O peso de uma marca

Por que às vezes a solidão é a melhor companhia, ela ajuda a clarear as idéias e ver que apesar de tudo você era obrigado a fazer, não o que é certo, mas o que é preciso.

Draco Malfoy sabia disso. Tinha o peso de uma marca e mais do que isso, o peso da vida dos pais nas costas.

Descobrir que tinha o dever de matar já era por si só demasiado para ele, mas olhar todos os dias nos olhos do homem que tinha que matar e ver a bondade neles lhe doía.

Estava cada vez mais difícil fazer tudo sem ser notado, mesmo com a ajuda de Crabbe e Goyle, Potter estava desconfiado e mesmo que ninguém acreditasse nele isso não o aliviava.

As aulas eram exaustivamente longas, mas ele nem se dava ao trabalho de fingir estar prestando atenção. Isso para ele não importava. Era a vida de seu pai que estava em jogo. Um jogo perigoso e mortal. Ele não tinha escolha: ou matava Albus Dumbledore ou Aquele-Que-Não –Deve- Ser- Nomeado matava sua família. Sentia-se menos que um elfo doméstico, menos que um sangue-ruim, se sentia um nada.

Cada dia tinha menos certeza que conseguiria cada dia estava mais abatido e mais cansado. Mas persistia em uma missão que era fadada ao fracasso desde o inicio. O arrependimento dava gosto amargo na boca todas as vezes que se lembrava do dia em que a marca negra ardeu em seu braço pela primeira vez. Não que gostasse dos sangues-ruins, apenas não queria ser obrigado a matá-los. Chegava ao ponto de querer que eles nunca tivessem existido, não por maldade, mas para não precisar fazer aquilo. Matar. Não era algo que ele queria fazer. Contudo não tinha escolha. O caminho já estava traçado.

Draco foi interrompido de seus devaneios com a entrada de Harry Potter...