Sol. Neve. Luz. Alegria. Vida.

Uma menina, cabelos castanhos e escuros, um garoto, com o cabelo igual ao da garota, seus olhos de um castanho penetrante eram tão compatíveis em beleza quanto o da menor.

Brincavam em todos os lugares que podiam, grupos de crianças se juntavam a eles, principalmente a ele, o garoto.

A menina por sua vez, ria, ter o irmão mais velho dela em qualquer lugar para os outros ali era motivo de festa. As crianças amavam o garoto e suas brincadeiras na neve.

–Não acha que para um menino de quase 17 anos, brincar na neve não é criancice, não? - a Mãe ri.

–Mãe, e a Emma? Ela tem 9 anos, ela pode brincar e eu tenho que ser o responsável dela, então eu acho que devo brincar também não é - riu.

–Jack, vamos brincar. - Chamava a menina já com as botas, o casaco e o patins de gelo na mão.

–Ei, ei, ei mocinhos, voltem aqui, não vão dar um beijo na mãe? - os irmãos deram o beijo e se dirigiram a porta.

O garoto com o sorriso de sempre. Tão branco como a neve.

–Tomem cuidado. - a mãe falou, ambos assentiram com a cabeça.

Jack deu uma última olhada para a porta e o sorriso que saiu dele demonstrava a felicidade de sempre.

~ a cena mudou de posição. ~

Um lago aparentemente congelado.

Duas crianças, Jack e Emma, Jack havia ficado no lugar onde o gelo era mais espesso, Emma não teve a mesma sorte.

–Jack, eu estou com medo. - ela falava se equilibrando em seus patins e alternando o olhar entre Jack e os pés.

–Não precisa ter medo, vai ser como brincar de amarelinha.

–Não, não vai.

–Alguma vez eu já enganei você?

–Já, um monte de vezes. - ela fala com cuidado, há desespero em sua voz.

–Mas dessa vez não, eu não estou te enganando. - ele sorri, mas seu sorriso está nervoso.

–Jack, por favor... - o gelo quebra mais um pouco e o barulho de gelo quebrando é aterrorizante.

–Venha devagar. - diz ele.

–Eu não consigo.

Ele pega um cajado que estava a uns centímetros de distância dele e se agacha com o cajado esticado em direção a ela.

–Você consegue, vamos brincar de amarelinha. 1...

Ela dá um pequeno passo, mais sons de gelo quebrando.

–2...

Mais um passo e mais barulho.

–3... - Na hora em que ela dá mais um passo ele a puxa com o cajado fazendo com que seu corpo fosse projetado para o exato lugar onde a irmã estava antes, e a irmã pro lugar seguro onde o irmão estava.

Ele olha para ela e sorri.

Ambos sorriem.

Então a água gelada preenche seus pulmões.

~ a cena muda.~

O mesmo lago congelado, a lua bem em cima do lago se mostrava cheia.

O lago quebra e dele sai flutuando desacordado um garoto.

O mesmo garoto da cena anterior, mas dessa vez estava mudado. Seus cabelos lisos e brancos como a neve e sua pele pálida. Ele repousa no chão e acorda e quando abre seus olhos eles eram de um azul escuro tão penetrantes quanto os castanhos.

Dava para enxergar as estrelas neles.

Tenta se levantar e está usando um casaco azul com flocos de neve propagados nele, e uma calça marrom escura.

O cajado está a alguns centimetros de sua mão. E ele o pega.

Automaticamente o cajado, no lugar onde ele encostou a mão, formam desenhos de gelo, como se fossem flores em sua madeira. E quando o garoto o encosta no chão vários desenhos como o da madeira do cajado se formam no chão do lago.

O garoto é brincalhão, ri e se diverte, e descobre que consegue voar com o cajado.

Voando assim até uma aldeia ali por perto.

–Oi - ele diz feliz para algumas pessoas que passam despercibas por ele logo em seguida.

–Olá senhora, como vai? - ele continua, acenando para uma senhora que também parece não nota-lo.

Ele não liga, continua sorrindo e andando.

–Ei garoto, pode me dizer onde estou? - ele se agacha ao tentar falar com um garoto que vinha correndo em sua direção.

O garoto de cabelos brancos sente o vazio quando o menino passa literalmente por dentro dele.

Jack Frost não existe.

Por que ele é chamado de Jack Frost? Porque a lua lhe disse. E nada mais lhe foi dito.

Ele corre e várias pessoas passam por dentro dele e a cada pessoa passada ele se sente mais vazio, pega seu cajado e voa para longe.

Para qualquer lugar onde a lua possa ter algo a lhe falar.

Onde ele se sinta vivo.

Mas não existe esse lugar quando se é Jack Frost.

~A cena muda novamente.~

–Sabe, eu conheci uma pessoa muito parecida com você. Tão invisível quanto - Diz Pitch, e em sua voz é possível sentir o ódio que emana delas.

Estão no reino da fada dos dentes, não é tão dificil reconhecer já que é tudo azul, rosa e dourado, mas dessa vez tinha um toque negro, um toque sombrio.

– Isso é verdade? - Jack Frost pergunta desconfiado com o cajado apontado para a Sombra escura que se projetava daquele corpo mais escuro ainda.

–Ah, sim - diz de modo maléfico. - uma humana idiota, ela também foi abençoada com maravilhosos poderes de gelo.

Jack o encara, seus olhos azuis parecem estuda-lo, mas é praticamente impossível estudar o medo sem senti-lo.

–Mas ela era apenas uma criança - diz de modo frio. - e você sabe como pobres crianças são com o medo. - ri fazendo areia negra dançar em suas mãos - ela acabará sacrificando a si mesma, para proteger a irmã - diz a última parte ironicamente, como se falasse com um bebê, sua risada malvada preenche todos os cantos - Não tão diferente de você, quero dizer, você morreu para que sua irmã pudesse viver.

Jack Frost abaixa o cajado e em seu rosto dá pra ver que está pensando em mil coisas ao mesmo tempo.

Os quatro guardiões aparecem e uma onde negra cobre toda a cena.

~A cena muda~

Um dia gelado, mais um dia dos dias gelados comuns no inverno de Arendelle.

Duas crianças brincavam na neve, um garoto e uma garota, brincavam na neve sem medo, o garoto mais velho que a garota, construía um boneco de neve, e a garota ria, tentando repetir tal feito, a garota deitava no colo do garoto enquanto este brincava com seus cabelos de um loiro tão intenso que chegava a ser branco, e ela movia os próprios dedos formando uma coroa de gelo com seus poderes.

A menina levantou, pegou a coroa e colocou no garoto.

–I will always... - ela disse.

–Be your guardian. - ele completou.

A garota sorriu, mas nesse momento uma sombra cobriu tudo por onde eles estavam, havia medo e escuridão, o garoto a pegou no colo e a levou para um lugar seguro.

–Você tem que me prometer que vai ficar aqui. - ele disse apressado.

–Eu vou ficar, mas...

–Por favor Elsa, você tem que confiar em mim.

Uma sombra cobriu o garoto e na hora a coroa caiu no chão se quebrando em pedaços, um grito da garota foi ouvido.

Escuro.

~A cena muda~

Uma garota de cabelos tão loiros que chegam a ser brancos. Uma menina ruiva com olhos azuis estonteantes e igual ao da outra garota.

O mesmo lago congelado.

Mas nele só se via as duas crianças, a de cabelos brancos tentando salvar a de cabelos ruivos, sua irmã.

Enquanto ela caía em meio ao gelo que congelava tudo, seu corpo, sua mente, e talvez até seu coração.

Um garoto com um cabelo ainda mais branco chegou na hora que a garota caía. E a irmã gritava e corria para o castelo.

~A cena muda.~

A menina de cabelos ruivos sai do lago, a lua está lhe guiando.

E o garoto de cabelos brancos a está ajudando.

–O que aconteceu? - ela pergunta.

–Você não lembra? - ele responde com outra pergunta.

– Lembrar de que? - ela lhe olha nos olhos franzindo a testa.

~A cena muda novamente.~

A lua está falando com o garoto de cabelos brancos por meio de sinais.

Ela lhe diz que a garota de cabelos ruivos não se lembrará de nada, por enquanto, pois só assim ele conseguiu salvá-la, tirando as memórias mas deixando a diversão, em vez de transformá-la em uma guardiã.

–Mas... e a Elsa? - ele pergunta.

A lua nada fala.

E a luz dourada novamente cega meus olhos.

~•~