Eles me fitaram atônitos.

– Como assim o Peter? - perguntou o Remus.

– Isso mesmo que vocês ouviram, foi o Peter que falou a localização de vocês - falei apontando para meus pais - para Voldemort.

Rony me fitou como se dissesse "não fale esse nome". Eu apenas dei de ombros, estava acostumada a chamar o Lord das Trevas pelo nome.

– Mas o Peter é nosso amigo, ele nunca faria isso. - disse meu pai com a expressão de raiva.

– Sinceramente, eu acho que ele faria sim. - disse Hermione. Todos olharam pra ela querendo uma explicação. - Quero dizer, olha como é. Ele tem inveja de vocês.

– Inveja? Porque? - perguntou Sirius.

Lerdo.

– Sirius, olhe para vocês. Mano, na boa, vocês são lindos.

Mas na minha opinião eu ainda prefiro o Regulus, pensei revirando os olhos quando o Sirius me mandou um sorriso que eu julgaria irresistível, se eu não achasse isso nojento.

– Você acha isso de mim mesmo? - ele disse galanteado.

– Sirius, aprenda uma coisa. Eu não disse "você", eu disse "vocês". E além do mais eu prefiro mil vezes o Regulus.

Ele revirou os olhos.

– Fala sério, o que você tem com o Regulus? - ele me perguntou.

– Nada que te interessa.

– Interessa sim, porque sempre que eu falo nele, você o defende.

Fiquei em silêncio. Eu não poderia dizer para ninguém meu envolvimento com o Regulus. Apenas a Hermione sabe.

– Isso é irrelevante. - disse cruzando os braços e dando as costas pra ele.

– Viu, vocês fez de novo. Porque não fala logo. O que você tem com o Regulus?

Olha, entendam que o que eu fiz abaixo foi por impulso. Hiperatividade é fogo. Eu já estava estressada por causa da guerra, por causa da morte do Regulus, por causa dessas perguntas que o Sirius está me fazendo... por tudo. Então, não me julguem.

– EU ERA NAMORADA DO REGULUS. - sim, eu gritei isso. Todo mundo deve ter ouvido isso. Se duvidar, até os alienígenas de marte escutaram esse grito meu.

Eles todos me fitaram com os olhos arregalados, menos a Hermione.

– Como assim? - pergunta meu querido irmão.

– Se vocês querem que eu conte isso, eu tenho que contar tudo.

Eles sentaram. Respirei fundo e comecei a contar.

– Nós nos conhecemos no meu quarto ano. No mesmo ano do Torneio Tribuxo. Foi nas férias de Natal, eu fiquei com uma amiga minha em Londres. Um dia eu estava de saco-cheio de não fazer nada, então decidir ir andar um pouco. Estava perto de um café quando eu esbarrei com ele. No primeiro momento eu achei que fosse o Sirius, mas depois eu percebi que não era. A diferença era os olhos. Os de Sirius são cinzas, e os de Reg são azuis. - dei um pequeno sorriso lembrando dos olhos do Reg. - Ele derramou café em mim. Lembro-me que fiquei furiosa com aquilo. Ele me pediu desculpa e perguntou o que poderia fazer para consertar o estrago. Eu estava muito nervosa com aquilo então falei que ele poderia tacar um Avada em sim mesmo. Eu achava que ele era um trouxa, então nem saberia do que eu estava falando. Ele me perguntou se eu era uma bruxa. Eu não sabia o que fazer, eu não sabia se confirmava ou se negava. Então eu optei por ficar calada.

Dei um sorriso lembrando do que aconteceu depois.

– O que aconteceu? - perguntou minha mãe.

– Ele agarrou meu braço e me arrastou pra um beco. - eles arregalaram os olhos. - Calma, ele só me mostrou a varinha e fez com que a sujeira saísse da minha roupa. Ele perguntou meu nome, eu até pensei em mentir mais acabei dizendo mesmo. Ele também me contou o dele, e imagina; eu fiquei tipo "Ai meu Merlin, o irmão do Sirius está vivo".

– Como assim vivo? Ele estava morto? - perguntou-me Sirius.

– Essa parte depois a gente conta, é melhor assim.

Ele deu de ombros como se não se importasse, mas no fundo (bem no fundo) eu sei que ele se importa com o Regulus.

– Continuando, nós começamos a conversar. Toda vez que eu podia, eu ia encontrar com ele. E foi aí que eu percebi. - olhei para o chão. - Eu estava me apaixonando por ele.

Ouvi Sirius bufar mas eu nem liguei. Estava absorta demais em meus pensamento para ligar para o que ele estava fazendo.

– Regulus não tinha a Marca Negra, então não tinha que se preocupar com Voldemort.

– Ele sabia que você era apaixonada por ele? - perguntou minha mãe.

– Sabia. Eu tinha dito pra ele.

– Quando?

– Foi logo depois das férias. Íamos iniciar o quinto ano. Antes de irmos para sede da Ordêm da Fênix, eu fui visitar ele. Quando cheguei lá, ele tinha feito um jantar para nós dois, e uau, ele cozinha muito bem. Depois de comer, começamos a dançar e não me perguntem o porque. No meio da dança eu meio que tomei coragem e disse que estava apaixonada por ele. Ele disse que gostava de mim também. E me beijou. Foi o melhor beijo da minha vida.

Permanecemos um tempo em silêncio.

– É meio estranho sabe? - disse Sirius.

– O que? - perguntou Rony.

– Vocês.

– Por que?

– Porque isso tudo é estranho. Um dos nosso amigos aparentemente vai nos trair e ela - diz apontando para mim - tem um tipo de caso com o meu irmão. Tem alguma coisa a mais que vocês tem que nos dizer?

– Você vai pra Azkabam. - disse Rony dando de ombros no final.

Olhamos atônitos para ele, deveríamos dizer isso depois.

– RONY. - ralhamos com ele.

– Como assim eu vou pra Azkabam? - perguntou Sirius com os olhos arregalados.

– Quando você soube do que aconteceu, você vai atrás do Pettigrew determinado a matá-lo por vingança. Entretanto, Pettigrew passou a perna em você. Confrontado por você em uma rua da cidade, ele criou uma enorme explosão no qual forjou sua própria morte, deixando o dedo inferior como evidência e um rastro explosivo com doze trouxas mortos. Você foi levado para o Departamento de Execução das Leis da Magia, e foi sentenciado, sem julgamento, para Azkaban pela morte de Pettigrew, os nossos pais, os doze trouxas e por trabalhar a serviço de Lorde Voldemort.

Acho que era melhor ter contado depois.