Lá estava eu, no topo de novo. Cercada por e meninos que fariam de tudo pra ficar comigo e meninas que lutavam pra serem minhas amigas ou simplesmente falar com a famosa Rachel Berry.

Quando tocou o sino, o corredor esvaziou e só tinham umas três pessoas lá, incluindo eu. De repente Santana aparece com um copo de rapadinha e aponta com a cabeça para um locker a uns dois metros de distância, o da Quinn. Neguei primeiro pensando que seria a mesma coisa que jogar uma raspadinha em mim mesma, então ela simplesmente saiu sem reclamar só com um sorrisinho do tipo eu sei que você queria...

Fui no banheiro lavar a mão quando percebo que não estou sozinha.

–Oi Rachel!

–Oi Kurt!

–Rachel, porque você não jogou a raspadinha nela?

–Como você sabe disso, se estávamos sozinhas?

–Se fosse eu, tinha jogado umas três de uma vez só.

–O que?

–Esqueceu de ontem? Quando o jogador jogou em você e ela ficou rindo da sua cara?

–Como você sabe de tudo isso?

–Eu sou... Bem, não sei... Talvez uma espécie de chave mestra da sua vida...

– O que?

–Eu sei de tudo que acontece aqui e depois que você acorda. Pra falar a verdade, eu sou o único... Então se precisar conversar um dia desses...

–Mas como você sabe?

–Não sei. Você que deveria saber! Afinal, o sonho é seu!

Não tive resposta, só voltei ao meu locker, e na mesma distância estava ela, escolhendo seus livros enquanto aquecia sua voz baixinho. No mesmo momento que voltei a olhar pro meu locker, Santana apareceu com um copo.

–Rachel, eu sei que você quer...

–Você também?

–Eu vejo nos seus olhos...

Não me contive. Pensei em tudo que a verdadeira Quinn já tinha feito comigo e joguei líquido nela.

–Rachel, devo admitir que na primeira semana que te vi pensei que você fosse diferente, mas então você começou a se enturmar e fazer esse tipo de coisa. E por sinal, por que você faz esse tipo de coisa? Isso não te traz nenhum benefício, só lágrimas das pessoas prejudicadas, e é claro os risinhos também sem motivo dos populares que no fundo morrem de medo de se tornarem a próxima vítima.

Não tinha o que dizer, ela estava certíssima. na realidade aquilo era o que eu sempre quis dizer mas não tive coragem.

Foi então que a sua primeira lágrima caiu, e ela saiu correndo para o banheiro, e eu a- segui. E o mais estranho foi que eu comecei a chorar junto.

–O que foi? Por que você ta chorando? Fui EU quem levei um suco na cara!

–Eu sei, mas, desculpa... Eu não queria ter feito isso, e foi tudo que você me disse que me fez parar pra pensar.

Ela levantou uma sobrancelha e me olho seriamente.

–Eu entendi errado, ou você quer ser... minha amiga?

–Bem, se você perdoar por tudo que eu fiz...

–Tudo bem... Mas saiba que eu vou ficar com um pé atrás!

–Tudo bem!

Ela sorriu e olhou pra mim.

–Sabe Rachel, eu nunca tive uma... Amiga.

–E a Mercedes, a Tina...?

–Ela não gostam de mim, me acham metida. -Bom saber...

–Eu não. E pra começar nossa amizade com chave de ouro... Quer ir lá pra casa?

–Quando?

–Amanha a noite.

–Claro!

Foi aqui que começou a amizade entre eu e eu mesma.