Um começo diferente escrita por Lola Carvalho


Capítulo 4
O primeiro dia


Notas iniciais do capítulo

Boa tardeee :P
Eu ia esperar mais um pouco para postar este capítulo, mas não me aguentei! hahahahahahaha
Muito obrigada pelos novos comentários da Viviane Santos da Silva, da Letícia Valdez Potter Jackson e da Cristina :D S2 *-* Obrigada :)
E também quero agradecer ao novo favorito da Cristina S2 :)
Espero que gosteem :P

Boa leitura!



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Podemos dizer que segunda feira era o dia menos favorito da semana para todos os que frequentam escolas e também para os que trabalham. Mas havia uma única segunda feira no ano em que todos acordavam dispostos, alegres e ansiosos para fazerem suas obrigações.

O primeiro dia de aula.

O cheiro dos cadernos novos invadiam as narinas de Teresa e Kim, que haviam acabado de organizar os materiais em suas mochilas, logo após de tomarem o café da manhã.

– Vamos meninas! – gritava Gregory do lado de fora, pressionando a buzina do carro.

Kim terminava de se passar uma sombra verde clara em seus olhos.

Teresa passou um rímel preto, e saiu correndo até o andar de baixo.

– Quando nós vamos poder ir com o ônibus da escola, Greg? – perguntou Teresa, sentando-se no banco da frente

– Não sei. Depois discutimos isso... – respondeu ele – Vamos Kim! – ele gritou e buzinou novamente.

Enquanto isso, Patrick e Alex Jane já estavam na frente do colégio e entravam pela porta da secretaria.

– Bom dia... Eu tenho uma hora marcada com o diretor... Mineli – disse educadamente Alex

– Senhor Jane, não é? – perguntou Cristina, a moça da recepção

– Sim, sou eu!

– O diretor já está te aguardando! É por aqui... – a gentil recepcionista indicou o caminho que levava até a sala da diretora, e eles a seguiram.

Virgil Mineli não poderia ser considerado um homem velho. Mas jovem ele não era.

Tinha cabelo castanho claro, e usava um terno preto com uma gravata azul listrada. Não tinha muitas rugas aparentes, mas sua testa tinha algumas marcas de expressão, que com o tempo ficariam mais visíveis.

Apesar de sua posição de diretor, ele parecia um homem muito agradável e gentil, e não do tipo que vai trabalhar como se estivesse fazendo um favor para alguém, mas sim como uma pessoa que encontrara seu lugar no mundo, fazendo aquilo que ele gostava de fazer.

– Senhor Jane! Patrick! – cumprimentou Mineli apertando-lhes as mãos

– Bom dia! – ambos responderam

– Por favor sentem-se! Cristina, muito obrigado... Você já pode ir agora – Mineli dispensou a recepcionista e se sentou em uma grande cadeira atrás de sua mesa – Agora, vamos discutir sobre a sua situação, Patrick... – todos pareciam um pouco apreensivos, então respiraram fundo. Mineli analisava alguns papeis, que antes repousavam na sua mesa antes de continuar – Seus testes foram... Bem positivos, Patrick! Tirou 100 em quase todos eles. Estou impressionado! Para quem nunca frequentou a escola...

– Isso quer dizer que ele está dentro? – perguntou Alex agitado

– Vamos com calma senhor Jane... Se habituar de uma hora para outra dentro de uma escola não é uma tarefa fácil! – advertiu o diretor – No entanto eu... Compreendo que, quando se trata de educação, quanto mais tarde, pior... Só um instante, por favor – Mineli pediu e pegou o telefone que foi direto para a linha telefônica da recepcionista e pediu para ela mandasse alguém entrar.

Uma mulher de estatura média, negra, de cabelos presos em um coque, vestindo um terninho básico azul marinho entrou pouco tempo depois.

– Senhor Jane e Patrick, eu quero que vocês conheçam a senhora Hightower... Ela é professora de matemática, e a que melhor organiza uma sala nesta escola! – elogiou-a Mineli

– Muito prazer! – cumprimentaram ambos

– O prazer é todo meu! – respondeu Hightower

– A senhora Hightower irá indicar um dos nossos alunos do colégio para te ajudar, Patrick, a se ambientar aqui na escola. Hoje você frequentará as aulas normalmente, e ao fim do dia, eu quero que você venha até a minha sala para conversarmos, tudo bem?!

Alex não podia conter o sorriso ao ouvir que o filho seria, de última hora, aceito na escola. Patrick também não se continha de alegria.

Principalmente porque hoje ele tinha um “encontro” marcado na hora do intervalo com uma certa morena...

Depois de algumas instruções que foram passadas para Patrick, como “Não corra. Não grite. Não fale enquanto a professora estiver explicando...” dentre outras coisas, Patrick dirigiu-se até a sala onde seria sua primeira aula.

No começo havia apenas dois outros alunos na sala, mas aos poucos outros adolescentes chegaram e encheram a sala de aula.

Adolescentes cheios de novidades das férias para contar para os amigos.

Não era de se espantar que ninguém viesse falar com Patrick naquele primeiro dia, então ele aproveitara para aprender um pouco mais sobre os colegas de classe, fazendo suas famosas leituras corporais.

Teresa Lisbon, que teve aula de biologia e em seguida, de química, não parava de pensar se Patrick havia vindo à escola, se ele iria mesmo lanchar com ela... Não parava de pensar naqueles olhos azuis.

Ao menos ela tinha uma amiga para conversar durante este tempo de espera e inquietação. Grace realmente era uma excelente companhia.

Os professores conseguiram conter os ânimos de todos os alunos depois de algum tempo, mas a cada troca de sala que eles faziam, o alvoroço se instalava de novo, o que tornava as aulas muito mais curtas naquele primeiro dia de aula.

– E então se vocês observarem aq-

O sinal da escola soou interrompendo o professor Bertram de continuar sua explicação e indicando que a aula havia acabado e agora era a hora do intervalo.

O tão esperado momento.

Teresa foi até o refeitório, acompanhada de sua nova amiga, Grace Van Pelt, e olhava ao redor para tentar encontrar ao Patrick.

Grace escolheu uma mesa vazia e sentou, mas Teresa permanecia de pé olhando para os lados.

– Teresa? Está me ouvindo? – perguntou Grace

– C-Claro que estou Grace... – gaguejou ela e sentou-se

– Então, o que você achou do senhor Bertram?

– Bertram? Professor de química? – Grace assentiu com a cabeça – Ah... Ele é um pouco estranho...

– Essa é sua forma educada de dizer que achou que ele será o pior professor que você já teve? – disse uma voz masculina que veio de trás de Teresa, e ela virou-se para encontrar as curvas loiras mais lindas que ela já havia visto algum dia: Patrick Jane.

–Patrick! Eu estava procurando você... – disse ela um pouco tímida – Essa é minha amiga, Grace Van Pelt

– Muito prazer Grace! Eu sou Patrick...

– O prazer é todo meu Patrick...

– Quer se sentar conosco? – convidou Teresa

– Seria ótimo! – Patrick escolheu seu lugar ao lado de Teresa

– Que bom que você veio! – disse Teresa animada

– Que bom que conseguimos nos encontrar aqui... Como estão indo as aulas?

– Bem... Ah, você sabe... São aulas... E você?

– Legal... – ambos não paravam de sorrir um para o outro.

– Como vocês se conheceram? – perguntou Grace – Achei que fosse nova aqui, Teresa.

– E sou! O pai do Patrick é amigo do meu padrasto...

Teresa, Patrick e Grace tiveram um ótimo intervalo. Patrick sempre fazia as duas moças rirem com suas interpretações das pessoas ao seu redor.

Os professores as vezes passavam os intervalos no mesmo refeitório que os alunos, e naquele dia em especial, o diretor Mineli tinha uma boa desculpa para conversar à sós com a professora Hightower.

– Como estão indo as aulas? – perguntou ele

– Normal... – Hightower voltou seu olhar para onde estava antes e continuou – Já viu que o “garoto maravilha” tem amigos? – ela apontou para a mesa onde estava Teresa, Grace e Patrick estavam.

– Pois é... Talvez alguma delas possam ajuda-lo a se acostumar com a escola...

– Veremos...

O intervalo acabou tão rápido que, pareceu que foram apenas cinco minutos. Todos se dirigiram até suas respectivas salas para terminarem o dia letivo.

.

Mesmo com a empolgação do primeiro dia, a última aula era a mais difícil de suportar para a maioria dos alunos.

Contudo, Teresa permanecia agitada. Essa era sua aula favorita.

Matemática.

Assim que os alunos entraram na sala de aula, eles puderam ver que no quadro negro havia uma equação que, provavelmente, a professora explicaria no decorrer da aula.

Teresa identificou que tipo de equação era aquela, e também sabia como resolvê-la. Retirou o caderno e um lápis do estojo que estavam na mochila, copiou e resolveu a equação rapidamente.

A professora se apresentou, seu nome era Madeleine Hightower e logo começou a explicar a matéria, enquanto passeava pelo meio das carteiras na classe e olhava bem para o rosto de todos os alunos, para memorizá-los. As vezes ela fazia piadinhas, o que deixava a aula muito mais interessante.

Tudo estava correndo como o planejado, nada de incomum aos olhos da professora.

Até que ela passou ao lado da carteira de Teresa Lisbon, e seus olhos encontraram algo de diferente em sua mesa: Um caderno com números escritos

E não eram qualquer números. Eram a resolução do problema da lousa.

– O que significa isso? – perguntou Hightower

– É a resolução da equação de segundo grau que está na lousa. – respondeu Teresa

– O seu nome é?

– Teresa Lisbon, senhora! A conta está errada? – perguntou a menina ao a expressão confusa da professora.

– Teresa, quero que você fique depois da aula, ok?! – ela disse apenas.

Os outros alunos da sala começaram a caçoar de Teresa, cochichando coisas um para o outro, e Teresa sentiu-se como se a luz de um holofote estivesse sobre ela. Não era uma coisa boa para se sentir.

Ela olhou para trás, procurando saber se era dela mesmo que falavam, quando viu um menino alto cochichar algo nos ouvidos de sua meio irmã.

Kim, ouviu e riu, depois olhou para Teresa e balbuciou um “Eu vou contar!” que deixou Teresa mais nervosa e apreensiva do que antes.

Ela não conseguia entender o por quê de ela estar sendo punida se ela não havia feito nada de errado.

“Que ótimo jeito de começar as aulas!” pensou ela.

A aula acabou mais rápido do que o normal para Teresa. Era como se o tempo estivesse contra ela.

Seu coração começou a palpitar mais forte, e suas mãos começaram a suar. Só restara ela e a professora na sala de aula.

– Teresa...

– Me desculpe, professora, eu não s-

– Por que está pedindo desculpas? – perguntou Hightower se aproximando dela

– Você me deixou aqui até depois da aula... Como um castigo, não é?

– Não, querida... Nada disso!

– Então para o que foi? – perguntou Teresa aflita

– Como você sabia resolver aquela conta?

– Meu pai e eu jogávamos com coisas assim...

– Jogavam?

– É... Ele me dava uma folha com algumas questões... Não só de matemática, e se eu conseguisse responder até o final da semana, ele me dava algum prêmio. Então quando eu não sabia de alguma coisa eu ia até a biblioteca pesquisar...

– Poxa... Estou impressionada! Na verdade eu te chamei aqui para te pedir um favor...

– Favor? Que favor? – Teresa já estava mais calma agora

– Nós temos um aluno que nunca havia frequentado a escola antes... Ele é um pouco mais velho do que você, e muito inteligente... Mas o diretor achou que seria melhor se algum dos nossos alunos o acompanhasse e o ajudasse... Eu observei os outros alunos, mas você foi a quem mais me surpreendeu, e a que eu mais acho que se dará bem para esse papel. O que você acha?

– Eu acho que tudo bem... Quem é o aluno?

– Venha! Eu vou te apresentar para ele.

As duas foram até a sala do diretor Mineli, e esperaram até que a recepcionista anunciasse que elas estava lá para entrarem.

– Hightower! – exclamou Mineli – Imagino que já temos um aluno escolhido, não é?! – Teresa estava atrás de Madeleine, portanto não estava no campo de visão de Mineli, mas assim que saiu de trás da professora, seus olhos não prestaram a atenção no diretor, mas sim as mechas loiras do menino que estava de costas, sentado na cadeira à frente da mesa do diretor.

Ela conhecia aquelas mechas!

Hightower anunciou que Teresa era a aluna designada para a tarefa de ajudar o menino e Patrick virou seu corpo para poder vê-la. Ele sorriu como nunca, assim como ela.

Não muitas instruções foram passadas para ambos, e após de dois minutos aproximadamente, eles já haviam sido liberados da sala de Mineli.

– Sabe?! Eu estou feliz que será você que vai me orientar aqui na escola! – disse Patrick animado

– Fico feliz que seja você o aluno que eu vou orientar... – ela respondeu

– Ótimo! Então nós... Nos vemos amanhã?

– Até amanhã, Patrick!

– Até...

Teresa foi até o encontro de sua mãe que a aguardava junto com Kim, e lhes contou as novidades. Mary ficara contente e aliviada com a notícia, e disse que Greg também ficaria muito feliz em saber que Teresa estava ajudando Patrick.

Porém Teresa e Patrick eram os que mais se alegraram com tudo isso: teriam que fazer os trabalhos da escola juntos, teriam que se falar todos os dias...

Este era, sem dúvida, o melhor primeiro dia de aula que Teresa já tivera em sua vida.


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Notas finais do capítulo

E aí???? O que acharam??? u.u
Beijinhos
Até o próximo capítulo :D