A janela vizinha escrita por Merida


Capítulo 5
Draco




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/459109/chapter/5

Draco ficara escutando a conversa de Hermione em cima das telhas que ficavam abaixo da janela, quando viu a silhueta da menina se levantando, entrou sorrateiramente e se deitou. Ao se virar, a menina tomou um susto, e Draco riu.
– Esse cara é um panaca. - Ele falou se aconchegando na cama da menina.
Hermione bufou, como sempre fazia quando não queria entrar em um assunto.
– Não começa.
– Ele nem liga pra você, Granger! Ele não nota quando você chora, ele não se importa com o que você faz...
– Malfoy, não...
– Ele não é o cara certo pra você! - Ele disse com raiva.
– E quem seria, então?! - A garota rebateu cruzando os braços.
Eu! - Pensou ele.
Mas ficou quieto.
– Volto mais tarde.
Ele se levantou e foi até ela, quando chegou perto á ponto de sentir as lufadas de sua respiração no pescoço, parou. Ele queria tocá-la, abraçá-la, beijá-la... Tudo isso, mas não teve coragem de fazer nada.
Ela mordeu o lábio inferior e ele abaixou a mão e saiu por onde entrou.
Queria voltar, queria fazer muitas coisas, mas apenas suspirou e se deitou na cama, fechou a janela e a cortina.
– Uma coisa de cada vez.
Sussurrou para si mesmo.
Duas horas antes do combinado, comprou um buquê de rosas vermelhas, e exatamente ás duas, bateu na porta. Ela apareceu com um vestido azul e ele sorriu e lhe entregou as flores. Os lábios de Hermione esboçaram um sorriso, o que o fez sentir algo quente no fundo da barriga.
– Quer fazer o quê? - Draco perguntou.
– Não sei...
– Quer ir ao cinema?
– Fala sério! Você não pensou em nada?!
– Talvez não... - Ele disse coçando a nuca.
Então ela fez algo que ele nunca imaginou que ela faria, pegou em sua mão e o guiou até os fundos de sua casa.
– Assim... Seus pais não vão achar estranho nós dois no seu quintal?
Draco olhou em volta quando ela largou seu pulso, e percebeu que aquele quintal não era um quintal, e sim uma enorme estufa cheia de flores coloridas e com um teto um pouco baixo. Tão baixo quanto o teto de seu quarto, mas para uma estufa dos pensamentos de Draco era baixo.
Era tão agradável lá dentro... O chão de pedras foi o que lhe chamou mais atenção. Acontece que não era um simples chão, havia um mosaico de uma flor que o lembrava um sol, e ele achou aquilo fantástico.
– É o meu lugar favorito. - Hermione disse com o tom infantil, como se eles houvessem voltado aos cinco anos. Ele ficava fascinado com essa forma que Hermione podia tomar.
Ela era fantástica... Ela era tão simples e tão complicada ao mesmo tempo, tinha a magnitude de uma rosa, tão simples em sua forma, porém tão complicada de se conseguir. Era assim que Draco a descreveria se lhe perguntassem como era Hermione.
Ela se sentou e ele acompanhou o movimento.
– Você já teve alguma namorada? Tipo, um relacionamento sério?
– Defina relacionamento sério. - Draco disse sorrindo.
Ela riu de leve, e sorriu torto, e Draco se impressionou.
Ela consegue dar um sorriso torto sem ser malicioso! - Draco pensou encantado - Alguém tem que me ensinar a fazer isso!
– Você sabe... Do tipo que eu e o Ron temos... - Ela sorriu e o olhou fundo nos olhos.
– Do tipo que eu e o Ron não temos - Ele disse imitando a voz dela -, você quis dizer.
Ela abriu um pouco a boca em surpresa.
– Vocês não são namorados, Hermione, vocês só se beijam de vez em quando. - Ele disse bravo.
– Não são simples beijos! - Ela retrucou mais brava que ele.
– Ah, tudo bem! Quando foi a última vez que vocês dois saíram juntos?!
Ele gritou, não conseguia acreditar que ela não percebia que o garoto não gostava dela.
– O que você tem com isso?! - Ela perguntou se levantando, e apontando o dedo indicador para o rosto do loiro de modo acusativo.
– Qual é o seu problema?!
Ele levantou também e ficou com o rosto acima do dela.
Sua vontade de beijá-la ficou maior. Ele quase a agarrou, mas se deteve antes de fazer qualquer movimento.
– Eu n-não te entendo, Draco... - Ela sussurrou - Te juro que tento te entender, mas não consigo.
Seu olhar se transformou de zangado para confuso, e depois para zangado novamente.
– Vai pra casa.
Ela resmungou.
– O quê?
– Vai pra casa! Agora! - Ela gritou apontando a saída.
Ele respirou fundo e segurou para não chorar, sim, Draco Malfoy quase chorou por causa de uma menina, na frente dessa menina.
Ele saiu correndo e bateu a porta de casa. Chegando em seu quarto, ele fechou a janela e a cortina. Ele começou a chorar intensamente.
– Eu te amo! Eu te amo!
Ele gritava socando a parede. Draco não queria ter um surto de raiva naquele momento, mas foi inevitável. Ele perdeu o controle. E quando foi perceber, ele havia jogado os livros no chão, os pôsteres estavam rasgados e o violão em pedaços.
Ele se encolheu em cima da cama e chorou o máximo que conseguiu. Era difícil manter a pose de durão o tempo todo, então ele chorou, porque a) ele não aguentava mais fingir ser impassível, b) Hermione claramente não o queria, c) sua cabeça estava latejando mais forte do que nunca e d) Por Hermione ser enganada por aquele palerma e ele não poder fazer nada sobre isso.
E então Draco dormiu encolhido na cama, chorando feito uma criança.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A janela vizinha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.