Are you mine? escrita por Becca Malfoy


Capítulo 6
Surpresa!


Notas iniciais do capítulo

boa leitura c:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/459577/chapter/6

P.O.V – Luna Lovegood.

Entramos na Mansão sem trocar uma palavra. Apesar da explosão de Neville, eu me sentia muito grata pelo que Draco havia me dito; ele realmente queria mudar, e estava conseguindo. Ainda assim, não conseguia esquecer o que foi proferido por alguém que se dizia meu amigo, que disse até que me amava. Isso não se faz.

– Luna... – Assustei-me com a quebra do silêncio. Sentamos no sofá. – Sinto muito por Longbottom. Ele não tinha o direito de te magoar assim.

– ‘Tá tudo bem, vai passar. Ele é sábio, o Neville. Uma hora vai perceber que está agindo feito criança, e tudo irá se resolver. – Ele deu um daqueles sorrisos que eu tanto admirava. Aquele sorriso mostrava que, independente de todas as trevas e todas as crueldades do mundo, ainda havia a esperança. Ele era a prova disso.

– Gina nos chamou para jantar na Toca, amanhã. Todos vão, exceto Nev... – fez uma careta. – Enfim. Você se sente disposta a ir?

– Sabe, Draco. – Não fiz questão de respondê-lo. Claro que iria, ora. Que pergunta idiota... Tínhamos assuntos mais importantes a ser tratados. Ele percebeu que foi interrompido e riu abertamente.

– Você já foi mais sutil, Luna. - fez uma careta, e eu bufei.

– Deixa eu falar! Há muito que sinto vontade de te dizer isso. Mas, não sei, falta coragem? É difícil de colocar alguns sentimentos pra fora, e, depois do que Neville me disse, minha cabeça está bastante embaralhada. É uma pressão no meu peito, uma dor no fundo do cérebro, borboletas no estômago, e qualquer coisa cinza que eu vejo me remete a seus olhos. Enfim. – ele continuava me encarando, o que me motivava a continuar falando. Mesmo que tudo que eu falasse não fizesse o menor sentido. – Você ‘tá conseguindo me entender?

– Hmmm. Não. – soltou uma gargalhada. – Mas eu adoro te ouvir falando.

Ruborizei, é claro.

Pelas botas de Merlin, quando me tornei tão menininha? Suspirando, e ignorando seu ultimo comentário, prossegui.

– O importante, Draco, é que eu gosto de você. – Saiu! Finalmente. Senti como se duas toneladas tivessem se esvaído do meu corpo. - Em pouquíssimo tempo, ninguém nunca se tornou tão importante pra mim quanto você é... Ah, para de me olhar desse jeito! Até parece que ninguém nunca disse isso pra você. – rolei os olhos, as faces afogueadas.

Ele apenas me encarava, as sobrancelhas sempre erguidas, um sorriso brincando nos lábios. Por Merlin, como ele é bonito. Entrelaçou suas mãos nas minhas, aproximando cada vez mais seu rosto. Quando só restaram alguns centímetros de distância do seu nariz para o meu, ele quebrou o silêncio constrangedor.

– Sim, muitas já me disseram isso, afinal, sou Draco Malfoy... - eu rolei os olhos diante a demonstração de egocentrismo. Ele deu um sorriso torto. - Mas, eis a novidade, que eu nunca disse pra nenhuma delas... É recíproco, Luna. Eu também gosto de você. – E me beijou, sem pressa. Há quanto tempo eu esperei por isso? Seus lábios moviam-se devagar, sincronizados com os meus. Nós combinamos até no beijo. Colocou sua mão na base da minha coluna enquanto eu brincava com seus cabelos e arranhava sua nuca, arrancando-lhe uns gemidos baixos e guturais. E essa foi a deixa; Com o tempo, de romântico passou para agressivo, como se uma boca necessitasse da outra. Levantei sua blusa (com uma coragem que surgiu inexplicavelmente) e fui passando a mão por seu abdômen firme e definido, enquanto Draco puxava minha perna para se enlaçar na sua cintura. Ele me apertava e pressionava seu corpo contra o meu de uma maneira extremamente excitante e sedutora, de modo que fui capaz de sentir sua ereção. Merlin... Era grande. Muito grande. Cheguei a me assustar.

Passaram minutos, ou horas; não dávamos a mínima para o tempo. Não paramos nem pra respirar, precisávamos daquele contato; precisávamos um do outro. Naquele momento eu percebi: éramos um só.

P.O.V – Draco Malfoy.

Afirmar que a Luna beijava bem era mentir. Seu beijo simplesmente se encontrava e se perdia no meu. Meu histórico de beijos envolve metade da população feminina de Hogwarts, algumas da Beauxbatons e muitas outras por aí. Mas nenhuma tinha mexido tanto comigo quanto ela. Ficamos enrolados no sofá até o anoitecer, ora beijando, ora conversando. Não quis forçar a barra, claro. Estava esperando que a inciativa partisse dela. Sempre quando as coisas ficavam intensas, ela parava, ruborizava, e tagarelava sobre alguma matéria do Pasquim. Poderia ficar assim pra sempre, sentindo seu cheiro, seu gosto. Ouvindo sua voz. Agora que admitimos que nos gostávamos, nada mais importava porque um tinha o outro.

Antes que pudéssemos perceber, adormecemos. Não precisei sonhar; Meu sonho agora era minha realidade.

[...]

Acordei e estava sozinho. Teria pensado que a noite anterior seria um sonho, se não fosse um bilhete na mesa de centro. Soube de imediato que era da Luna, e me pus a sorrir. Sua letra era tão linda quanto ela.

“Draco. Bom dia, dorminhoco!

Sinto muito por ter saído sem me despedir. Assim que acordei, recebi uma carta do St. Mungus, e advinha só? Meu pai recebeu alta! Fui busca-lo e leva-lo pra casa. Estou realmente muito feliz.

Como hoje à noite tem o jantar na casa dos Weasley, estava pensando em convidar meu pai. Você iria gostar dele. Ou não. É... Provavelmente não. Ele é incomum demais. (se bem que eu sou incomum também, e você simplesmente me a-d-o-r-a. Haha.)

De qualquer maneira, me manda uma carta dizendo se aprova a presença do seu sogro... ops... Do meu pai, e também a hora que você vem pra cá. (Porque, você provavelmente não sabe disso, mas nós e os Weasley somos vizinhos).

Enfim. Sem mais delongas, espero que você tenha um bom dia! Não sei muito bem o que dizer. Já sinto falta dos seus beijos e estou aqui do seu lado. Que absurdo.

Carinhosamente, Luna Lovegood.”

Li e reli 10 vezes, rindo sempre. Ah, essa garota. Escrevi rapidamente a resposta.

“Querida Luna,

Nunca vou te perdoar por me abandonar aqui. A minha sorte é que nas minhas roupas e no sofá ainda tem o seu cheiro; isso me faz sentir bem menos sozinho.

Fico feliz por seu pai! Ainda bem que ele está melhor. Até porque, a sua felicidade é a minha felicidade, princesa (não fique se achando... ah não, agora é tarde. Você vai sim ficar se achando). E sim, chame o sr. Lovegood. Estou morrendo de vontade de conhecer meu sogro. Mesmo ele sendo incomum, não acho que isso seja difícil de suportar: Já estou me acostumando com a sua excentricidade!

19:00 estou aí, lindo e belo, esbanjando minha beleza extraordinária.

Afetuosamente, carinhosamente, enlouquecidamente cheio de saudades dos seus beijos, Draco Malfoy.”

Enviei-a para Luna, através da coruja mais linda que tinha. Era alva e seus olhos lembravam-me os dela.

Então, a campainha tocou. Sabia que não era Luna, portanto, o terror criou raízes no meu estomago. Quem mais seria? Os aurores? Não podia ser... Eu era inocente, certo?

Josephine foi até a biblioteca, onde eu permanecia imóvel. Por um segundo, por causa do medo, não quis saber quem era. E a expressão de antipatia no rosto da empregada não melhorou muito os sentimentos.

– Sr. Malfoy, a senhorita Parkinson o aguarda na sala de estar. – sua expressão de nojo era latente. Bufei de raiva. O que é que ela queria? Por um tempo, já tinha esquecido a sua existência.

– Mande-a esperar, Jo. Obrigado. – não fazia ideia do que a tinha feito ir à minha casa. Mas tinha certeza que seria uma longa tarde.

– Pansy. – chamei-a, com a voz mais seca que eu poderia fazer. Seu rosto estava sob camadas e camadas de maquiagem, um vestido que revelava mais do que tinha necessidade de revelar, e saltos. Já fazia uma certa ideia do que ela queria. E a resposta era negativa.

– Surpresa! – Deu uma gargalhada. - Draco! Que saudades! – chegou-se perto de mim, abraçando-me. Não pareceu nem um pouco surpresa quando não retribuí. Fingiu uma expressão de pena. – Entendo que você esteja frio... Eu soube o que seus pais fizeram... Um horror, certamente. Pensei que precisasse de mim. – Voltou a sorrir. – por isso que estou aqui!

– Vai fazer dois meses que eles foram embora, Parkinson. Mesmo se eu precisasse de você, o que não é o caso, estaria meio tarde, não? – Foi como se eu a tivesse esbofeteado. Ela passou uns bons segundos com a boca aberta, em choque. Eu nunca a tinha tratado desse jeito, mas ela precisava entender. Ela representava outra fase da minha vida. Um outro eu.

– Desde quando você não precisa de mim, Draco? Quem te ajudou quando você mais precisava? Hein? – ela aproximou a boca de meu ouvido, sussurrando. – quem te motivou a realizar a tarefa que o Lorde das trevas te obrigou a fazer? Eu, Draco. Eu estive do seu lado te ajudando a fazer o certo... Não é? – Passou os braços ao redor de mim, acarinhando minhas costas, com a falha tentativa de me seduzir. Depois do que ela disse, que estava me ajudando a fazer o certo? Ela só podia estar brincando comigo.

– Certo? Você acha que matar Dumbledore seria o certo? – meu tom de voz só subia. Eu estava indignado. Qual o problema daquela mulher? – Você acha que envenenar Cátia, envenenar o Ronald foi certo?!

– Lógico! Ainda mais no caso do traidorzinho de sangue, aquilo ali foi mais do que merecido...

– Lógico que não, Pansy. Foi errado! Você sabe o que essa palavra significa, pelo menos? Sabe a diferença entre o certo e o errado? – bufei, exasperado. - Foram as decisões mais erradas que eu cometi! Isso envolve ter namorado você. Agora sai da minha casa! Você é doente! – quanto mais eu tentava expulsa-la, mais ela se agarrava em mim. – Anda, garota. Será que é difícil de entender? Eu não quero você. Eu não desejo você. Eu nem ao menos gosto de você. Vá embora daqui, e não volta nunca mais! – cuspi.

Ela se jogou numa cadeira, e notei que estava tremendo, um aspecto débil; sorriu de uma maneira doentia.

– Tem outra não é? – não respondi. – Tem outra, caralho! – ela deu uma risada digna de Bellatrix Lestrange e foi andando em direção à porta. – Eu vou, Draco. Mas não é a última vez que você me verá. Vou descobrir quem é essa puta... E vou fazer você se arrepender de ter me humilhado. – deu mais uma olhada para mim e bateu a porta. Senti calafrios.

Mas não havia motivos pra sentir medo. Era só uma ex-namorada ciumenta.

Certo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Are you mine?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.