Estava colocando a roupa menos bonita que tenho para ir caçar. Finalmente vou pela primeira vez caçar sozinha, isso me emocionava porque era prova que todos já confiavam em meu controle vegetativo.

Prendi os cabelos para trás e ajeitei o vestido azul celeste que havia posto. Ele era lindo, mais era para completar meus dois anos como vampira — não que me orgulhasse disso — mas era uma data meio especial.

Dois anos amando Carlisle, recebendo broncas da Esme, discutido com o Edward, passeando com Irina, dando conselhos para a Kate e aturando a Tânia.

Sempre pensei que a rixa do Edward fora comigo mais nesses dois anos percebi que ele realmente não se interessa por nenhuma mulher. A Tânia só falta comer-lo de tanto ficar em cima e o Edward nem aí para ela. Ela é muito bonita e os dois fariam um ótimo par.

Carlisle fala muito para ele encontrar uma alma que se encaixe na sua, mais o Edward não dá ouvidos. Será que vai passar o resto da eternidade sendo um vampiro solteirão e lindo? Peço todas as noites antes de dormir — se eu dormisse pediria sim — para ele encontrar sua metade da laranja, mas até agora nada.

Desci as escadas desamassando o vestido com as mãos e delicadamente. Estava de dia e casa estava escura. Os Cullen haviam ido à casa dos Denali — como faziam todas as manhãs.

— Rose relaxe, você não vai matar ninguém. — disse para mim mesma colocando as mãos para o céu. — É vou parar de imbecilidades. Estou calma. Estou Calma.

Assim que pisei no chão da sala a luz acendeu-se e começaram a cantar um “parabéns para você, nessa data querida, feliz dois anos de vida vampira”, eu ri enquanto eles cantavam e todos riam de si mesmo também.

— Parabéns Rose. — todos gritaram em sincronia.

— Tudo começou em abril de 1933 —Carlisle aproximou-se de mim—, quando caminhando a noite senti cheiro de sangue e fui atrás para ver o que se passava.

“Deparei-me com uma loira muito bela, no meio da rua, sentindo frio, morrendo, e quase inconsciente. Com pena, levei-a para casa, eu podia fazer algo por ela e então fiz.

A transformei em vampira como fiz com o Edward e com Esme e desde então não tem me dado muito trabalho.

Rose. Considero-te uma filha para mim, tanto eu quanto Esme te adoramos e sempre estaremos ao seu lado nos momentos difíceis e bons. Espero que possa desfrutar em estar próximo durante a sua eternidade e que ao decorrer de toda sua infinita idade lembre-se que sou seu pai e você é minha filha. Eu te amo minha filha, e você merece toda felicidade do mundo. — Estaria agora sentindo as lágrimas descerem o meu rosto se fosse ainda humana, não sentia claramente, mais sentia um leve impacto sob mim. Minha única reação foi beijar a bochecha de Carlisle e dar-lhe um simples e sincero abraço.

— Você sabe que te amo não é? — sussurrei em seus ouvidos e me separei dele, olhei em seus olhos dourados e continuei — Você é luz da minha vida, a razão da minha existência e o motivo da minha felicidade. Você é o pai que Deus me deu de presente, a criatura mais divina que conheço. Você Carlisle, é um verdadeiro anjo e eu te amo e te amarei. Nossas relações pai e filha estão seladas com ouro e te faço a promessa de que eu nunca, jamais, nem em pensamentos irei me separar de você. Eu sou e sempre vou ser uma Cullen. — ele sorriu deixando amostra seus dentes lindos e seu sorriso perfeito — Esse é meu destino. Já nasci loira para combinar como sua filha, o que acha disso?  — Tirei um broxe prateado escrito Cullen com um brasão feito por mim. Demorei dias para fazer cada detalhe milimetricamente e esperei até uma data especial para entregá-lo. — Meu presente de agradecimento por — eu uni as sobrancelhas —, ter me dado a vida de volta.

— Não precisava Rose. — Esme deslumbrou-se com o broxe — Carlisle fez apenas o que achava certo!

— Eu estou fazendo o que acho certo agora. Eu fiz especialmente para ele. Ele merece muito mais que isso, mas esse é de coração.

...

Depois de muita conversa, e longos diálogos... Finalmente poderia caçar. Finalmente! Minha garganta estava acabada e já estava quase no meio do dia, não levaria muitas horas, com esses dois anos me aprendi a ter controle. Consigo ficar um mês sem caçar.

Vou caçar em Gatlinburg, Tennessee. Lá estão localizados muitos ursos e as matas e florestas sempre ficam vazias. Para meu azar o dia estava ensolarado, teria que me esconder bastante. Qualquer feixe de luz chamaria a atenção dos humanos e isso não seria nada bom.