Mermaids escrita por Annabel Lee


Capítulo 7
Capítulo 8




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/461614/chapter/7

Andrew arrumava a cama para dormir, quando seu celular tocou.

– Tessa?

– Oi. E aí? A mãe da Alicia?

– Está ótima, ela não foi umas das vítimas. - Tessa suspirou aliviada. - Nem as irmãs dela. Você sabia que ela tem quatro irmãs mais novas?

– Sabia. E como vocês estão?

– Estamos bem, vamos dormir daqui a pouco. Voltamos amanhã a tarde, já comprei as passagens.

– Ótimo.

– E o hotel?

– Está bem, do jeito como você deixou. - Foi a vez de Andrew suspirar de alívio.

– Ok. Nos vemos amanhã.

– Até. - Andrew desligou o celular e ouviu a porta do banheiro se abrir e Alicia saiu usando uma camisola de seda branca.

Andrew tinha que admitir que a ruiva estava mais atraente que o normal.

– Quer tirar uma foto? - Alicia brincou, fazendo Andrew perceber que olhava para Alicia descaradamente.

– Desculpe - ele olhou para o chão envergonhado e voltou a arrumar a cama. - Tem certeza que não quer que eu durma no chão? Eu não me importo.

– De jeito nenhum vou deixar você dormir no chão depois de tudo que você fez por mim.

Alicia sentou-se na cama e olhou para Andrew.

– Sei que já agradeci umas cem vezes, mas queria dizer novamente. Obrigada. Não sei se conseguiria dormir direito sem saber se eu veria minha mãe novamente.

– Mas você viria aqui de qualquer maneira.

– Eu sei. Mas a sua vinda foi muito importante, você me deu suporte, me encorajou...

– Você é corajosa. Sempre luta pelo que quer e o que acha certo - Andrew sentou-se a frente de Alicia e olhou em seus olhos. - Sempre admirei isso em você.

Andrew não conseguia mais resistir à tentação de beijar a Alicia. Seus corpos estavam a quase se tocando a ponto de sentir a respiração um do outro. O cheiro de pasta de dente misturado ao shampoo de maçã de Alicia, mais o perfume da colônia inglesa de Andrew. Ambos não resistiram à tentação e selaram os lábios em um beijo desesperado, como se esperassem a vida toda por isso.

–-

Monique estava sentada de frente para James. Eles jantavam em silêncio.

– Então, em que área da medicina que atuar? - James perguntou, quebrando o silêncio.

– Quero ser cardiologista.

– É uma carreira totalmente diferente do que o seu pai faz.

– Na verdade, ele é que é a ovelha negra.

– Como assim? - James perguntou curioso.

– Eu venho de uma família de médicos. Meu avô é dono de um hospital, meu tio é cirurgião, minha tia também é cardiologista, assim como meus primos e outros parentes também são médicos. Todos trabalham com o meu avô.

– Nossa. Um dos melhores empresários de Hollywood vem de uma família de médicos.

– Não sei de onde ele tirou essa ideia, mas acredito que ele nasceu para isso. Assim como eu nasci para continuar com a tradição da família, e você para ser ator. Acredito que cada um nasce para fazer algo na vida.

– Mas e aqueles que não fazem nada?

– Acho que são preguiçosos demais para encontrar e ir atrás de sua verdadeira vocação, ou apenas nasceram para não fazer nada e importunar a vida dos outros.

– Concordo. - James disse sorrindo. - E a sua mãe?

– Minha mãe? - Monique pareceu congelar por um instante. Ela não tinha uma boa relação com a mãe e preferia não citá-la. - Digamos que ela não gosta de ficar em um mesmo lugar por muito tempo. - James assentiu, achando melhor não tocar mais no assunto.

– E os seus pais? Me fala deles.

– Não tem muito que falar. São casados, felizes, empregos normais.

Os dois voltaram a comer e o silêncio instalou-se novamente.

– Você vai muito ao Ocean Palace? - ele perguntou olhando para seu prato.

– Sim. O dono do hotel é o pai da minha amiga, Tessa.

– Tessa? Uma alta de cabelos castanhos?

– Sim. Ela mora no hotel.

– Ah! Eu a vi lá discutindo com um rapaz que administra o hotel, Andrew.

– É o irmão dela.

– Isso explica muita coisa.

– James? - a voz de Arthur Durant pairou pela sala de jantar. - Monique. - ele cumprimentou sua filha e voltou-se para James. - Desculpe pelo atraso, mas o transito estava terrível. Parece que está ficando pior a cada dia. Quando terminar o jantar pode ir ao meu escritório, estarei esperando. - James apenas confirmou com um aceno de cabeça.

– Não vai jantar conosco pai? - Monique perguntou.

– Não, eu já comi. Com licença.

–-

Luke Hudson jantava com seus pais Dim e Jena.

– Como está Luke no escritório? - Jena Hudson perguntou a Dim.

– Muito bem. - Ele respondeu simplesmente. - E como foi no trabalho querida?

Jena Hudson é uma mulher extremamente inteligente e recatada. É uma cientista forense muito conhecida pelos seus trabalhos de pesquisa e investigações que também auxiliam a polícia.

– Sabem aquela mulher que foi assassinada próximo ao Ocean Palace? - Luke finalmente parou de olhar para sua comida para prestar atenção à conversa.

– Descobriram algo? - Dim perguntou.

– Está muito difícil, pois ela ainda não foi identificada. E o mais estranho é que a arma do crime desapareceu ontem à noite. Os seguranças do laboratório foram encontrados desmaiados, mas sem sinal de envenenamento, tranquilizantes, drogas ou fraturas na cabeça. É como se eles tivessem simplesmente dormido. E o registro das câmeras daquela noite foi apagado.

Luke arregalou os olhos e um pensamento rápido lhe ocorreu à cabeça. Ele sabia exatamente o que tinha acontecido.

– Mãe, pai, se me dão licença eu vou dar uma saída.

– Agora, durante o jantar? Um pouco inoportuno, mas tudo bem - disse sua mãe.

–-

Marion, a copeira da casa de Alexis, abriu a porta para Luke, que entrou apressado dizendo que precisava falar com Alexis e subiu para o seu quarto e bateu na porta.

– Já disse que não quero jantar! - Alexis gritou de dentro do seu quarto.

– Alexis, sou eu, Luke.

– Luke? - ele ouviu seus passos em direção a porta, que foi logo aberta. - O que você quer?

– Conversar.

– Estou farta de conversar com você! - Alexis ia fechando a porta quando Luke a impediu.

– Sei que está com a faca que matou aquela sereia. - Ele olhou em seus olhos cinza que estavam opacos e fundos.

– Não sei do que está falando.

– Ah, qual é Alexis! - Luke passou as mãos pelos cabelos. - Sei que naquela noite que você sumiu foi até o laboratório de investigação forense onde minha mãe trabalha, hipnotizou os seguranças com seus poderes de sereia, os fez dormir e fez o cara da sala de câmeras de segurança apagar sua passagem por lá. - Luke soltou tudo de uma vez e Alexis olhou para ele espantada.

– De novo, não sei do que está falando. Se me der licença, vou dormir - Alexis fechou a porta na cara de Luke, que tentava manter a calma para não gritar.

– Alexis, por favor. Por favor, abre a porta. - Luke suplicava. - Eu só quero conversar.

– Vai embora! - ela pediu, e Luke percebeu que o tom da sua voz choroso.

– Não vou até você abrir essa porta! Se não abrir, eu entro assim mesmo!

Silêncio. Luke esperava que ela abrisse a porta, mas nada aconteceu. Então ele resolveu entrar assim mesmo.

– Alexis - ele a chamou baixinho, entrando cautelosamente em seu quarto.

O quarto de Alexis estava completamente bagunçado. Havia papéis por todos os lados. Alexis estava sentada na cama de costas para ele, que apenas via seus cabelos loiros, que estavam sempre impecáveis, estavam totalmente desgrenhados.

– Lexi. - Luke a chamou mais uma vez. Ele nunca havia lhe chamado de nenhum apelido carinhoso. Isso fez soar bastante estranho para os dois.

– Já disse para ir embora - sua voz saiu rouca e chorosa.

– Não vou sair até me dizer o que está acontecendo. - Luke disse enquanto aproximava-se calmamente dela.

Ela não disse nada. Luke apenas ouvia o som da respiração pesada e cansada de Alexis.

– Alexis você tá me assustando. Sai dessa, você tá parecendo uma louca.

– Se foi pra isso que veio, dizer que estou louca, pode sair. - Luke revirou os olhos e sentou-se na cama ao lado de Alexis.

– Não foi para isso que eu vim. Eu estou preocupado, quer dizer, suas amigas estão. Eu também estou. - Luke enrolava-se tentando achar as palavras certas para dizer. - Todos nós queremos saber quem está por trás dos assassinatos, mas não é por isso que devemos nos trancar no quarto, deixar de comer e pentear os cabelos.

– Você não sabe o que eu estou passando.

– Tem razão, eu não sei. Mas o que eu quero que você ponha nessa sua cabeça é que eu e as outras, até mesmo o Andrew estamos apoiando vocês. - Luke suspirou e colocou uma mão no ombro de Alexis. - Eu quero te ajudar, mas só posso se você parar de ser teimosa e querer fazer tudo sozinha.

Luke ficou de frente para Alexis e tocou seu queixo fazendo-a olhar para ele.

– Olha pra mim. Não faça isso sozinha. Por favor.

Alexis confirmou com um pequeno aceno com a cabeça. Uma lágrima escapou de seus olhos e Luke a limpou.

– Você não está sozinha.

Luke a abraçou. Alexis ficou um pouco hesitante, mas logo correspondeu ao abraço.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

reviews?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mermaids" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.