Mermaids escrita por Annabel Lee
Notas iniciais do capítulo
desculpa a demora
– Você disse que nós somos NAMORADOS?! - Alicia gritou ao telefone.
– Desculpa, mas era a única solução - Tessa tentava argumentar, mas Alicia não parava de gritar.
– Se você não tivesse metido seu irmão nessa história, nada disso tinha acontecido!
– Se você não tivesse decidido ir para as Bahamas, isso não teria acontecido! - Tessa retrucou.
– Agora a culpa é minha?
– Você não está entendendo Alicia - Tessa tentou acalmar seu tom de voz.
– Não, são vocês que não me entendem! - Alicia gritou e desligou o celular.
No instante em que ela jogou seu celular em cima da cama de casal, Andrew saiu do banheiro usando uma camisa branca e bermuda bege que havia comprado a pouco tempo em uma loja próxima ao hotel.
– Que estranho - disse Alicia.
– O que? Essas roupas não estão legais? - Andrew perguntou e Alicia riu.
– Não são as roupas, é você.
– Como assim? - Andrew perguntou confuso.
– É que você tá sempre usando aquelas roupas de mauricinho, e agora está usando essas roupas mais largadas. Sei lá, mas não parece você. - Andrew soltou uma gargalhada alta.
– Admito que tenho um estilo garbo.
– Estilo garbo? Quem é que fala isso? É por isso que não têm namorada, elas não entendem metade das palavras que você fala.
– O problema é que não encontrei uma mulher inteligente a minha altura - disse Andrew, e Alicia pôs uma mão na cintura e lançou um olhar divertido.
– O problema é que você é perfeito demais. É bom ser certinho até certo ponto. Faz bem um pouco de adrenalina, cometer uma loucura de vez em quando.
– É como viajar para as Bahamas com a amiga sereia da minha irmã para garantir que ela não seja assassinada, evitar que meu pai descubra que eu deixei o Ocean Palace, e ainda não trazer mala.
– É, tipo isso. - Alicia deu de ombros e pegou sua bolsinha que estava em cima da cama. - Vamos, quero ficar com minha mãe o máximo que eu puder antes que anoiteça.
– Ok.
–-
Tessa tomava café da manhã sozinha no restaurante do hotel, quando Monique entrou e sentou-se juto a ela.
– Então? Notícias de Alicia e Andrew? - ela perguntou, acomodando-se na cadeira. Tessa acenou com a cabeça enquanto tomava um gole de seu café.
– Eles chegaram ao hotel.
– Só isso? - Mô perguntou desapontada.
– Pelo menos não morreram em um desastre aéreo - Tessa disse sem humor.
– Eu hein, vira essa boca pra lá.
Tessa revirou os olhos.
– E a Alexis? Alguma notícia dela? - Tessa perguntou.
– Depois daquela ligação estranha, nada da Alexis.
–-
Andrew e Alicia andavam pela praia de Andros. Eles caminharam até se afastar para um lugar onde não houvesse ninguém.
– Tinha me esquecido de como esse lugar é lindo - disse Alicia que tinha o olhar para o mar.
– Eu também. Acho que estava precisando sair um pouco do meu escritório, ou das salas de reunião. Respirar ar puro - disse Andrew, e inspirou forte, sentindo o cheiro das algas, cheiro de mar.
Eles caminharam mais um pouco até chegarem próximo a um rochedo.
– É aqui - Alicia sussurrou.
Ela fitou o pequeno rochedo e depois olhou para o oceano. Andrew aproximou-se por trás dela.
– O que está esperando? - ele perguntou próximo ao ouvido de Alicia.
– E se eu chegar lá e disserem que minha mãe está morta? - ela falou baixinho. Andrew teve um flash de memória de quando seu pai lhe contou que nunca mais veria sua mãe. Ele suspirou afastando a memoria e pôs uma mão no ombro dela.
Alicia olhou para a mão em seu ombro e subiu seu olhar para os olhos azuis de Andrew. Ela se virou e os dois se olharam em silencio. Andrew olhava profundamente nos olhos verdes da ruiva que expressavam medo, insegurança e tristeza. Ele segurou delicadamente o rosto de Alicia, involuntariamente.
Alicia sempre fora um tipo de líder entre as amigas, agindo com liderança, determinação e inabalável. Ele nunca a viu chorar ou demonstrar fraqueza diante de situações difíceis. Mas agora ela tentava segurar as lágrimas, estava insegura e confusa. Tudo o que Andrew queria agora era abraça-la e dizer que tudo ficaria bem. Ele sabia bem a dor de perder uma mãe, e não a desejaria ao pior inimigo.
– Não vai saber se não for lá - Andrew falou sem interromper o contato visual.
– Não sei se consigo - ela disse em tom choroso, e ele deu uma risada.
– Você me arrastou até as Bahamas para ver sua mãe, e agora diz que não consegue? Isso não parece a Alicia destemida e determinada que eu conheço. - Alicia sorriu fracamente com as últimas palavras que ele disse.
– Primeiro, foi você que quis vir. E segundo, estou com medo de não encontrar a minha mãe.
– Não posso garantir que ela está viva, mas seja lá o que acontecer você tem a mim e a suas amigas. - Alicia se jogou nos braços de Andrew e deixou uma lagrima correr em seu rosto. Andrew a limpou e beijou o topo da sua cabeça, sentindo o cheiro de maça de seus cabelos.
Alicia soltou-se calmamente e voltou a fitá-lo.
– Obrigada, por tudo, Andrew. - Ele sorriu amigavelmente.
– Não foi nada.
– Para mim significou muito.
Ela virou-se para o mar, despiu-se lentamente e mergulhou.
– Vou esperar por você. - Andrew sussurrou como se o vento pudesse levar suas palavras até Alicia.
–-
Monique acabara de chegar a sua casa carregando seus livros enormes da faculdade. Ela fechou a porta com dificuldade, devido ao número de coisas que carregava e quando virou-se esbarrou em alguém e derrubou os livros no chão.
– Ai, me desculpe - Monique reconheceu aquele sotaque britânico.
– Não tem problema. - Monique disse tímida. Ela se afastou e fitou os olhos castanhos de James Roberts. - Parece que eu estou sempre esbarrando em você, não é?
Os dois riram, e James olhou para baixo, onde os livros enormes de medicina estavam espalhados.
– Nossa eu derrubei os seus livros - James se abaixou para apanhá-los e Monique fez o mesmo. - Não são muitos livros para uma pessoa só carregar? - ele perguntou e entregando livro por livro a ela.
– Eu aguento.
– Ah, não vou deixar uma dama carregar esse peso. Eu te ajudo a carregá-los.
Monique poderia dizer que não, já que tinha uma força fora do comum por ser uma sereia. Mas como não podia revelar seu segredo, não iria negar a ajuda de um ator britânico supergato.
– Tudo bem - ela disse baixinho.
Eles subiram as escadas em silêncio, até que James quebrou o silêncio com uma pergunta.
– Então, todos esses livros são para faculdade de medicina, certo?
– São sim. - Monique abriu a porta do seu quarto - Pode colocá-los em cima da cama.
Os dois se olharam, mas Monique logo desviou timidamente.
– Meu pai está aqui? - Ela perguntou, ainda sem olhar para ele.
– Não. Ele me chamou aqui, mas parece que ficou preso no trânsito.
De repente Olga, a empregada, apareceu na porta do quarto.
– Com licença, o jantar está pronto.
– Me acompanharia para o jantar? - James perguntou estendendo a mão para Monique, que ficou em dúvida se aceitava.
– Claro. - Ela pegou sua mão hesitante, e os dois foram para a sala de jantar.
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