“Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida”.

Platão

— Amor – ouvi Alec sussurrando. – Está na hora de acordar.

— Bom dia – sorri de olhos fechados e senti um beijo em meus lábios.

— Já são quase cinco horas Becca e está na hora de levantar.

A cortina da janela estava aberta e o tempo estava nublado com o céu cinza, corri para o banheiro e tirei minha roupa. Fiquei fitando meu corpo nu em frente a um enorme espelho, minha pele ainda tinha marcas roxas por falta da oxigenação do sangue – principalmente nas costas. Meu braço estava um pouco inchado e vermelho devido ao ferimento, só que já estava cicatrizando a mordida por outro lado ainda era visível. Passei a mão sentindo agonia ao me lembrar do ocorrido, balancei a cabeça negativamente e fui até o chuveiro liguei o mesmo em quente. Coloquei a mão para ver se realmente estava na temperatura certa. Adentrei embaixo e deixei a água escorrer pelo meu corpo, peguei o sabonete e comecei a fazer minha higiene intima e foi quando senti uma mão gelada passando pelo meu corpo.

Não tive tempo de abrir meus olhos e os lábios gelados com gosto de menta estavam invadindo minha boca, me prensando contra a parede e tirando-me o ar que já não tinha. Procurei desesperadamente por seus cabelos os puxando com um pouco de força. Ele apanhou minhas pernas prendendo em volta da sua cintura. Ele também estava sem roupa alguma.

— Não consegui me controlar – sussurrou rouco.

— Não se controle - mordi seu lábio inferior.

Seus olhos rubros procuraram pelos meus e com certa incerteza senti o momento em seu corpo uniu-se ao meu. A dor era algo realmente insuportável e isso incomodou no inicio só que depois se transformou em algo prazeroso e não pude deixar de gemer – baixo devido a minha vergonha, minhas unhas cravadas em suas costas o deixavam mais fora de si.

— Você me deixa louco – sussurrou entre dentes.

Ouvi-lo dizer essas coisas me deixavam mais fora de controle minha vontade era de gritar, só que estava com medo de alguém ouvir ou dizer qualquer coisa. Foi quando senti todo meu corpo tremer em êxtase, minhas pernas e braços tendo espasmos incontroláveis. Meu coração parecia que iria sair da minha boca e senti uma sensação muito prazerosa e não pude controlar alguns gemidos abafados em seu corpo. Quando fiquei mole em seu corpo ele parou e teve seu orgasmo também. Só que não dentro de mim.

— Eu... Te... Amo – sussurrou entre as respirações.

— Também amo você – sorri boba e me sentindo com corpo mole.

Tomamos banho juntos e depois saímos do banheiro indo até o quarto se trocar. Coloquei uma calça jeans clara e uma blusa preta de manga longa e coloquei minha toca branca que havia ganhado de Alec no meu aniversario de quinze anos. Ele colocou uma calça jeans escura e uma blusa preta de gola “V”.

— Vai esfriar. – alertou-me.

— Você acha? – o fitei meio envergonhada devido ao ocorrido.

— Tenho certeza. – ele sorriu de lado e me abraçou por trás. – Por que esta envergonhada? – beijou meu pescoço causando arrepios em mim.

— Por que foi minha primeira vez – ele se afastou em choque.

— Eu tinha esquecido... Me perdoa... Não deveria ser assim. – ele fechou a mão em punho. O abracei beijando-o.

— Foi perfeito. Eu amei. Não consigo explicar o quanto estou feliz. – ele beijou minha testa.

— Peguei dois cobertores e três travesseiros por que sei que não dorme bem sem. – ele sorriu e não pude deixar de sorri junto.

— Já disse que amo o seu sorriso. – sorri envergonhada com as bochechas coradas.

— Então vamos – ele pegou minha mochila com os meus remédios e utensílios.

Entramos em seu carro e senti meu celular vibrando era uma mensagem da Bella. Apanhei o mesmo lendo:

“Você conseguiu convencer o Alec? Quero muito que você vá comigo. Precisamos conversar”.

“Sim, ele deixou e disse que irei ficar com você e o Edward”. –Respondi em seguida. E alguns segundos depois sentir o celular vibrar novamente.

“Que ótimo! Nos vemos lá”.

Levamos quase duas horas e o caminho era pela floresta do sul próxima a aldeia de La Push onde Jacob morava com seus amigos e familiares. Alec deixou o carro próximo a mais quatro outros carros. Um era uma Ferrari vermelha, tinha uma Mercedes preta, uma Porshe amarela e por ultimo o volvo preto de Edward. Descemos do carro e fomos caminhando até o local e já pude ver Bella correndo para me abraçar.

— Que bom que veio – Bella disse com um sorriso de lado.

— Olá – cumprimentei todos.

— Agora todos nos esperamos aqui? – perguntei os fitando.

— Nos sim. Edward, Bella, Alec e você lá em cima – apontou Alice.

— Como faremos para subir? – fui interrompida.

— É por isso que estou aqui – a voz era familiar. Virei-me fitando Jacob.

— Seja bem-vindo Jacob – Carlisle cumprimentou.

— Obrigado. – respondeu.

— Cachorro – Rosálie rosnou.

— Rose – Esme reprendeu.

Jacob revirou os olhos e simplesmente a ignorou.

— Como vai funcionar? – Jake perguntou.

— Você vai subir com a Bella e Rebecca até o topo do morro onde Alec e eu estaremos esperando por vocês – Edward respondeu sereno.

Percebi a fisionomia de Alec mudar totalmente. Ele me abraçou dando-me um beijo demorado e sussurrando que iria me esperar lá em cima.

— Esta bem – Jacob concordou.

Ele se afastou e após alguns segundos ele voltou transformando em um logo marrom enorme, seu cheiro era amadeirado e um tanto gostoso. Ele se abaixou para que pudéssemos subir em suas costas Alec ajudou-me a subir assim como Edward ajudou Bella.

— Vai – Alec mandou.

Percebi que Edward e Alec não estavam satisfeitos com a idéia de um lobo gigante levar suas namoradas. Jacob começou a correr e aquilo estava me assustando um pouco até por que estava com medo de cair de cima dele. Segurei em Bella que estava na minha frente.

— É a primeira vez que ando em lobo gigante – ela sorriu.

— Eu também – e ouvimos Jacob uivar.

— Preciso te contar uma coisa. – dissemos juntas e depois sorrimos.

— Fala você primeiro – disse.

Ela apontou para Jacob e fez sinal de que era uma má idéia.

— Não é nada de importante. – menti. – Te conto outra hora.

— Está bem.

E após quase meia hora com Jacob correndo por aquela floreta finalmente chegamos a nosso destino. E lá estavam nossos namorados parados com uma cara nada agradável e de longe podia se ver duas barracas montadas. O vento soprava frio assim que chegamos Alec tirou-me de cima de Jake.

— Obrigado. – Alec agradeceu.

— Vocês estão fedendo a cachorro molhado. – Edward comentou e Alec sorriu.

— Eu não estou sentindo nada – Bella comentou.

— Nem eu – franzi o cenho. Afinal eu tinha acabado de tomar banho.

Foi quando Jacob apareceu em sua forma humana Alec na hora fechou o rosto, Edward pareceu estanhar e Bella olhou para mim com cara de quem não sabia nada.

— Irei ficar aqui. Caso precisem de mim. – disse Jake.

— Não precisamos. – Alec foi grosso.

— Amor – o abracei e então ele fitou meus olhos. – Se acalme.

— Esta bem – concordou Edward.

Alec puxou-me para dentro de nossa barraca que tinha meus travesseiros e meus cobertores. Deitamos juntos e ficamos conversando sobre varias coisas. Foi quando ouvimos o barulho de algo caindo.

— Fique aqui. – Alec mandou.

Ele saiu de dentro da barraca e pude ouvir ele conversando com Edward. Vi a portinha da barraca ser aberta e Bella entrando com seus cobertores e seu travesseiro.

— Posso ficar aqui? – pediu.

— Claro.

Ajeitamos nossas coisas para que pudéssemos ficar quentinhas ali dentro. Tinha vários salgadinhos na minha bolsa e bastante suco de pêssego e água.

— E como foi crescer longe de tudo? – Bella perguntou.

— Foi solitário, cresci longe de todas as crianças e pessoas normais. – fiz uma pausa. – Mesmo tendo todas as coisas que uma criança poderia ter, os Volturi não são ruins como todos acham, Felix e Afton sempre estavam comigo brincando de princesa, Heidi e Jane compravam minhas bonecas e me ajudavam fazer unhas e cabelo. E Alec era o pior ele me levavam para sair escondido do castelo, Aro e Suplicia jamais descobriram.

— Mais eles são cruéis com pessoas e vampiros. – Bella argumentou.

— Pode ser que sim. Mais esse lado eu nunca conheci em toda a minha vida.

— Como você ia à escola? – quis saber.

— Na verdade eu nunca fui. Meus professores eram os guardas como cada um tinha um conhecimento eles me ajudavam a estudar. E acredite sei muitas coisas de uns quinhentos anos atrás. – nos duas sorrimos.

— E o que mais você sentiu saudades? – fitei Bella.

— De um irmão ou uma irmã. – fui sincera.

— E você como foi crescer normal? – perguntei.

— Na verdade foi normal – ela sorriu. – Eu fiz bale quando pequena eu era muito boa, só que nossos pais se separaram cedo sabe e por conta disso mamãe teve se mudar.

— Então você desistiu. – comentei.

— Sim, eu desisti. – ela sorriu. - Até por que sou muito estabanada e desastrada.

— Quanto tinha uns quatorze anos entrei em depressão por que sentia falta do Charlie, só que como não queria deixar mamãe triste eu fiquei na minha e isso foi terrível. Fiquei quase um ano longe da escola. – Bella estava pensativa e eu não deixava de prestar atenção um minuto nela. Era como se estivéssemos se conhecendo agora.

— Como conheceu o Edward? – sorri.

— Na escola, no primeiro dia de aula e quando entrei na sala de aula não tinha lugar nenhuma para eu me sentar e só tinha ao lado dele. É lógico que eu o achei lindo só que não me iludi até por que um cara desses não iria querer nada com uma garota estranha como eu. – ela sorriu envergonhada.

— Aham... E olha agora – comentei.

— E quando descobriu que estava apaixonada pelo Alec? – me senti envergonhada. Peguei umas batatas ruffles e criei coragem.

— Foi quando eu tinha uns dezesseis anos e cheguei chorando em casa por que o medico tinha me dito que teria de fazer quimioterapia de novo, só que eu não queria ficar doente e ter de passar por tudo isso. – respirei fundo. – E ele me ajudou, ficou comigo a noite toda e não me deixou por nenhum segundo e percebi que estava apaixonada pelo meu melhor amigo.

— Que lindo vocês dois. – Bella comentou.

— Preciso te contar algo. – sorri envergonhada.

— Diga – Bella insistiu.

— Espera.

Peguei meu celular e escrevi tudo que tinha acontecido até por que se eu falasse Edward, Jacob e Alec iriam ouvir. Entreguei o celular com tudo escrito sentindo minhas mãos geladas e meu coração disparado e não pude deixar de sorrir com a cara de Bella ao ler.

— VOCÊ O QUE? – gritou e tampei sua boca.

— Quieta – pedi.

Ficamos horas e horas conversando até que sentimos o sono chegar deitamos uma ao lado da outra e acabamos pegando no sono.