Confissões De Uma Seriadora Ainda Em Crise escrita por Confissões de uma seriadora


Capítulo 17
Capítulo 17 - Quase uma especialista




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Meu nome é Alice Casanova e estou presa no mundo das séries, graças ao feiticeiro Mr. Magu, um homem malvado que sequestrou meu amado Oliver Queen. Para salvar Oliver, estou procurando uma tal de Mary Margareth, o grande amor de Mr. Magu. Junto de Kevin Barden, nós estamos a procura dessa Mary. O problema é que o tempo está se esgotando e até agora não conseguimos achá-la. Será que dessa vez teremos sorte? Recentemente descobri que Kevin está me ajudando só para poder ficar com sua namorada, Mayara, uma ex cupida. Apesar dele ter me beijado, eu sei que algo está estranho nessa história, mas ficarei calada porque minha prioridade é resgatar o meu futuro noivo.

– Alice, tem certeza que aqui é o laboratório certo? - perguntou Kevin.

– Creio que sim. - respondi.

– Alice?!

– O que foi dessa vez?

– Nada. Só estou confirmando se você não nos meteu em mais alguma enrascada. - respondeu.

– Você que quis participar dessa aventura.

– Eu sei.

– E não sou eu que quero encontrar a Mayara... - continuei.

– Sinto saudades dela.

– Acredito em você. - continuei olhando fixamente para os documentos no laboratório.

– Sabe, Alice, eu e a Mayara somos como almas gêmeas.

– Não me diga.

– Sim. Gostamos de muitas coisas parecidas.

– Ok.

– Ok. - falou. - Você está bem?

– Não sei. - disse.

– O que houve? - insistiu.

– Nada.. deixa pra lá.

– Alice??!!

– Ok. - respondi. - Só estou cansada disso tudo, entende?

– Hã?

– Sim. Não aguento mais ver as pessoas que eu gosto partindo, construindo famílias e eu continuando a fazer as mesmas coisas.

– Então é normal você se aventurar em seriados para perseguir protagonistas sem camisa?

– Não. - falei dando risada. - É que a minha história é tão simples e besta que, às vezes, fico me perguntando se realmente eu irei ter o meu feliz para sempre.

– Entendo.

– Sério?

– Sim. - falou. - Você é Alice Casanova, uma lunática por super heróis e não quer ser taxada de donzela em perigo. - deu de ombros. - Muito simples.

– Idiota. - falei. - Você não sabe como é a minha vida.

– Então, conte-me.

– Sério?

– Sim. Por que não? - falou. - Estamos presos mesmo aqui e você vai acabar me entretendo.

– Tudo bem, eu acho. - disse. - Mas já te digo: minha história não tem nada de espetacular.

– Ok.

– Como você sabe, meu nome é Alice Casanova e sou fã de seriados. Bom, tudo começou quando eu tinha 12 anos. Minha avó Laura assistiu as reprises de I Love Lucy e eu, como uma boa neta, assistia com ela. A série era em Preto e Branco e eu não entendia como era possível fazer um seriado daquele jeito: em preto e branco.

– Jura?

– Sim. Ei, pare de rir. - falei dando um tapa no ombro dele. - Eu era criança.

– Se você diz...

– Voltando.. Minha avó acabou meio que sem querer fazendo com que eu me apaixonasse pelo mundo mágico das séries e depois de I Love Lucy veio Friends, Mad ABout, BH 90210, Smallville, Supernatural, Glee, entre outras séries, até que surgiu Arrow. Foi amor a primeira vista. Era como se a cada episódio eu me sentisse próxima ao Oliver.

– Por que? Por acaso você ficou presa durante 5 anos numa ilha?

– Não. Mas foi como se eu tivesse ficado. - disse. - Uma coisa que você não sabe sobre mim é que quando eu me formei do ensino médio e eu tentei fazer faculdade, mas o lugar não era para mim.

– Não creio!

– Sim. Alice Casanova pode ser muitas coisas, mas jamais será alguém com diploma e com uma profissão.

– E qual é o problema disso?

– Para mim, nenhum. Mas para os outros pode significar tudo.

– Explique.

– Meus pais não gostaram da minha decisão de abandonar a faculdade. Eles surtaram.

– Normal, eu acho.

– Mas era o que eu queria. Então, para compensar essa falta de fazer alguma coisa, comecei a trabalhar numa lanchonete e foi lá que eu passei os melhores dias da minha vida.

– Você como garçonete? - riu. - Conte outra.

– É sério. Eu sou uma excelente garçonete. - respondi. - Mas o problema está aí: não posso servir hambúrgueres o resto da vida. Tenho que conquistar meu espaço no mundo. E se eu morrer amanhã? Vou ser lembrada como a garota que largou a faculdade e trabalhou como garçonete para o resto da vida? Esse é meu legado?

– Não, não é. - interrompeu.

– Como?

– Você é mais do que uma simples garçonete que abandonou a faculdade. - continuou. - Você é uma lunática por Oliver Queen que está fazendo de tudo para salvá-lo de, acredite se quiser, um maluco pior que você. Você é uma heroína.

– Sério? - perguntei dando aquele sorriso torto.

– Sim. - falou. - E se você não acredita nisso, não posso fazer nada.

– Obrigada.

– Pelo menos você está em busca da sua felicidade e isso é muito.

– É, é sim. - não sei o que deu em mim ou se foi a maneira como Kevin falou, mas eu estava com aquele olhar: o olhar de que estava adorando tudo aquilo; um olhar de admiração por um garoto que me irrita 99% do dia; aquele olhar de uma garotinha feliz porque ganhou a boneca do ano. O que Kevin Barden faz comigo?

– Ei, vocês? - gritou um homem. - Aqui é um lugar privado. - continuou. - Voltem aqui.

E nós corremos pelo laboratório, fugindo daquele guarda.

– Você está bem? - perguntou Kevin.

– Sim. - respondi com o folego alto.

– Ótimo.

– Tinha esquecido que em CSI é tudo confidencial.

– Ainda bem que não era o Grisson quem nos flagrou.

– Ainda bem. - e nós rimos.

– Agora, você tem que dizer uma coisa.

– O que?

– Que eu sou seu herói e não esse tal de Oliver Queen.

– Convencido!

– Pois você deverá me chamar disso.

– Até parece. - disse.

– Pois você mudará de uma ideia. - falou mostrando um papel.

– O que é isso? - perguntei.

– Enquanto você contava sua linda e sonífera história, eu achei esses papeis e olha só sobre o que eles falam?

– Sobre o que? - perguntei curiosa.

– Sobre Mary Margareth.

– O que?

– Sim. Diga se eu não sou seu herói?!

– Mas como? Tem certeza que essa é a nossa Mary Margareth?

– Creio que sim. - respondeu. - Afinal ela foi vista com...

– Mr. Magu.

– Isso mesmo.

– E onde ela está? - perguntei.

– Só depois que você dizer que eu sou seu herói.

– Ok, você venceu. Kevin Barden, meu herói, diga-me onde está essa mulher!!!

– Calma, não precisa suplicar. Eu digo. - falou ironicamente. - De acordo com esse arquivo, ela deve estar em Once Upon A Time ou em Orange is the new black.

– E agora? Para onde vamos? O tempo está se esgotando. - perguntei desesperada.

– Para onde seu coração disser. - falou.

– O que?

– Eu confio em você, Alice. Digo, nos seus instintos.

– Obrigada. - respondi. Ele estava me paquerando? Acho que sim. - Bom, nós iremos para....

[CONTINUA]


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