Projeto 27 escrita por Pocho


Capítulo 2
Capítulo 2 - O passado retorna


Notas iniciais do capítulo

Nate conversa com seu pai. O que será que ele tem de tão importante para dizer?



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Eu não podia acreditar no que meus olhos estavam vendo. Aquele era mesmo meu pai? Ou as dores de cabeça estavam me fazendo ver alucinações? Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo ele me disse:

– E então eu posso entrar? Ou vamos ficar aqui na porta mesmo?

Não sabia como agir. Milhares de coisas estavam passando pela minha cabeça sem que eu conseguisse organizá-las. E meio que sem pensar fiz um gesto para que entrasse.

Sentamo-nos em uma pequena mesa na sala-cozinha e me olhando com uma expressão séria, começou a dizer:

– O que eu tenho pra te dizer aqui é de extrema importância e assim que eu terminar você terá que fugir dessa casa, fugir dessa cidade.

Ainda me sentia muito confuso e, antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ele recomeçou:

– Nesses anos em que eu estive fora, algo de estranho aconteceu com você?

Não me contive.

–Você some por anos, e agora volta com essa cara de pau para me perguntar se eu estou bem? – Disse aquilo um pouco mais alto do que pretendia e, tive que me controlar para que uma lágrima não rolasse pelo meu rosto.

– Você ainda não respondeu a minha pergunta Nate. – seus olhos ainda fixos em mim – Algo de estranho aconteceu com você neste tempo em que estive fora?

– E por que o papaizinho preocupado quer saber disso?

– Pelo visto não vai mesmo me responder – vi que ele também começara a ficar um pouco nervoso – Mas acredite você ou não, vim até aqui para te proteger.

Confesso que tentava ler seus pensamentos, mas para variar, meu dom não me obedecia.

– Aquelas vezes que eu o levei até meu laboratório quando criança foi porque você foi usado como cobaia de um projeto criado por mim e outros dois amigos. – Ele dizia aquilo como se fosse totalmente normal pais usarem seus filhos em experimentos – Não sei se algo aconteceu a você, mas uma das crianças usadas no projeto desenvolveu alguns efeitos colaterais e matou 15 pessoas em Romsville, há uns 10 dias atrás. – Então era assim que ele chamava o meu dom “efeito colateral”, então ele me trouxe de volta dos meus pensamentos e continuou – Acontece que o governo não quer que todos descubram que o Projeto 27 se quer existiu e então decidiram eliminar as cinco cobaias, criando um grupo chamado Onix.

–Calma ai, me deixa ver se entendi. Você veio até aqui pra me dizer que por sua culpa o governo criou um grupo maluco responsável por me matar?

–Tecnicamente, sim. Mas o foco dessa conversa não é esse, você precisa fugir daqui imediatamente logo eles vão começar a te caçar. Se continuar aqui colocará em risco a vida de todos ao seu redor.

Quem era ele pra me falar sobre colocar a vida das pessoas em risco? Minha vontade era de botá-lo pra fora naquele mesmo instante, mas comecei a pensar em tudo o que ele me disse e, logo depois em minha mãe. Eu não poderia descartar a parte em que ele disse que permanecer ali colocaria a vida dela em risco. Então decidi entrar no joguinho dele, mas só pelo bem dela.

– Tudo bem, então eu tenho que fugir, sumir do mapa, mas, e ai? Vou viver o resto da vida fugindo desses malucos?

– Você tem que encontrar os outros 4, talvez eles também tenham desenvolvido efeitos colaterais e possam te ajudar a sobreviver. Só tem um jeito de terminar tudo isso: acabando com o grupo antes que eles acabem com você, e só poderão fazer isso se estiverem unidos.

Duvidas e mais duvidas enchiam minha cabeça. Decidi fazer uma coisa que garanto que se estivesse no meu lugar também a faria. Fugir. Sem me despedir de minha mãe, afinal se eu contasse toda aquela loucura a ela, com certeza não me deixaria ir.

Coloquei poucas roupas numa mochila azul que usava na escola e sai. Fui a caminho do centro da cidade.

Não sabia o que fazer e muito menos pra onde ir. Andava pelas ruas do centro quando vi um cara que saia de um bar, estava bêbado, e mal conseguia ligar a moto, de repente se afastou para vomitar numa lixeira próxima. Era a minha chance, sem pensar no que estava fazendo corri até a moto a liguei e sai o mais rápido que pude, o bêbado se virou ao ouvir o barulho da moto e disse algo que não consegui entender, mas creio que não estava me desejando boa sorte. (Ah, é importante saberem, aprendi a pilotar moto com Sam, a primeira que eu li os pensamentos pegávamos uma moto velha do pai dela e íamos para um terreno abandonado longe do centro da cidade).

Ontem estava tentando roubar gasolina novamente em um posto na beira da estrada, quando vi na televisão a notícia de uma garota que havia deformado a cara do namorado. A repórter falava que era como se ela tivesse queimado o rosto do garoto com as mãos. Eu senti, não sei como mas senti, ela era uma das 5 crianças. Eu precisava encontrá-la e os outros 3 para nos unir. Afinal eu não poderia e nem queria fugir pra sempre. Nós precisávamos acabar com aquele grupo que nos perseguia. A reportagem dizia que ela mora em Westline, então é pra lá que eu vou!


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Notas finais do capítulo

Nate não tinha escolha, fazia isso por sua mãe. Agora ele está a caminho de Westline, o que será que ele encontrará por lá? Garanto que vale a pena conferir ;)