Feelings locked escrita por Mayu


Capítulo 6
A aproximação causa muitas reações


Notas iniciais do capítulo

Okay, eu disse que postaria no domingo, mas acabou que eu consegui finalizar o capítulo ainda hoje, portanto, aí está mais um capítulo ao qual eu devo confessar ter acabado me empolgado um pouco demais.
Boa leitura, pessoa!



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Capítulo 5,

A aproximação causa muitas reações.

O que significa a palavra aproximação?

Para mim significa nada mais, nada menos do que o fato de você ter certa relação com determinada pessoa, passar de ser apenas desconhecido para ser conhecido e de conhecido a colega, de colega a amigo e assim consecutivamente. É nutrir e cultivar cada vez mais uma relação.

Em suma, uma palavra bastante benevolente, levando em consideração seu trabalho. Mas é claro que mesmo sendo benevolente, não deixa de ter seu lado perigoso... Tudo tem seu pólo positivo e negativo. Nada é excessivamente bom...

...

Aproximar-se... Foi exatamente isso que fiz com o senhor tirano que, com certa frequência, vinha se trombando comigo...

Não é que tenhamos nos tornado best friends forever, bro! Mas, diga-se de passagem, tínhamos uma relação maior do que a inicial...

Antes, estávamos num nível equiparável com o de desconhecidos familiarizados, digamos assim, entretanto, agora, bem, pode-se dizer que nos tornamos conhecidos de trombadas rotineiras e inusitadas prestes a tornarem-se amigos...

Nossas conversas não são as mais empolgantes, mas acabam sendo divertidas, ao mesmo tempo em que eu as encaro como sendo bizarras.

Veja bem, desde que começamos a nos aproximar mais, o cara só sabe ser sarcástico comigo, nunca deixando de fazer uma piadinha com meu cabelo. E eu, idiota, não posso fazer nada, se não retrucar alguns muxoxos.

Infelizmente, Deus não me deu o dom de ser uma boa rebatedora, pois se tivesse me dado, o senhor tirado jamais iria sair por cima de mim, zombando de minha loirice.

Como sempre acabávamos nos trombando, o que, praticamente todo dia isso acontecia, as conversas foram se desenvolvendo e nós fomos nos aproximando cada dia mais que o outro.

Aproximação vai, aproximação vem, combinamos então ao invés de nos encontramos de forma inesperada, seria mais fácil marcamos um lugar para jogar conversa fora. Nada como encontro ou coisa do tipo, era mais uma saidinha com um conhecido para distrair um pouco a mente e buscar um certo sossego mental e até mesmo físico...

Foi a partir daí que tudo desenrolou-se ainda mais...

................................. Flashback ..................................

Havia acabado de voltar de mais uma missão com Natsu.

Ultimamente, os trabalhos estavam sendo tão simples, que por conta disso não estávamos mais indo com toda a equipe, visto que não havia a necessidade de tantas pessoas para uma missão tão fácil e rápida.

Além do mais, Gray que sempre mantivera uma rivalidade cômica com Natsu, evitava fazer missões com o rosado o quanto pudesse, recusando assim, todos os convites que fazíamos.

É claro que Natsu dava graças a Deus, mas antes brigava com Gray... O atrito entre os dois era algo que nem mesmo a amizade que possuíam, podia acabar com isso.

Sinceramente, a recusa de Gray para nossos convites de missões, de certa forma, me deixava um pouco tristonha.

Tudo bem que no início eu fazia missões apenas com Natsu e Happy e que por conta disso já deveria estar acostumada, mas por um bom tempo, Gray e Erza e logo em seguida Wendy e Charlie se juntaram a nós e então me acostumei a fazer missão com todos reunidos.

Enfim, de certa forma sentia um certo vazio, certa falta de todos juntos...

Quanto a Erza, bem, digamos que ela não estava em seu mais empolgante mês, visto que recentemente tem pegado pouquíssimos trabalhos, sem contar que a mesma tem estado muito estranha, com desejos de querer comer apenas bolos de morango e nada mais que isso...

Até mesmo a forma como ela fica encarando o bolo antes de levá-lo a boca é estranha. Seus olhos já não possuem mais aquele brilho de quando a ruiva estava de frente para uma das suas maravilhas do mundo.

Não sei o que há com a ruiva, mas ela anda bastante distraída e distante. Presumo, em minhas suspeitas intuitivas, que essa sua reação tenha nome e sobrenome e que o dono desse nome e sobrenome ainda possua belas madeixas azuladas...

Wendy e Charlie acabam sempre tendo que ficar, para poder ajudar Makarov com o restante de nossos companheiros que possam aparecer machucados, após uma missão e assim necessitar de primeiros socorros...

As missões com Natsu ainda continuam sendo um desastre. Ele enjoa toda vez que entra em um trem ou algo do tipo – mesmo Wendy tendo o deixado imune -. Assim como também ainda continua destruindo tudo, sem a menor necessidade e sempre que ouve sobre Dragões sai correndo me deixando a comer areia. É exaustivo, mas divertido e trás certo conforto.

Antes de ir para casa, me livrar de toda sujeira que a missão havia me causado, como de praxe, fui até a guilda.

Uma coisa que eu não conseguia entender era como Natsu, após lutar tanto, conseguia ainda sim manter o ritmo empolgado e parecer nunca estar cansado, enquanto eu, que digamos não ter feito muita coisa, mas ainda sim ajudado, estou cansadíssima...

Como sempre quando colocava os pés para dentro da guilda, encaminhei-me até o balcão no qual sempre poderia encontrar uma Mira trabalhando.

Sentei-me em meu costumeiro banco e então me acomodei.

— Bem-vinda de volta, Lucy! — A albina virou-se para mim, sorrindo meigamente como sempre.

— Estou em casa. — Sorri. — Ah, Mira, você viu a Levy? — Perguntei, ao lembrar que precisava falar com a nanica azulada.

— Gajeel arrastou Levy para uma missão, deixando Droy e Jet daquele jeito depressivo ali. — Ela apontou em direção aos dois caras jogados feito defuntos na mesa. — O que me faz lembrar também que Gray e Erza, milagrosamente, também saíram para uma missão, mas cada um pegou a sua... — Informou.

— Gray saiu em missão? — Okay, confesso que fiquei surpresa com essa. Ele recusou ir conosco para ir em uma missão sozinho...

— Sim, enquanto escolhia a missão ele praguejava algo como querer se livrar de Juvia o quanto antes. — Só pude rir com essa.

— Pobre Juvia...

— Maaas como sempre, ela o seguiu... — Mira riu e eu também.

Aí estava um chiclete difícil de fazer desgrudar do chinelo...

— Eu suponho que na verdade, ela tenha mais obsessão do que amor por ele... Não sei, talvez o amor de Juvia seja um pouco doentio.

Já tinha um tempo que vinha pensando nisso, no jeito com o qual Juvia se jogava para cima de Gray, na forma como ignorava os foras que ele dava... Eu já teria dado meia volta e nunca mais tentado no primeiro fora levado, até porque, os fora de Gray são tão insensíveis que eu choraria por uma semana toda. Não por ter levado o fora em si, mas pela forma como ele falara...

— Por falar em Gray, ultimamente ele tem estado estranho. Tem percebido como ele anda distante? Quase não vem mais aqui e quando vem, mal passa um tempo e logo vai embora. Não sei o que acontece. Estou preocupada... — Pela expressão no rosto da albina, ela realmente estava preocupada com o moreno.

Suspirei... Também havia notado isso, só não conseguia entender o porquê de seu afastamento.

— Erza também está estranha e isso me parece ter sido consequência de sua última missão... Não sei o que aconteceu, mas de repente ela se desligou das coisas, anda pouco expressiva. Está mais no mundo da lua do que no planeta Terra... — Também comentei.

— Vocês são duas tapadas. Como podem se dizer enxergar, se nos momentos mais importantes acabam sendo cegas?!

— Oi para você também, Cana, estou ótima e você? — Brinquei. A Alberona sim, sabia ou não, a hora e como se intrometer em uma conversa.

— E aí, Lucy, vai uma breja? — A morena me direcionou seu barril e como resposta, meneei a cabeça em negação.

— O que quer dizer com sermos cegas, Cana? — Mira indagou.

Cana por sua vez, fez uma expressão entediada, bem como mesclada com uma reprovadora.

— Tão inexperientes... — Suspirou. — Até uma bêbada feito eu consegue identificar as coisas... Está na cara que a guilda está exalando amores não correspondidos, amores não percebidos, não descobertos, cegos, platônicos. A Fairy Tail está aspirando a droga da magia do amor.

— Álcool demais? — Voltei meus olhos à direção em que Mira se encontrava, fazendo a pergunta em especial para a albina.

— Não sei, possa ser que tenha fundamento. Vamos descobrir... — Ela deu de ombros.

— Oi, a bêbada aqui não é surda, okay?! Ela ouve e enxerga muito bem, então parem de tratá-la como se fosse uma deficiente... — Resmungou a morena.

— Então, Cana, nos conte mais sobre essa sua teoria do amor estar no ar... — Mira pediu.

Mais uma vez a Alberona bufou.

— Gray não está frequentando muito a guilda porque ele está in love por alguém e eu sei quem é está pessoa, mas não vou dizer, porque a cegueira de vocês me causa depressão. É tudo tão óbvio... — Ela revirou os olhos antes de continuar. — Erza, provavelmente encontrou com Jellal na última missão, eles devem ter tido uma conversa sobre o diabo a quatro e ela voltou assim. O babaca deve ter tentando afastá-la com mais algum fora capenga... Sem contar na Lucy que está apaixonada por um membro da Sabertooth...

— Opa, opa, opa. Quem aqui está apaixonada por um membro da Sabertooth? — Perguntei, vendo tamanho absurdo.

— Lucy, querida, não esconda, meus olhos tudo vem, minhas cartas tudo comprovam... — Cana respondeu.

— Suas cartas só podem estar mais bêbadas que você, porque em momento algum me apaixonei por um membro da Sabertooth. Como já bem deixei claro, eu mal tenho contato com eles... — Respondi, cruzando os braços em frente ao corpo e fazendo careta.

— Lucy, não iremos te julgar, caso ame um membro de outra guilda. Somos suas amigas, lhe apoiaremos. — Mira afagou minhas mãos, mostrando-se compreensiva.

Revirei meus olhos.

— As cartas da Cana estão erradas... Não é nada disso.

— É mesmo? — Cana me lançou um olhar irônico. — E o que você me conta sobre eu ter visto um cara bastante inusitado e você juntos quando fiz o jogo do futuro? — Ela me desafiou.

Fiquei quieta por um instante. Ela havia visto isso? O quão mais Cana pode ver? A Alberona não era apenas capaz de utilizar as cartas para ataques variados? Desde quando ela podia ver o futuro também?

— Continuo dizendo que estão erradas. Eu e um cara inusitado? O certo seria você me ver no futuro ficando para a titia. — Comentei, em seguida soltei uma risadinha debochada.

— Estava ainda embaçado, pois estou me aperfeiçoando nessa nova técnica, porém não deixava de ser o cara o qual você sabe de quem estou falando, junto de uma loira, ambos juntos, muito próximos para ser apenas amizade... E olha que irônico, eles apareceram justamente quando me concentrei em seu futuro, em você...

— Deve ter algo errado aí, Cana. Eu gosto do Natsu, vocês sabem... — Corei com minha quase mentira.

Uma vez cheguei a desconfiar que gostava do rosado, porém até então percebi que tudo o que tinha feito fora uma confusão sentimental e Mira tinha me ajudado a montar essa confusão.

Com o tempo percebi que entre eu e ele era apenas amizade, ou melhor, irmandade, por assim dizer. O rosado não passava de um grande irmão.

— Você não gosta do Natsu. Uma pessoa que gosta de outra não diria tão facilmente assim que tem um tombo por ela, nem mesmo para suas amigas, ou melhor, ainda mais quando essa pessoa é você, Lucy. Você, definitivamente, morreria, mas não assumiria de quem gosta como está fazendo agora... — Desde quando Cana era tão observadora? Entretanto, havia certo equívoco de sua parte...

— Quem é, Cana? — Mira indagou.

— Ela sabe quem é, Mira. Se a própria não quer revelar, não serei eu quem o fará... Mas que eu vi, eu vi...

— E o que você viu no futuro da Mira? — Tentei mudar o foco do assunto...

Cana me lançou um olhar que bem dizia “eu sei o que você está tentando fazer, mocinha”, mas mudou de assunto, para meu completo sossego.

Quando a Alberona disse que Mira ficaria com Freed, a albina adotou uma coloração anormal de vermelho em seu rosto. Eu comecei a rir com o que ela tentava argumentar, mas digamos que desde que Laxus dera a louca e tentara tomar a Fary Tail, Mira e Freed nunca mais foram os mesmo. As trocas de olhares deixavam isso bem claro... Só faltava ambos assumirem o óbvio.

— E o que você viu em seu futuro, Cana? — Perguntei, após Mira ter dado jeito de fugir do assunto, dizendo que teria que verificar se Droy e Jet estavam bem.

— Meu futuro é uma incógnita. Não consigo vê-lo. Talvez seja por causa de que sou eu quem está tentando desvendá-lo por mim mesmo... — Bufou.

— Eu nem preciso ter cartas, para dizer qual será seu futuro amoroso... — Agora era a minha vez de sair por cima.

— Se você me disser que eu e aquele velho do Macao vamos ter um futuro juntos, eu juro que te enterro viva... — Ela me fuzilou com os olhos.

— Não, não é o Macao... — Sorri de forma misteriosa. Cana arqueou uma sobrancelha. — Você sabe quem é. Eu já os vi juntos. Foi sem querer, mas vi...

— Quem? Bacchus? — Indagou. — Ele é apenas um bom amigo, nos consolamos com uma boa dose de breja sempre que possível. Nada mais que isso. Nunca tivemos nada mais que uns amassos inocentes...

— Não é ele... Você sabe quem é. Foi a primeira pessoa que veio em sua mente. — Levantei-me. — Agora eu preciso ir. Tenho que tomar um banho, trocar essa roupa que está mais para trapo do que qualquer outra coisa e descansar.

Após estar há um metro e meio de distância da morena, girei nos calcanhares e fitei-a.

— Você não é a única que consegue enxergar as coisas, só que diferente de você, o que eu vejo é certeiro. — Joguei um beijo para ela e voltei a caminhar.

— Ei, loira! — A voz da Alberona adentrou por meus ouvidos, fazendo-me retornar a olhá-la. — Pensa rápido. — A vi tirando algo do bolso e jogando em minha direção, pensando o mais rápido que consegui, no último momento peguei o objeto que vinha em minha direção. — Você precisará disso para hoje — Ela piscou.

Olhei o objeto que havia pegado e então, não só meu rosto atingiu colorações de vermelho, como eu também deixei minha boca cair em um “O” chocado.

Preservativo?

Jura que ela me jogou um preservativo? Mas por quê? Encarei-a com a expressão mais embasbacada do mundo.

— E depois você ainda diz que não sei de nada... Boa saída, loira. Divirta-se. — Cana caiu na gargalhada após isso.

Sem saber o que fazer com o preservativo, olhei para todos os cantos da guilda, observando se ninguém havia prestado atenção a nossa conversa, mas ao que parecia eles estavam mais entretidos com coisa melhor, guardei a camisinha no bolso de minha saia e numa velocidade equiparável com a da luz, saí em disparada para minha casa.

Cana era impagável!

...

Já de noite, arrumei-me com uma roupa simples, porém confortável, para poder ir ao encontro do misterioso homem que tanto Mira quanto Cana estão doando a alma para saber quem é.

Não há nada de amoroso entre nós. Realmente não há. Algo mais voltado para a amizade eu poderia até dizer que sim, porém amor não. As pessoas não se amam da noite para o dia e, eu não acredito em amor a primeira vista, pois se acreditasse, já deveria estar morrendo de amores por ele, o que não é isso que acontece.

O fato de eu ter mudado de roupa, se devia ao simples motivo de não querer aparecer no parque – local em que havíamos marcado de nos encontrar – trajando um pijama...

Roupa trocada, cabelos presos em um rabo-de-cavalo, pois a preguiça falara mais alto e a força de vontade para penteá-los nunca deu as caras, saí porta afora.

Caminhei duas quadras até me deparar-me com um parquezinho abandonado. Bem, ele não era abandonado, apenas não tinha movimento por este horário, visto que tal era destinado apenas para as mães trazerem seus filhos para brincarem.

Observei um pouco o local, procurando-o. Não levou muito tempo para que o encontrasse. Um sorriso largo de satisfação tomou-me. Sem pressa, caminhei até um dos bancos de concreto que havia ali, o mesmo em que ele se encontrava.

— Você veio! — Este fora o meu cumprimento.

Como resposta, o senhor tirano me deu uma olhada debochada, para logo em seguida vir com seu humor seco:

— Acredito que esteja se enganando. Sou fruto de sua miragem já que na verdade eu te dei um bolo. — Como eu disse, ele realmente gosta de ser tirano comigo. — Cada dia mais você me prova que loiras tem certos probleminhas...

— Idiota! — Desferi-lhe um soco leve, enquanto ao mesmo tempo me sentava ao seu lado. — Para sua informação, achei que não fosse aparecer por aqui hoje, por isso disse aquilo, babaca.

— E por que eu não apareceria? Até onde sei e me conheço, sou um homem de palavra, loira. — Respondeu.

— Não sei. Fiquei aqui pensando, acredito que o pessoal da guilda deva ficar preocupado com seus sumiços repentinos, sem contar que pensei que não viria, pois poderia ter pegado uma missão ou tivesse saído com outra garota, sua namorada. Ah não sei. Há vários motivos para um bolo... — Dei de ombros.

— Não são sumiços repentinos e eu peguei uma missão, uma bastante fácil para privar o meu tempo e fazer com que eu conseguisse cumprir com minha palavra. Nunca se sabe o que pode acontecer com uma loira caminhando de noite pela rua, principalmente sozinha em um parque. Presumo que seja bastante perigoso. E, quanto a você se referir a minha namorada, sinto desapontar, mas se eu de fato possuísse uma namorada, estaria com ela e não com você.

Outch! Essa doeu...

De forma bastante óbvia, eu passei a notar que ele não tem um jeito muito legal de se expressar, acabando assim por ser um tanto grosso e me dar umas tiradas desnecessárias. Mas, confesso que desde que começamos a jogar conversas fora, ele vem cada vez mais falando com frequência, trocando seus simples dar de ombros e olhadas secas, por frases, o que devo confessar que me agrada bastante.

— Sua delicadeza em falar comigo me emociona! Seja mais delicado em suas palavras, por favor, elas são brutas demais para minha pobre pessoa. — Retruquei como sempre retrucava quando ele acabava sendo grosso. — Agora me responda: Perigoso por quê? Não sou uma garota indefesa, sei me defender. Sou uma maga da Fairy Tail, caso tenha se esquecido... — Informei.

— Eu não me referia a este lado do perigoso. Você é um perigo para a sociedade, loira. É estabanada, histérica... é complicado te deixar sozinha no meio da noite caminhando por aí. Sabe-se lá o que pode acontecer, você pode de repente dar a louca... — Ele dera de ombros, mostrando-me aquele seu sorriso quase nulo de canto de boca.

— Há-há, estou morrendo de rir. Isso era para ser engraçado? Não porque se for, eu vou fazer um esforço para conseguir gargalhar. — Debochei. — Muito idiota você, devo ressaltar... E, devo ressaltar ainda mais que você é quem é um perigo para a sociedade. — É claro que eu não podia ficar por baixo.

— Eu perigoso? Sou a pessoa mais pacifica do mundo. Não faço mal nem para uma formiga...

— Para a formiga você pode não fazer, mas o seu jeito de falar é um perigo ambulante, pode trazer muitas confusões átona.

— Não vou mudar meu jeito de falar. — A convicção em sua voz, me fizera perceber que ele havia levado para o lado sério da coisa.

— Não estou dizendo para mudar, gosto do seu jeito de se expressar, apesar de viver sendo tirada por você. Seu humor seco e seu jeito sarcástico até que são legaizinhos, mesmo me causando bullying.

— Bom saber, loira. — Ele então me encarara e eu sendo uma pessoa um tanto tímida, não consegui fitá-lo olho por olho por muito tempo...

— Então, me conte como foi o seu dia hoje... — Não tinha o que dizer e permanecer no silêncio por muito tempo não me agradaria, por isso falei a primeira coisa que me viera em mente.

— O de sempre, nada de muito interessante. Guilda, missão, fugir de certas pessoas... — Dera de ombros, como se fizesse pouco caso. — E o seu?

— Ah você sabe, Natsu é terrível quando empolgado, acaba destruindo tudo e nós raramente conseguimos ficar com a recompensa. Hoje foi um dia desses... — Sorri um tanto empolgada e ao mesmo tempo desanimada, pois me lembrei de meu aluguel que mais uma vez corria risco...

— Você gosta dele?

Surpresa, o encarei de olhos um tanto quanto arregalados.

— De quem? Natsu? — Ele afirmou, eu então ri. — Já cheguei a pensar que sim, mas não, não gosto dele de forma amarosa, assim, como um casal de amantes. Gosto dele como um irmão, porque é isso o que ele é para mim, um verdadeiro irmãozão. — E você? Gosta de alguém? — Já que ele havia tomado a liberdade, por que eu também não poderia?

— Sim, de várias pessoas. — E novamente aquele sorrisinho nulo dera as caras.

— De várias pessoas? Mas que fanfarrão! Isso é feio sabia?! Gostar de várias pessoas ao mesmo tempo é terrível... — O reprovei.

— Então você também é uma fanfarrona, porque também gosta de várias pessoas, loira.

— Ahn? Eu não gosto de várias pessoas, talvez eu goste apenas de uma, mas ainda não sei se realmente gosto dela. — Respondi, na verdade, estava meio perdida ao que ele dizia.

— Você não especificou o tipo de gostar, loira, portanto, respondi que gosto de várias pessoas. — Dessa vez o sorriso que surgiu foi um bem tirano.

— E depois a loira perdida sou eu. Ficar fazendo os outros de tonto é feio. Você sabe do tipo de gostar ao qual me referi. — Fiz uma cara feia e cruzei meus braços em frente ao meu corpo, num gesto nada infantil, devo dizer.

— Gosto quando você se perde na conversa. — É claro que após essa confissão dele, só pude lhe desferir um belo soco no ombro. — Ei! — Reclamou.

— Não quero mais papo com você. — Virei a cara ao lado contrário ao qual ele estava.

— Criança.

— A Wendy, o Romeo e a Asuka. — Respondi.

— Nenhum dos três, você.

— Panaca tirano.

— Vamos parar com essa troca de afeto, caso contrário vou acabar me apaixonando por você com esses seus apelidinhos amorosos. — Ainda por cima ficava me tirando... Esse cara me paga.

— Ok, cansei. Vamos voltar... — Fiquei novamente de frente, por assim dizer, para ele.

— A resposta é sim.

— Sim? Ta perdido, colega? — Na verdade a perdida seria eu, acredito.

— Não, você que está. — Ele revirou os olhos.

— Explica direito que eu não me perco. — Fiz careta, porque né...

— Você é loira, nem explicando direito conseguiria entender.

— Ei, olha lá, eu posso juntar um monte de loiras e fazer com que elas se vinguem de você. Cuidado!

Ele me lançara um olhar de desafio mesclado com um brilho de deboche num implícito “é mesmo? Duvido!”.

Revirei meus olhos, porém o fitei, respondendo a altura uma frase também implícita “É mesmo sim, pague para ver”.

Durante alguns segundos ficamos com essas trocas de olhares provocativos, mas logo cessamos.

— Preciso retornar. Ainda tenho que passar na guilda. Preciso acertar umas coisas. — O senhor tirano manifestara-se, após termos ficado alguns minutos em silêncio.

— Sem problemas, mas antes me responda o que quis dizer com “ a resposta é sim”. — Pedi.

— Sem chances. Repense a conversa e você entenderá. — Minha fuzilada de olhos não o abalou em nada. — Quer que eu a acompanhe até em casa?

— Não há necessidade, senhor tirano. Muito obrigada pelo cavalheirismo, ele muito me toca, mas prefiro ir sozinha até meu humilde lar. — Respondi e invés de insistir, ele apenas dera de ombros.

Revirei os olhos.

— O que foi, loira?

— Nada, nadinha! Boa noite, coleguinha. Eu espero que tenha muitos pesadelos de noite, só para deixar de ser besta e me explicar direito as coisas.

Mais um olhar debochado e ele então me dera as costas, porém antes de executar a quarta passada, voltara a me encarar.

— Ei, loira... — Arqueei uma sobrancelha, fitando-o. — Criança. — E surpreendentemente ele me mostrara a língua e logo em seguida mostrara-me um sorriso completo, não aquele de canto de boca, mas um verdadeiro sorriso.

Okay, eu não sou galinha, nem nada do tipo, mas choquei e choquei lindamente. Também não sou ferro, ou roupas, mas posso dizer que estou passada...

Uma mostrada de língua seguida de um sorrisão. Gente, eu podia esperar tudo, menos isso do senhor tirano.

Um minuto foi o tempo que necessitei para me situar no planeta Terra novamente. É claro que ele já havia ido embora.

Pisquei algumas vezes, em seguida coloquei-me a caminhar de volta para casa.

Naquele dia, bem de noitinha, enquanto a insônia de mim de apossava, eu pensei que ele poderia sorrir dessa forma mais vezes, bem como agir como em nosso encontro de amigos. Caia-lhe tão bem a expressão de “criança sapeca”.

Antes de finalmente conseguir pegar no sono, minha mente deixou uma pergunta vagar: “O que mais você tem para me mostrar, desse lado que você dos outros oculta?”

................................. Flashback Off ..................................

Sempre foi um fato que aproximar-se de alguém pode ser bastante perigoso. Os alertas sempre estiveram acionados, mas mesmo assim o ignoramos.

Aproximar-me de você foi uma experiência que muito me agradou. Por isso, tenha delicadeza, não faça com que me arrependa de um dia ter cruzado o seu caminho...


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Notas finais do capítulo

Pois é, alguém leu até o final? Alguém está lendo isso aqui?
Sim, eu me empolguei, sorry, pessoas. Mesmo tendo me empolgado, ainda não senti que o capítulo ficou aquilo tudooo, mas okay.
Gostaram? Desgostaram? Meio a meio?
Sabe, eu estive pensando, existe muitos fantasminhas de plantão que eu adoraria poder ver...
Podem comentar a vontade pessoal, eu não mordo, juro!
Nos vemos no próximo.
Até lá.
Mayu.



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