- Precisamos conversar!

- Sobre o que? – perguntei confusa.

- Sobre... sobre nós – ele falou, enquanto arrepiava os cabelos, parecia estar muito ansioso.

Senti um pedaço de gelo descer pela minha garganta. Ele iria terminar tudo, pensei, enquanto sentia meu coração dar uma dolorosa batida.

Ainda estava deitada em seu colo, então me afastei rapidamente. Estar tão perto dificultaria tudo.

- Estou ouvindo – falei em um fio de voz, mas, por estar tão perto, ele ouviu.

- Eu... não sou de ficar dando voltas, então vou ser bem direto. Eu quero acabar com esse teatrinho.

OoOoO

Estávamos andando há alguns minutos, e já estava cansada. O Itachi não calava a boca e o Neji não abria a dele. Eu vou ficar louca.

Senti alguém agarrar minha mãe delicadamente, olhei para o lado e encontrei um Neji corado, desviando os olhos. Abaixei os olhos e senti minhas bochechas esquentarem. Quem diria Tenten agindo feito uma boba apaixonada.

Logo ouvimos uma música, nos entreolhamos confusos.

Olhei para o Itachi, que tirava um celular de dentro do bolso da blusa.

- Você tinha um celular? – Neji perguntou, já caminhando em direção ao Itachi,

- Eu tinha esquecido – ele falou, com um sorriso amarelo – Eii, calma. Foi mal. Calma Neji. Ahhh.

Suspirei enquanto me sentava e observava o Neji tentando – novamente – matar o Itachi.

Realmente, garotos são complicados.

OoOoO

- Se você quer assim, tudo bem – minha voz saiu embargada, mas que se dane, ele não tem idéia do esforço que estou fazendo para não chorar.Meu Deus, não consigo nem segurar um namorado de mentira. Sou uma inútil mesmo.

- Antes que pense qualquer coisa, preciso fazer algumas perguntas. Promete que irá ser sincera? – ele falou, enquanto me encarava angustiado.
Que cara de pau, termina comigo e ainda faz exigências.

Eu sei, é só uma exigência e o namoro era de mentira... mas para mim era de verdade, poxa.

Apenas assenti, apesar de tudo estou curiosa.

- O que você sente pelo Uzumaki? Não, me deixa reformular a pergunta. Se o Uzumaki pedisse para voltar, o que você faria?

- Diria não – falei sem pensar duas vezes. Se bem que entre um garoto que me traiu e outro que me dá um toco, fica difícil escolher.

OoOo

Depois dessa resposta, senti uma pontinha de esperança crescer. Se não fosse um Uchiha sairia pulando feito uma gazela, mas como sou um (¬¬) dei um sorriso, miúdo, mas um sorriso.

- Por quê? – perguntei curioso.

Ela me encarou parecendo assustada.

- P-porque estou apaixonada por outro – ela falou tão rápido, que demorei alguns segundos para entender.

Sabe aquela pontinha de esperança?

Então... está gigante agora.

Mas ela tem uma queda por abobados, pode ser o Kiba (ou eu, já que também não sou muito normal). Bom, daí mato ele... simples.

Ou talvez ela se declare e faremos amor enlouquecidos em cima da grama.

É, tenho muita imaginação.

E é, eu sou um idiota.

Bom, vou parar de delirar, e é hora da verdade.

- Por quem?

Ela me olhou indignada.

- Não acha que está querendo saber demais?  
                                                                                                                          - -Não... – tenho que saber quem matar.
- Eu... não acho que seja da sua conta.
Ta, essa doeu.

- Você prometeu.

Seu olhar tinha uma mescla de desespero e determinação. Por fim, ela suspirou.

- Foi você quem pediu.

- Ok, e então, por quem está apaixonada?

- Por v-você

Isso aí, agora é só mat...

Espera.

O QUÊ?

OoOo

- Agora pega a merda do celular e liga pra alguém – falei já impaciente. Itachi me encarou um pouco assustado e logo começou a discar.

Neji estava do meu lado, também impaciente. Ele fica tão bonitinho sério.

- Estou preocupado com a Hinata – ele falou, parecendo contar um segredo.

(Alô! Oi pai)

- Ela vai ficar bem, está com o Sasuke – acho muito fofo essa preocupação dele. E a Hinata é um amor, dá para entender.

( Você pode vir buscar o pessoal aqui no parque? É, onde íamos quando criança.)

- É isso que me preocupa – ele falou por fim, emburrado.

(O carro? Ahh ele está um pouco... molhado. É sabe, tipo... dentro de um rio)

- Ahh não seja bobo.

Logo nossa atenção foi voltada para o Itachi, que estava pálido, do celular dava para ouvir muitos palavrões e gritos.

Trocamos um olhar confuso.

Algo me diz que perdemos a carona.

OoOoO