar com Afrodite sendo que estou tentando conquistar alguém (Afrodite sendo a deusa do amor e "alguém" sendo Nico, mas com certeza essa foi a estupidez mais sensata que já cometi. Isso faz sentido?);

4-Colocar o dedo na tomada (sem comentários, por favor);

3-Dar a um cão infernal o nome de Rex (criatividade nas alturas, assim como o sarcasmo);

2-Entrar por engano no Bob's e pedir um BigMac (quem em sã consciência constroi o Bob's ao lado do McDonald's? Essa pessoa retardada deveria ser processada, principalmente quando as frequentadoras são, em maioria, adolescentes que acabaram de acordar e ainda não estão completamente lúcidas);

E a coisa mais estúpida que eu já fiz, em primeiro lugar, com toda certeza foi:

1-Tropeçar em nada e cair em cima das costas de um drakon adormecido, acordando-o e, consequentemente, provocando talvez minha própria morte.

*****

O drakon se levantou de uma vez, sibilando. Seus olhos puramente negros se fixaram em mim.

Oh meus deuses. Adeus, mundo cruel. Talvez eu mande um postal do Mundo Inferior.

Rex avançou, latindo, mas eu fiz sinal para que ele parasse. Ele me olhou confuso, mas eu sabia que apenas um arranhão daquele drakon, que era bem maior do que ele, seria suficiente para transformá-lo em pó. Puxei minha espada sabendo que iria morrer.

- Vá encontrar Nico, garoto. - Mandei. Rex hesitou, mas fez o que eu disse. "Hora de fazer uma visita a David", pensei. "Como será que está o negócio com Helena?"

Apesar de fazer piada comigo mesma, eu estava apavorada. Não teria condições de enfrentar o monstro sozinha. Aproveitei para observá-lo um pouco.

Como eu disse, ele tinha uma cor azul escura bem forte. Não se parecia em nada com os dragões que aparecem nos desenhos animados, se querem saber.

Se corpo era alongado como o de uma cobra, com quatro pares de pernas sinistras. As garras eram enormes. Sua cauda tinha vários espinhos do tamanho do meu antebraço. A cabeça era triangular também, se parecia muito com a de um lagarto.

Hagrid iria adorar esse animal, com toda certeza.

O drakon atacou, e eu rolei para o lado. Tentei cortar sua cabeça com minha espada, mas ele era realmente rápido. Me desviei novamente, evitando outra investida. O monstro soltou um sibilo longo, que eu poderia jurar ser uma risada.

Aquilo estava... Brincando comigo. Logo eu seria arrasada.

Devo ter ficado uns cinco minutos tentando em vão matá-lo. Eu estava cada vez mais cansada. Gotas frias de suor escorriam por minha testa.

Me desviei de mais um golpe, por pouco evitando ser engolida inteira. Ele agitou a cauda e me acertou na barriga, mas felizmente os espinhos ficaram longe.

Mesmo assim, fui atirada na parede. Dor explodiu em minhas costas e minha visão ficou embaçada. Os sons pareciam abafados por causa da pressão do sangue na minha cabeça. Não pude evitar um grito. Senti lágrimas nos olhos, e me esforcei para contê-las.

Examinei a situação. Minha espada tinha ido parar do outro lado do túnel, eu mal conseguia me mexer e o drakon estava a dois metros de distância, apreciando o momento antes de me devorar.

Quando o vi se aproximar e pensei que seria o fim, uma ponta negra surgiu do nada no peito do drakon. Consegui sentir sua energia vital sendo sugada pelo ferro stygiano da espada de Nico, enquanto se desintegrava.

- Onde você foi se meter, hum? - Nico disse com um sorriso de orelha a orelha. - Acho que depois dessa estamos empatados.

Tentei sorrir também, mas descobri que doía muito e então desisti. Um momento se passou e senti que meu amigo me abraçava forte. Eu o abraçaria de vola, mas não conseguia levantar os braços.

- Rex? - Consegui articular.

O rosto de Nico mostrou um pouco de confusão.

- O quê? - Perguntou. - Ah, o cão? - Seu rosto ficou um pouco triste. - Ele teve que voltar para o Mundo Inferior. É a tarefa dele guardar os portões do Elíseo. - Disse. - Mas prometo que vocês vão se ver de novo. Levo você lá qualquer dia.

Ele correu para nossa mochila e me fez beber néctar. Muito néctar. Até eu ficar quente como uma caldeira por dentro, prestes a explodir, e a dor melhorar um pouquinho. Ao menos conseguiria falar, digo, berrar.

- Afrodite! - Gritei, ainda sentada no mesmo lugar, olhando para cima. - Encontrei o Nico! Pode nos tirar daqui agora? Chega dessa palhaçada!

- Eu é que te encontrei. - Nico sussurou, rindo.

- Certo, certo. - Sussurrei de volta. - Nico é que me encontrou! - Gritei novamente. - Mas mesmo assim nos tire daqui!

Depois disso, eu achei que tinha ficado louca. Vi um enorme clarão e fui obrigada a fechar os olhos para não ficar cega de vez.

*****

Quando os abri novamente, estava sentada sobre a grama. Grama de um... Parque?

Do outro lado da rua, dava pra ver várias lojas e lanchonetes. Pessoas transitavam na calçada. Pareciam completamente alheias ao fato de que eu e meu amigo tínhamos acabado de chegar de Lugar Nenhum.

- Civilização! - Exclamei, me deixando cair no chão. Senti uma gostosa brisa acariciar meu rosto. Minhas costas ainda doíam, mas eu nem liguei.

- É Nova York... - Disse Nico, igualmente feliz.

- Como sabe? - Perguntei.

Ele apontou para um ponto ao longe, e eu pude ver a silhueta do Empire State Building se destacando no céu azul.

- Já caiu a ficha? - Nico falou. - Conseguimos! - Ele deu uma enorme gargalhada. - Beijaria a calçada se não estivesse tão quente. - Brincou, me fazendo rir.

- Eu sei, mas depois aproveitamos. Agora precisamos ir andando. - Respondi. - Tenho um barraco para aprontar no Olimpo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem!
Beijos :*