Carpe Diem − Ride or Die escrita por Amanda Lima


Capítulo 1
Capítulo 1 − O Início


Notas iniciais do capítulo

Para Paul Walker, que viveu de uma maneira veloz e furiosa, mas nos deixou em um piscar de olhos.



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Três anos atrás.

− Corre! Corre! Corre! – Melissa gritava escandalosamente pelo celular do outro lado da rua. – A polícia está chegando e, eu juro, vou acelerar esse maldito carro sem vocês.

Não houve nenhuma resposta.

A garota de longos cabelos castanhos estava sentada no banco do motorista do carro localizado logo atrás do galpão que seus comparsas haviam invadido dez minutos antes. Estão demorando de mais, pensou consigo mesma, o jeito é entrar e ver o que está acontecendo. Abriu a porta do carro e com seu par de All Star desfilou em volta do espaço reservado para carros importados e velozes. Estava armada com uma arma calibre 38 escondida na parte traseira da calça, porém a cada passo que dava se sentia mais vulnerável a um possível ataque, mas também sabia que aquela demora era praticamente um pedido de ajuda gritante e por mais que odiasse isso em si mesma, jamais abandonaria alguém que estava no mesmo time que o seu.

Jamais iria se arriscar entrando pelo portão principal do galpão, seria um alvo muito fácil... Deu uma volta quase completa pelo espaço e encontrou a escada que dava para a porta secundária, subiu com passos silenciosos o item de metal e abriu a porta lentamente.

Estava na parte alta do galpão, aonde havia uma mesa de mogno enorme com uma cadeira giratória e algumas estantes com pastas etiquetadas. Perfeito, pensou consigo mesma enquanto se arrastava pelo chão até atrás da mesa.

− Você a quer, não nós! Nos deixe ir e leve ela, não nos importamos.

Melissa parou de engatinhar assim que conseguiu chegar até a mesa e ficou em posição de ataque colocando a arma em mãos.

Desgraçado, a garota pensou assim que reconheceu a voz de James dizendo aquelas palavras, olhou de forma discreta pela lateral da mesa e reconheceu Phil e James ajoelhados no chão enquanto um rapaz que ela jamais havia visto apontava uma arma para os dois enquanto outros três homens protegiam-no.

− Sabe o que eu acho extremamente desagradável? Pessoas da mesma equipe entregando umas as outras e de acordo com meu chefe, Melissa jamais entregaria nenhum de vocês dessa maneira. Isso é tão lastimável!

Chefe? Quem diabos pagaria aqueles caras para me achar... OH, NÃO!

Com a linha de raciocínio mais rápida que uma bala, Melissa levantou-se, mas perdeu um pouco do equilíbrio e acabou esbarrando em uma das prateleiras que fez um barulho horrível e acusador.

− Ela está aqui! Peguem-na! – o homem desconhecido gritou, mas a garota já havia se levantado e lançava-se pela porta enquanto o Sol saia de cena e a Lua Cheia aparecia toda exibida.

Desceu as escadas com a respiração acelerada, ouvia os passos rápidos atrás dos dela e olhou para trás, mas se arrependeu no mesmo momento, já que os dois homens que mais pareciam armários estavam em seu encalço. Seu corpo estremeceu ao ouvir dois tiros absurdamente alto vindos do galpão.

Adeus, Phil e James. Espero que o inferno seja ótimo para quem entrega a própria equipe, pensou consigo mesma enquanto se lançava em uma cerca que, graças a Deus!, não era elétrica. Escalou a mesma com avidez, mas quando estava prestes a se jogar do outro lado, um dos armários em forma de gente segurou seu tornozelo esquerdo.

Melissa chutou a face do rapaz com força, mas ele não a soltou. O desespero apareceu assim que ele conseguiu derrubá-la logo abaixo de seus pés e o outro homem chutou suas costelas, ela arfou com a dor que tomou conta de si.

− Eu vou acabar com vocês. Fazem ideia de com quem estão mexendo? Eu vou matar vocês...

Recebeu outro chute, dessa vez na face e assim se calou ao sentir o sangue saindo por seu nariz. A raiva borbulhava por dentro de seu ser, mas ficou quieta, pois sabia que sua arma deveria ter caído do outro lado da cerca, estava completamente perdida.

A dor era extremamente incomoda, mas sabia que se não fizesse nada iria morrer ali, ou pior, seria entregue ao seu pior inimigo.

Mordeu os lábios com força e fechou os olhos dando a entender que estava se rendendo a dor, mas quando o armário número dois aproximou o corpo do dela, Melissa lhe passou uma rasteira certeira e ele caiu desnorteado ao lado dela que se levantou num pulo e deu de cara com o armário número um. Ela não estava em boas condições para lutar, mas morreria tentando.

Foi quando avistou um rapaz se esgueirando pelas árvores atrás da cerca, estava armado e em posição de ataque. Que ótimo, mais um para me matar.

Melissa já o havia visto antes, era o novo policial da cidade de Charlottesville que estava pesquisando sua vida havia mais de um mês.

O armário-humano veio para cima de Melissa e a pegou pelo longo cabelo, puxou até seus corpos estarem grudados e ele inclinou a cabeça da garota com nenhuma delicadeza.

− Agora você vai ficar bem quietinha, pois se não, eu irei quebrar seu pescoço sem pensar duas vezes, garota mimada.

Melissa trincou os dentes e olhou de soslaio esperando ver o policial, mas ele não estava mais lá. Ela tinha imaginado tudo?

Foi quando sentiu o toque do armário número um ficando frouxo e estava livre, olhou assustada para o chão e o viu caído desmaiado, e ao lado dele estava o jovem policial sorrindo com a sua recente conquista.

Ele não era muito mais velho que Melissa, talvez tivesse a mesma idade que a garota. Era alto e dono de um par de belos olhos azuis.

− Obrigada. – Melissa sussurrou sem conseguir falar muito e caiu de joelhos pelo cansaço excessivo. Ela vivia ameaçando as pessoas, mas nunca havia entrado em uma luta corporal, não desse jeito.

Quando o policial começou a falar algo, o armário número dois se jogou contra ele e ambos caíram na terra. Melissa só conseguia ouvir o som dos socos e assistia a tudo como se não estivesse lá. O cara que tentara por fim em sua vida era enorme, mas o policial era ótimo de briga. Porém, tudo mudou quando o armário atingiu a cabeça do rapaz em uma pedra e então foi tudo extremamente rápido. Ela sabia que ele iria morrer se ela não fizesse nada.

Melissa, mesmo exausta se jogou contra o armário número dois, que ainda estava jogado no chão, e pegou a arma que estava presa no cinto. Engatilhou, mirou e atirou.

Fechou os olhos com medo de ter atingido o alvo errado, mas quando os abriu novamente o policial estava se levantado e olhando para ela, totalmente confuso e depois ambos olharam para o corpo ensaguentado no chão. Ela sabia que deveria falar algo, mas tudo o que pode pensar foi:

− Não entre em uma briga que não é sua.


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