Quando decido voltar para casa já é fim de tarde. As horas passam mais depressa quando estou imersa em pensamentos. Durante o trajeto até a Aldeia dos Vitoriosos, observo que novas famílias se mudaram para o Distrito 12, será que elas sabem que estão construindo seus lares em cima de um cemitério? É provável que sim.

Na praça vejo as ruínas do que um dia já foi o Palácio da Justiça, me lembro de Madge, minha única amiga. Morreu por minha causa. Se eu não tivesse explodido a arena durante o Massacre Quaternário, talvez ela estivesse viva. Peeta diz que não sou culpada, e que mesmo se eu não tivesse feito o que fiz, o 12 teria sido bombardeado. Talvez ele tenha razão.

Chegando em casa procuro por Peeta, não o encontro. Vou até o atelier de pintura, construido nos fundos de nossa casa, com a porta escancarada, entro sem bater. Peeta está agarrado no parapeito da janela, pela sua expressão ele está tendo visões, hesito, começo a dar meia volta quando ele me chama.

– Katniss? - o medo está nos olhos dele.

Não digo nada apenas me aproximo.

– Nós vamos ter um filho. Verdadeiro ou falso?

– Verdadeiro - respondo sem titubear.

– Estou com medo Katniss.

Olho nos olhos dele, posso sentir a tensão a nossa volta.

– Vai ficar tudo bem - digo mais para eu mesma do que para ele.

Peeta passa seus braços pela minha cintura, eu correspondo e envolvo o pescoço dele, nos beijamos apaixonadamente. Fizemos amor no chão do atelier. Ele estava dentro de mim, eu não dizia nada apenas sorria.

– Eu te amo - ele sussurrou em meu ouvido.

– Eu também te amo - respondi e voltei a sorrir.

Voltamos para casa exaustos, Peeta me carregava no colo. Tomamos banho juntos naquela noite, estávamos felizes como nunca. Deitamos em nossa cama, apenas encosto minha cabeça no peito dele, ouço seu coração bater acelerado.

– Você prefere menina ou menino? - Peeta pergunta.

– Tanto faz, só quero que ele ou ela se pareça com você - respondo.

Peeta sorri , me beija novamente. Logo adormeço.

Na manhã seguinte levando antes dele, preparo um desjejum caprichado e o espero. Não demora muito, escuto Peeta descendo as escadas.

– Bom dia meu amor - Peeta me diz isto e depois me beija na testa.

– Bom dia - respondo - acordei cedo e preparei está café da manhã para você.

– Bem obrigada, mas eu que tenho que te mimar não ao contrário - ele diz isto com um sorriso torto nos lábios - Katniss antes de comermos quero te mostrar uma coisa.

Ele me pega pela mão, e vamos até o atelier. Entramos no espaço, Peeta descobre uma tela e me mostra. É um retrato meu, estou grávida.

– Parece que eu engoli uma abóbora - digo.

– Pare com isso. Vai ficar linda grávida, sonhei com esta cena, você estava feliz.

Quero muito acreditar nisso, mas não digo nada. Sai do atelier abraçada com Peeta. O Verão está acabando e as alegrias também.