Toda ação tem uma reação. Foi o que estabeleceu Isaac Newton. Todo movimento projeta uma reação. Atitudes também. Conversas, brigas, elogios, e principalmente mentiras. Esse tipo de ação provoca o mais inesperado tipo de reação. Ela muda sua vida num piscar de olhos; melhora ou destrói a sua vida. No caso da nossa amiga, destruiu pouco a pouco.

Poucos segundos depois de levar uma pancada na cabeça, Courtney foi parar dentro de um buraco frio e áspero. Ela tinha perdido a visão, não conseguia falar nem se mexer, e também estava perdendo a audição. Os sons que ela ouvira a minutos atrás agora eram ruídos distorcidos. E de repente uma sensação estranha: uma vibração dentro dela, e então ela não sentiu mais nada.

De repente, algo foi se formando á sua frente:uma visão de alguma coisa. O seu quintal. Ela agora estava de pé, não sentia dor nem nada. Ela se deu conta de que estava flutuando sobre o solo. Provavelmente ela morreu; deve ter se tornado um espírito agora; ela estava á cinco metros de onde ela havia caído e eles ainda estavam lá, Alison e mais alguém, alguém que ela sabia muito bem quem era. Ela não podia acreditar.

–Eu ainda não posso acreditar! - Engasgou Ali

– No que é tão difícil de acreditar? - Perguntou ele

– Eu matei a minha própria irmã!- Continuou ela

– Você disse que sempre quis isso. Que ela merecia isso, e agora você está surpresa?

–Eu fiz algo grave. Eu matei alguém. E ainda minha própria irmã. Isso é muito grave!

–Eu estou aqui com você. Eu não vou deixar que nada te aconteça por causa disso. Eu te ajudei.- Ele a abraçava de uma forma como se ela fosse uma criança indefesa e pudesse fugir, ele a segurava forte. Então Courtney entendeu: ele amava a Ali não a ela. Apesar do sentir seu coração partido Courtney entendeu tudo: ele nunca a amou. Foi só um plano de Ali para seduzi-la e encurralá-la. Em meio as mágoas ela começou a sentir um ódio dentro de si. De repente ele levantou o queixo de sua irmã e falou:

–Acabou, tudo bem? Agora você pode ter sua vida de volta.

O olhar dele era insano, e ao ver isso Courtney imediatamente sentiu seus sentimentos por ele desaparecerem. Ele era um criminoso. Um louco. Que por amar sua irmã cometeu uma barbaridade dessas. Mesmo estando morta Courtney sentiu um nojo vindo de dentro dela, como se ela ainda tivesse órgãos. Como ela pode amar esse cara? Como ela não desconfiou de nada? Ali então suspirou:

– Tem razão! Tem toda a razão! Amanhã eu terei minha vida de volta. Voltarei a ser Alison novamente! E vou me desfazer daquelas vagabundas que Courtney arranjou como amigas quando ela tomou minha vida!

Courtney fechou seus olhos fantasmas. Ali morria de raiva de Courtney porque ela trocou de vida com ela. Mas ela ainda insistia que Courtney era louca e que era obcecada por ela. Uma história que ela mesma tinha inventado, mas ela se convenceu que isso era verdade para não carregar o peso da culpa do que tinha feito. Ela também não gostava das amigas de Courtney: Elas não eram populares e Alison não andava com ninguém impopular. Alison não admitiu que Courtney fizesse isso em seu lugar.

–Volte para casa, ok? - Prosseguiu ele.- A partir de amanhã sua vida será diferente. Você será livre e poderá me encontrar.

–Ah Nick...- Sussurrou Ali.

E então ele se separaram. Alison foi em direção á sua casa, destrancou a porta e a abriu bem devagar. Nick desapareceu pela floresta. Courtney foi atrás dele. Ela se tocou de que não precisava correr e saiu flutuando atrás dele. Como era um espírito podia atravessar as folhas das árvores. Ela fechou os olhos com medo de sentir dor e então fez. Não sentiu nada. Ela encontrou Nick. Ele estava todo encapuzado, andava rápido e firme pela floresta. Courtney olhou para seu rosto e se sentiu estremecer. Seu olhar igualmente a minutos atrás era insano e frio. Ele parecia até fisicamente diferente do Nick que ela conheceu na escola. Daí ela sentiu outra mágoa; o primeiro grande amor da sua vida foi uma ilusão.

No dia seguinte Ali estava deitada na sua cama que antes Courtney ocupara, suspirando feliz da vida, ansiosa. Seus ressentimentos pelo que aconteceram na noite anterior desapareceram. Ela não se importava mais. Ela voltou a ser Alison.

Sua mãe apareceu na porta e olhou assustada para ela.

–Onde está Alison?

Courtney engoliu. - Eu sou Alison. E este é meu quarto.

Sua mãe olhou perplexa para ela. Então seu olhar caiu para sua mão direita. Ela estava procurando o anel e a pulseira da Jenna-Thing, Courtney percebeu e ali também. A senhora DiLaurentis saiu do quarto sem dizer nada. Courtney e também Alison ouviram sussurros vindos do andar de baixo. Ali ficou preocupada por um segundo mas depois pensou: "Ah, deixa pra lá! Eu digo que eu guardei o anel e que tirei a pulseira porque não somos mais amigas". Ali sabia da Jenna - Thing. Ela leu o seu diário em que Courtney andou escrevendo e descobriu isso. Courtney meio que se desesperou. E se Ali resolvesse usar isso contra as meninas?

Alison desceu para o andar debaixo, seus pais estavam na sal de estar, de pé, preocupados.

– O que foi? - Perguntou Ali

– Não sabemos onde está Alison.- Seu pai disse, numa voz preocupada.

–Eu sou Alison! - Ali exclamou!

– Cadê seu anel e aquela pulseira azul? -Perguntou seu irmão Jason.

– Eu guardei meu anel. E a pulseira eu tirei pois não sou mais amigas daquelas garotas.

– Jason soltou um grunhido. Sua mãe e seus pais suspiraram. Será que eles acreditaram? Courtney não conseguia ler os pensamentos e sentir as emoções de seus pais nem de Jason, apenas de Alison.

Uma hora depois Alison estava na varanda olhando para os pedreiros tapando para o buraco. O terror entrou em suas veias . E se eles descobrissem o corpo?

A Sra. DiLaurentis pegou Ali olhando para buraco e sua expressão se contorceu para uma expressão de medo. Ela gritou o nome de Kenneth. Meia hora depois, Alison subiu até seu quarto e viu sua mãe arrumando algumas coisas em uma mochila florida. Ela nem teve tempo de perguntar o que estava acontecendo quando seu pai a arrastou pelo braço até o andar de baixo e á porta da varanda. Ela viu o carro de seu pai com um folheto da Preserve dentro e começou a chorar e a se contorcer nos braços de seu pai. Ele a mandou calar a boca senão ela iria pagar se fizesse um escândalo.

Então engolindo o choro ela entrou no carro. Seu pai mandou que ela abaixasse a cebeça porque "a amiga da Alison" Spencer estava na varanda da sua casa e podia vê-la. Courtney visualizou Spencer. Ela estava pensativa, estava pensando na noite anterior, pra ela aconteceu algo de errado na noite anterior.

Alison viu Spencer e sua expressão mudou para ódio bem devagar. E então, Courtney viu em sua mente, ela começou a sentir ódio de todas as meninas. "Se ela nã tivesse aparecido na minha varanda para roubar a minha bandeira..." - Ali pensava -"... Courtney não teria conseguido."

Não era justo que Ali estivesse com ódio das meninas e botando a culpa do acontecido nelas sendo que a culpa era de Courtney. Mas Courtney sabia: Ela as odiava porque não as conhecia. Porque elas eram impopulares. E principalmente porque elas eram amigas de Courtney. Courtney não aceitava aquilo.

"Eu vou me vingar!" Ali pensou, olhando para Spencer escondida no carro.

Ela estava planejando algo contra as meninas. Courtney não acreditou. Não. Ela não pode. Ela não vai. Courtney teve um sentimento protetor em relação ás amigas. Ela não ia deixar que Ali fizesse algo contra as meninas, de alguma forma ela iria impedir, iria ajudar as garotas.

"Nick vai me ajudar." Pensou ali.

'Não, não vai!" Rebateu Courtney.

"Ele faz tudo por mim!"

Ele não irá

Courtney iria até o fim para proteger aquelas meninas.