Kristy Collins

— É verdade que você e a Melissa começaram a se envolver antes mesmo de você e a Kristy se separarem? – Alice perguntou e eu engoli em seco, de repente me sentindo nervosa com aquele assunto, por que ele tinha sido iniciado mesmo? – estou esperando uma resposta Logan – Alice diz, enquanto arqueava as sobrancelhas, em um claro desafio, estava o desafiando a dizer a verdade.

— Eu nunca seria capaz de fazer aquilo – Logan diz sério e eu sabia que ele estava dizendo a verdade, o conhecia suficiente para aquilo, mas eu não queria acreditar, não podia, porque se aquilo fosse verdade, nada faria mais sentido – eu nem sei que fotos ou que conversas são aquelas, eu... – ele suspira e esfrega o rosto com as duas mãos, parecendo frustrado, de repente seu olhar recai sobre mim, que me esforçava tremendamente para não expressar o quanto aquilo me abalava – até hoje eu nem sei porque terminou realmente comigo.

— Porque você me traiu – o interrompo, antes que ele pudesse dizer qualquer coisa que acabasse com a mágoa que eu guardava dele, eu não queria brigar, mas foi inevitável o clima não ficar tenso.

— Eu nunca, te trai Collins – ele suspira, me fazendo engolir em seco, traiu sim, mentiroso, respirei com dificuldade e mantive a mesma expressão, eu não posso acreditar nele – eu sei que não vai acreditar em mim, mas eu jamais seria capaz disso, eu tinha tudo, e nada mais me interessava.

Ri de deboche, e deixei o quarto, cínico, como ele pode ser tão cínico? Não é possível que ele esteja mesmo falando a verdade, porque se for, todas aquelas fotos, todas aquelas conversas, toda aquela dor que eu senti, foi simplesmente por nada. Caminhei a passos pesados pelo corredor do hotel, e não demorei para chegar no elevador, mas as portas se mantiveram abertas, quando o moreno a minha frente colocou a mão para impedi-las de fechar.

Cruzei os braços e desviei o olhar, eu precisava manter a postura e era isso que eu faria. Fomos o caminho até o quarto em silencio, eu estava furiosa e borbulhando sentimentos negativos, como ele pode ser tão cara de pau?

Assim que a porta se fechou e ele suspirou, eu soube que aquilo sairia do controle.

— Precisamos conversar – foi o que ele disse.

— Pra que? Pra você mentir na minha cara e dizer que nunca me traiu? Que tudo não passou da porra de uma mentira? – explodi, deixando que as lagrimas saíssem, eu não estava ligando mais para nada e agradecia a Deus pela Marisol não estar ali.

— Eu sei como deve estar soando isso pra você Collins, mas eu te juro, eu nunca tive aquelas conversas com a Melissa, e nunca vi aquelas fotos – ele diz, enquanto tinha um olhar de dar pena, mas eu não teria pena dele.

Rio desacreditada, ele só pode estar brincando com minha cara.

— Você me conhece melhor do que ninguém – ele torna a dizer, depois que ficamos em silencio, eu estava me sentindo sufocada por tudo aquilo – sempre tive vergonha de falar sobre aquilo até com você, nossa primeira vez foi no escuro – ele ri, parecendo nostálgico, mas eu não me sentia daquela forma, eu me sentia quebrada – eu nunca falei abertamente sobre sexo e também nunca fui o tipo de cara que olha para uma garota com malícia, e eu tinha você, então ninguém mais me interessava.

— Você estava estranho naquela época – comecei, tentando de uma vez colocar tudo aquilo para fora – você começou a se afastar de mim, e por mais que eu perguntasse, você nunca me dizia o que era... – engoli com dificuldade, enquanto mirava o chão, incapaz de olha-lo nos olhos – e no dia do nosso aniversário de casamento, eu recebi as fotos e todas aquelas conversas – deixei a primeira lagrima cair e as outras vieram juntas, aquilo havia me magoado profundamente – mesmo assim eu aguentei, nós nem comemoramos aquele dia, você estava ocupado demais com a nova campanha e eu tentei ser compreensiva, então passei nosso aniversário de casamento sozinha, vestida com um vestido azul, sua cor favorita, enquanto tinha uma mesa de jantar linda, até a Sol escolheu ficar com o padrinho naquele dia, dizendo que os papais dela tinham que jantar sozinhos – o olho e coloco a mão na boca, abafando o gemido de dor que sairia – eu realmente jantei sozinha, e um mês depois, você não falou nada, não pediu desculpa por esquecer nosso jantar, não me contou que havia outra pessoa em sua vida, você só, se afastou mais ainda e eu... eu escolhi o que era melhor para mim.

Ele ficou em silencio por um tempo, enquanto minha lagrimas caiam e as dele também. Parecia doer nos dois e talvez depois daquele momento, eu finalmente pudesse deixar aquilo de lado.

— Naquele dia, Melissa se sentiu mal e foi parar no hospital – ele começa com um suspiro – e ela disse que tentou ligar para todo mundo, mas só eu a atendi. Eu não desconfiei que poderia ser mentira, você sabe... eu não nego ajuda a ninguém, mas quando eu cheguei em casa e vi você dormindo no sofá e aquela mesa linda, eu evitei tocar no assunto, porque desculpa nenhuma evitaria a decepção que eu sei que sentiria, porque eu estava decepcionado comigo mesmo – ele suspira e tira o celular do bolso, se aproximando de mim, me fazendo recuar, até estar com as costas na parede e ele de frente para mim, procurando algo no celular – o nosso mal foi não ter conversado Kris – era a primeira vez que ele me chamava daquele jeito, era sempre Collins, ele vira o celular para mim e eu franzi o cenho, a foto era minha, de um ano antes de conhece-lo, enquanto estava abraçada de uma forma bem romântica ao meu ex – eu não sabia na época, mas depois descobri que era seu ex, mas eu também estava magoado e também estava esperando que você viesse até mim, explicar ou ser sincera comigo, mas no fim... – ele guarda o celular e me encara – nenhum de nós tínhamos o que dizer, porque nada daquilo era verdade.

Engulo em seco, o vendo se aproximar, mas minha cabeça estava girando, enquanto eu processava cada palavra dele, por isso não o afastei. Senti a respiração dele se juntar a minha e os lábios dele esbarrar nos meus, mas ele não me beijou e eu não queria que o fizesse.

— Eu não posso Logan – murmuro, ainda sentindo os lábios dele esbarrando no meu. Pus uma mão no seu peito e o afastei com cuidado, e ele apenas se moveu, parecendo tão confuso quanto eu.

Naquela noite, nós conversamos sobre tudo e quando voltamos a L.A., estávamos receosos demais, como se a qualquer momento um teto de vidro fosse cair sobre nossas cabeças.

— Não, pelo amor de Deus, Alice, o quarto já vai ser um safari, o chá de fralda também? – Caitlin resmunga, jogando a revista na mesa de centro, fazendo eu e a Jenni rir.

As duas discutiam sobre o tema da festa do chá de bebê.

— Elas duas vão acabar se atracando no meio da sala – digo rindo e a Jen assente.

— Mais eu gosto de bichinhos, é fofo – Alice diz com uma carinha de choro, que convenceria qualquer um, claro, qualquer um menos...

— Não – Caitlin foi firme.

Menos a Caitlin. Novamente rimos.

— E o que acham de ursinhos carinhosos? São coloridos, é infantil e não tem gênero, olha que incrível – Jenni propõe, fazendo Alice pensar por um instante e assentir satisfeita.

— Finalmente – Caitlin retruca, jogando as mãos para o céu e nós rimos. Dramática.

— Logan, espera – ouvimos o Kendall gritar e de repente, Logan passou pela sala parecendo um furacão, saindo com presa de casa – droga – Kendall chega na sala e passa as mãos pela cabeça, jogando os cabelos para trás, enquanto via pela janela aberta, o Logan partir dali com o carro.

— O que houve? – Alice pergunta confusa.

— Logan descobriu que a Melissa quem armou para vocês e vendeu notícias esse tempo todo para os tabloides, tudo por fama – James quem responde, parecendo tão frustrado quanto o Kendall e o Carlos, que tinha o olhar perdido.

Todos os olhos se voltaram para mim e eu dei de ombros, ué, eu não tinha nada com aquilo, tudo era entre ele e a esposa dele. Voltei as revistas e passei a folhear, em busca de uma decoração para a mesa de doces. Logo tendo as outras em busca da mesma coisa que eu, ignorando todo o resto.