Não é o fim, é apenas o começo! – 1ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 6
Floresta de Significados


Notas iniciais do capítulo

Ufa! Demorei um pouco, mas vcs vão gostar do final deste capítulo. Espero que sim...



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“Sr. Lux, o que é CAL?”

“Precisamos chegar ao computador principal. Eu vou te mostrar.” Foi só o que Sr. Lux respondeu.

O Doutor fez uma careta. “É o centro do planeta.”

“Bem, então... Vamos lá!” River disse alegremente. Mudando-se para o centro da sala, River ativou um alçapão circular com sua chave de fenda sônica. Um pilar de luz azulada esticou até o teto e uma plataforma de metal apareceu. “Plataforma Gravidade.” Ela explicou.

“Eu aposto que gosto de você!” O Doutor disse se aproximando.

“Oh, você gosta!”

Os quatro subiram na plataforma e ela desceu até o núcleo do planeta.

“Autodestruição em 15 minutos.”

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O Centro de Dados era uma bola vermelha que pulsava com um campo de força ao redor. Parecia mesmo o núcleo de um planeta.

“Mais de 4000 mentes vivas presas dentro do Centro de Dados.” O Doutor foi o primeiro a falar.

“É, mas não vivem para sempre. Estamos ficando sem tempo.” River complementou e começaram a correr de novo, desta vez para uma sala que piscava uma luz azul.

“Ajudem-me!” Uma voz disse. “Por favor, ajudem-me!”

River olhou ao redor, provavelmente procurando de onde vem a tal voz. “O que é isso?” Perguntou ela. “Isso é uma criança?”

“O computador está no modo de espera. Não consigo acordá-lo. Eu estou tentando.” O Doutor respondeu.

“Doutor, essas leituras...”

“Eu sei, eu diria que ele está... sonhando!” River e Doutor interagiam, clicando no teclado para fazê-lo ‘acordar’.

“Está sonhando... com uma vida normal.” Sr. Lux interveio. “Com um adorável pai. E com todos os livros já escritos!”

“Computadores não sonham!” Observou Anita.

“Ajudem-me! Por favor, ajudem-me!”

“Não, mas garotinhas sonham.” Sr. Lux respondeu e puxou uma alavanca em umas das cabines da sala.

Eles seguiram Sr. Lux até uma salinha secreta onde havia um daqueles robôs com rosto de gente. O rosto era de uma menininha que pedia socorro, a mesma que viram na tela do computador.

“Oh, meu Deus!” River parecia não acreditar que era a mesma garota.

“É a garotinha.” Anita percebeu. “A garota que vimos no computador.”

“Ela não está no computador.” Corrigiu Sr. Lux. “De certa forma, ela é o computador! A ligação do comando principal. Essa é CAL.”

“CAL é uma criança?” O Doutor perguntou incrédulo. “Uma criança ligada ao computador principal. Por que você não me disse? Eu precisava saber disso!” Ele gritou.

“Porque ela é da família!” Sr. Lux gritou na mesma altura. “CAL, Charlotte Abigail Lux. A filha mais nova do meu avô.” Sr. Lux continuou mais calmamente. “Ela estava morrendo, então ele construiu a Biblioteca para ela e colocou a mente viva dentro dela. Com uma lua para cuidar dela. E toda história humana para passar o tempo. Qualquer tempo para viver, qualquer livro para ler. Ela amava os livros mais do que tudo. Ele deu todos para ela! Ele só pediu que a deixassem em paz. Um segredo, não um show de horrores!”

“Então, não estava protegendo uma patente.” O Doutor falou em voz baixa. “Você estava protegendo-a!”

“É só uma vida incompleta, é claro. Mas é para sempre!”

“E então as sombras vieram.” O Doutor completou.

“Sombras. Tenho que... tenho que salvar.” CAL repetiu. “Tenho que salvar.”

“E ela os salvou.” Disse o Doutor. “Ela salvou todos na biblioteca. Guardados nos sonhos dela e mantidos a salvo.”

“Por que ela não nos disse?” Anita perguntou.

“Porque ela esqueceu.” O Doutor respondeu. “Ela tem mais de 4000 mentes falando em sua cabeça. Deve ser algo como... ser... bem, eu!”

“Então o que faremos?” Perguntou River.

“Autodestruição em 10 minutos.”

“Fácil!” Ele gritou de repente. “Teletransportamos todas as pessoas do centro de processamento e o computador irá reiniciar e parar a contagem. Vai ser difícil! Charlotte não tem memória suficiente para fazer a transferência!” Ele correu até um painel e o abriu onde tinha um equipamento. “Fácil! Eu me conecto ao computador e ela poderá usar minha memória!”

“Isso irá matá-lo!” River tentou impedir.

“É, é mais fácil criticar!”

“Vai queimar seus dois corações! E não vai poder se regenerar!” River argumentou.

“Tentarei ao máximo não morrer! É o objetivo principal!”

“Doutor!”

“Estou certo! Vai funcionar! Agora, você e o garoto Lux voltem até a biblioteca principal. Coloquem todas as células de dados para download máximo... e antes que diga algo, Professora, vou te dizer: cale a boca!”

“Haa.” River bufou. “Eu te odeio às vezes!”

“Eu sei!” O Doutor gritou de volta.

“Sr. Lux, venha comigo! Anita, se ele morrer, eu o matarei!” River e Sr. Lux deixaram a sala.

“E quanto ao Vashta Nerada?” Anita perguntou.

“Estas são as florestas deles! Vou selar Charlotte no mundo dela e tirar todo mundo de lá! As sombras podem se reunir para destruir tudo.” O Doutor corria para todos os lados fazendo configurações.

“Então acha que eles nos irão deixar ir embora?”

“É a melhor oferta que tenho.”

“Então vai fazer uma oferta?”

“É melhor aceitarem, porque nesse momento estou achando muito difícil fazer qualquer oferta! E quer saber?” Ele fez suspense. “Eu realmente gostava da Anita. Ela era brava, e mesmo quando ela chorava nunca desistia. E você a devorou!” O Doutor apontou a chave de fenda sônica e transpareceu o visor. “Mas vou deixar isso passar. Desde que você deixe passar.”

“Há quanto tempo você sabe?” Agora era o exame-na-roupa que falava.

“Eu contei as sombras. Você só tem uma agora. E ela está quase indo. Seja gentil.”

“Estas são nossas florestas. Não somos gentis.”

“Vou devolver suas floretas, mas os libertará!” O Doutor dizia com a voz normal, mas assustadora. “Vai deixá-los ir.”

“Estas são nossas florestas. Eles são nossa carne.” A roupa levantou uma das mãos e espalhou sombras em direção ao Doutor.

O Doutor se virou. “Não brinque comigo! Você matou alguém que eu gostava, esse não é um lugar seguro para ficar! Eu sou o Doutor e você está na maior biblioteca do Universo! Olhe para mim!”

As sombras pararam. “Você tem um dia!” Imediatamente a roupa caiu no chão. O Doutor se virou para o painel.

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No futuro...

O Doutor se levanta da cama e, já arrumado, vai em direção à porta do quarto da TARDIS, mas é impedido por uma voz.

“Doutor, para onde está indo?”

“Eu-eu preciso sair. Mas volto logo, eu prometo.”

“Mas eu quero saber! É algum segredo?”

“Não, amor, não é segredo. É só...” Ele fez uma pausa e continuou. “Você se lembra que ontem River disse que iria em uma expedição para a Biblioteca?”

“Sim, ela nos contou e depois fizemos uma viagem para Darillium... Você até chorou...”

“Bem... essa é a mesma biblioteca em que a encontrei pela primeira vez... Eu te contei sobre a Biblioteca, não contei?”

Ela teve um sobressalto. “Oh, meu Deus! Doutor, nós temos que impedi-la de ir!”

“Já é tarde! Não poderíamos impedi-la, mas levei anos para pensar em uma solução.”

“E você tem essa solução?”

“Acho que sim, só que preciso ir sozinho! Fique aqui! Farei de tudo para conseguir ajudá-la. Vou usar o manipulador de Vortex dela.”

Com um beijo, ele a deixou e desapareceu em um flash de luz azul.

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De repente River chega e logo ela se ajoelha no chão. “Oh, Anita!”

“Eu sinto muito! Já estava morta há algum tempo.” Ele fez uma pausa. “Eu disse pra você ir!”

“Lux pode se virar sem mim!” Ela disse seriamente. “Mas você não!” River correu para ele e deu-lhe um soco no rosto. O Doutor caiu desacordado diretamente no chão. “Eu sinto muito! Sei que um dia você vai me perdoar!”

“E vou mesmo!” River se virou para ver de onde vinha essa voz que ela logo reconheceu. “Olá, linda!”

“Mas o-o que...?” River disse espantada. Era o Doutor, com seu terno de tweed e gravata borboleta.

“Eu vim aqui para te salvar, River!” Disse ele.

“O que quer dizer?” Ela perguntou.

“Este é o lugar onde você morre! Eu sei o que você vai fazer e... serei amaldiçoado se eu deixar isso acontecer.” Ele fez uma pausa. “Eu sei também que ele...”, disse apontando para seu eu do passado. “Ele não pode fazer nada, mas eu posso!”

“Autodestruição em 5 minutos.”

“Mas eu não entendo!”

“Só faça o que eu digo, ok?” Ela acenou com a cabeça. “Bom! Prenda-o naquele poste. Você tem algemas, certo?” O Doutor perguntou.

“Tenho!” River prendeu o Doutor de terno azul no poste com as algemas.

“Eu construí um receptor secundário. Ele vai funcionar para aumentar a memória.” O Doutor de tweed explicou mostrando um pequeno dispositivo que retirou do terno.

“E como isso vai aumentar a memória?” River queria saber.

“Através de um link com a TARDIS. Você sabe, a TARDIS tem memória infinita!”

“Brilhante! Eu serei apenas a condutora intermediária. A TARDIS protegerá minha mente!” River adivinhou.

“Exatamente!” O Doutor acoplou o dispositivo no circuito do Centro de Dados e certificou se o seu eu do passado ainda estava inconsciente. “Pronto! Quando tiver terminado, River, você automaticamente será transportada para a TARDIS do futuro, do nosso tempo!”

“Mas você – ele não saberá que estarei viva!”

O Doutor do futuro se aproximou dela. “Ele não pode saber! Spoilers, River! Não conte nada.” Ele a abraçou. “Preciso ir agora, vou fazer a conexão para o link com a TARDIS. Você só precisa conectar alguns cabos...”

“Vejo você em breve!”

“É melhor mesmo!” O Doutor ativou o manipulador de Vortex e desapareceu em um flash de luz, voltando ao seu tempo.

“Autodestruição em 2 minutos.”

Nesse momento, o Doutor de terno azul estava despertando. Quando abriu os olhos, River já estava sentada no acento, conectando os cabos como foi instruída a fazer.

“Oh, não, não, não! Vamos! O que você está fazendo? Este é o meu trabalho!” O Doutor estava aparentemente desesperado.

River apenas riu dele. “Oh, então não posso ter minha carreira solo?”

“Por que estou algemado? Por que você tem algemas?”

“Spoilers!” River sorriu.

“Não brinque! Pare agora! Isso a matará!” O Doutor ordenou. “Eu tenho uma chance, você não!”

“Você não teria chance e nem eu!” A Professora Song gritou no mesmo tom. “Quando a contagem terminar, haverá uma luz na tela. Isso deverá melhorar nossas chances de um download limpo.” Ela aclamou a voz.

“River, por favor, não!” O Doutor implorou.

“O engraçado é que isso quer dizer que você sempre soube como morri!” Ela continuou. “Todo o tempo em que estivemos juntos, sempre soube que eu viria aqui. Da última vez que vi você, o verdadeiro você, você do futuro apareceu na porta do meu quarto com um novo corte de cabelo e paletó. Não entendi o porquê... eu só contei que iria à uma biblioteca abandonada. Mas mesmo assim, nos levou até Darillium para vermos as Torres Cantantes. Que noite maravilhosa nós três tivemos! As Torres cantaram e você até chorou! Você não me contaria o porquê, mas acho que sabia que era hora. Minha hora! Sabia o que aconteceria na Biblioteca! Até mesmo me deu sua chave de fenda sônica! Vou mantê-la comigo, até minha última hora aqui na biblioteca, pois acho que deveria ser uma pista!” O Doutor tentou alcançar a chave de fenda dele, mas não conseguiu. “Você não pode fazer nada!”

“Por favor, River! O tempo pode ser reescrito!” O Doutor tentou implorar de novo.

“Não nesses tempos! Nem uma linha! Não se atreva!” River tinha lágrimas nos olhos. “Está tudo bem. Não terminou para você! Me verá de novo! Ainda tem tudo isso para viver!”

“Autodestruição em 10 segundos.”

“River, você sabe meu nome! Sussurrou meu nome em meu ouvido. Só existe uma razão pela qual eu diria meu nome a alguém! Só existe um momento em que eu...”

“Shhhhh!” Ela o interrompeu. “Você tem razão! Você dirá apenas para sua esposa e foi isso que aconteceu! E ela me contou seu nome... bem, não há razão para esconder de mim! Spoilers!”

Neste exato momento, a contagem regressiva terminou e ela conectou dois cabos fazendo aparecer uma luz branca. A sala toda ficou iluminada.

Sr. Lux estava em outra sala mexendo no computador quando levou um susto. A sala de repente estava lotada com pessoas se perguntando onde estavam. O Sr. Lux abriu um sorriso em alegria. “Estão de volta! Todos voltaram! Ele conseguiu!” Risos surgiram em toda parte. Essas pessoas estavam lá, vivas!

O Doutor ainda estava algemado, olhando intensamente para o lugar onde River estava sentada. Ele ainda não a tinha decifrado, estava mais confuso e, mesmo assim, a tristeza o consumiu por aquela mulher que o conhece tão bem.

Horas depois, Donna se encontrou com o Doutor. Ele estava encostado na parece, ainda triste. “Teve sorte?” Ele a perguntou.

“Não havia ninguém na biblioteca chamado Lee naquele dia. Poderia estar usando outro nome, mas para falar a verdade ele não era real, não é?” Donna confessou.

“Talvez não.”

“Eu inventei o homem perfeito. Lindo, me adorava e quase não podia falar. E o que isso significa para mim?” Donna perguntou.

“Tudo!” Ela o olhou bruscamente. Ao perceber isso, o Doutor disse: “Desculpe, eu disse ‘tudo’? Eu quis dizer ‘nada’! Queria dizer ‘nada’. Sem querer disse ‘tudo’.” Ele se calou.

“E quanto a você? Está bem?”

“Sempre estou bem!” Ele respondeu.

“‘Estou bem’ é um código especial dos Senhores do Tempo para ‘estou mal pra caramba’?”

“Por quê?” O Doutor queria saber.

“Porque estou bem, também.”

“Vamos!” O Doutor pegou a mão de Donna e a guiou por um dos corredores.

Donna começou a falar para quebrar o silêncio. “Sua amiga... Professora Song, ela o conhecia no futuro, mas não me conhecia. O que acontecerá comigo? Porque quando ela ouviu meu nome, o jeito como ela me olhou...”

“Donna, ela tinha um diário. Meu futuro... Eu poderia tê-lo olhado. O que você acha? Eu deveria tê-lo espiado?”

“Spoilers, certo?” Donna apenas disse.

“Certo. Eu ainda vou encontrá-la de novo, um dia! Vamos embora!”

O Doutor parou em frente à TARDIS, pronto para testar uma teoria. Ele suavemente levantou uma das mãos e estalou os dedos. A porta da TARDIS abriu devagar, alargando um sorriso no rosto do Doutor. Donna o esperava dentro da nave. Ele entrou na TARDIS e estalou os dedos novamente, fechando a porta.

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No futuro...

Após a contagem regressiva, River conectou dois cabos e uma luz branca iluminou a sala. River sentiu como se estivesse caindo. Fechou os olhos e tudo ficou preto. Quando abriu os olhos, estava de pé na sala de console da TARDIS. O Doutor esperava por ela.

“Tudo bem, está tudo bem! Você está viva, River! Estou tão orgulhoso de você!”

Ele a abraçou e ela começou a chorar, pois sua vida ainda não acabou. Afinal, todo mundo vive neste dia!


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo, já estou trabalhando nele!



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