Eu o empurrei e nós olhamos pra pessoa que tinha atrapalhado o nosso momento, era a Zaine e o Marshall com um olhar do tipo ''esses ai não tem jeito mesmo'' com os braços cruzados e nós encarando.

—Que é ? nunca viram dua pessoas prestes a se beijar não ? -Perguntei com raiva e cruzando os braços.

—Eu sabia! Eu não te disse! -Disse ela, sorrindo e cutucando o Marshall nas costelas.

—Tá ficando chato isso viu, fui! -Resmunguei passando pelo Heath e lhe dando uma ombrada de propósito.

—Ops, desculpa não te vi ai. -Murmurei dando um sorriso irônico.

—Tá, agora eu sou invisível ? -Perguntou ele fechando a cara e cruzando os braços.

—Sempre foi! -Digo lhe dando as costas e segui meu caminho.

O dia passou lentamente, as aulas mais chatas do que antes e as horas pareceram virar anos.

As coisas que Heath me disse rondavam minha cabeça, assim como eu sentia seu olhar queimar em minhas costas, eu só queria acabar com aquilo, não iria dar em nada, só sofrimento.

Minha vingança contra ele não tinha mas sentido, meu ódio foi apagado, substituído pela paixão que eu sentia por ele, mesmo ele sendo um canalha.

O sino parece que nunca ia tocar, mas finalmente tocou.

Era o intervalo, peguei minha bandeja e coloquei uma maçã, um sanduíche, uma coca e fui pra nossa mesa, mas fui surpreendida por uma mão na minha cintura e um beijo na bochecha.

Senti o cheiro do perfume soube quem era, o indecente do Delsing eu o olhei e ele deu o sorriso de lado e sentamos, já estava todo mundo na mesa.

—Me atrasei amor ? -Perguntou o Delsing.

—Não amor, que isso! -Respondi lhe dando um beijo estralado na bochecha e entrelaçando nossas mãos.

Nessa altura o refeitório inteiro olhava pra nós, inclusive Heath, só dei de ombros e continuamos nossos ''chamegos'', comemos e ficamos conversando, até o sino bater.

Enquanto isso fiquei repensando sobre esse plano.

Estava todo mundo levantando quando o Delsing me puxa pela cintura, coloca a mão no meu pescoço. Eu senti aquela boca fria entrando em contato com meu lindo pescoço, me arrepie toda, meu corpo todo amoleceu e não tive forças pra dar um chute no saco dele, o que é realmente uma tristeza, senti a boca dele roçando no meu ouvido e ele sussurrou:

—Quer sair comigo hoje ? -Perguntou ele.

Olhei pros lados, na medida do possível por que o infeliz não me largou, e quase todo mundo tinha parado pra ver o que eu faria, até o Trevisan e como eu não podia estragar nosso disfarce dando um chute no saco dele, mas era isso o que meu corpo me mandava fazer, eu sussurrei de volta um sim e ele me largou.

Entrelaçamos nossas mãos, começamos a andar e a multidão começou a se dispersar, eu mandei um olhar do tipo ''conversamos mais tarde'' e ele simplesmente fez uma cara de dor abaixou a cabeça e eu mais que nunca queria que o sexto horário chegasse.

Finalmente o sino tocou, joguei as coisas o mais rápido dentro da minha mochila a peguei e praticamente sai correndo da sala, passei pelos corredores, desci as escadas e passei pelo portão de saída e lá estava ele me esperando, cheguei nele o puxei até a praça e o empurrei pra de trás de uma arvore dei um tapa nas costas dele, que se curvou de dor e gemeu passando a mão no local onde bati.

—O menina de mão pesada, Jesus! -Exclamou ele.

—O que deu em você ? Que história é aquela ? -Perguntei, quase gritando pra ele.

—Bom, você quer ou não manter nosso disfarce ?

—Quero. -Disse cruzando os braços, contraríada.

—Então! E ''essa historia de sair'' é o seguinte, você vai lá pra casa a gente joga video game, toma sorvete, pede pizza, coisas normais de amigos, só pras pessoas não desconfiarem. -Disse ele fazendo aspas com os dedos, olhei desconfiada.

—Tá, mas nunca mais faz isso viu ou vai ser bem pior que um tapa que você vai ganhar. -Disse á ele virando as costas.

—Onde você vai ?

—Pra casa, não nasci grudada em você.

*

E lá estava eu feliz no meu recanto escolhendo uma roupa e de repente a Zaine quase arromba a porta do meu quarto.

—Que isso menina?!! - Perguntei assustada.

—Quer me matar do coração é peste ? 

Coloquei a mão sobre o peito e meu coração estava mais que acelerado.

—Eu sei o que vocês então fazendo com o coitado do Heath e não é legal! -Disse ela batendo o pé no chão e cruzando os braços.

Revirei os olhos.

—Desculpa, paty pensei que a vida fosse minha. -Disse sorrindo e colocando as mãos na cintura.

—Olha, não desvia de assunto!

—Não tem assunto, agora vaza.

—Mas...

—Não quero saber! Cai.Fora.Do.Meu.Quarto.Agora!!! -Digo apontando pra porta, ela me olhou feio, bateu o pé e saiu vermelha de raiva.

Arrumei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, suspirei e voltei a escolher minha roupa.

No final eu consegui me decidir e me vesti (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=123900991&.locale=pt-br), peguei minha bolsa e desci as escadas abri a porta e sai, caminhei até o ponto de ônibus sentei e fiquei esperando.

Ele finalmente chegou subi, sentei e fiquei pensando em coisas aleatórias nunca vi uma vida mais bagunçada que a minha, se eu te contar o que eu já passei você nem acredita.

O ônibus chegou eu desci e comecei a andar cheguei rapidinho e entrei, o doido do Trevor estava mexendo no cabelo de uma mulher, quando ele me viu abriu um largo sorriso e chamou alguém pra continuar o serviço no cabelo da mulher, eu sorri também e lhe dei um abraço.

—Oi, veio aqui só pra me visitar ou vai fazer algo nesse cabelo lindo ? -Perguntou ele pegando as mechas do meu cabelo e eu ri.

—Bom, a cor já ta saindo então eu quero pintar ele todo de uma cor só. -Disse e o Trevor me puxou pra uma cadeira e passou a mão no meu cabelo.

—Tem preferencia por alguma cor ?

— Bom, eu gosto de roxo.

—Ótimo querida. -Disse ele virando a cadeira de jeito de costas pro espelho.

—Seu cabelo vai ficar lindo!- e lá foi ele puxando, lavando, pintando, e deixando de molho.

O coisa do capeta, pinica, arde e coça pra pacas e finalmente, depois de quase meia hora, ele lavou, eu senti um alívio tão grande quando ele lavou, e fez a escova, á essa altura eu já tava doida pra ver tava quase dando um murro no Trevor e vendo meu cabelo.

—Mas que coisa! deixa eu ver! -Digo tentando virar a cadeira ele só ria e segurava a cadeira.

—Calma coisinha! -Disse ele passando a mão no meu cabelo aqui e ali, depois de uma vida sentada naquela merda ele finalmente disse a frase.

—Tá pron... - Nem deixei ele terminar de falar já virei a cadeira e olhei no espelho.

Minha boca caiu e formou um ''o'' perfeito enquanto eu olhava chocada pro espelho, meu cabelo estava roxo, brilhoso e do jeitinho que eu queria ( http://www.polyvore.com/bad_girl/set?id=124985521) eu não vejo a hora de ver a cara das pessoas.

Dei um abraço apertado no Trevor e sai praticamente saltitando as pessoas da rua me olhavam boquiaberta eu só sorria, dei uma passadinha no shopping comi e comprei umas coisinhas, quando terminei já tava anoitecendo peguei o ônibus e tava louca pra chegar em casa.

Enquanto não chegava fiquei jogando no meu celular.

Um ser infeliz, mandado das trevas, tentou roubar meu celular mas quando ele tentou pegar meu celular eu segurei sua mão dei um soco no seu nariz e murro em sua garganta, coitado nem teve tempo de reagir, ele cai no chão e todo mundo do ônibus tava olhando pra mim eles simplesmente começaram a me aplaudir e gritar, sorri surpresa e fiz uma reverência pra eles o ônibus parou olhei pela janela e era meu ponto sorri e desci caminhei alegremente até minha casa.

Cheguei abri a porta e estava a Zaine, Mamãe e Peter em seu colo, estavam assistindo televisão, todos viraram quando entrei, Zaine ficou estática, Mamãe que estava tomando leite cuspiu quando me viu e Peter simplesmente riu e balançou as mãozinhas, sorri malevolamente e subi entrei no meu quarto e fechei a porta a trancando e meu celular tocou era o Delsing.

—Oi.

—Eu estou aqui fora.

Desliguei e desci, abri a porta e ele tava lindo como sempre mesmo sem fazer esforço pra isso, ele olhou pra mim boquiaberta e ficou paro na porta que nem um boco.

—R-roxo, e aie roxinha -Disse ele com dificuldade e gaguejando.

—Entra. -Falei dando passagem pra ele passar e fechando a porta.

—Eu vou me arrumar -Eu subi o mais rápido que minhas pernas permitiam, fechei a porta e comecei a caçar uma roupa, como tava meio frio escolhi uma roupa mais quentinha (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=125662709&.locale=pt-br) peguei minha bolsa e desci ele tava sentado no sofá me esperando ele me viu levantou e me analisou de cima á baixo eu ri e ele enroscou seu braço no meu e saímos.

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