Depois de ter descoberto aquilo sobre o Kale eu precisava descobrir mais sobre ele, eu tentei, mas não achei nada. Eu comecei a ficar estressada com aquilo então resolvi dar uma volta.

Uma das melhores coisas de se estudar em um internato no meio de uma floresta é que você pode andar por ela sem se preocupar com um tarado que vai começar a correr atrás de você pela floresta, isso é uma grande vantagem, boa parte da floresta tem uma ruazinha, e algumas praças, pelo que eu olhei no folheto do internato cinco dessas pracinhas são do internato, as outras são de alguns proprietários de fazendas que ficam perto daqui, mas todos eles permitem os alunos andarem por ela.

Coloquei os fones e coloquei minha playlist chamada “depressiva”, eu tenho um fraco por musicas que te fazem ficar triste por nada e por lugares tristes também, porque uma floresta na Inglaterra não é igual a uma floresta no Brasil ¹, as florestas daqui são simplesmente cobertas de neblina, mas eu acho isso bonito.

Depois de algum tempo andando eu achei uma pracinha bem bonitinha, sentei em um banco e comecei a ler um livro, depois de um tempo lendo eu vi alguém entrando na praça, fechei o livro e olhei para a pessoa para ver quem era, depois de um tempo eu percebi que era o Kale, então eu resolvi falar com ele.

Levantei e fui até perto do banco que ele estava.

– Kale, – o chamei – eu posso falar com você?

– Falar o que Dakota? Que você me achou tão lindo que não conseguiu tirar os olhos de mim a aula toda e quer sair comigo? Não obrigado. – Falou ele com o maior sarcasmo que eu já vi na vida.

– Na verdade não, e como você sabe meu nome?

– Acho que não tem mistério nenhum em escutar quando a professora está fazendo a chamada.

– Ta, mas na verdade eu vim aqui pra falar sobre seu pai não sobre você.

Kale levantou do banco com uma raiva e me agarrou, não no sentido bom de agarrar, mas no sentido de agarrar você e de te segurar tão forte que doía.

– O que você sabe? – Perguntou ele com tanta raiva que não parecia o Kale sarcástico com quem eu estava falando segundos atrás.

– Kale me solta, você ta me machucando! – Falei quase chorando pela dor que eu estava sentindo.

– Não até você me falar o que você sabe! – Kale falou com raiva, os olhos dele estavam sem brilho, ele estava tomado pela raiva.

– Eu sei que ele foi assassinado e nunca descobriam o assassino, e também sei que ele fazia parte de uma sociedade chamada pandora, agora me solta! – Gritei.

Então ele me soltou e eu comecei a correr, nunca tinha corrido tanto na minha vida e só parei quando cheguei ao dormitório, e pela minha surpresa a Marie já estava lá.

– Parece que correu uma marota. – Falou ela.

– Foi quase isso Ma, quase isso. – Falei bem calma e tentando recuperar o fôlego.

Sentei na minha cama, tirei os sapatos e deitei, eu precisava dormir um pouco, mas antes que eu pudesse fechar os olhos a Marie começou a falar.

– To sabendo de você e o Kale, sua safada! Eu sabia que ia rolar alguma coisa entre vocês dois!– Gritou Marie.

– Que? Eu e o Kale, nunca minha filha!

– Essa foto diz ao contrario.

Então Marie sentou na minha cama e me mostrou um blog com uma foto do Kale me agarrando, na foto ele não parecia que estava tentando me matar, mas sim me beijar, eu nem li a postagem, só prestei atenção no titulo “Novata conquista o coração de Kale Darkness, quanto tempo acha que o novo casal dura?”

– Que porra é essa?! – Gritei.

– Eu que te pergunto Dakota. – Falou Marie.

– Eu não beijei o Kale, ele não me beijou, a gente não ta junto e eu odeio ele, agora eu quero saber quem tirou essa foto e postou essa merda.

– Esse é o blog da Alex, a Alex Potter lembra que eu te falei dela?

– Lembro, mas ótimo, agora todos pensam que eu estou com o Kale.

Me levantei da cama, peguei minha toalha e meu pijama e fui tomar banho, quando eu voltei eu só precisava dormir para me acalmar.

O despertador do meu celular me acordou as 5h30m da manhã, nessa hora eu estava arrependida de querer te acordado mais cedo.

Levantei e fui ao banheiro me arrumar, sai e peguei minha mochila e deixei a Ma no quarto, eu queria acordar mais cedo pra pelo menos tentar esquecer o fato que a escola inteira acha que o garoto que provavelmente quer me matar é meu namorado, mas eu sei que não vai ser tão fácil assim.

Como eu tinha acordado as 5h30m quando eu cheguei na escola ainda não tinha ninguém, o que era ótimo, fui para minha sala, sentei na ultima carteira, coloquei o alarme para tocar quando começasse a aula, coloquei o fone, e dormi.

Acordei quando o celular despertou e as aulas começaram, tudo estaria normal se todas as pessoas não ficassem olhando para mim e falando sobre mim, e também se o Kale não tivesse com um olhar mortal para cima de mim.

Ótimo, ou o Kale me mata, ou as garotas que querem pegar o Kale me matam.

As aulas pareciam demorar uma eternidade, e depois das duas primeiras aulas acabarem eu poderia jurar que já era hora da saída, mas não, era só a do recreio.Fui para o pátio e comprei alguma coisa pra comer e voltei.

Na aula seguinte a professora tinha passado um texto gigante para nós copiarmos, eu fiquei copiando esperando o próximo professor chegar, mas a diretora apareceu e avisou que o Sr.Reid não poderia dar a aula, pois ele estava doente e que nós poderíamos ficar no pátio até a próxima aula.

Claro que todos foram para pátio, só sobrou eu, a Marie e o Kale na sala.

– Ei Dakota eu já to indo, vamos? – Perguntou Marie.

– Eu tenho que terminar esse texto, você me não me espera? – Perguntei já rezando para que a resposta fosse sim.

Então ela sussurrou para mim:

– Eu vou deixar você sozinha com o Kale em uma sala, aproveite, ah e se acontecer alguma você sabe se previna.

Então ela saiu na sala.

O clima estava meio tenso, na verdade nem meio, estava completamente, exageradamente tenso. A coisa que eu mais queria era terminar aquele maldito texto e sair dar sala, mas pela minha sorte o Kale estava se levantando. Ele se levantou e quando ele foi puxar a mochila dele ela simplesmente se rasgou ² e tudo que estava na bolsa caiu no chão, alguns cadernos, um estojo, um livro, e uma, uma arma.

Eu encarei a arma, depois o Kale e só pensei em uma coisa, correr.

Eu corri até achar alguma porta aberta, quando achei eu entrei dentro e tranquei a porta.

– Ótimo, – falei para mim mesma – o meu namorado que não é meu namorado que quer me matar tem uma arma e eu descobrir, e agora provavelmente ele quer me matar mais ainda, ou seja, até amanha eu estou morta, mas até que essas fugas do Kale serviram para algo, descobri que sou uma ótima corredora.