Tentação Potter escrita por Sgt Lely Winchester


Capítulo 20
Capítulo XIX: prom night a.k.a freak show, part 1


Notas iniciais do capítulo

olá, gals
o capítulo está enorme ♥
espero que vocês gostem
e, ah, me baseei nesse vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=QZm-LBMbxH4) para a cena da dança
vejam se quiserem :)



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Ainda hoje questiono-me como o tempo passa tão lentamente quando você está com problemas ou deprimido. Parece que cada segundo dura uma eternidade e as horas, bem, elas simplesmente não passam. Uma semana sem ela fazia o meu mundo inteiro murchar. E, droga, um amor assim eu nunca havia experimentado. Parecia uma droga que intoxicara todo o meu sistema. No entanto, era esse mistério de como alguém conseguia me fazer sentir assim que fazia com que eu continuasse ligado, atraído como mariposas na luz.

— Minhas queridas crianças, dizer adeus nem sempre é fácil. – começou Dumbledore, como de praxe antes de todas as refeições. – Temos que lutar contra os nossos monstros interiores egoístas que tentam impedir os pássaros de voar. Vocês, do sétimo ano, entraram aqui imaturos e sem prática, hoje saem preparados para enfrentar o mundo lá fora. Desejo, profundamente, meus mais queridos votos de felicidade e sucesso. Sabedoria para que nos momentos de adversidade, saibam contornar os perigos. Além de reafirmar que Hogwarts sempre estará à disposição de seus filhos.

As palavras dele me surpreenderam.

Estar em Hogwarts por sete anos fora um dos melhores tempos que eu já havia experimentado. Trouxe-me os melhores companheiros e também amores passageiros. Forneceu-me realmente com a experiência de que eu necessitava. Sair dali seria difícil, era verdadeiramente minha casa. No entanto, enquanto eu estivesse com meus verdadeiros amigos, nunca estaria sozinho.

Disso tenho absoluta certeza.

Agora eu posso parar com esse papinho melancólico.

Sorri comigo mesmo, deplorando meus pensamentos.

— Gostaria de relembrá-los que hoje à noite será o baile de máscaras ofertado por mim como despedida. – piscou. – O façam memorável!

Palmas ecoaram por todo o salão.

Ao longe pude vê-la, sentada ao lado da garota de longas madeixas ruivas a Evans, por falar nisso, prometera me ajudar com essa complicação toda. Além de que, nessa uma semana, não tivera nenhuma notícia sobre... Ora, a gravidez. Nem sabia se era real e deveria realmente estar me preocupando sobre. Mil vezes porra.

Dude... – ouvi James falar, mas não quis prestar atenção. – Você não deveria se entregar assim, sabe?

Pardon me?

— Pare de encará-la como se ela fosse o pedaço de bolo mais gostoso desse cômodo. – bufou. – Você que a machucou. E ainda não sei porque não te dei uma surra.

— Oh, Jimbo... – deixei os ombros caírem. – Você até poderia me bater, só que estar sem ela... É pior do que todas as surras.

— Sirius Black, eu vou te dizer apenas uma vez: pare de ser corno e vá atrás do que você quer. Não adianta ficar chorando “blá-blá-blá Lethícia me deixou blá-blá-blá vou morrer blá-blá-blá”. Digo mesmo.

— Mas...

— Nada de “mas”. – rolou os olhos. – Faça o que eu mando, porque sei usar uma faca.

Estreitei os olhos diante de tal afirmação.

Prongs, não sei o que seria de mim se eu não tivesse você. – suspirei, finalmente. – Quero dizer, obrigada por me fazer rir agora.

— Não estou brincando!

— É por isso mesmo que é engraçado.

Aquele dia não poderia ficar melhor.

~xx~

Uma música animada se infiltrava no cômodo, o que induzia alguns casais a dançarem no centro do grande salão. Que, para falar a verdade, estava muito bem decorado. Belíssimos lustres de cristal iluminavam pobremente o local, deixando o ambiente um pouco mais romântico. O chão estava inteiramente coberto por um carpete cor de carmim, com um círculo negro que servia para delimitar o local de dança. Pequenos enfeites distribuídos por todas as paredes e comida abundante disposta em uma mesa no canto. Realmente, um lugar divino.

Hey, mate. – a voz de Remus Lupin era calma. – Como você está se sentindo?

Pensei em responde-lo grosseiramente, indagando o porquê de todo mundo estar me perguntando aquilo. No entanto, não valia a pena. Moony é um dos meus melhores amigos desde que ingressei em Hogwarts e, céus, ele aguentara tantas merdas de lá para cá que seria injusto eu o tratar mal.

Suspirei.

— Estou levando.

— Sinônimo para: “salve-me, não estou nada bem.”

Ri baixo, assentindo.

— É, algo assim.

— Olhe, vai dar tudo certo.

— Tento me convencer disso todos os dias. – balancei a cabeça. – Ok, eu não vou me lastimar. Pelo menos não aqui e nem agora.

O loiro piscou para mim, rindo.

Vasculhei pelo salão tentando, inutilmente, encontrá-la. Algum vestígio dos vestidos sensuais com enormes decotes que ela sempre gostou de usar, especialmente quando queria me provocar. Os olhos, que na meia-luz, me revelavam uma intensidade sem precedentes. Aquele olhar, dissimulado e oblíquo, como descrito numa sinopse de um livro que Lily leu, uma vez. Não sabia com exatidão de onde surgira tais palavras, apenas as tomei como se fossem minhas. Descrevê-la era... Complicado. Uma vastidão de palavras que a língua inglesa abriga e nenhuma chegaria aos pés de um dia fazer jus ao que eu queria realmente expressar pelo uso delas.

Enquanto servia a mim mesmo uma dose de uísque de fogo, que de alguma forma conseguiram contrabandear para a festa, observei Lily valsar com James ao som de uma música clássica que tocava. Os acordes do violino eram profundos, o que, não entendia como, fizera o gosto da bebida alcoólica ficar mais saboroso. Uma seção de poltronas com estofado vermelho me chamou a atenção e logo fui me acomodar lá. Talvez esse fora o momento em que eu deparei com a beldade.

Poderia me demorar ao descrever o quão belo era o vestido que a garota trajava, a fenda que mostrava uma de suas pernas e o corpete dotado de pedrinhas em formato de flor. A forma que a vestia era espetacular e o melhor era, definitivamente, a máscara de ocultava seu rosto. Se eu não conhecesse aqueles olhos até mesmo no escuro, definitivamente não faria a mínima ideia de quem era.

Ao checar um pouco o cômodo, percebi que a mulher misteriosa atraiu olhares; todos pareciam observá-la e tentar abstrair algum detalhe. Contudo, tudo que puderam absorver foi vê-la tomar um drink de morangos e caminhar com altivez pelo salão. Em questão de segundos, desistiram de querer saber de quem se tratava a mascarada e retornaram a suas atividades.

A moça caminhou lentamente até mim.

— Olá, Sr. Black. – piscou. - Pode me conceder a honra de dançar com você?

Posicionei firmemente minha mão na linha de sua cintura, ela resfolegou.

— Adoraria.

when marimba rhythms start to play

dance with me, make me sway

like the lazy ocean hugs the shore

hold me close, sway me more

Ela sorriu, apertando gentilmente meu ombro.

Os nossos passos sincronizados espantavam os companheiros que estavam ao redor. A firmeza com a qual eu a segurava e trazia para perto de mim era incrível. Nem mesmo eu sabia que possuía semelhante maestria para o tango. Entretanto, aqui estava eu, me surpreendendo mais uma vez com as maravilhas que a Potter trazia em minha vida. Céus, nem mesmo sabia mais o que era que eu fazia antes de me apaixonar por ela.

Like a flower bending in the breeze, bend with me, sway with ease. — sussurrei, enquanto puxava bruscamente seu corpo para mais próximo do meu.

Arfou surpresa, quando pressionei seu quadril contra o meu e massageei a sua cintura. Traçamos círculos perfeitos pelo local de dança e cada passo parecia ainda mais calculado. Pude ver Lily observando cautelosa em um canto e James tentando voltar a atenção da garota para si. Uma gargalhada brincalhona escapou de meus lábios e a morena a minha frente mordiscou os lábios, intrigada.

Other dancers may be on the floor... Dear, but my eyes will see only you. — cantarolo, como se a quisesse fazer entender.

Only you have that magic technique, when we sway I go weak.

Girei seu corpo subitamente, fazendo suas costas encostarem levemente em meu peito. Com uma habilidade desconhecida, executei um curto rodopio com os corpos grudados um no outro. Era pura sensualidade e eu sentia meu sangue borbulhando. Conhecendo a doce garota com quem eu bailava, sabia que não estava em melhor estado do que eu. Deixei-a escorregar lentamente por minhas mãos até a posição ser desconfortável, então a trouxe de volta. Na pura insensatez, toquei seu braço e nos uni como se quisesse subtrair um corpo. Seu rosto demonstrava deleite, da mesma forma como quando eu a fazia minha.

other dancers may be on the floor,

dear, but my eyes will se only you

only you have that magic technique

when we sway I go weak

Segurei sua cintura enquanto Lethícia tinha seus braços erguidos. A medida que os deixava cair ao redor do meu corpo, toquei a ponta de seu nariz com o meu; quase como se a fosse beijar. The drumroll. Nossa pequenina brincadeira. Nos próximos movimentos, senti-me tentado a unir meus lábios nos dela. Sabia exatamente que aquela volúpia fazia parte da dança. Muitas vezes ela tentara me ensinar e todas elas terminavam com a garota suada em cima do meu peito desnudo. Concentrei-me para permanecer sério, assim como minha parceira. Induzi seu torso a cair levemente, segurando-lhe na parte traseira do quadril e apertando levemente seu braço. Ela ergueu-se acariciando do meu peito até o rosto.

Quantas vezes eu seria provocado essa noite?

like a flower bending in the breeze — deixo escapar, rouco.

— bend with me, sway with ease. – sussurrou, enquanto eu oferecia força para que suas pernas prendessem-se a mim.

Mais uma vez giramos.

Seu corpo amoleceu para que eu comandasse os últimos passos. Enquanto fazia ela descer, subir, rodar e dançar, seu rosto estava completamente lânguido e parecia sorrir para mim na meia luz. Com alguma coragem, posicionei minha mão em suas costelas e vi sua perna se erguer, porém com alguma distância de mim.

Estávamos realmente fazendo um show.

Tão imerso que me encontrava em nós dois que nem percebi que todos haviam cedido espaço para que pudéssemos continuar com o nosso bailar. Os últimos acordes tocaram e ela repousou a cabeça em meu tórax, ouvindo as palmas ecoarem. Em um ágil saltitar, Lethícia fala ao meu ouvido.

— Ainda não estou certa se posso te perdoar.

Já não somos mais o centro das atenções, porém ela faz tudo ocorrer de maneira rápida e instantânea.

— Entendo você. – murmuro, próximo de seus lábios. – Agora eu só sei que queria muito te beijar.

Seu sorriso é malandro.

Rapidamente, ela puxa o colarinho do terno preto que eu escolhera justamente para a ocasião. Não entendia como era possível dois corpos estarem tão próximos um do outro, abstendo-me de reclamar; longe de mim fazer isso.

Seu suspiro foi tentador.

— Parece clichê, eu sei, Potter. – pisquei, matreiro com suas atitudes. – Não aja assim comigo.

Abaixou o olhar e não hesitou em conectar nossos lábios.

Há muitas formas com as quais eu poderia descrever o que eu senti quando finalmente ela me beijou. O quanto parecia certo e como estava morrendo de saudades de todos aqueles pequenos trejeitos. No entanto, é melhor ser breve e simplesmente dizer que eu a amo. Não um amor simples e suave. Está mais para aqueles arrebatadores, que te queimam por dentro e fazem querer morrer. Estar do lado dela é como acender um fósforo e inflamar uma bomba. Aciona uma reação em cadeia que me faz necessitá-la cada vez mais.

Então, de forma maldosa, ela quebrou nosso tênue contato. Suas mãos arrancaram as minhas com certa violência e seus lábios se alargaram em um cruel sorriso. Potter estava tentando provar algum ponto para mim. Não gostei nenhum pouco da sua forma de persuadi-me com ele através de um beijo.

— E então?

— Realmente, é clichê que você queira me beijar. - sussurra e me abandona, incrédulo no meio da pista de dança.

Apesar de ter durado apenas alguns minutos, três ou cinco, aquela conversa teve um impacto terrível. A vi saindo de perto de mim e não pude dizer quais eram as suas feições verdadeiras. Quem quer que lhe tenha instruído para quando se visse em semelhante situação, a havia ensinado muito bem em não deixar as emoções vazarem. Podia até mesmo visualizar ela dizendo a si mesma, porque suponho que tenha sido ideia da própria Lethícia: “Ele não pode desconfiar de minhas intenções durante a dança, então vou ataca-lo depois”.

Grunhi e bebi algumas doses seguidas de uísque de fogo.

Pude observar Lily Evans se sentando próxima a mim.

— E então, Black, vai ficar ai com essa cara de babaca? 

— Diga-me exatamente o que é que eu posso fazer? – bufei. – Acho que sendo melhor amiga dela, você sabe melhor do que ninguém o quão teimosa ela pode ser.

Balançou a cabeça e suspirou.

— Não vou resolver seus problemas por você, Sirius. – franziu a testa. – Se acha que ela não vai te perdoar não importa o quê, então desista.

— É claro não!

— Então por que ficar chorando ai? – balançou a cabeça. – Creio que James já te disse isso, então não vou ser redundante. Pare de ser besta e corra atrás do que quer. Conheci-te assim, então go for it. Acho que se você acreditasse no fundo que ela não fosse te perdoar, não estaria assim.

Exalei.

— Você tem razão.

As usual, dear. – riu. – Não me desaponte.

Abanei com a cabeça.

É claro que eu faria tudo aquilo valer a pena.

Nem que me custasse uma boa dose de suor e algumas lágrimas.

Parti em busca da minha tentação.


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Notas finais do capítulo

eu sei que descrevi o vestido, só que aqui está o link dele (http://oinformante.org/img/fotos/dicas%20vestidos%20formatura%202014%208.jpg)
skhdksajhdkasjhd
por favor, se gostaram deixem um comentário, é muito bom para o crescimento da fanfic
leth
xx



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