"Aventuras de uma semideusa" escrita por Rafaela Chase Pichelli


Capítulo 1
Capítulo 1- Quem sou eu?




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Bom, o que posso dizer? Minha vida é um terror, um pesadelo totalmente anormal! Sou uma garota de 17 anos chamada Mary Smith, com olhos pretos, médios cabelos negros, lábios vermelhos e a pele pálida. Tenho um estilo meio, hã, digamos... Gótico. Sempre gostei de usar roupas pretas e um alargador com 1 centímetro de diâmetro na orelha direita.

Retirando isso, sou uma adolescente normal. Sou satisfeita com a minha aparência, mas não com a minha família: minha mãe me abandonou quando nasci e meu pai me deixou hospedada em um hotel estranho chamado Cassino Lótus, em Las Vegas; pelo simples fato de ter uma vida ocupadíssima e não poder cuidar de sua filha por si só e mantê-la sob cuidados dos "serviços de quarto".

Não sei porque, mas a cada meia hora, uma velha senhora, vestida com um casaco de couro preto, calças pretas e botas pretas me dizia:

–Está na hora de sair daqui, minha querida.

Sei lá, mas eu ia com ela. Afinal, o que uma velhinha faria com uma garota? Eu podia me defender. Ela me levava para o colégio e vi que 30 minutos eram, na verdade um dia. Então, era assim. A cada meia hora, passavam-se um dia. Era tão estranho.

Além da minha "maravilhosa" família, desde os meus 12 anos venho encontrando monstros (literalmente monstros, de terríveis rostos, que sempre vêm tentando me matar). A primeira vez, enfrentei um cão infernal do tamanho de uma camionete. Como? Bom, no meu quarto de hotel, na cabeceira encontrei um lindo anel de diamante negro e um bilhete, que dizia:

"Querida Mary, jogue este anel para cima e diga "transformação", e este singelo anel se transformará em uma espada. Você saberá quando terá de usá-lo. Com amor, papai"

Não sei porque meu pai me daria isso, mas usava a joia apenas como um acessório, no dedo do meio, na mão esquerda. No dia que encontrei o cão infernal, não pensei duas vezes e joguei o anel e gritei "transformação". Como esperava, o anel se transformou em uma espada negra de um metro de comprimento. Ataquei a besta com a espada e o animal se reduziu a pó.

A partir daquele dia, minha vida ficava assim: hotel, colégio e matar monstros. Sempre me sentia assim, abandonada, mas independente, me virava bem. As coisas estavam de certa forma, boas. Matava qualquer tipo de monstro, na escola, tirava notas altas... Mas o que mais importava era eu ter uma casa, não exatamente uma casa, mas um lar. São coisas diferentes. Um lar é estrutural: estar junta de meus pais. Não gostaria de ser a "esquisitona que não tem mãe, e tem um pai ausente, só veste preto, usa alargador na orelha e blá-blá-blá..." Queria ser eu mesma, mas ser aceita do jeito que sou. Queria ter companhia, amigos e não ver monstros, nunca mais.

Pensava: nunca houve e nunca haverá alguém mais solitário do que eu. Queria mudar minha realidade. Mudar minha rotina.

Um dia, no baile de outono, com meus solitários dezessete anos, finalmente minha vida mudou para melhor, eu acho.


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