Cheguei em minha cidade, não fui morar na mesma casa que antes, porém aluguei uma próxima à vizinhança. Minha tia não queria que eu ficasse sozinha, por isso implorou para que eu fizesse amizades. Eu disse que iria me esforçar, porém não me importava muito. Como ela pedira, irei tentar.

Ela também disse para eu não voltar na casa, por ser perigosa e velha.

Me matriculei em uma escola, assim fui transferida. Como sempre, começavam boatos e fofocas.

Fui coloca na última cadeira, da primeira fileira.

Tentei enturmar e parecer normal, como minha tia pediu, porém parecia impossível. Já não estava acostumada.

Durante as aulas, não conseguia me concentrar, tudo o que movia chamava minha atenção. EU NÃO QUERIA ME CONCENTRAR.

O professor chamou minha atenção. Alguns colegas riram.

O garoto em minha frente mandou um bilhete:

'''A próxima aula é história, finja estar prestando atenção na professora, ou ela fara barraco :P ''

Agradeci com a cabeça.

As aulas acabaram e era intervalo. Subi para o terraço.

Logo depois uma garota e um garoto subiram, não queria incomodar, então não falei nada.

–Sabe... E-Eu gosto de você!

–Desculpe, não posso aceitar seus sentimentos.

Cuspi o suco fora, me segurava para não rir. Não era engraçado, porém incomum. Ela saiu correndo chorando e ele ficou no terraço por mais um tempo.

Enquanto ele esperava o recreio acabar, ele me notou:

–Você está aqui desde quando?

Eu fiz uma cara estranha de susto, ainda mais por quê ouvi algo que não devia.

–E-eu? E-eu aca-cabei de che-chegar! - Eu estava tentando mentir, mas gaguejava e minha expressão facial dizia o contrário.

–Você é péssima para mentir! - Disse ele, rindo inocentemente.

"Agora sei o que aquela garota sentia" Pensei sarcasticamente.

O sino tocou, agradeci, assim não precisava falar com ele. Ele foi na frente, esperei uns minutos e desci.

Entrei na sala novamente, e percebi que o garoto de antes era da mesma sala, porém não vi a garota. Talvez ela tivesse ido embora ou fosse de outra classe.

E assim foi meu primeiro dia na escola, simples e quieto. Ou não.

A noite chegou, aproveitei que minha tia dormia e resolvi voltar à minha primeira casa. Queria descobrir algo sobre o assassino, que eu pudesse usar contra ele.

Ao chegar lá, tossi um pouco, a casa estava empoeirada, então ouvi uma voz:

–Uma vítima inteligente jamais volta ao local do crime. -Enquanto me virava, notei que era o assassino. Ele sempre me achava, eu não entendo...

Apenas corri, e quando tomei distância me escondi dentro do guarda-roupa.

Estou ouvindo passos se aproximando, se eu morrer... Eu não irei morrer! Não posso ainda!