Quebrando as correntes do destino escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 53
Amor nada fraternal


Notas iniciais do capítulo

POV Edward
Obs.: é o mesmo dia ainda do encontro na praça (Circo / Renesmee perdida)....



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/461589/chapter/53

Edward

(10/04/1888 – à noite)

Consegui me livrar de Bree e seus questionamentos por duras penas. Ela acha que sou órfão e fui criado por meus padrinhos no Engenho de Campos. Nunca lhe contei que sou um alforro. Também ela nunca perguntou. Conheci Bree quando saía de uma apresentação no teatro da corte. Estava chovendo muito e eu acolhi da chuva enquanto esperava por seus pais. Conversamos, ela me convidou para as festas de fim de ano em sua casa na Tijuca e comecei a fazer-lhe a corte.

Ela é uma menina adorável, com todos os caprichos que seus quase dezoito anos podem lhe proporcionar. Sou dez anos mais velho que ela, mas isso não é problema algum nem para sua família e nem para mim. Bree é espontânea e não se prende aos convencionalismos da época. Costuma ler escondido aos jornais e aos contos publicados nas revistas. Confesso que, às vezes, não tenho muita paciência com ela.

Jasper ouviu toda a história de meu encontro com Isabella, suas filhas e Alice. Disse não poder esperar mais e que iria encontrar Alice na chácara. Desejei-lhe boa sorte. Coisa que eu mesmo não tinha. Estou arrumando minha mala quando ouço uma batida na porta. Seria Bree? Não. Seus pais não a deixam sair sozinha de casa após o crepúsculo.

Deixo a mala no quarto e vou a passos largos ver de quem se trata. Ao abrir a porta, quase esfrego os olhos para ter a certeza de que não estou sonhando.

─ Olá, Edward. – Não respondo nada. – Não vais me convidar a entrar?

Isabella está parada a minha porta, com um vestido cinza quase preto e um capuz com capa e bordas de pelos que lhe encobrem boa parte de seu rosto. Repentinamente sou tomado por uma lembrança de quase cinco anos atrás. Uma fria noite do mês de Junho em que a sinhazinha, aquela que já me perturbava o sono, batera na porta de meu humilde casebre e fizera esta mesma pergunta.

Não havia se passado tanto tempo assim, mas olhando para trás e todos os esforços que eu fizera para esquecê-la, senti-me profundamente velho e cansado. Naquele dia, Isabella não apenas entrou em meu quarto, mas como também invadiu meu coração e mudou minha vida para sempre. Sei que não posso deixar que ela entre. Mas não consigo resistir, é mais forte do que eu.

─ Por favor, senhora, entre. – falo e abro mais a porta para que ela passe.

Sua saia não é volumosa como antigamente, quase lhe molda os quadris e as pernas, fazendo que seu andar seja nada menos que gracioso.

Ela para e baixa o capuz.

─ Desculpe vir lhe incomodar. Eu vim buscar uma encomenda aqui perto e ...

─ Como encontrou minha casa?

─ Jasper esteve na chácara para ver Alice. – fala simplesmente e entendo tudo.

─ Hum. Quer uma bebida? Sente-se por favor. – puxo uma poltrona, mas ela balança a cabeça recusando.

─ Não vou me demorar. – ela diz e olha a sua volta.

Passo a mão no cabelo, não sei por que mas estou tímido na presença dela agora. Ela sabia que eu estava sozinho e veio me procurar. Uma chama teima em querer se acender dentro de mim, mas a esmago com força. Não há de ser nada demais. Ela caminha pela sala. Para e lê o jornal que ficou em cima da mesinha desde a manhã.

─ Duque de açúcar. – ela lê, me olha e sorri.

─ Não é um título real. Apenas uma alcunha.

─ Lhe cai bem. – ela fala e seu sorriso se desfaz.

Estaria ela pensando na mesma coisa que eu? Açúcar... celeiro, sacas de açúcar, ela gemendo de prazer sob minha boca, uma nuvem de açúcar sobre nós...

─ O que vieste fazer aqui, Isabella? – minha voz sai mais aguda do que eu gostaria.

─ Gostaria de falar sobre um assunto... – ela abaixa a cabeça. – Mas acho que não devia ter vindo.

Dou um passo na direção dela.

─ Digas então o que vieste dizer.

─ É que... é um assunto difícil, meu irmão... – levanto uma sobrancelha ao ouvir esta palavra. Ela percebe meu desgosto. – Posso chamá-lo assim? Irmão?

─ Não. Não pode.

─ Mas...

─ Mas o que? Achas que tens esse direito? Então eu me abstive de qualquer contato com você todo esse tempo, para nada? Não quero lembrar que somos irmãos. Não quero lembrar que somos nada! – Vou até ela e ela não sai do lugar. – Quantas vezes me penitenciei por apenas deixar que lembranças nossas viessem a minha mente livremente? Queres saber? Inúmeras! Incontáveis vezes! – rapidamente retiro meu paletó, desabotoo minha camisa e mostro para ela minhas costas marcadas. Ela abre a boca apavorada com o que vê. – E agora tu vens a minha casa querendo me lembrar do meu maior horror? – paro de falar e meu rosto está a centímetros do dela.

─ Edward eu... me perdoe, por favor... eu... – ela tenta dizer algo. Seus lábios ficam entreabertos como se estivessem à espera.

Nossas respirações estão falhadas, penso em dizer um milhão de coisas, sei que devo colocá-la porta a fora, mas sou tomado por um sentimento de desejo devastador, todo o sentimento reprimido durante esses anos e faço a maior insanidade da minha vida. Beijo minha irmã, na boca.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quebrando as correntes do destino" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.