─ Muito obrigada... Senhor Edward. – Isabella conseguiu dizer. – Ela soltou minha mão por um instante e fiquei cega!

─ Crianças são muito rápidas.

Os dois ficaram assim, como se não tivessem assunto. Tendo tanta coisa o que falar.

─ Não precisava lhe comprar uma boneca, ela...

─ Esta não é uma boneca comum. – Edward disse e olhou para Renesmee.

─ É minha boneca da sorte, mamãe! Ela ajudou a te encontrar!

─ Puxa, minha filha, então guardaremos esta boneca com muito carinho, é uma boneca muito especial. Já agradeceu ao senhor Edward?

─ Obrigada senhor Edward!

─ Não há de quê. Sinto-me honrado em ter sido útil.

Isabella e Edward se encaravam novamente. Isabella sentia como se seu coração fosse pular do peito.

─ Renesmee, graças a Deus! – Alice chegou esbaforida com Milla no colo e nem prestou atenção ao senhor parado ali. – Sinhá eu já tava doida...

─ Alice? – Edward chamou prendendo um sorriso.

─ Edward! – Alice falou mais como quem tinha tomado um susto. – O que? – ela olhou para Isabella.

─ Edward encontrou Renesmee, acreditas Alice?

Alice empalideceu.

─ Não vais me dar um abraço? – ele abriu os braços e Isabella precisou desviar o olhar para ela mesma não cair naqueles braços.

Edward estava ainda mais bonito. Havia perdido alguns traços de menino, estava todo másculo e muito elegante. Suas vestes não ficavam atrás de nenhum nobre fidalgo. O cabelo bem penteado e aparado, os dentes branquíssimos e brilhantes. Os olhos negros estavam ainda mais profundos e as covinhas, essas continuavam ali, apenas um pouco mais discretas. Provavelmente ainda passava algum tempo ao sol, mas a pele estava quase tão clara como de quando ela o conheceu.

─ Edward que saudade! – Alice falou ao se soltar daquele abraço infinito.

─ Está muito bem, Alice! – ele falou segurando sua mão e reparando em suas vestes que quase se igualavam a de sua senhora.

─ Sinhá Isabella me trata como a uma irmã. – ela sorriu mas se arrependeu de ter dito esta frase.

─ Jasper também está aqui comigo. – Edward falou antes que algum comentário infeliz, estragasse o momento.

─ Está? – Alice perguntou sorrindo animada.

─ Sim, ele está fechando um negócio com um cliente. Estamos em nossa casa a quatro ruas daqui. Ficaremos até o final da semana.

Isabella fazia uma anotação mental de tudo que ele falava.

─ Edward, meu amor!

Uma jovem pulou no pescoço de Edward surpreendendo a todos. Edward apertou os olhos e forçou um sorriso.

─ Bree. – falou tentando, em vão, retirar o braço que ela enlaçava em seu pescoço. – O que fazes aqui? – perguntou com frieza.

─ Vim fazer a prova do vestido, oras! E o monsieur Torres disse-me que deves logo escolher o tecido de seu colete. Onde já se viu um noivo tão displicente as vésperas do casamento! – ela falava e sorria ignorando as duas mulheres que ali estavam.

A respiração de Isabella começou a falhar. Noivo? Casamento? Quem era essa? Ela olhou para a jovem. Bree era alta para uma mulher, quase do tamanho de Edward. Estava com o cabelo preso em coque numa espécie de chapéu vasado com renda. Tinha o cabelo loiro escuro e olhos muito verdes. A pele era tão branca como leite. Usava um vestido com estampas de flores e sem mangas. No rosto, um pó bem rosa lhe acentuavam as maçãs.

─ Vais se casar? – Isabella perguntou olhando bem dentro dos olhos de Edward.

Edward sabia que se abrisse a boca naquele momento diria que não.

─ Vamos nos casar no dia 06 de Maio! Não é uma data linda? – Bree falou finalmente se dirigindo à Isabella.

─ Seis de Maio. – Isabella engoliu. – É menos de um mês daqui.

─ Bree faz 18 anos no final deste mês de Abril. Não encontramos mais motivos para adiar a data. – Edward falou quase como se desculpando.

Isabella percebeu que ele a chamava pelo primeiro nome e se sentiu incomodada por haver tamanha intimidade. Bree olhou para ele, depois para Isabella, depois para ele de novo. Olhou para a jovem negra que segurava uma criança miúda de aproximadamente dois anos, muito loira e pálida. E olhou novamente para a criança no colo da mulher, uma menina de rosto redondo, cabelos pretos e volumosos e face corada.

─ Vocês são? – perguntou num tom evidente de ciúme.

Alice deu uma leve cotovelada nas costelas de Isabella.

─ Esta é Alice – Edward se adiantou em falar. – Fomos criados juntos na fazenda de minha madrinha – Alice acenou com a cabeça – E esta é... – ele engasgou tentando falar – É a senhora Isabella, ela é...

─ Sou irmã dele e essas meninas são minhas filhas. Muito prazer em conhecê-la, senhorita Bree. – Isabella empinou o nariz e plantou um sorriso, esticando uma mão para cumprimentar Bree.

Edward ficou furioso com esta apresentação. A respiração dele ficou pesada e seu olhar escurecido. De repente ele parou e olhou para a menina no colo de Alice.

─ Suas filhas? – Edward perguntou intrigado.

Isabella puxou a respiração com força.

─ Sim. Milla estava na minha barriga na última vez em que nos vimos.

Edward olhou de Milla para Renesmee.

─ Não me disseste que já tinha uma outra filha.

─ Creio que não tivemos... tempo.

Os dois se encaravam.

─ Uma irmã! Nunca me falaste sobre ela. – Bree falou numa animação repentina.

─ A senhora Isabella é minha meia irmã. Somos irmãos apenas por parte de pai.

─ Mesmo assim é sua família, oras! – Bree largou o pescoço de Edward e abraçou Isabella num ato inesperado.

Isabella não retribuiu o abraço, apenas ergueu um sorriso de lábios selados. Bree deu um beijo em cada uma das meninas e juntou as mãos olhando as meninas.

─ Temos sobrinhas! Isso não é lindo?

Agora era Isabella que ficara furiosa. Renesmee e Milla não seriam sobrinhas daquela menina... aquela menina... Na verdade não havia um motivo para odiar Bree, não um motivo plausível. Isabella se odiou por não ter o direito de odiar Bree.

─ Vamos, Alice. Mike logo chegará com meu sogro e quero estar em casa com as crianças. Foi muito bom revê-lo, senhor Edward. E conhecê-la também, senhorita Bree.

─ Nos vemos no casamento, não? Faço questão que a família de Edward, agora que sei que ele tem uma irmã e sobrinhas, esteja presente. Talvez elas possam até ser damas de honra! – Bree bateu palmas.

Isabella quase vomitou com essa possibilidade.

─ Quem sabe. – ela lançou um olhar para Edward que não dizia uma só palavra. Tinha o maxilar cerrado e o olhar penetrante diretamente em Isabella.

Elas se viraram para ir embora, mas Renesmee fez força para sair do colo de Isabella.

─ Espere mamãe! – ela correu até Edward, que abaixou-se totalmente desarmado por aquela atitude. – Obrigada! – ela o beijou na face e o abraçou.

─ Espere. – ele segurou sua mãozinha. – Tome. É para você. – ele lhe entregou o pirulito e como recompensa recebeu mais uma vez aquele sorriso encantador.

Isabella segurava suas emoções olhando para a cena. Quando Renesmee voltou para seus braços, Isabella não se segurou mais e foi chorando todo o caminho até sua carruagem.