Enigmas escrita por Catarina Pereira


Capítulo 5
Capítulo 4 - Os planos


Notas iniciais do capítulo

Boa pessoal! Tudo bom?
Adianto que o capítulo de hoje é meio misterioso. enfim, tirem suas próprias conclusões uhAIUH
Boa leitura!



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Claro que a mudança brusca de ambientes não lhe faria bem. Onde costumava viver, Belgrado, na Sérvia, o cima era bem diferente. Nos Estados Unidos tudo parecia estranho e ele passou a sentir-se mal com apenas o ar que o cercava desde quando chegara.

Seu primeiro destino era Boston. Lá se instalara como fosse e fizera seus planos, calculados até o último detalhe. E os estava colocando em prática enquanto resolvia outros assuntos também importantes. Buscou um advogado, contou suas pretensões, ou quase todas elas, e explicou todo o problema envolvido. Na verdade, já não aguentava estar em tribunais pelo mundo.

Agora, porém, pouco falta para que tudo termine como tem que ser. Nunca mais teria que pensar em outra criatura com quem o comparassem. Tudo estaria acabado e ele estaria por fim livre.

Recordara as palavras do advogado, que lhe disse que tinha uns assuntos pendentes em outra cidade, o que o deixaria fora de Boston por alguns dias, mas que pensaria em possíveis soluções para os problemas e logo os dois se reuniram novamente para discuti-las. Esse tempo seria ótimo para seguir os passos de sua vítima.

A partir de seus contatos, conseguira facilmente a localização exata em que deveria estar para que pudesse fazer com que tudo corresse como planejara. Sendo assim, buscou, ainda, duas pessoas que estivessem de acordo com receber uma certa quantia de dinheiro que ele estava disposto a pagar para ambos. Os convocara para explicar como fariam para que essa pessoa, apelidada como ‘traça’, deixasse de viver e, logo, de incomodá-lo.

Tendo cada parte dos planos explicada e revisada pelos três comparsas, era hora de colocá-los em ação. Primeiramente, algo deixaria claro para a ‘traça’ que as coisas estavam erradas. Colocá-la-iam em alerta. Sempre preferiu suas vítimas alarmadas a surpresas. Depois, a próxima fase seria ir a seu encontro, ganhar sua confiança. Ao final, o prêmio seria, talvez sua cabeça, talvez outras partes de seu corpo. E a paz reinaria.

Foi assim que Carlos, o mais velhos dos ‘caçadores de recompensa’ contratados, subiu em um avião em San Antônio e foi direto a Madri. Daniel, o mais novo deles, acompanhado do chefe, foi um dia depois. Já na capital espanhola, decidiram estar separados, cada qual exercendo seu papel, como numa boa peça de teatro. Interagiriam quando necessário, para prender a atenção do público.

Esta era a segunda parte do plano, a primeira já fora enviada à vítima. O terceiro ato estaria ainda por começar quando uma resposta à primeira parte fosse recebida. Entretanto, sem nem mesmo saber qual seria a reação da ‘traça’, ele já tinha em mente o que faria parte de seu espetáculo.

Ao chegar na casinha de apenas um cômodo alugada por ele, o chefe sacara suas coisas da grande mala que levara. Computador portátil, colchão inflável, alguns lençóis, algumas roupas, empilhadas cuidadosamente em um dos cantos do local e uma sacola preta, a qual ele manteve perto de si entre a parede, o colchão e as roupas. Não podia se dar ao luxo de perder esta sacola de vista.

Já instalado, fez algumas ligações, afinal precisava saber o que acontecera com os outros. Primeiramente, descobriu que Carlos havia feito um primeiro contato com a ‘traça’ e que a vítima mostrou-se muito amigável. Ótimo! Isso era melhor do que era esperado! A continuação poderia sem bem mais fácil. Em segundo lugar, Daniel encontrou o hotel onde a ‘traça’ estava hospedada. Sendo assim, também se hospedaria lá, porém, obviamente, com outra identidade. Excelente!

Antes de colocarem o plano em ação, os três haviam feito novos documentos e ensaiado para que não se parecessem ao que eram antes. Cada um tinha um papel a representar, portanto a encenação deveria ser muito convincente, de modo que nem suas próprias mães diriam que aqueles eram seus filhos.

Tendo todas as informações checadas, o colchão foi finalmente utilizado, sentindo o peso do homem que sentara nele e agarrara prontamente o computador portátil. Desviando a todo o momento os olhos da tela iluminada para passar os olhos no cômodo alugado, ele atualizava a página de um jornal repetidamente, assim como a caixa de entrada de seus e-mails.

Ao perceber que àquela hora não poderia fazer nada além de esperar, resolveu ocupar sua mente criando a ferramenta que levaria ao próximo passo. Um editor de texto era suficiente para escrever as palavras que o levariam a seu sucesso. No silêncio e no escuro, pôde entrelaçar as frases, deixá-las envolventes. Esse era um de seus dons, talvez a única coisa boa herdada de seus pais, a facilidade em criar um discurso apaixonante.

Assim que terminasse a tarefa, seria livre, pelo menos por uma noite. Descansaria, pois os próximos dias seriam longos. Dias escuros. Assim esperava.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem! :D

beijos, até mais!
@Catpereira_



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