Namoro de brincadeira escrita por Thay


Capítulo 3
Primeiro reencontro


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Como estão meus 10 lindos leitores *-*?
Mais um capitulo que acabei de terminar para vocês :)
Não esqueçam, qualquer erro, avisem! Aproveitem!



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Acordei e percebi que Biel não estava mais na minha cama. Sentei ainda com esperanças de ele estar ali, mas sabia que não estaria. Também o que eu esperava depois de pedir pro cara ficar comigo no quarto e na hora H falar que não queria. Passei a mão pelo cabelo me arrependendo. Isso pode estragar nosso amizade, nunca havíamos chegado nesse ponto. Ele já tem quase 17 anos, já fez antes e provavelmente ficou achando que ontem faria de novo. Bati com os punhos fechados na cama e abri minha janela esperando que a dele estive também, mas não estava. Procurei meu celular no quarto e o encontrei no criado-mudo. Desbloqueei e havia uma nota escrita.

“Não se assuste de eu não estar ai. Saí de madrugada mesmo para seus pais não perceberem. Acho que eles não gostariam de encontrar a filha só de sutiã deitada a lado do vizinho sem camisa, pois é, não sei se você se lembra. Deve lembrar já que teve consciência suficiente para me mandar parar. Enfim, quando você acordar devo estar dormindo na minha cama, então me procure umas 14h, se quiser me procurar claro. Bom dia rabugenta.”

Talvez não tenha afetado tanto a nossa amizade, mas isso eu só vou conseguir provar quando conversarmos cara a cara. Ainda é 11h, então, não poderia falar com ele ainda. Peguei o celular e procurei o número nos favoritos.

–Bom dia querida. Já com saudades de mim? – pela animação na voz, Larissa já devia estar acordada há algumas horas.

–Não, não é isso não.

–Vixi, o que houve? Você não fez nenhuma brincadeira e nem foi grossa.

–Preciso conversar com você. Posso ir aí na sua casa?

–Claro que pode. Você sabe que nem precisa ligar. – Isso eu inveja na Larissa, o grande coração que ela tem. A facilidade com que é bondosa.

–Bom. É, daqui uns 20 minutos to aí, ta?

–Ok. To te esperando.

Levantei e então veio a primeira evidencia da ressaca. Desci devagar até a cozinha com minha cabeça quase latejando de tanta dor, procurei remédio para dor e tomei dois de vez, deve funcionar. Voltei para o quarto e me troquei. Coloquei um shorts claro e uma camiseta vermelha dos Ramones de ombro caído. Sai de casa fazendo o máximo de silencio para não acordar ninguém, não estava com vontade de responder perguntas de mães. A janela de Gabriel ainda estava fechada, coloquei os óculos escuros e fechei o portão da vila. A casa de Larissa ficava há apenas alguns quarteirões. Andei já pensando na bronca que vou levar de Lari, ela podia ser toda patricinha, mas eu nunca vi ela fazer algo “errado”. Quando eu digo “errado”, inclua até apertar a campainha de qualquer casa e sair correndo, quebrar alguma coisa de casa e colocar a culpa no irmão ou até mesmo matar/dormir em uma aula. Parece que vai virar freira.

Estou para atravessar a rua, quando vejo do outra lado Mateus. Mateus foi um amigo, que talvez não fosse tão amigo assim. Na verdade nunca soube como classificar nossa amizade. Nós estudamos juntos e, além de Nati, Ronald e do Pedro, ninguém do meu círculo de amigos gostava muito dele, mas eu gostava. Nós voltávamos juntos a pé e por isso acabávamos conversando muito, lembro de um dia que ficamos quase a tarde inteira sentados na calçada conversando. Porém, ele só era legal e simpático comigo quando estávamos só os dois ou com meus amigos. Quando ele estava com os amigos dele, que eu odiava, nem falava comigo. Isso irrita muito uma mulher, dica para os homens. Por isso ‘cortamos relações’ e no final nunca mais nos vimos.

Algo dentro de mim falou para eu voltar e mudar de caminho. Os boatos sobre ele nesses últimos anos que não nos vimos não foram os melhoras. Porém, minha curiosidade sempre é mais forte. Queria saber se ele me viria, se ele viria falar comigo. Atravessei e vi que ele falava no celular, acho que estava brigando com alguém. Encostei-me na parede contraria da esquina onde ele não me visse, mas eu pudesse escutar a conversa.

–Como assim? – uma pausa e então eu percebi que a expressão dele prova que está bravo. – Quer saber, não preciso de você. Tchau. – mais uma pausa. – Chega! Não quero saber Stella.

–Ele desligou o celular e percebi que começava andar. Rapidamente, deu alguns passos e então voltei a andar normalmente. Vi que ele vinha pelo mesmo caminho que eu.

–Não adianta fugir Gabi.

–Oi? – me fiz de perdida e desentendida. – Você falou comigo?

–Acho que sim. Não conheço mais ninguém aqui da rua. – ele respondeu olhando em volta fazendo graça.

–Quem disse que eu estou fugindo? – perguntei arqueando uma sobrancelha.

–Quem disse que você não está?

–Não gosto dessa história de achar as respostas respondendo com perguntas, eu nunca entendi a lógica.

–O que aconteceu com a menina mais inteligente do colégio?

–Continuo inteligente, só não gosto...AH, eu não devo explicações para você. – respondi, dei as cotas e sai andando.

–Também ficou mais bravinha, percebo.

–As pessoas crescem e amadurecem querido. – gritei de uma distância e continuei andando.

–Não acho que seja isso. – ele respondeu pondo as mãos nos bolsos.

–Como assim? – virei e perguntei.

Ele começou a andar calmamente até onde eu estava. Era notável que ele estava diferente. Cortou o cabelo, mudou o estilo de se vestir e começou uma academia pesada. Chegou perto de mim e me olhou de um jeito que eu quase perdi a postura, com certeza fazia isso com as outras garotas que ouvi falar, mas eu não iria cair.

–Me contaram do João e da Dani. – eu comecei a rir.

–E você acha que eu to assim por causa daquilo?

–Tenho quase certeza já que lembro que você gostava dele, achava até que iria namorar com ele. – olhei para ele me perguntando quando que eu disse isso para ele, e ele me respondeu como se lesse meus pensamentos. - É, eu ainda me lembro das nossas conversas na volta para casa.

–Essas coisas passam, e passou. Hoje somos amigos, bons amigos.

–Com toda certeza.

–É sério.

–Não to duvidando de você. – comecei a olhar cada detalhe do rosto dele, ele está diferente. Antes, na presença dele você sentia uma facilidade em confiar nele, como se ele pudesse guardar qualquer segredo, e parecia até mais vulnerável quem sabe, mas não de um jeito ruim. Porém, agora, ele parecia um livro fechado com cadeado, não conseguia ler os sentimentos ou intenções dele, ele parecia mais forte, decidido, metido e dono de si. – Que foi?

–Que foi o que? – perguntei de um dócil que até eu estranhei.

–Você ta me encarando como se nunca tivesse me visto.

–Mas já faz uns dois anos que não te vejo mesmo.

–1 ano e 3 meses para ser mais exato.

–Hum, você contou os meses que ficou longe de mim? – perguntei e o olhou com um olhar malicioso.

–Claro que não, só que eu sou um aluno exemplar em matemática. – ri da resposta.

–Ta certo, ta certo Mateus. Então, o que você quer comigo?

–Como assim? Vim aqui só conversar e você me trata assim?

–Fala logo Mateus, sei que você não é esse tipo de pessoa gentil e educada.

–Por pura coincidência. – Oi sarcasmo. – Eu quero te pedir um favor sim.

–Então fala logo querido. – Só para deixar claro, meu querido normalmente é um ato de sarcasmo para eu parecer gentil e não xingar a pessoa.

–Você poderia ser minha namorada por um dia? – ele perguntou e sorriu.

–Que? O que você me pediu?

–Para você ser minha namorada hoje.

–Você ta de brincadeira né? – perguntei incrédula.

–Na verdade, não.

–Você ta maluco. – respondi e voltei a andar.

–Espera. – ele me segurou pelo braço e me virou para eu olhar para ele. – eu te pago.

–Não quero seu dinheiro.

–Por favor, eu nunca mais falo com você se você aceitar.

–Não to falando que vou aceitar, mas me explica essa história, que eu to prestes a te internar em um manicômio.

–Uns amigos vão lá em casa para a gente fazer uma disputa de videogame, sabe essas coisas de menino, e eu falei há um tempo atrás que to namorando e eles tão começando a desacreditar em mim.

–Se mata velho. Você é idiota.

–Não sou idiota, eu realmente estava namorando.

–Então por que você não leva sua ex? – seria estranho afinal eles terminaram, mas melhor que levar eu, uma estranha que ele não vê há dois anos.

–Por que ele não quer, você ouviu a conversa.

–Que conversa? Eu não estava ouvindo... – senti minhas bochechas esquentarem um pouquinho.

–Sei que você estava, não adianta me enganar.

–Mesmo assim. Eu não vou.

–Por favor Gabriela, só hoje. Por umas 4 horas no máximo, você só precisa ficar lá em casa, nem me beijar muito você vai precisar.

–É obvio que eu não ia te beijar.

–Mas eu sei que você quer. – respondeu e sorriu.

–Você se acha demais né? A última Coca-Cola do mundo. Me larga vai!

–Só se você disser que aceita.

–Agora virou uma ordem?

–Não, claro que não. – ele respondeu me soltando. – Eu te pago, quanto você quer.

–Já falei que não sou puta para você me comprar, idiota.

–Tudo bem rockeira revoltada. Você aceita?

–Eu aceito. – respondi séria, ele já ia comemorar. – Mas com uma condição.

–O caralho, o que é agora?

–Não reclame, porque eu te fazendo um favor.

–Ta, ta. Entendi.

–Primeiro, você vai me tratar super bem e segundo, eu quero participar dessa sua disputa aí.

–Espera, ai são duas condições.

–Você não aceita? Então ta bom. Tchau. – respondi e voltei a andar.

–Espera, eu não disse nada. – parei e olhei para ele. – Fechado, você também pode jogar.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam do Mateus? Chato? Legal? O que acharam do 'acordo' deles?
Então, pensei em uma proposta gente! Seguinte, tive a ideia de fazer um cap extra sobre o Mateus, com o que anda acontecendo com ele,o que aconteceu no passado, coisas que nem a Gabs sabe, sobre esses boatos que a Gabs ouviu e tals. Porém, para esse capitulo chegar aqui tenho duas condições: 4 comentários ou 2 favoritos até domingo! (tenho 10 leitores é fácil né gente? ahahaha)
Bom, é isso beijos gente e acho que semana que vem tem mais um capitulo ou o extra do Mateus!



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