Beautiful Mess escrita por Reid


Capítulo 11
Capítulo 10 - Let the game begin


Notas iniciais do capítulo

Olá biscoitinhos! Tudo bem?

Tentei não demorar tanto com a postagem desse capítulo. Ok, passou de um mês, mas mesmo assim, consegui me manter em um prazo "satisfatório". Se alguém for fuçar lá no meu perfil, vai ver que eu tirei o cronograma de postagens, por um motivo só: vou parar de programar as postagens, um, pra não decepcionar ninguém quando eu demorar um pouco mais, e dois, porque eu não estava conseguindo seguir o prazo, realmente. Esse ano vou prestar vestibular, e estou me matando na escola desde agora (quero medicina), então meu tempo acaba ficando mais curto para fazer outras coisas que não sejam estudar. Então por isso tirei o cronograma. Mas podem ficar tranquilas, porque vou tentar manter minha média de postagem sendo uma por mês. Assim não me atrapalho com a escola, e continuo escrevendo essa história que amo tanto - e é claro, postando pra vocês, com um intervalo maior de tempo, mas com mais frequência. Nunca mais quero hiatus de tempo indeterminado pra fic hahaha. Bom, parando de enrolar, vou deixar vocês lerem. As coisas começam a... Mudar um pouco nesse capítulo. Tem POV especial de uma personagem super legal, que eu amo muito. Dica: ela talvez seja um pouco viciada em séries de TV. E talvez esteja se viciando no Kayden também. Haha. Chega de enrolação!
— Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/459335/chapter/11

Capítulo 10 – Let the game begin.

Retirei cuidadosamente a tampa de meu chocolate quente, enquanto tentava equilibrar o copo no meu colo, sem derramar nada, e, ao mesmo tempo, abrir o sachê de açúcar.

– Sabe, você podia simplesmente pedir pra eu segurar o copo pra você. Seria muito mais fácil, sem falar que seu chocolate estaria cem por cento mais seguro do que está agora. – Mari falou, me observando, enquanto depositava a tampa de seu próprio café em um espaço vago do banco em que estávamos sentadas, e soprava a bebida. – O pessoal do café realmente não está brincando quando fala que a bebida vem bem quente. Sinto que nem se eu colocasse meu copo no freezer e deixasse lá por meia hora, ele ia esfriar.

Concordo com a cabeça, finalmente conseguindo despejar o açúcar em meu copo e praticamente pulando de alegria, só para me lembrar de que um copo repleto de leite quente – e bem caro – repousava em minhas pernas. Algumas gotas voaram para fora do meu copo de 500ml, mas eu consegui salvar a bebida a tempo. Descartei a embalagem vazia de açúcar na lixeira ao meu lado, e voltei a olhar para a frente, não demorando praticamente nada para localizar uma figura de pele pálida e cabelos bem negros, correndo pelo parque a nossa frente.

Colin estava especialmente bonito hoje. Normalmente, eu já achava ele lindo e atraente até quando eu acordava de manhã e dava de cara com ele ainda de cabelos bagunçados, remela no olho e bafo. Vê-lo com um jeans preto apertado apenas nas regiões certas, uma regata que deixava sua tatuagem - que ia até o meio do braço - completamente à mostra, e os fios pretos e rebeldes propositalmente fora do lugar, era como enxergar um pedaço do paraíso.

– Você está encarando. De novo. – Falou Mari, enquanto depositava a tampa de volta no copo e finalmente começava a bebericar. Suspirei, saindo de meu transe e virando-me para ela.

– Você não pode me culpar por encarar. Especialmente hoje. – Peguei a tampa em meu colo e fechei o copo, começando a beber também. O líquido ainda um pouco quente invadiu minha boca, e eu suspirei de alívio, apreciando o sabor. – Além do mais, não tem absolutamente nada de errado em encarar uma pessoa quando ela está a uma distância em que é praticamente impossível perceber que você está, de fato, encarando-a. – Completei, após uma pausa.

Mariana revirou os olhos.

– Ele pode não estar percebendo, mas as pessoas ao redor com certeza estão reparando no seu queixo quase chegando no chão, e na baba que ameaçava cair da sua boca. – ela falou, e eu dei um peteleco em seu ouvido, fazendo-a olhar feio para mim, em protesto. – Mas sou obrigada a concordar, seu homem realmente tá com uma aparência matadora hoje. Se eu não conhecesse, pensaria até que era modelo. Ou um aspirante a roqueiro com uma banda de garagem... Sabe, por causa das tatuagens.

Concordei, voltando a olhar para o garoto que vinha ocupando meus pensamentos nas últimas semanas, de maneira ainda mais intensa, desde o momento que tivemos na cozinha.

Estamos no fim de agosto, e em apenas duas semanas, as aulas voltarão. Passei as últimas semanas praticamente inteiras enfiada em casa, resolvendo assuntos pendentes da faculdade, organizando material e revendo grades, e nas raras vezes em que eu saí, foi para ajudar Mari a resolver as pendências dela. Colin também não parou em casa. O ano letivo nem havia começado, e parecia que ele e os meninos já estavam cheios de coisas para colocar em dia.

Com tudo já resolvido, resolvemos aproveitar as duas últimas semanas que tínhamos livres antes de a vida adulta realmente começar para fazer absolutamente nada. Os meus planos incluíam o sofá da sala, netflix e muita pipoca. Mas hoje o dia amanheceu tão ensolarado, e um tanto mais quente do que o normal, que foi impossível negar os pedidos de Colin e Kayden para que fôssemos até o parque que ficava perto do condomínio. Agora, eu e Mari sentamos confortavelmente em um banco de madeira, embaixo de uma árvore, desfrutando de nossos cafés enquanto assistimos aos quatro garotos que viraram praticamente nossa família aqui em Bristol jogando freesbie.

Beberiquei meu chocolate, enquanto observava Colin lançar o disco, e Kayden, Miles e Drew voarem pelo gramado, tentando pegá-lo. Sinceramente, eu nunca entendi a lógica do jogo.

Kayden foi o primeiro a agarrar o disco, mas antes mesmo que pudesse respirar, Miles se jogou em cima dele, tentando tirar o brinquedo do amigo. Drew observou a cena dando um sorriso travesso, e não demorou nem um minuto para ele também se jogar em cima dos amigos e entrar na briga pelo disco cor-de-rosa, que Miles insistiu em constatar, mais cedo, que não era dele. Colin apenas observou a cena de longe, rindo. Virou-se por um momento em minha direção, e quando nossos olhares se encontraram, me lançou um sorriso animado, antes de correr ao encontro dos amigos, e entrar no bolo, onde agora Drew mantinha o disco. Senti minhas pernas bambearem, mesmo estando sentada.

– Juro que não sei quanto tempo vou aguentar. – Falei. Mari virou para me encarar. – Parece que a cada dia que passa, ele fica mais perto. Sempre que estamos sozinhos em casa, ele é todo fofo, cheio dos abraços... Não sei se vou conseguir esconder por mais tempo.

Mari arqueou as sobrancelhas.

– Pra quê esconder então? Tá na cara que o Cols tá tão na sua quanto você tá na dele. – falou. Revirei os olhos.

– Você ouviu o absurdo que acabou de dizer? É lógico que ele não tá na minha. E nunca vai estar. Podemos ter virado amigos, mas isso não significa que, por parte dele, vai evoluir pra algo mais. Às vezes eu acho que você esquece o tempo realmente longo que a gente passou se estranhando.

Ela me olhou incrédula.

– A pergunta certa é: você ouviu o que acabou de dizer? Sério, Hallie, às vezes eu penso que você simplesmente não se toca, ou se nega a acreditar. Primeiro de tudo, você e o Colin deixaram essa briguinha besta que vocês tinham desde sempre pra trás a partir do momento em que vocês embarcaram pra cá. Segundo, se você começou a gostar dele de um jeito que vai além da amizade, o que impede de acontecer o mesmo com ele? Estamos todos sujeitos a esses fenômenos do coração, você sabe. E terceiro e último, eu não sei se você realmente não percebeu, ou se esse seu estado de negação está interferindo na sua capacidade de raciocínio, mas desde que você veio para Bristol, você e ele tem agido mais como um casal antes de qualquer coisa. Os meninos perceberam, e eu percebi desde que cheguei e comecei a realmente observar.

Fiquei em silêncio por um momento, digerindo suas palavras. Desviei os olhos e comecei a encarar o emaranhado de árvores a minha frente assim que suas palavras começaram a realmente ter algum sentido.

– Nós não agimos como um casal. – murmurei baixinho.

– Vocês não agem como casal? Hallicia pelo amor de Deus, me explique então, como você acha que casais agem. Por que eu já perdi a conta de quantas vezes eu entrei no seu apartamento e encontrei vocês dois abraçados no sofá, ou então ele deitado no seu colo, e você com as mãos perdidas nos cabelos dele. Já perdi a conta de quantas vezes a gente saiu, e ele pagou sua comida, de quantas vezes ele foi fazer um chocolate quente pra você durante a tarde “só porque você parecia cansada”. Amiga, para de se negar! As coisas entre você e o Colin começaram a mudar a partir do momento em que você concordou em vir morar com ele, e você tem que começar a aceitar a possibilidade de que sim, ele também gosta de você. – Ela falou, com um tom de voz cansado.

O peso de suas palavras começou a me atingir. É claro que eu desconfiava, e é claro que tudo o que ela falou fazia sentido. Mas eu continuava me negando, e não é por medo do que pode acontecer, por medo de a gente voltar a se estranhar. Eu continuava, e ainda continuo me negando, pelo simples fato de que... Parece bom demais.

Minha vida nunca foi cheia de glórias e surpresas, e minhas conquistas nunca vieram de forma fácil. Acreditar que alguém como o Colin podia gostar de mim, sem eu ter me esforçado pra isso, sem eu ter corrido atrás, sem eu ter tentado mostrar pra ele que sim, eu gosto dele, e sim, valia a pena tentar, me assustava. Por que parecia no, demais.

E além de tudo isso, eu ainda estava assustada. Uma coisa é eu manter meus sentimentos isolados, e outra coisa totalmente diferente é ser retribuído. Eu e ele sempre tivemos uma história complicada, nunca fomos tão próximos. Toda essa mudança de pensamento e sentimento acontecendo de maneira tão rápida me deixava, por falta de palavra melhor, aterrorizada.

Eu nunca fui boa em deixar ninguém chegar até mim. Nunca fui boa em deixar ninguém entrar no meu espaço pessoal ou ter tanta liberdade comigo. Por muito tempo, a única que teve esse tipo de liberdade comigo foi Mariana, por ela ser mais minha irmã do que qualquer outra coisa. Mas por algum motivo, Colin conseguiu passar por todas as barreiras que eu criei ao longo dos anos. E por algum motivo, eu não me importo nem um pouco. Na verdade, apenas quero que ele continue invadindo ainda mais.

– Eu só não consigo acreditar que algo tão bom pode acontecer comigo. Você me conhece da vida toda, sabe que eu sou assim. Meu jeito não vai mudar agora.

Ela deslizou no banco até estar colada em mim, e me abraçou de lado.

– Pois você deveria começar a acreditar. Por que, a partir do momento que você admitir pra você mesma que isso pode sim, dar certo, coisas maravilhosas vão acontecer. – Ela falou. E eu sorri, deitando a cabeça no ombro dela.

Talvez Mari estivesse certa, afinal. Talvez eu realmente devesse parar de tentar esconder, parar de tentar me convencer que eu não estava enxergando nada por trás das atitudes do Colin. Por que eu estava. E chegou a hora de eu deixar ele ver por trás das minhas atitudes também.

*

Mariana POV

Desde que voltei do passeio com Hallie e os garotos, minha mente não parou de trabalhar. Estou deitada na minha cama, encarando o teto, e aproveitando a ausência da minha colega de quarto para ser embalada pela paz e pelo silêncio do ambiente, e conseguir pensar com mais clareza.

Desde pequena, eu sempre achei esse ódio entre a Hallicia e o Colin algo estranho demais. Conforme fomos crescendo, e fui perdendo aquela inocência de criança, passei a observar mais os dois, a forma como interagiam, a verdadeira intensidade com que se “odiavam”. Talvez eu tenha sido a primeira pessoa a descobrir que aquele ódio não passava de uma desculpa para camuflar os verdadeiros sentimentos que os dois tinham.
Não que eu ache que eles sempre souberam como se sentiam, e só gostavam de esconder, claro que não. Mas eu sou uma garota espera, e cresci assistindo séries de TV. Desde cedo já estava envolvida com esse mundo de relacionamentos complicados que as séries de TV e os livros insistem em montar, e consequentemente vivi com o conceito de OTP e Ship impressos no fundo da minha mente. E uma pessoa imersa no mundo dos ships simplesmente sabe quando um está nascendo bem na sua frente.

No dia em que Hallie me contou que viria para Bristol morar com o Colin, eu sabia que era apenas uma questão de tempo até o relacionamento dos dois mudarem. Eu observei enquanto a história do ódio era deixada cada vez mais de lado, e eles iam se aproximando mais, já tendo certeza de que uma hora, ambos iam chegar a um ponto onde não pudessem mais resistir. E depois da minha conversa com ela no parque, hoje de manhã, tive certeza: estava na hora de mexer meus pauzinhos, e ajudar os dois de uma vez. Por que conhecendo tanto ela quanto ele tão bem quanto conheço, sei que se ninguém der um empurrãozinho, nenhum dos dois vai querer sair da zona de conforto e arriscar.

Eu estou disposta a ser a pessoa que vai dar esse empurrão, pelo simples fato de que não existe ninguém, repito, ninguém nesse universo, que queria ver esse Ship virando realidade mais do que eu. Mas logicamente, eu não posso fazer isso sozinha. E depois de praticamente duas horas encarando o teto em busca de soluções, a resposta se materializa em minha mente, forte e clara, e não há dúvidas de quem recrutar para me ajudar na minha missão.

Sento agitada, calçando os sapatos e praticamente voando para a porta do quarto, parando apenas para trancá-la antes de correr para o elevador. Um montinho de cinco garotas está amontoado na frente das portas metálicas,e eu rapidamente desisto de esperar, correndo escada abaixo e voando para fora do prédio em que fica o meu dormitório, caminhando até o dormitório ao lado, destinado para grande parte dos garotos do campus.

Entro no saguão do prédio masculino, e sou recebida com vários pares de olhos me encarando, como se fosse extremamente rara a presença de mulheres por ali – grande engano. Ignoro todos os olhares insistentes e marcho até o elevador, que para a minha sorte, está parado no térreo. Não perco tempo, e quando dou por mim as portas já estão se fechando e o botão de número quatro já está selecionado. Encosto o ombro ao lado direito do elevador, mantendo-me ao lado da porta, para sair assim que o elevador parar.

Depois do que parece uma eternidade, as portas se abrem, e eu quase tropeço e dou com a cara no chão no processo de saltar para fora da caixa metálica. Caminho rapidamente pelo corredor não tão extenso, até dar de cara com a porta buscada.

Encaro o nome que identifica os moradores do quarto e foco no único que me interessa. “Kayden Johanson”. Sorrio. É exatamente da ajuda dele que eu preciso.

*

Passei praticamente duas horas conversando com Kayden e convencendo-o de que me ajudar era uma decisão sábia – não que eu tenha tido muito trabalho nessa parte, já que ao que parece, ele era tão Holin/Callie/McClimber shipper quanto eu.

Não que ele realmente fosse ter uma participação significativa na ideia toda. Tudo o que ele precisava fazer, na verdade, era aparecer com Colin no lugar certo, na hora certa e no dia certo. O resto seria por minha conta.

Talvez seja pelo fato de que eu leio muito e passo o dia vendo séries de TV e filmes aleatórios, mas se existe uma coisa no mundo que eu tenho prazer em fazer, é armar planos. E dar uma de cupido. Nesse caso, junto minhas duas paixões: armo um plano para dar uma de cupido, para cima dos meus melhores amigos. A ideia em si só já me empolga.

Antes mesmo de falar com Kayden, eu já tinha toda a ideia bolada na cabeça. E era simplesmente genial. Me apressei a ligar para Hallie, já dentro de um táxi, e pedi para que ela me encontrasse no mesmo parque em que estávamos hoje de manhã. Eu ainda não conhecia a cidade direito, e minhas opções eram limitadas. Eu realmente precisava compartilhar meu plano completamente genial com ela, antes que as ideias começassem a se desfazer.

Agora, encontro-me sentada em uma mesa pequena, apenas para duas pessoas, perto de uma árvore, com minha melhor amiga me encarando como se eu fosse louca.

– Você quer que eu comece a provocar o Colin? Bebeu, Mariana? – Ela pergunta, completamente incrédula, após digerir meu plano. Fico impressionada que, dentre todas as etapas, ela fixou sua atenção apenas nessa. Reviro os olhos.

– Sim, quero que você provoque o garoto. Entendeu ou quer que eu desenhe?

Ela me olha ainda meio perdida e desacreditada.

– Qual o ponto de eu simplesmente ter parado de brigar com ele, para depois voltar a provocá-lo assim, do nada? – ela pergunta, finalmente. Quase quero bater minha cabeça na parede por sua falta de entendimento.

– Não estou me referindo a provocar no jeito irônico e sarcástico da coisa, que tem como objetivo causar intrigas e brigas. Estou me referindo a provocar de um jeito sabe... Provocativo. – falei, rezando para que ela entenda. Leva alguns segundos, mas graças a Deus, vejo uma luz se acendendo em seus olhos quando ela finalmente compreende. No mesmo minuto suas bochechas estão mais vermelhas do que o esmalte em minhas unhas.

– Você quer que eu... Você quer... Você... Provocar, eu, o Colin, no sentido provocante da palavra. – ela arregala os olhos. – Você não pode estar falando sério. Em que tipo de universo seria isso seria sequer sensato?

Respiro fundo, como se estivesse me preparando para ensinar uma criancinha a fazer operações matemáticas básicas.

– No universo onde você está morrendo de amores pelo seu companheiro de apartamento. Hallicia pelo amor de Deus, você é mais inteligente do que isso.

Ela olha para baixo, com as bochechas ainda coradas.

– Ainda não vejo de que forma isso ajuda com a minha situação. – diz ela, baixo.

– Te ajuda do jeito mais óbvio, amiga. Vamos começar revisando todas as séries e filmes que você já viu na sua vida. Exclua aquelas em que a mocinha não faz absolutamente nada e consegue o garanhão da escola aos pés dela. Vamos focar nas mais realistas: qual a fórmula magica das garotas? – pergunto. Não espero a resposta, por que sei que ela vai falar exatamente o que eu quero. – Eu não to te mandando aparecer no quarto dele no meio da madrugada e tirar a roupa, Hallie. Eu só to dizendo que um pouquinho de provocação é o começo e a chave pra tudo. Você tem que ter um meio de observar o que você causa nele. E eu te garanto que você não vai ver nada sem um pequeno empurrãozinho. É só focar nas coisas simples. Apareça na cozinha tentando pegar o açúcar na última prateleira quando ele estiver lá, e fique se esticando até ele conseguir ver a barra da sua blusa subindo, e resolva esperar mais cinco segundos antes de ir te ajudar, só pra ficar observando. Esqueça as roupas no quarto e se veja obrigada a passar pelo corredor só com a toalha enrolada no corpo, bem no momento que a porta do quarto dele estiver aberta... Entendeu o espírito da coisa?

Hallie fez uma cara estranha.

– Isso parece, sei lá, vulgar. – é tudo o que ela diz. Suspiro.

– Nenhum relacionamento é feito apenas de momentos focinhos e palavras empanturradas de mel e açúcar, amiga. Tem um lado mais hot da coisa. Já é bem claro, pra mim e pra todo mundo, que o lado fru-fru da coisa você e ele já dominam. Você precisa acreditar em mim quanto eu falo: se você não prender a atenção dele em você de uma forma mais sugestiva, ele vai continuar pensando que você vê ele só como amigo e que nunca vai querer...- paro de falar assim que percebo que estou revelando demais. Mas já é tarde, e ela me olha em expectativa, parecendo prestar total atenção no que eu digo pela primeira vez na vida.

– Ele acha isso? De onde você tirou essa ideia? – pondero sua pergunta e imagino se realmente devo responder. Novamente recorro a todos os meus conhecimentos cinematográficos. Ok, eu sei que isso é a vida real, mas não há nada de errado em se espelhar em filmes e séries. Ainda mais quando as ideias realmente ajudam.

– O Kayden. Resolvi que estava na hora de sondar, e acabei descobrindo isso. – digo. Ela afirma com a cabeça, e antes que ela possa dizer alguma coisa, continuo falando. – se você não der essa virada radical, e começar a demonstrar que não está gostando dos carinhos dele apenas como amiga, ele não vai se render e te beijar nunca. Não to falando que vocês tem que ser daquele casal que passa o dia se provocando e quando finalmente se pegam, vão direto pra um quarto. Eu sei que vocês dois nunca seriam assim, conheço tanto você quanto ele bem demais para ter dúvidas sobre o tipo de casal que vocês seria. Mas to querendo dizer que é legal você deixar ele ver que sim, você também tá querendo ele.

Ela respira fundo, parecendo considerar o que eu acabei de falar.

– Acho que você tem razão. Quer dizer, eu não vou parecer uma atirada qualquer dando em cima dele, não é? Vou apenas, como foi que você disse? Usar minhas vantagens sobre ele. – ela disse, e eu confirmei.

– Acredite, ele vai gostar de ser provocado tanto quando você vai gostar de provocar. Além do mais, um pouco de provocação saudável é sempre bom. Vai ser como um jogo. E no final das contas, tanto você quanto ele vão estar completamente prontos pra acabar com essa enrolação de uma vez. – falei. – Além do mais, não precisa se preocupar. Só preciso que você atice a curiosidade dele até essa sexta.

Ela franze a testa.

– Até sexta? Por que até sexta?

Escondo um sorriso. É nessa parte que Kayden vai entrar. Sexta-feira, última parte do plano.

– Você vai ver. Agora, faça um favor a você mesma, e vá pra casa colocar toda essa conversa em prática. – Falei. Ela concorda, ainda atordoada, e começa a se levantar no mesmo momento que eu. – Ah, e Hallie? – ela volta a atenção para mim, antes de sair andando em direção ao ponto de táxi. – Não importa o que aconteça, não importa o quanto você sinta a necessidade, nem mesmo o quanto ele sinta e tente: não deixe ele te beijar. Não até sexta-feira.

Ainda sem entender muita coisa, ela confirma com a cabeça. Nos despedimos, e ela corre até o ponto, onde um táxi está parado. Observo minha amiga sumir de vista, antes de pegar o celular e discar o número do meu novo parceiro no crime. Ele atende no segundo toque.

– Parte um do plano, completa.

Kayden solta um risinho incrédulo do outro lado da linha.

– Você não pode estar falando sério. Ela topou? – ele pergunta, e eu confirmo com a cabeça, apenas para me lembrar que ele não está vendo. Então, murmuro um sim.

– Ela ficou com medo de parecer atirada e ele pegar a ideia errada. Mas sei que não tem perigo disso acontecer. Na verdade, conhecendo ele, assim que ele perceber as provocações, vai entrar no jogo. E é exatamente com isso que estou contando. Quero ver só quem vai ceder primeiro. – falo.

Kayden ri.

– Esses quatro dias vão ser os mais divertidos da minha vida. Conhecendo o Colin, sei que se ele entrar no joguinho que você convenceu ela a fazer, ele vai querer ganhar. Mas mesmo não conhecendo Hallie muito bem, tenho certeza de que ela não vai ceder tão fácil também. Não quando ela perceber que tudo virou um jogo, pra ver que vai se entregar primeiro. – concordo com mais um murmúrio, enquanto paro no ponto de táxi e espero que algum apareça para me levar de volta ao dormitório.

– Agora, só nos resta esperar pra ver como essa história vai se desenrolar. De uma coisa tenho certeza: de sexta-feira não passa essa enrolação dos dois. – abro a porta de trás do táxi que acaba de parar em minha frente. Digo o endereço ao taxista, e volto minha atenção ao celular apenas para dizer mais uma coisa antes de finalmente desligar. – Que os jogos comecem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, biscoitos lindos e meus, o que acharam? Eu particularmente amei escrever esse capítulo. As ideias fluíram rápido, e eu escrevi ele em apenas dois, repito >dois< dias, praticamente um record pra mim! Me deem as opiniões de vocês gente, quero saber de verdade!

Quero agradecer muito muito mesmo a todo o povo que comentou capítulo passado. Obrigada gente, vocês são fodasticamente demais! Também queria agradecer a toda a galera que favoritou e começou a acompanhar. CHEGAMOS AOS 80 ACOMPANHAMENTOS GENTE, CHOREI. Obrigada mesmo, vocês são umas lindas e uns lindos, e eu amo todos vocês do fundo do coração por apoiarem a mim e a BM também. Todos os pequenos gestos de vocês me motivam a continuar com a história da Hallie e do Cols.
Antes de me despedir, quero perguntar (e quero que vocês respondam nos comentários, porque a pergunta é séria de verdade):
#1 - Tenho três nomes pro ship da fic, e não tenho ideia de qual tornar oficial. Vamos votar? Vamos votar!
1ª opção - Holin
2ª opção - Callie
3ª opção - McClimber
Qual dos três parece mais bonitinho, ou que vocês acham que vai pegar mais? Me digam, porque eu realmente não sei hahaha.

#2 - Quero conhecer vocês leitores lindos que acompanham BM tão fielmente. Então deixem aí nos comentários, sei lá, o nome/idade/séries de TV favoritas/livros/autores/filmes/o nome do seu papagaio/cachorro/calopsita/gato/ o que vocês fazem/querem fazer da vida... Podem tagarelar sobre a vida de vocês nos comentários, e quem se sentir muito acanhado, pode me mandar uma mensagem, que vou adorar ler do mesmo jeito! Sinto que estou criando um laço de amizade com vocês depois de todo esse tempo postando, e ao mesmo tempo não sei nada sobre nenhum de vocês. Então, cmon, vamos ser amigos. Prometo que sou normal... Na maior parte do tempo hehehe.
Ok agora vou parar de falar. Logo, logo estou de volta com o próximo gente, prometo!
Beijooooos :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Beautiful Mess" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.