O mundo surreal de Katheryne escrita por Ponyo


Capítulo 17
XVI- Eu e você.


Notas iniciais do capítulo

Por favor, leiam as notas finais, é importante.



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Local desconhecido, Paris.

Cara, essa canção já esta me dando medo. Todo livro que leio assim, o personagem morre de forma dolorosa e agoniante. Essa música calma já está tocando faz sete minutos, não sei para onde estou indo, mas sei que é bem fundo.

O elevador para e as portas se ambrem, revelando uma grande sala branca com uma porta no final. A cena em si já da medo, se não fosse a quantidade de corpos recentes espalhados no chão, todos pereciam ter se envolvido em uma briga feia com socos e armas. Vou em direção porta e tanto ao máximo controlar a vontade de vomitar, é muito sangue. Eu apenas olho de relance, mas percebo que todos tem cabelos brancos e o mesmo olhar daqueles soldados que me atacaram.

Coloco a mão na fria maçaneta prata. Se aqui do lado de fora é assim, imagina dentro? A vontade de vomitar me invade novamente. Abro a porta e uma luz forte me cega por alguns estantes, quando o foco volta, vejo uma sala grande branca com piso da mesma cor, com luzes vindo do teto repleta de espelhos em todas as paredes, como se fosse um labirinto. Um deles abre revelando uma porta secreta na lateral, e ele surge.


Meu pai, de braços abertos para que eu o abrace. Meu coração começa a palpitar fortemente.

Sei que é errado e ele pode ser apenas uma ilusão, mas corro até ele e o abraço com todas as minhas forças. E do nada, não me senti assim tão só.

–Kat, você cresceu tanto meu amor.- Ele começa a passar a mão pelos meus cabelos. - Eu senti muitas saudades suas.

–P-pai, onde você esteve todo esse tempo? Achei que estivesse morto! O que são todos aqueles corpos? Onde estamos? - Afundo a cabeça em seu peito e sinto o cheiro de lavanda.

–Me perdoe amor, mas tenha calma. Estamos em uma instalação secreta que existe a muitas décadas. -Ele me puxa para dentro da porta secreta revelando uma sala muito diferente das duas primeiras. Era acolhedora.

–Aqueles corpos eram culpa de um Honlux, ele invadiu a sede, querendo me matar. Matou vários mas enfim conseguimos o prender.

–Mas por que a porta do elevador estava aberta?

–Eu soube que você estava vindo, resolvi deixar tudo aberto, foi quando ele entrou.

–Você ainda não me disse como pode estar vivo!

–Eu vim para cá, quando percebi que as coisas estavam ficando fora de controle.

–Mas e o segredo? Por que todo essa porra de mistério?!?-Comecei a gritar me livrando do seu abraço.

–Katheryne, tenha calma. Tudo vai ser explicado, mas espera aqui e não toque em nada.-Falou indo em direção a outra porta e sumindo. Eu juro que estou começando a surtar.

Começo a ouvir uns pequenos gemidos e depois sons de socos na parede. Vou em direção do som e dou de cara com uma porta simples como todas as outras, a abro rapidamente e grito aterrorizada.

E lá esta Lysandre, apenas de usando a roupa intima, sagrando com vários hematomas, queimaduras e cortes espalhado pelo corpo, parecia ter sofrido inúmeras torturas. Suas mãos estavam acorrentadas na parede. Seu olho verde estava fechado pois tinha um enorme corte que ia da sobrancelha até metade da bochecha, quem quer que seja que tenha feito isso, era completamente doentio. Corro até ele e o abraço. Sei que estamos em guerra, sei que eu devia o odiar, mas ver alguém em um estado tão deplorável e não fazer nada era inaceitável, principalmente se ainda o amo.

–Quem fez isso com você Lys?!? - Coloco minhas mão em cada lado do seu rosto o fazendo olhar para mim, sei que ele não teria força para fazer isso sozinho.

–Agora ambos temos uma cicatriz foda. -Disse sorrindo, mas depois começou a cuspir sangue. Merda, se eu não fazer algo ele vai morrer. -Não sou nenhum doutor, mas acho que perdi a visão de um olho.

–Katheryne, eu disse que era para você não mexer em nada. -Sinto um arrepiou ruim na espinha e vejo meu pai, com uma arma em uma das mão, mas não apontada para mim.

–O que vocês fizeram com ele?!?

–Foi ele que invadiu e matou meus homens.

–Invadir? Vocês me sequestraram! Kathe, olha, sei que me odeia mas tem que acreditar em mim. Esses caras me raptaram e me prenderam, eu consegui me soltar e caminhei pelos dutos de ar para tentar fugir silenciosamente, foi quando eu ouvi... -Lys parou de falar para cuspir mais sangue. -Ele vai...

–Cala boca! Katheryne, quem você vai acreditar, em mim, seu pai ou nesse cara que matou mandou matar sua tia e Kentin?

–E-eu n-não sei...

–Kathe! Por favor, eu estou falando a verdade! Eu sempre quis te ajudar, lembra?

–Ele está mentindo, eu fui seu aliado todo esse tempo! Quem mandou matar metades dos Splicer para que você pudesse chegar logo em Eldarya? Quem te deixou a adaga? Quem é seu pai?

–E-eu... -Pego minha arma e aponto para a cabeça dele, indo para mais perto de Lysandre. -Eu nunca mencionei a adaga com ninguém a não ser Kentin. Me dá a chave para que eu possa libertar Lys ou eu atiro!
O homem deu um sorriso diabólico e retirou do bolso uma chave e jogou para mim.

–Kathe... ele não é seu pai. Eu não sei quem é mais não é ele, eu conheci Dimitry, lembra? -Libertei Lys sem desviar a arma para a cabeça do homem. - Kathe, temos que agir rápido, esse cara quer jogar uma bomba e decimar qualquer humano ou Honlux da terra.

–Quem diabos é você afinal?!?

–Sou Jade, criador do ByLux. -Lysandre olha para mim com a sobrancelha direita erguida, já que ele pelo jeito não tem mais a esquerda.

–O criador do ByLux, não devia ter uns cem anos?

–Na verdade tenho duzentos e vinte e três, já faço a troca faz muito tempo.

–Troca?!?

–Seu pai foi um homem valente, aguentou a tortura como ninguém. Bem, sem mais delongas, venham comigo. -Continuei parada, com minha arma ainda apontada para ele, com Lys se apoiando em mim. -Vamos por favor, você estão com uma arma apontada para mim, que mal eu poderia fazer? Você querem descobrir o segredo, não?

–Desculpa Lys... Mas tenho que descobrir isso -Falo o guiando, comecei a seguir o "Jade" até a sala que ele tinha entrado a pouco tempo. Era uma espécie de laboratória, com uma maca de metal e umas coisas estranhas que imitiam uma luz.

–Bom, acho melhor começar logo antes que você aperte o gatilho. -Disse o homem enquanto ajudei Lys a sentar na maca, ele não ia aguentar ficar muito tempo em pé. - Tudo começou a cento duzentos anos atrás, quando uma epidemia surgiu em uma pequena cidade nos E.U.A, qualquer pessoa com mais de dez anos foi infectada. A doença fazia que o corpo não fosse imune a mais nada, se você se arranhasse ou pegasse uma simples gripe, era morte na certa. A epidemia se espalhou e ninguém consegui-o mais dar conta, foi ai que me chamaram...

Eu criei o ByLux para ser um remédio, para salvar essas pessoas e mais tarde o mundo da morte, mas algo deu "errado" e a cura funcionou bem demais, os transformando em Honluxs. Mas não podíamos simplesmente transformas essas pessoas e ir embora, então o governo mundial inventou essa história de "Humano Perfeito", fingimos que tinha um preço para que ninguém pudesse comprar e continuamos a salvar vidas. Depois de dois dias outros países da Europa foram infectados com essa doença e até mesmo estados tiveram a população totalmente dizimada a zero. Tivemos que tomar uma medida drástica, dar o ByLux para a população inteira desses países, inventamos que aquilo sobre "Humanos saudáveis poderia ter a droga grátis e blá blá blá", mas tudo saiu fora de controle. Tínhamos conseguido conter a doença, mas países saudáveis continuavam querendo a droga e inventávamos que estava esgotada, não adiantou muito e a guerra foi declarada. Depois disso teve a divisão de Huntrys e Honlux.

–M-mas por continuam a usar a droga?

–Eu não disse que a doença parou de existir. Huntrys que usam ByLux são só pessoas normais que querem ficar fortes, mas em famílias que são descendentes de alguma pessoa que foi infectada no passado precisa usar a droga, a doença é passada de pai e mãe para filho. Por que você acha que apenas pessoas com mais de dez anos podem utilizar? E além do mais, um ano é o tanto em que a doença consegue salvar o corpo, depois ele precisa de mais ByLux para sobrevier. Menos eu.

A duzentos anos anos atrás, eu criei a "troca". Consigo passar minha alma para outro corpo, só que ele tem que ter sofrido muito e sua alma estar fraca, claro que para aprender isso tive que utilizar um pouco de magia negra e física misturada, mas valeu a pena. Posso sobreviver durante anos apenas pegando o corpo de alguém que me agradar. Depois de um tempo percebi que o mundo já estava praticamente acabado, eu precisava dizimar a vida da terra e começar tudo do zero, me tornando um novo Deus! A anos comecei a criar uma bomba que matasse tudo mas que deixa-se animais, a natureza e matérias vivas, a vinte e um anos atrás eu consegui. Mas qual mulher seria digna de herdar um filho meu e dar inicio a uma nova vida na terra?

–Minha mãe. -Jade deu um sorriso malicioso e olhou em meus olhos.
–Exatamente, ela era a mulher perfeita, digna de ser a rainha ao meu lado. Mas teve um pequeno verme que entrou no meu caminho, seu pai. Antes que eu pudesse fazer algo a respeito, Elizabeth já estava apaixonada por ele e se recusou a cooperar comigo.

–Depois ele então descobriu o seu segredo, descobriu que você ia matar todo mundo e tentou te impedir. -Senti Lysandre cair e percebi que ele tinha desmaiado por causa dos ferimentos.

–Exato. Ele fez um estrago muito grande em meus planos, consegui-o me atrasar durante todo esse tempo. Dimitry teria conseguido destruir tudo mas o capturei antes e coloquei um sócia para pensarem que ele se matou, troquei de corpo com ele e atrai Eliza para cá, quando ela percebeu já era tarde demais, ela já estava grávida de mim e já estava no nonô mês de gestação. Mas mesmo assim consegui-o dar a luz a você, minha filha e esconde-lá de mim. Claro que eu nunca percebi que o desgraçado de Dimitry já tinha imaginado que aconteceria tudo isso e deixou pistas para você e Lysandre.

–M-mas e a carta...

–Falsa, foi o único jeito que consegui te atrair para cá. Quem mais seria digna de ter um filho meu do que minha própria filha? Sangue do meu sangue? Mas isso não importa, tenho você e Lysandre agora. Quero fazer a troca e ficar com o corpo dele, um jovem Honlux. Por que acha que eu estava o torturando? Se ele não tivesse escapado, eu teria feito a troca antes de você chegar e já teria a enganado.

–EU VOU MATAR VOCÊ.– Minha mão estava pulsado e meu cérebro está brigando para que eu atire logo. Jade começou a rir histericamente e me olhou de um jeito que, seu eu não estivesse tremendo de ódio, ficaria com medo.

–Acha mesmo, que em esse duzentos anos, eu não sou bom? -Eu simplesmente pisque e quando percebi, ele já tinha me desarmado e segurando no meu pescoço me erguendo no ar. - Eu só não te mato por tamanha ousadia por que ainda quero ter filhos com você. Quero ver essa sua carinha gemendo de prazer quando eu enfiar meu pau em você. Será que te fodo como Dimitry ou como Lysandre?

Ele me arremessou e acabei parando na sala principal que a pouco tempo sentia que era aconchegante. Estava tonta e estou tremendo por causa da falta de ar e da raiva que estou sentido. Vi ele se aproximar e depois pisar na minha barriga e me chutar para o outro lado da sala. Jade começou a rir novamente e me olhou gemendo de dor no chão. Ele era rápido demais, incrivelmente forte. Todos esses anos treinando inutilmente para nada, eu não tenho a menos chance.

–É tão divertido torturar você! Cadê a pouse de durona Katheryne? Onde está Kentin, Agatha ou sua mãe para te proteger? Você está sozinha, sempre esteve.

–Vai... se... foder... -Abri minha mochila e retirei a seringa contendo o ByLux, antes que ele pudesse perceber o injetei no meu braço.


(...)

–Kathe, meu amor acorde. -Abri os olhos e uma linda mulher de cabelos brancos longos e lindos olhos lilases estava me encarando amorosamente. -Dormi-o muito! Está atrasada para o jantar!

–Mãe? -Levanto e encaro a mulher assustada.

–Vamos! Ou a janta vai esfriar. -Antes que eu pudesse falar algo ela desceu as escadas. Olho em volta e percebo que estou no meu quarto, não no palácio, e sim na minha verdadeira casa, a mansão que morei com Agatha.

Desço as escadas indo para a sala de jantar e quando já dou por mim, estou chorando. Minha mãe e meu pai estavam um do lado do outro na mesa de jantar. Não era Jade, era Dimitry. Agatha estava ao lado de Kentin, ambos sorrindo para mim fazendo o gesto para que eu sentasse junto.

Ouvi passos vindo de trás e Lysandre apareceu com a mesma roupa do dia do jardim, a mesma que eu tinha achado incrivelmente sexy. Mas ele estava com uma linda menina com cabelos curtos brancos e olhos dourados, sorria para mim e disse com sua voz melodiosa.

–Mamãe.

Abracei ela e Lysandre ao mesmo tempo, começo a chorar ainda mais e falo bobagens melosas.

–Não e deixem novamente, ao amo muito vocês. -Mas comecei a perceber que eles estavam começando a desaparecer, era tudo uma ilusão do ByLux.

Antes que se fosse por completo, a garotinha gritou mais uma vez.

–Mamãe!

(...)

O transe durou minutos para mim, mas apenas um milésimo na "vida real", mas foi o suficiente para que eu rolasse para o lado e conseguisse desvia do ataque que Jade ia fazer. Todos os meus sentidos melhoraram, me sinto mais viva, mais poderosa, e principalmente, capaz de matar esse cara. Vou correndo em sua direção e pego em seu pescoço com minhas duas mãos.

–Eu disse que ia te matar.-Jade fica me tentando me bater com toda a força que possui, mas vai ficando cada mais fraco com o ar que vai embora de seus pulmões. -Toda a porra do seu plano acabou, você vai morrer pelas minhas mãos. Você jamais vai virar um Deus.

Jade começou a rir insanamente novamente, mas não muito já que está sem muito ar.

–Garota burra. Acha que sou esses vilões de histórias em quadrinhos?-Aperto mais fortemente seu pescoço. -Eu já lancei a bomba faz tempo, o que acha que fiz na hora em que fui para a sala? Eu apenas queria ganhar tempo, por isso expliquei o plano.

O desespero me invadiu completamente, senti que estava suando frio. Soltei minhas mãos do seu pescoço e o arrastei pelos seus cabelos até o elevador. Quando subimos a escada e chegamos a superfície, a cabana não existia mais, no seu lugar havia cinza e tudo estava em silêncio.

O arrastei e corro durante dois Quilômetros em vinte segundos, chegamos a uma cidade que eu tinha passado antes, em que era bem movimentada.

Não havia nada, tudo estava em pó. Joguei Jade no chão com força e apontei minha arma para sua cabeça.

E aqui estou eu, Katheryne, no ano de 1940, na maior guerra que já aconteceu na história, com as mãos sujas de sangue de centenas de pessoas que tive que matar para chegar até aqui. Mas até que valeu a pena. Finalmente estou com uma arma apontado para cabeça do filho da puta que começou tudo isso, que me obrigou a fazer coisas que jamais vou conseguir esquecer. O revólver está queimando em minha mão, louco para enfim ser utilizado, para finalmente ver o sorriso malicioso que terei depois que atirar. Por que faze-lo esperar?

Descarrego o pente da minha arma em sua cabeça, foram nove tiros no total.

Eu nunca me senti tão bem em saber que matei uma pessoa. Bom, na verdade isso era um monstro fantasiado de meu pai.

Volto com a mesma rapidez para a cabana, mas Lysandre esta sentado na frete dela, ferido e sangrando, mas ainda vivo. Sento do seu lado e seguro sua mão, o deixando apoiar sua cabeça em meus ombros.

–Eu ouvi algumas partes da conversa. Todo mundo morreu mesmo?

–Sim, tudo foi dizimado a pó. Humanos, Honluxs, casas, castelos, tudo. Menos a gente e onde estávamos.

–Provavelmente a bomba não penetrou no subsolo, por isso ficamos a salvo.

–O que vamos fazer agora Lys? O mundo acabou, só resta agora uma maria-macho meio vadia e um garanhão cego...

–Não para mim, acho que você sempre foi o meu mundo. Eu só queria ter notado isso antes... Vamos recomeçar Kathe, toda uma civilização do zero. Uma que não tenha guerras, racismo, divisão social...

–Mas e o ByLux? E quando, bom... fazer bebês.

–Vamos destruir todos, eu não preciso dele, sou um mestiço. E além do mais, duvido muito que sejamos literalmente as ultimas pessoas na terra, várias famílias tem abrigos anti-bombas, quem sabe algumas não estava, sei lá, dentro deles na hora do ataque.

–E por que nunca me contou que era mestiço?!?

–Kathe, todo mundo sabia.

Lysandre me abraçou delicadamente, provavelmente por que ainda estava ferido e sussurrou em meu ouvido. O seu toque sempre fez o meu corpo inteiro arrepiar.

–Eu e você, não nascemos para morrer Kathe.

The End.


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Notas finais do capítulo

Então meus queridos leitores, mas uma Fanfic minha que chega ao fim =/
Sei que esse final não foi lá essas coisas, mas simplesmente não consigo imaginar ele de outro jeito XD
Espero que tenham gostado, e para vocês ai, leitores fantasmas, eu não vou dar bronca se só comentarem nesse ultimo cap, Okay? Então por favor, digam o que acharam XD
Quem gostou mesmo, se quiser, pode fazer uma recomendação, tipo, eu ai amar