Evolet Potter II escrita por Victorie
Notas iniciais do capítulo
A parte em Itálico é uma lembrança do Draco.
O capítulo pode ficar um pouco confuso só que é intencional, mais para a frente tudo se esclarece.
Draco Malfoy
Eu tinha passado o dia todo no quarto esperando o que estava por vir.
Não tinha saído nem mesmo para comer, não iria conseguir.
Embora estivéssemos em pleno verão de junho o tempo em volta da Mansão Malfoy estava fechado, as nuvens cinzas cobriam todo o céu e o sol - que normalmente clareava o meu quarto todo desde que nascia até se por - mal tinha dado sinal de vida.
Até mesmo o tempo tinha resolvido ficar de luto por mim.
Rolei a minha aliança no dedo enquanto olhava pela janela e me lembrava das minhas duas últimas semanas em Hogwarts.
Acho que tinham sido as melhores da minha vida.
E não, eu não estou exagerando.
Evolet e eu tínhamos voltado a namorar e a usar as nossas alianças na mesma noite em que eu disse que a amava.
Fiquei um pouco decepcionado quando ela não disse o “eu te amo” de volta, no entanto eu sabia que ela diria quando estivesse pronta.
E isso não demorou muito.
O trem parou quando chegou à estação de Kings Cross e ao longe pude ouvir os outros alunos de Hogwarts saírem apressados para reencontrar seus pais e voltar para casa.
Diferente deles Evolet e eu não nos mexemos.
Tínhamos conseguido uma cabine só para nós e eu estava sentado com Evolet meio deitada no meu peito enquanto eu mexia em seu cabelo ruivo.
_Temos mesmo que ir? - Evolet perguntou manhosa.
_Infelizmente. - respondi e suspirei.
Nem eu nem ela queríamos voltar para casa.
Estávamos mais felizes do que nunca desde que tínhamos voltado a namorar e sabíamos que as férias iriam nos deixar afastados mas não tínhamos o que fazer sobre isso.
E mesmo não querendo, eu tinha medo do que iria acontecer na minha casa, medo do que eu iria encontrar.
Minha mãe devastada pela prisão do meu pai e mais um monte de Comensais da Morte que eu nunca tinha visto antes andando pela casa.
Eu odiava aquilo, mas era obrigado a aceitar, afinal, o que eu poderia fazer?
Evolet levantou e foi pegar seu malão e a gaiola do Boris para poder sair do trem, segui seu exemplo e fiz o mesmo.
Eu estava abrindo a porta quando Evolet puxou meu braço e pediu que eu esperasse.
_Eu tinha esquecido – ela disse – Dei um jeito de nós podermos nos falar nas férias. Segura. - mandou e jogou a gaiola do Boris em cima de mim.
_Como? - perguntei curioso.
Evolet não respondeu, colocou seu malão em cima de um dos bancos, o abriu e começou a procurar alguma coisa.
_Você é um poço de organização. – zombei.
O malão de Evolet era mais bagunçado do que seu quarto, enquanto o meu estava perfeitamente organizado – eu mesmo o tinha arrumado – o dela tinha roupas jogadas e amassadas, todas emboladas junto com livros, pergaminhos e penas.
_Eu não tive tempo de arrumar, ok? - se defendeu – Era pra eu ter arrumado ontem a noite mas... - o rosto de Evolet ficou subitamente vermelho – Hã... Não deu. - completou.
Dei risada do seu constrangimento, eu sabia o porquê dela estar vermelha daquele jeito, Evolet e eu tínhamos dormido juntos na noite anterior e por isso ela não teve tempo de arrumar suas coisas.
E não, eu não estou falando de dormir juntos no sentido de dormir.
_Ei... - chamei.
_Hum? - ela respondeu.
Evolet continuou mexendo no malão sem me olhar, seus cabelos ruivos estavam jogados ao lado do rosto me impedindo de vê-la.
Coloquei a gaiola de Boris no banco e depois levei a mão ao rosto de Evolet e o puxei delicadamente para que ela me olhasse.
Evolet colocou o cabelo atrás da orelha e olhou para o chão, mordendo o lábio.
_Olhe para mim. - pedi e ela o fez – Não tem porque ficar constrangida com o que fizemos ontem a noite, é a coisa mais natural do mundo, ainda mais para pessoas que se amam.
_Eu sei, – falou – é só que... Meu rosto tem o costume de ficar vermelho por qualquer coisa, fazer o que?
Evolet deu uma risada nervosa.
_Enfim... - disse – Achei o que eu estava procurando.
Evolet pegou uma bolsinha de dentro do malão e de dentro dela tirou dois galeões de ouro.
Me entregou um dos galeões.
_Evolet, acho que minha família tem dinheiro o bastante para sustentar Hogwarts inteira então... Para que isso? - perguntei olhando o galeão.
_Não é dinheiro de verdade – explicou.
Evolet pegou sua varinha e colocou o outro galeão na palma da mão.
_Olhe. - mandou.
Ela apontou a varinha para o galeão e murmurou alguma coisa que eu não escutei. Segundos depois o galeão que estava na minha mão esquentou, olhei para ele e vi escrito “Te apresento o mais novo meio de comunicação bruxa, galeões falsos.”.
_Como? - perguntei.
_É fácil, só aponte a varinha pra o galeão e diga o que quiser me falar.
Peguei a minha varinha e fiz o que ela explicou para poder testar.
_Minha namorada é um gênio – Evolet leu o que tinha aparecido em seu galeão – Sou mesmo – confirmou – mas não se orgulhe tanto, não fui eu quem criou isso, eu só fiz uma copia do projeto original pra gente poder se falar.
_Mesmo assim você é um gênio – disse e a beijei.
_Eu te amo, Draco - Evolet disse minutos depois.
_Eu também te amo - afirmei - Não se esqueça disso.
Olhei para o falso galeão lendo a mensagem que ela tinha mandado horas atrás.
Estou preocupada Draco, o que aconteceu?
Eu não respondi.
Nem essa e nem a nenhuma das outras.
Não tinha falado com Evolet desde que nos despedimos ainda no Expresso de Hogwarts.
É para o seu próprio bem, pensei.
E era, eu faria o que faria pelo bem dela, para protegê-la e para que ela ficasse segura.
Porque ele me prometeu que ela ficaria segura desde que eu aceitasse isso.
Eu só não esperava que isso acontecesse tão cedo.
Sai da janela e tirei a minha aliança, eu não a usava em casa para evitar comentários dos Comensais que andavam por aqui.
_Draco... - minha mãe entrou no quarto sem bater - Já está na hora querido, estão esperando. - ela avisou.
_Eu sei - respondi mantendo a voz firme - Eu já ia descer.
Minha mãe ficou na porta me esperando.
Guardei a aliança e também o galeão falso em uma caixinha e a coloquei na gaveta da mesinha de cabeceira.
_Você sabe que essa não é a única opção, Draco - minha mãe disse - Você pode...
_Não, não posso - a cortei - Sabe que eu não posso, não posso fazer isso com ela, não posso fazer isso com a senhora.
_Eu sei me cuidar, Draco. - ela respondeu.
_Mas mesmo assim, - argumentei - não sabemos quanto tempo a guerra vai durar, ela tem uma vida mãe, tem planos para o futuro, não posso acabar com isso.
Minha mãe me olhou com tristeza.
_Está mesmo certo disso, Draco? - perguntou.
_Sim, mãe. - respondi olhando outra vez para a janela.
_Bem... Então vamos.
Concordei com a cabeça, peguei a minha varinha e a segui para fora do quarto.
Eu não estava pronto para o que me esperava, mas por ela, e só por ela, eu me forçaria a estar.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que gostem desse prologo, logo, logo posto o primeiro capítulo.
Se tiver algum erro não tenham medo de avisar, beijos.