Eu estava na Mercedes vermelha da minha mãe. Luke estava dirigindo e minha mãe estava cantando comigo Carry on wayward son, do Kansas. A cena em si foi muito rápida. Minha mãe olhou pra mim e começamos à cantar. No final da estrofe, Luke se virou para nos olhar e cantar junto:

– Don't you cry no more. - E o carro bateu.

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Acordei ofegante, minha cama molhada de suor, Isabelle dormindo pacificamente na cama ao lado da minha. Esse pesadelo outra vez!

Olhei para o relógio no criado mudo: 06:24 hrs. Me levantei, sem esperanças de voltar a dormir, e fui tomar banho. Saí do banheiro por volta das 7:00 hrs. Izzy já tinha acordado e estava se maquiando.

– Oh! Vai chover! - Ela zombou. - Dona Clary acordada essa hora!

– Ah, Cale-se Is! - Coloquei o uniforme com meus coturnos pretos e peguei minha mochila. Fomos para o prédio de aulas, Izzy me puxando - é claro! Sebastian estava na porta, ao lado de Jace - que estava se agarrando com uma menina loira do 3º ano. Izzy Bufou e revirou os olhos. Será que ela gostava de Jace?

– Izzy?

– Oi?!

– Você gosta do Jace? - Perguntei, relutante.

– Claro que sim! - Ela disse como se fosse óbvio.

– Mas ele é um idiota! - Me exasperei.

– Por acaso esse idiota é meu irmão! - Ela revirou os olhos novamente. - Minha mãe já tinha Alec quando se casou com meu pai, que já tinha Jace. Eles são meus irmãos. Isabelle, Alexander e Jonathan Christopher Lightwood.

Tapei a boca com a notícia. Como assim Izzy, Alec e Jace? Irmãos?

Mais uma vez, Sebastian veio em nossa direção. Ele me deu um beijo na bochecha e logo Jace também estava a nosso lado, encarando Sebastian.

– Oi Clary! - Sebastian foi gentil. - Belle!

– Oi Sebastian! - Nós falamos em coro.

– Izzy! - Dessa vez foi Jace que cumprimentou. - Baixinha!

– Vá à merda! - Dei um sorriso forçado para Jace.

– Por que você me ama tanto, pequena? - Ele suspirou.

– Porque meu coração sangra por você! - Respondi e Sebastian fingiu tossir para esconder a risada. Mas Jace não se enganou. Foi bater de frente com Sebastian.

– Tá rindo do quê, Verlac?

– Desse seu sorriso presunçoso, Lightwood! - Sebastian respondeu, não deixando Jace nada feliz.

– QUE MERDA! - Berrei. - Dá pra vocês pararem de ser crianças por um dia? ou eu vou ter que colocar vocês de castigo?

Sebastian ficou cabisbaixo e assentiu, enroscando seu braço no meu. Não me afastei, mas Jace o fuzilou com o olhar. A mão já retraída, parecia que iria socar a cara de Sebastian a qualquer momento.

– Larga ela, Sebastian!

– Jace! - Exclamei. - Você não pode controlar a vida dos outros! - Segurei mais forte no braço de Sebastian e fomos em direção à mesa. Um Jace furioso estava sentado ao meu lado. O Professor Magnus entrou na sala, com aquele papo de " conheça seu parceiro". Abri o caderno e notei que Jace fez o mesmo.

– Hum. - Franzi o cenho. - De que tipo de música você gosta?

– Rock. - Ele deu um meio sorriso. - E você?

– Rock, Alternativa e um pouco de pop. Cor favorita? - Ele me fitou por um instante e depois sorriu.

– Verde. - Okay, né! - E a sua?

– Azul. - E por assim ficamos, fazendo perguntas fulas um para o outro. Nos conhecendo. Até que ele faz A pergunta.

– Pais divorciados ou casados? - Engoli em seco e meus olhos marejaram. Ele pareceu perceber isso. - Algum problema?

– Ham, não! É que... - Suspirei. - Meu pai morreu antes de eu nascer e minha mãe e meu padrasto morreram no início das férias. - Confessei. Um olhar de pesar passou por seu rosto e eu senti uma lágrima solitária descer de meus olhos. Ele segurou meu rosto, passando o polegar para secá-la.

– Não fique assim, Pequena! - Ele falou, de um jeito gentil. - Eles estão olhando por você. - Agora ele estava muito próximo. Perto demais, mas meu coração dizia que nunca o suficiente. Eu estou ficando maluca?– Me perguntei. Retraí minhas mãos e me levantei, espalhafatosa.

– Tire as mãos de mim, Jace! Traduzindo: Nem sonhando! - Falei, debochada. Todos olharam para nós e Sebastian riu, junto de Daniel e Mike - os bobões. Jace só sorriu e me olhou, com uma hostilidade humorada. Me sentei novamente e, aos poucos, todos voltaram a atenção para o professor. Jace se aproximou de meu ouvido e sussurou:

– Ponto para você, Fray! Ponto para você!