Mermaids escrita por Annabel Lee


Capítulo 6
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

desculpa a demora



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– Você disse que nós somos NAMORADOS?! - Alicia gritou ao telefone.

– Desculpa, mas era a única solução - Tessa tentava argumentar, mas Alicia não parava de gritar.

– Se você não tivesse metido seu irmão nessa história, nada disso tinha acontecido!

– Se você não tivesse decidido ir para as Bahamas, isso não teria acontecido! - Tessa retrucou.

– Agora a culpa é minha?

– Você não está entendendo Alicia - Tessa tentou acalmar seu tom de voz.

– Não, são vocês que não me entendem! - Alicia gritou e desligou o celular.

No instante em que ela jogou seu celular em cima da cama de casal, Andrew saiu do banheiro usando uma camisa branca e bermuda bege que havia comprado a pouco tempo em uma loja próxima ao hotel.

– Que estranho - disse Alicia.

– O que? Essas roupas não estão legais? - Andrew perguntou e Alicia riu.

– Não são as roupas, é você.

– Como assim? - Andrew perguntou confuso.

– É que você tá sempre usando aquelas roupas de mauricinho, e agora está usando essas roupas mais largadas. Sei lá, mas não parece você. - Andrew soltou uma gargalhada alta.

– Admito que tenho um estilo garbo.

– Estilo garbo? Quem é que fala isso? É por isso que não têm namorada, elas não entendem metade das palavras que você fala.

– O problema é que não encontrei uma mulher inteligente a minha altura - disse Andrew, e Alicia pôs uma mão na cintura e lançou um olhar divertido.

– O problema é que você é perfeito demais. É bom ser certinho até certo ponto. Faz bem um pouco de adrenalina, cometer uma loucura de vez em quando.

– É como viajar para as Bahamas com a amiga sereia da minha irmã para garantir que ela não seja assassinada, evitar que meu pai descubra que eu deixei o Ocean Palace, e ainda não trazer mala.

– É, tipo isso. - Alicia deu de ombros e pegou sua bolsinha que estava em cima da cama. - Vamos, quero ficar com minha mãe o máximo que eu puder antes que anoiteça.

– Ok.

–-

Tessa tomava café da manhã sozinha no restaurante do hotel, quando Monique entrou e sentou-se juto a ela.

– Então? Notícias de Alicia e Andrew? - ela perguntou, acomodando-se na cadeira. Tessa acenou com a cabeça enquanto tomava um gole de seu café.

– Eles chegaram ao hotel.

– Só isso? - Mô perguntou desapontada.

– Pelo menos não morreram em um desastre aéreo - Tessa disse sem humor.

– Eu hein, vira essa boca pra lá.

Tessa revirou os olhos.

– E a Alexis? Alguma notícia dela? - Tessa perguntou.

– Depois daquela ligação estranha, nada da Alexis.

–-

Andrew e Alicia andavam pela praia de Andros. Eles caminharam até se afastar para um lugar onde não houvesse ninguém.

– Tinha me esquecido de como esse lugar é lindo - disse Alicia que tinha o olhar para o mar.

– Eu também. Acho que estava precisando sair um pouco do meu escritório, ou das salas de reunião. Respirar ar puro - disse Andrew, e inspirou forte, sentindo o cheiro das algas, cheiro de mar.

Eles caminharam mais um pouco até chegarem próximo a um rochedo.

– É aqui - Alicia sussurrou.

Ela fitou o pequeno rochedo e depois olhou para o oceano. Andrew aproximou-se por trás dela.

– O que está esperando? - ele perguntou próximo ao ouvido de Alicia.

– E se eu chegar lá e disserem que minha mãe está morta? - ela falou baixinho. Andrew teve um flash de memória de quando seu pai lhe contou que nunca mais veria sua mãe. Ele suspirou afastando a memoria e pôs uma mão no ombro dela.

Alicia olhou para a mão em seu ombro e subiu seu olhar para os olhos azuis de Andrew. Ela se virou e os dois se olharam em silencio. Andrew olhava profundamente nos olhos verdes da ruiva que expressavam medo, insegurança e tristeza. Ele segurou delicadamente o rosto de Alicia, involuntariamente.

Alicia sempre fora um tipo de líder entre as amigas, agindo com liderança, determinação e inabalável. Ele nunca a viu chorar ou demonstrar fraqueza diante de situações difíceis. Mas agora ela tentava segurar as lágrimas, estava insegura e confusa. Tudo o que Andrew queria agora era abraça-la e dizer que tudo ficaria bem. Ele sabia bem a dor de perder uma mãe, e não a desejaria ao pior inimigo.

– Não vai saber se não for lá - Andrew falou sem interromper o contato visual.

– Não sei se consigo - ela disse em tom choroso, e ele deu uma risada.

– Você me arrastou até as Bahamas para ver sua mãe, e agora diz que não consegue? Isso não parece a Alicia destemida e determinada que eu conheço. - Alicia sorriu fracamente com as últimas palavras que ele disse.

– Primeiro, foi você que quis vir. E segundo, estou com medo de não encontrar a minha mãe.

– Não posso garantir que ela está viva, mas seja lá o que acontecer você tem a mim e a suas amigas. - Alicia se jogou nos braços de Andrew e deixou uma lagrima correr em seu rosto. Andrew a limpou e beijou o topo da sua cabeça, sentindo o cheiro de maça de seus cabelos.

Alicia soltou-se calmamente e voltou a fitá-lo.

– Obrigada, por tudo, Andrew. - Ele sorriu amigavelmente.

– Não foi nada.

– Para mim significou muito.

Ela virou-se para o mar, despiu-se lentamente e mergulhou.

– Vou esperar por você. - Andrew sussurrou como se o vento pudesse levar suas palavras até Alicia.

–-

Monique acabara de chegar a sua casa carregando seus livros enormes da faculdade. Ela fechou a porta com dificuldade, devido ao número de coisas que carregava e quando virou-se esbarrou em alguém e derrubou os livros no chão.

– Ai, me desculpe - Monique reconheceu aquele sotaque britânico.

– Não tem problema. - Monique disse tímida. Ela se afastou e fitou os olhos castanhos de James Roberts. - Parece que eu estou sempre esbarrando em você, não é?

Os dois riram, e James olhou para baixo, onde os livros enormes de medicina estavam espalhados.

– Nossa eu derrubei os seus livros - James se abaixou para apanhá-los e Monique fez o mesmo. - Não são muitos livros para uma pessoa só carregar? - ele perguntou e entregando livro por livro a ela.

– Eu aguento.

– Ah, não vou deixar uma dama carregar esse peso. Eu te ajudo a carregá-los.

Monique poderia dizer que não, já que tinha uma força fora do comum por ser uma sereia. Mas como não podia revelar seu segredo, não iria negar a ajuda de um ator britânico supergato.

– Tudo bem - ela disse baixinho.

Eles subiram as escadas em silêncio, até que James quebrou o silêncio com uma pergunta.

– Então, todos esses livros são para faculdade de medicina, certo?

– São sim. - Monique abriu a porta do seu quarto - Pode colocá-los em cima da cama.

Os dois se olharam, mas Monique logo desviou timidamente.

– Meu pai está aqui? - Ela perguntou, ainda sem olhar para ele.

– Não. Ele me chamou aqui, mas parece que ficou preso no trânsito.

De repente Olga, a empregada, apareceu na porta do quarto.

– Com licença, o jantar está pronto.

– Me acompanharia para o jantar? - James perguntou estendendo a mão para Monique, que ficou em dúvida se aceitava.

– Claro. - Ela pegou sua mão hesitante, e os dois foram para a sala de jantar.


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