Projeto 27 escrita por Pocho
Notas iniciais do capítulo
Nate conversa com seu pai. O que será que ele tem de tão importante para dizer?
Eu não podia acreditar no que meus olhos estavam vendo. Aquele era mesmo meu pai? Ou as dores de cabeça estavam me fazendo ver alucinações? Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo ele me disse:
– E então eu posso entrar? Ou vamos ficar aqui na porta mesmo?
Não sabia como agir. Milhares de coisas estavam passando pela minha cabeça sem que eu conseguisse organizá-las. E meio que sem pensar fiz um gesto para que entrasse.
Sentamo-nos em uma pequena mesa na sala-cozinha e me olhando com uma expressão séria, começou a dizer:
– O que eu tenho pra te dizer aqui é de extrema importância e assim que eu terminar você terá que fugir dessa casa, fugir dessa cidade.
Ainda me sentia muito confuso e, antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ele recomeçou:
– Nesses anos em que eu estive fora, algo de estranho aconteceu com você?
Não me contive.
–Você some por anos, e agora volta com essa cara de pau para me perguntar se eu estou bem? – Disse aquilo um pouco mais alto do que pretendia e, tive que me controlar para que uma lágrima não rolasse pelo meu rosto.
– Você ainda não respondeu a minha pergunta Nate. – seus olhos ainda fixos em mim – Algo de estranho aconteceu com você neste tempo em que estive fora?
– E por que o papaizinho preocupado quer saber disso?
– Pelo visto não vai mesmo me responder – vi que ele também começara a ficar um pouco nervoso – Mas acredite você ou não, vim até aqui para te proteger.
Confesso que tentava ler seus pensamentos, mas para variar, meu dom não me obedecia.
– Aquelas vezes que eu o levei até meu laboratório quando criança foi porque você foi usado como cobaia de um projeto criado por mim e outros dois amigos. – Ele dizia aquilo como se fosse totalmente normal pais usarem seus filhos em experimentos – Não sei se algo aconteceu a você, mas uma das crianças usadas no projeto desenvolveu alguns efeitos colaterais e matou 15 pessoas em Romsville, há uns 10 dias atrás. – Então era assim que ele chamava o meu dom “efeito colateral”, então ele me trouxe de volta dos meus pensamentos e continuou – Acontece que o governo não quer que todos descubram que o Projeto 27 se quer existiu e então decidiram eliminar as cinco cobaias, criando um grupo chamado Onix.
–Calma ai, me deixa ver se entendi. Você veio até aqui pra me dizer que por sua culpa o governo criou um grupo maluco responsável por me matar?
–Tecnicamente, sim. Mas o foco dessa conversa não é esse, você precisa fugir daqui imediatamente logo eles vão começar a te caçar. Se continuar aqui colocará em risco a vida de todos ao seu redor.
Quem era ele pra me falar sobre colocar a vida das pessoas em risco? Minha vontade era de botá-lo pra fora naquele mesmo instante, mas comecei a pensar em tudo o que ele me disse e, logo depois em minha mãe. Eu não poderia descartar a parte em que ele disse que permanecer ali colocaria a vida dela em risco. Então decidi entrar no joguinho dele, mas só pelo bem dela.
– Tudo bem, então eu tenho que fugir, sumir do mapa, mas, e ai? Vou viver o resto da vida fugindo desses malucos?
– Você tem que encontrar os outros 4, talvez eles também tenham desenvolvido efeitos colaterais e possam te ajudar a sobreviver. Só tem um jeito de terminar tudo isso: acabando com o grupo antes que eles acabem com você, e só poderão fazer isso se estiverem unidos.
Duvidas e mais duvidas enchiam minha cabeça. Decidi fazer uma coisa que garanto que se estivesse no meu lugar também a faria. Fugir. Sem me despedir de minha mãe, afinal se eu contasse toda aquela loucura a ela, com certeza não me deixaria ir.
Coloquei poucas roupas numa mochila azul que usava na escola e sai. Fui a caminho do centro da cidade.
Não sabia o que fazer e muito menos pra onde ir. Andava pelas ruas do centro quando vi um cara que saia de um bar, estava bêbado, e mal conseguia ligar a moto, de repente se afastou para vomitar numa lixeira próxima. Era a minha chance, sem pensar no que estava fazendo corri até a moto a liguei e sai o mais rápido que pude, o bêbado se virou ao ouvir o barulho da moto e disse algo que não consegui entender, mas creio que não estava me desejando boa sorte. (Ah, é importante saberem, aprendi a pilotar moto com Sam, a primeira que eu li os pensamentos pegávamos uma moto velha do pai dela e íamos para um terreno abandonado longe do centro da cidade).
Ontem estava tentando roubar gasolina novamente em um posto na beira da estrada, quando vi na televisão a notícia de uma garota que havia deformado a cara do namorado. A repórter falava que era como se ela tivesse queimado o rosto do garoto com as mãos. Eu senti, não sei como mas senti, ela era uma das 5 crianças. Eu precisava encontrá-la e os outros 3 para nos unir. Afinal eu não poderia e nem queria fugir pra sempre. Nós precisávamos acabar com aquele grupo que nos perseguia. A reportagem dizia que ela mora em Westline, então é pra lá que eu vou!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Nate não tinha escolha, fazia isso por sua mãe. Agora ele está a caminho de Westline, o que será que ele encontrará por lá? Garanto que vale a pena conferir ;)