Projeto 27 escrita por Pocho


Capítulo 1
Capítulo 1 - O Experimento


Notas iniciais do capítulo

Um pouquinho grande e sem muita emoção, mas tem papel muito importante para que o restante da história seja entendido.
Bem vindos ao Projeto 27 cobaias ;)



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Com certeza você já ouviu falar de super-heróis. Sim, aquelas pessoas que repentinamente descobrem que podem fazer coisas especiais, vestem roupas estranhas e saem por ai se aventurando e salvando o mundo lutando com figuras ainda mais estranhas.

Mas, diferente dessas histórias, essa aqui não tem a obrigatoriedade de acabar com um final feliz, fique ciente disso. Se trata de uma caçada e eu estou na mira.

Me chamoNatee estou a caminho deWestlinepara encontrar com uma pessoa que acredito ser igual a mim, não no sentido de sermos gêmeos, mas porque creio que ela também tenha um dom e assim como eu esteja correndo perigo.

Mas, para que vocês entendam melhor vou contar a minha história. Nasci em uma cidade chamadaFearmead, minha mãe não trabalhava e meu pai era um geneticista do governo. O governo queria desenvolver um tipo de DNA que aumentasse as capacidades humanas, para que os soldados pudessem se curar mais rápido, tivessem mais força, etc.Já haviam tentado várias vezes, 26 para ser exato, por isso batizaram o experimento de Projeto 27.Foidecidido que o projeto seria testado em crianças, cinco crianças. E foi assim que fui parar naquela sala fria aos 5 anos. Eu sei o que você deve estar pensando: "Nossa, como seu pai teve coragem de te usar como cobaia?" Mas sim ele teve e os motivos eu também não sei, acho que no fundo ele se importava mais com o trabalho do que comigo.

Lembro que eu estava deitado numa maca e, na mesma sala, haviam mais quatro crianças. Todos estávamos assustados com aquilo e meio sem entender o porquê de estarmos ali. Colocaram uma máscara de oxigênio em minha boca e então eu desmaiei.

Para minha infelicidade, quando acordei ainda estava naquela sala e os outros 4 ainda estavam desacordados. Quando percebeu que eu acordei, meu pai veio até mim e perguntou se eu me sentia diferente, eu disse que não, que estava apenas um pouco tonto, vi em seu rosto um certo desapontamento, ele conversou algo com outras duas pessoas que deveriam ser seus colegas de trabalho e me levou pra casa.

E como num passe de mágicas tudo mudou, era como se o meu pai tivesse sido abduzido por ETs e tivessem deixado aquele estranho no lugar. Me dava mais atenção e sempre me perguntava como havia sido o meu dia, e foi assim porcincoanos. Eu realmente me sentia sortudo por ter aquela vida, não podia ficar ruim, mas é quando está tudo bem que o destino resolve agir e te mostrar a vida real não é como num conto de fadas.

Certo dia ele me levou novamente àquela sala, dessa vez era só eu. Eles me fizeram desmaiar novamente. Quando acordei vi meu pai e os outros geneticistas discutindo com três homens mal-encarados de terno preto. Os homens de terno diziam algo sobre o prazo ter acabado,o resultado não ter aparecido e sobre uma possível demissão para o meu pai. Uma semana depois veio a notícia, meu pai havia sido demitido. Ele não lidou muito bem com aquilo e começou a beber cada vez mais. Um dia ele bebeu muito e discutiu feio com a minha mãe. No mesmo dia arrumou suas coisas e foi embora, nos deixando sozinhos.

Minha mãe, sem ter dinheiro, acabou vendendo nossa casa e indo morar numa casa muito pequena com um quarto, uma cozinha e um banheiro apenas.

Entrei na escola apenas aos11anos (meu pai me dava aulas em casa, pois achava que a escola era desnecessária).E por entrar muito tarde, tudo era estranho para mim, e eu era estranho para todos.

A primeira vez que meu dom se manifestou foi aos 12anos, eu tinha apenas dois amigos, o Klaus e a Samantha, estava conversando com eles durante o intervalo até que ouvi minha amiga dizer que estava com medo de sua mãe saber que tinha tirado muitas notas ruins.

-Não se preocupa com isso Sam - eu disse tentando confortá-la - sua mãe vai te entender.

-Do que você tá falando? - tinhauma expressão confusa em seu rosto.

-Apenas diga a sua mãe que pretende melhorar as notas ruins.

-Como sabe que eu estava preocupada com minhas notas? - parecia ainda mais confusa.

-Você acabou de dizer.

Eu começava a ficar confuso com tudo aquilo, Sam acabou de dizer sobre suas notas em alto e bom som e agora vem me perguntar como eu sabia. A situação ficou mais esquisita quando ela disse:

-Eu não falei sobre minhas notas. Eu apenas pensei nelas.

Achei que aquela fosse mais uma das pegadinhas dela, afinal ela fazia brincadeiras constantemente. E outra, não havia como eu ler o seu pensamento, é humanamente impossível.

Para minha infelicidade, esses episódios só se repetiam, e com o tempo eu cheguei a uma conclusão. Eu realmente podia ler o pensamento das pessoas.Só que eu não conseguia controlar isso, e ler o pensamento das pessoas muitas vezes pode ser uma tortura, ainda mais no meu caso: o garoto estranho da escola a quem todos gostavam de azucrinar.Sem citar as incontáveis dores de cabeça cada vez mais fortes.

Nunca falei com ninguém sobre isso, somente com minha mãe, que no começo não acreditou em mim, mas com o tempo comecei a conseguir ler seus pensamentos e entãoela acreditou em mim, embora não tenha ficado muito feliz ao saber.

Hoje tenho 17 anos. Na última sexta-feira estava em casa sem conseguir dormir, por conta de mais uma de minhas dores de cabeça, quando ouvi alguém bater a porta, fui abri-la e a pessoa que estava do lado de fora era a última que eu esperava encontrar: meu pai. Com uma cara assustada disse:

-Eu preciso falar com você. Sua vida depende dessa conversa.


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Notas finais do capítulo

O que será que o pai de Nate tem de tão importante para falar com ele? Importante ao ponto de salvar sua vida.
Descubra no próximo capítulo.
(Espero que tenham gostado cobaias ;) )