Piper McHale

Piper estava na frente de sua casa, observando as pessoas passarem pela rua. Ela era bem tímida, não se interagia com ninguém. Não tinha amigos, vivia com sua mãe depressiva e sua irmã que não ligava para ninguém, apenas para ela. Seu pai, Jhon, morreu quando ela era bem pequena. Desde então, sua mãe virou uma depressiva e Piper teve que se virar para conseguir comida.

Algo que era bem difícil pois no D6 não havia florestas, nem nada do tipo.

Transportes. Trens de carga. Aerodeslizadores. Essa era sua função.

Mas mesmo assim, Piper conseguia. Ela treinava escondida com seu Arco e Flecha, e se tornou bem boa nisso.

– Oi, filha... – disse sua mãe Rose.

– Vejo que acordou bem hoje! – disse Piper, alegre.

– Você que pensa. Amanhã é a Colheita... – disse sua mãe, um pouco triste.

– Não se preocupe, não vou ser escolhida. E se for, eu vou me dar bem. – Piper disse, enquanto ia até sua mãe e lhe dava um abraço. – Eu nem peguei Tecerás esse ano.

De repente, começa uma correria no distrito. Snow tinha mandado mais Pacificadores.

– Vamos, entre para casa. – disse sua mãe, a puxando para dentro.

– O que foi agora? – perguntou Piper.

– Parece que a Capital mandou mais Pacificadores, deve ser por causa do Terceiro Massacre Quaternário. Esconda seu Arco e Flecha! Eles não podem descobrir que você anda treinando. – disse Rose, nervosa.

– Okay, mãe... Mas não é para tanto. Com certeza, amanhã eles já vão estar longe daqui.

– Mas não quero ver você morta se eles vierem fazer revisão! Vamos, Piper!

– Okay, mãe! – Piper foi até seu quarto e guardou seu Arco e Flecha em baixo de seu colchão, como sempre fazia.

Quando Piper chegou na sala, viu que tinha um Pacificador na porta. Ela morria de medo deles. Eles falaram com Rose algumas coisas e depois saíram.

– O que eles queriam? – perguntou Piper, aflita.

– Snow vai dar um comunicado! Vamos, Piper, ligue essa T.V!

Piper nem precisou ligar, pois, de um instante para o outro, a imagem de Snow apareceu na T.V.

– Olá, distritos 6! Bom, mandei alguns Pacificadores para vocês pois descobri que têm várias pessoas treinando escondidas para os Jogos! Vocês sabem que isso é proibido, e se alguém conter alguma arma em casa, vai ser executado na frente de todos! Bom, mais tarde, os Pacificadores vão fazer revisão em todas as casas! Vocês vão aprender uma lição, e espero que isso não se repita! – disse Snow.

Piper ficou muito assustada. Ela tinha que dar um jeito de sumir com seu Arco e Flecha.

Ela foi correndo para seu quarto e pegou seu Arco e Flecha.

– Mãe, onde eu posso esconder isso?! – perguntou ela, assustada. Mas sua mãe não podia responder pois estava tendo outro de seus enormes surtos. – Mãe! Me ajude, vamos morrer!

Piper, cansada de tentar acordar sua mãe, correu para os fundos da casa e procurou algo para esconder o Arco e Flecha.

Ela não achou nada. Sua única alternativa era ter que quebrar ele. Mas ela o fizera com tanto carinho... Não! Era o Arco e Flecha ou sua vida!

Ela queria fugir. Mas fugir para aonde? E se eles a pegassem? Ela viraria uma Avox?

Ela afastou esses pensamentos ruins e decidiu onde esconderia seu Arco. Em um buraco dentro da sua casa. Arriscado, mas eles nunca descobririam

...

O dia passara correndo, e a noite chegaria logo. Depois de 4 horas, os Pacificadores chegaram na casa de Piper. Sua mãe já havia acordado do seu pequeno transe.

Eles checaram o local toda e não acharam nada.

Piper estava salva. Sua mãe também estava salva! Até Sally, sua irmã imprestável.

Piper tirou seu Arco do buraco e foi treinar para amanhã. Era arriscado, porém eles não iriam voltar em sua casa.

Ela treinou até ás duas da manhã e foi deitar. Amanhã seria um longo dia.

...

– Olá, distrito 6! Estão prontos para o Terceiro Massacre Quaternário? – perguntou Pérola. Ninguém respondeu nada. – Bom, trouxe um vídeo especial da Capital!

Piper teve que agüentar aquele vídeo pela milésima vez. Está na hora de trocarem de vídeo. Ela pensou e deu um sorriso com seu comentário.

– Bom, vamos fazer diferente! Começaremos pelos meninos! – disse Pérola, invertendo as coisas. – O tributo masculino é... Rodrigues Santos!

Rodrigues era um garotinho de 12 anos. Coitado, iria morrer bem no Banho de Sangue.

– Você está bem, garotinho? - ela perguntou.

– Não, não quero morrer! - ele disse chorando.

– Oh, não temos nenhum voluntario? - Silêncio.

"Garotos idiotas!" pensou Piper. "Ele só tem 12 anos, vai morrer no Banho de Sangue!"

– Agora, as meninas! – Piper prendeu a respiração. Não seria ela. Não seria ela. – Piper McHale!

Piper não estava salva.