Not so different, After all escrita por Ana Carolina Lattaruli


Capítulo 86
Breathe me


Notas iniciais do capítulo

QUINTA-FEIRA GENTEEEEEEEEEEEE!!! OLHA EU AQUI!!!! Espero que gostem desse capítulo, tá meio choroso mas bem amorzinho.


HICCSTRID!


Beijos gelados e nos vemos nos comentários!!



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"I got all I need when I got you and I, I look around me, It's a sweet life, I'm stuck in the dark but you're my flashlight, you're getting me, getting me through the night." Flashlight - Jessie J.

***

Pov. Hiccup

Segurei-a em meus braços quando a percebi caindo.

Seu sangue era tanto que eu fiquei com medo de perdê-la, ali, naquele momento. De novo.

Eu não suportaria perdê-la, essa é a verdade. Eu poderia me envolver com qualquer outra pessoa, qualquer uma, nenhuma causaria o que Astrid causa em mim.

Ela me faz amar. E eu a amo tanto.

A amo nesse exato momento, com seus braços ensanguentados ao meu redor, enquanto a guio até o chuveiro. A amo hoje, amanhã, sempre.

Tiro sua camisa, manchada até o pescoço, e desabotoo sua calça.

–Você precisa me deixar eu te ajudar agora, Astrid. Dê apenas um passo para fora delas. – peço calmamente e a ajudo a dar o passo, tirando suas calças ensanguentadas e completamente rasgadas dos arranhões com a faca.

Ela não diz nada, está me olhando com olhos inexpressivos.

Abraço-a, sentindo uma vontade estranha de começar a chorar e não parar mais, uma ardência nos meus olhos indica que essa vontade está quase me vencendo.

Mas não posso ser fraco agora, tenho que ser forte, por ela.

Retiro minha própria camisa.

Seguro Astrid em meu colo e a levanto, entrando debaixo do chuveiro e sentando-a no piso frio.

A água escorre por entre meus cabelos e por entre os dela, lavando nossas mentes e deixando-nos mais calmos. Pelo menos assim eu espero.

–Eu vou tirar isso de você. – digo, olhando-a e removendo o sangue de seu braço.

Eu vou tirar isso de você. Eu vou tirar Pitch da sua vida. Não importa como, eu vou.

Quando lavo sua cabeça, a água fria parece trazer de volta uma certa lucidez ao seu olhar.

E ela não para de me encarar, estudando todo o meu rosto, enquanto ajeito a alça de seu sutiã que havia descido seu braço. Ajudo-a a levantar e ponho seus braços ao redor da minha cintura. Afasto seus pulsos cerrados da própria barriga. Em seguida, viro-a na direção do jato d’água.

Pego o sabonete e uma pequena toalha, esfrego-os debaixo d’água e depois me viro, começando a tirar o sangue do seu rosto.

Percebo seu sutiã sujo de sangue, céus, está por todo lugar.

–Eu vou precisar tirar seu sutiã agora, está bem? – ela afirma com a cabeça de modo tão leve que por um momento sinto como se tudo estivesse bem. Mas não está bem, não está nada bem.

Retiro seu sutiã e ela me abraça, lentamente, enquanto limpo suas costas, que não estavam tão ensanguentadas.

O problema todo eram seus braços e coxas, todo o antebraço estava com vários rasgos. Toda sua coxa também. Ficariam cicatrizes, com certeza, e Bocão vai ter que dar alguns pontos se não fecharem sozinhos.

–Me desculpe. – ela balbucia, ao perceber que estou encarando os arranhões profundos com certa dor no olhar.

–Shh... Não é culpa sua, não peça desculpas. – levo minha mão até sua bochecha.

–Ele tomou conta da minha mente, Soluço. – ela falava devagar, quase um sussurro. – e eu deixei.

–Eu não vou permitir que ele vença, você sabe disso, não é? – agradeço pela água do chuveiro impedi-la de me ver chorando. – Eu não vou. – Abraço-a forte e ela leva suas mãos até minhas costas, retribuindo o abraço de forma fraca.

Agacho-me na sua frente, tirando o sangue de suas pernas, coxas, barriga, enquanto ela usa de toda sua força para se apoiar em mim.

Eu só quero tirar tudo isso dela, todo esse sofrimento que ela não merece ter, toda essa dor que ela não merece sentir.

Só quero que ela seja ela mesma novamente.

Quase posso sentir sua vida se esvaindo, não posso deixar isso acontecer. Ela é a melhor parte de mim.

Ela está respirando rapidamente, ameaçando se descontrolar novamente. Está arfando, tentando gritar, mas nenhum barulho sai de dentro dela. Seguro-a, tentando não a machucar, e ela para, balançando a cabeça.

–Ele não pode ganhar, não deixe ele ganhar, Soluço. – ela me agarra, apertando-me entre seus braços, e eu retribuo, protegendo-a.

–Você é forte, ele não sabe com quem está lidando. – ela sorri, olhando-me, de movo leve. E eu quase infarto. Porque todo sorriso dela, seja ele do tamanho que for, significa minha vida inteira.

Ajudo-a a sair do chuveiro e o fecho.

Enrolo-a na toalha e levo-a até o quarto, verifico se não há ninguém na casa, e não há.

Ajudo-a a vestir uma roupa limpa, apenas uma camisa grande e uma calcinha, para que nenhum casaco ou calça aperte os machucados de seus braços e coxas.

Ela deita-se na cama enquanto eu corro para achar um curativo. Enfaixo seus braços com esparadrapos e folhas medicinais que o Bocão antigamente usava no meu pai, antes do meu pai...

Eu não lido bem com a morte, sabe? Principalmente das pessoas que eu amo. Entenda, quando você vê uma pessoa que ama morrer, uma parte sua, invariavelmente, acaba morrendo junto.

Quando todos os seus arranhões e rasgos já estão devidamente cobertos e estancados, deito-me ao seu lado, apoiando-me no meu cotovelo, para ficar observando-a. Foi uma noite agitada.

Ela não está dormindo, está olhando para mim. O abajur está ligado, o que me permite ver todas as suas feições. Seu rosto tem um desenho tão bem feito, seus dentes, quando sorri, são tão brancos que me lembram as nuvens do meio do dia. Seus cabelos me lembram o sol. Eu estou vivo quando estou ao seu lado.

Você já amou tanto alguém que desistiria do mundo inteiro só para viver para sempre ao lado dessa pessoa?

Mexo em seu cabelo, tirando uma mecha molhada de sua testa.

Ela sorri.

–Obrigada.

–De nada, a mecha estava atrapalhando a minha visão mesmo.

–Não, idiota, obrigada por tudo. – ela ri.

Vejo, com uma alegria interior imensa, que ela está melhor, que a vida voltou ao seu rosto, antes tão pálido.

Chego mais perto dela, acariciando sua bochecha.

Levo minha boca para mais perto da sua, ainda com um sorriso nos lábios, e a beijo, lentamente, sentindo-me como se estivesse flutuando. Ela sorri entre um beijo e outro. Posso ver em seus olhos que a vida tem um significado.

Ela é o meu significado.

–Eu amo você, Soluço. – Sussurra, em meu ouvido, ao separar-se mais uma vez do beijo. Meu corpo inteiro arrepia-se com sua sentença.

Seus olhos pareciam possuir todas as estrelas do mundo.

–E eu amo você, Astrid.

Ela sorri, voltando a me beijar com uma vontade impressionante.

E, naquele momento, meu coração ascende rápido demais para sentir medo de cair.

***


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Notas finais do capítulo

YEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEYYYYYY FINALMENTE UM MOMENTO HICCSTRID NESSA FIC!!! (que não envolva memórias voltando) auhauauhauhauhauhauhaua Beijos gelados e me falem se gostaram!!!!



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