Vou apenas dizer que para quem estava “perto” eles que tiveram que esperar muito. 45 minutos inteiros para ser mais exato. Quando Stoiko finalmente apareceu ele deu de cara com Jack.

–O que você esta fazendo aqui?- disse ele a Jack com uma expressão de desprezo estampado no rosto

–A mesma coisa que você.- respondeu Jack, não com raiva, não tristeza, mas sim, com decepção.

“como ele pode me odiar tanto assim??” pensava ele consigo.

–Hiccup! onde esta meu filho?

– No quarto com o medico. – disse Astrid apontando para o quarto.

Stoico apressou-se empurrando Jack para que ele saísse do caminho.

–Você esta bem?- Perguntou Astrid para Jack.

–Sim. Obrigado.

– O que foi isso? Digo, o que rolou entre você e o pai do Hicc?

– O de sempre.

–Como assim o de sempre? Desde quando ele é assim?

–Desde que me conheceu.

Astrid não entendeu direito o que Jack quis dizer com isso, ela olhou para Merida e Rapunzel.

–Longa historia- disse Rapunzel- Acho que Jack vai contar se ele quiser.

Stoico entrou no quarto, ele encontrou Hiccup deitado na cama estava dormindo; não demorou muito para Stoico notar o estrago do acidente.

Um sentimento de tristeza, culpa e dor apoderaram-se do grande e imenso homem que estava naquele quarto, todas as sensações tentavam apoderar-se do coração daquele bárbaro incorrigível, a tristeza foi a primeira a apossar-se dele, em seguida a dor, por ultimo a culpa.

Stoico perdeu a força nas pernas ele ajoelhou-se perante a cama, inevitavelmente ele pôs-se a chorar, todos na sala de espera ouviram o soluçar do homem na pequena sala branca, eles foram até a porta, a luz do entardecer entrava pela janela iluminando o local.

–É tudo culpa minha. – lamentou Stoico.- Eu e minha teimosia.

O coração de todos estremeceram-se de tristeza.

–Não diga isso Stoico.- disse Astrid entrando no quarto- A culpa não é sua.

–Claro que é, se eu tivesse deixado ele ficar com aquele maldito cachorro, isso não teria acontecido.

– Tem razão. Mas nem por isso a culpa é sua, todos nós tivemos parte nisso, a culpa é de todos.

–Obrigado por tentar me consolar Astrid, mas isso não vai mudar o fato real, de que eu sou o culpado.

–Acho melhor deixa-lo um pouco sozinho Astrid.- pronunciou-se Perna-de-Peixe.

–Certo.

Astrid saiu do quarto dando uma ultima olhada em Stoico e fechando a porta logo em seguida.

–Esta tarde acho que devemos ir pra casa- comentou ela.

–Vocês podem dormir na minha casa se quiserem.- disse Jack.- Esta tarde e, bom, vocês não podem voltar no meio da noite sozinhos para casa.

– Obrigada mas ficaremos bem.

–Eu insisto. A casa é grande, e eu conheço bem o Norte; dada as circunstancias ele não vai ligar.

–Então tudo bem,. Obrigada Jack.

–Mas e o pulguento? –questionou Cabeça-Quente

–É mesmo, o Banguela.

–Quem?

– Cachorro do Hiccup. Como faremos?

–Levem ele também.

–Obrigada Jack, de verdade

–Não se preocupem, Merida e Rapunzel vão com vocês.

–Mas e você Jack?- perguntou Merida

–Como eu disse, eu vou ficar.

–Tem certeza?

–Absoluta.

Merida sorriu admirada em ver o que Jack era capaz de fazer por amor, todos despediram-se dele e foram embora. Assim que se viu sozinho Jack entrou no quarto, e viu Stoico ainda ajoelhado no leito da cama, o bárbaro havia chorado tanto que adormeceu.

Jack fechou a porta, cambaleou até o sofá da sala de espera, sentou-se respirou fundo e pensou em inúmeras coisas que ocupavam lhe a mente.

Pensou no que sentiu quando viu Hiccup sendo resgatado do acidente.

Pensou no que seria de sua vida se o tivesse perdido para sempre.

Pensou em todo o seu amor por ele, e se ele conseguiria finalmente confessar-se para ele.

Jack sentiu suas pálpebras pesarem sobre seus olhos, sua visão começou a ficar turva, até que abatido pelo cansaço, ele adormeceu.