Sabe quando sua mente está confusa e você não sabe mais como nada funciona?

Zelda POV

Antes de perfurá-lo com minha lâmina, tentei o perfurar com um olhar. Ele sorriu como se não sentisse medo. Eu realmente teria que matá-lo? Então todos aqueles pesadelos que eu tive eram reais, afinal? Eu sou a vilã? Eu já fiz tanta coisa errada, eu sou a responsável por toda essa bagunça, então eu preciso concertar tudo. Eu vou tentar todas as vezes, mas não vou deixá-lo morrer.
Os heróis do destino iriam me ajudar, pelo o que parece. Ele estava em uma terrível desvantagem, já que o único que poderia ajudá-lo naquele momento era Shadow. Era vitória na certa.
O que mais doía era Link pensar que eu era uma vilã. Mas, lembro do que Impa disse pra mim: "Antes de começar uma guerra, saiba o motivo pelo qual você está lutando. E esse, sim, é o segredo da vitória. Quando temos algo a proteger, colocamos esse algo acima das nossas vidas."
Sorri, tirei a espada da bainha, e me posicionei. Deixei ele fazer o mesmo. Se Link quiser lutar comigo, então que lute, pois é o destino...Eu sempre estarei aqui, mesmo eles terem o mudado completamente, vou salvá-lo. Link é o motivo por eu nunca ter desistido.

— Se eu fosse você não brincaria com isso. - Link disse, quase sussurrando. Não entendi bem o que ele disse.

Olhei para ele com atenção, e franzi a testa. Ele deu risada.

— Mesmo Zelda sendo meu ponto fraco, sei muito bem quem é a Zelda verdadeira. - Disse ele, sorrindo. Mas não um sorriso normal, um sorriso de deboche.

Abaixei a cabeça, abalada. Isso doía mais do que eu pensava.

— Não, você não sabe. - Por um momento, senti meus olhos encherem-se de lágrimas mas fiz de tudo para elas não caírem. - Tudo que eu quero fazer é trazer sua liberdade...nem que isso custe minha morte.

Ele riu. Isso me deixou extremamente furiosa. Lembrei dos ensinamentos de Impa, sobre reflexo e enganar o inimigo. Pelo o que percebi, os heróis do destino só vão atacar quando eu pedir. Fiz o plano mais simples que pude na minha cabeça, já que não seria tão difícil.
Num gesto devagar - o suficiente para Link perceber - tentei perfurá-lo com a espada na barriga. Como qualquer ser humano faria, ele desviou, mas continuei com a espada parada. Link permaneceu confuso e fez um movimento falho, o que me deu permissão de perfurar seu ombro com fúria. Perfurei seu ombro esquerdo, deixei ele pegar sua espada justamente para perceber se era destro ou canhoto.
Link permaneceu com a mão direita no machucado, olhando-me de olhos arregalados. Shadow pegou duas espadas, então parece que não ia dar certo o mesmo plano. Ele tentou me atacar com raiva, deixei. Ele fez cortes por todo o meu corpo, rasgando um pouco meu vestido.
Sorri.

— Verde Claro. - Disse, deixando-o confuso.

Saria apareceu por trás dele, o enchendo de flechas com veneno. Shadow tentou desviar de algumas mas já era tarde, o veneno estava em seu sangue. Ele estava começando a ficar fraco, e tentou correr até Link, mas Saria continuava o acertando. E só ia parar quando eu mandasse. O veneno fez efeito, e ele permaneceu parado.
Fiz o sinal para Saria parar.

— Azul marinho, veneno e cura. - Disse, logo depois soltando um sorriso. Adorava ver as expressões surpresas.

Aiker apareceu, jogou um pote para mim. O peguei, abri, e joguei o líquido todo nos cortes que ele havia feito em mim. Peguei o outro, e joguei neles dois.

— Líder, NÃO! - Aiker gritou, assustado.

O QUE? EU HAVIA JOGADO O VENENO EM MIM E A CURA NELES? O QUE EU TENHO NA CABEÇA?
Joguei-me no chão, tanto pelo veneno doer e por estar me deixando cansada. Aiker correu rapidamente para me socorrer, conseguiu apenas me curar um pouco. Link já estava de pé, rindo.
Shadow levantou-se também.
Rapidamente dei um pulo e fiquei longe. Pensei numa maneira de sair desse problema, mas não conseguia. Não havia ninguém que poderia me ajudar agora, Saria não pode atordoá-los, não vai adiantar muita coisa.
De qualquer maneira, eles tinham que ficar longe de mim.

— Laranja!

Malon, com invisibilidade, começou a dar pulos e cambalhotas por todas os cantos. Só eu conseguia vê-la atráves de uma lente. Olhei para os dois, e...Link estava usando a mesma lente que eu.
Eu não posso falhar novamente. Eu não podia avisar para Malon que ele estava a vendo, se não o Shadow ia perceber.
Link, por um motivo estranho, jogou uma pedra onde Malon estava. Ele tentou acertá-la? O que foi isso?
Num gesto veloz, Shadow pulou de onde estava encima de Malon, e começou a atacá-la de todas as formas. Ela começou a gritar de desespero, e eu não sabia o que fazer. Aiker, saiu correndo sem minhas ordens, e o empurrou. Com uma espécie de cetro estranho, ele paralizou Shadow enquanto Malon fugia, muito ferida.
Eu não consegui ver o que aconteceu depois. Link foi muito rápido e tentou fazer um corte ou perfurar meu ombro direito, mas consegui fazer com que minha espada encontrasse com a dele no exato momento. Tentei empurrar, com minha espada, a dele. Queria ele longe do meu ombro no momento.
Com sucesso no meu plano, nossas espadas encontram-se no ar. Com movimentos extremamentes rápidos e ruídos irritantemente altos. Ele era rápido, ele havia mudado, eu não vou perdoar isso. Digo, ele está lutando com raiva. Como se realmente quisesse me matar.
Num gesto veloz, puxei meu escudo, fazendo Link atacar com a espada nele. Passei por debaixo de suas pernas, e o derrubei com a perna. Fui sendo atacada por umas agulhas com Shadow então tive que escapar. Droga, eu não estou pensando. Olhei rápido e vi que Aiker estava ocupado curando Malon com a ajuda de Mido.
Enquanto me distraía, Link conseguiu me derrubar. Acho que provavelmente com um chute. Meu corpo encontrou-se violentamente com o chão, mas dor não importava agora. Quando tentei me levantar, Link estava prestes a perfurar meu ombro direito, porém, me mexi - fui burra - e acabou fazendo um rasgo do ombro até o braço.
Não aguentei, e berrei alto. Eu não acredito que fui tão burra e fraca. Por um motivo estranho, Link estava parado. Não só ele, todos em minha volta. Eu não conseguia me levantar num momento desses, com meu ombro ardendo e transbordando sangue.

— O que está acontecendo? - Perguntou Link, quase sussurrando. Eu conseguia o ouvir pois ele estava parado, na minha frente.

Olhei em volta e todos estavam confusos, paralizados. Olhei para Aiker para saber se era alguma magia dele que deu errado, mas parece que não era. Me levantei, em gritos, com minha mão encima do meu machucado.

— Olha só quem fugiu... - Arregalei os olhos e virei para trás. Era a voz de Ganondorf.

Maldito Bruce...ele teria... me enganado? Não, não. Ele estava lutando conosco, eu vi ele ajudando Saria. Como ele é um soldado de Ganondorf ele provavelmente deve estar armando um plano para ajudar Amulet e Frost, que num momento desses devem estar no castelo de Ganondorf, confusos.
Será que a voz era só impressão?
Não, não era. Link estava gritando com o nada, então parece que ele está falando com ele também.
Senti minha visão ser tapada por mãos, eu tentei tirar a mão do meu ombro para descobrir o que diabos estava acontecendo. Isso só se resultou comigo fazendo uma força extremamente desnecessária para tirar as mãos de Ganondorf - provavelmente - do meu rosto. Sentia sangue escorrer por toda a parte de mim.

— Me larga! - Gritei, mas sei que ele não ia me obedecer de qualquer maneira.

Depois de um tempo, ele obedeceu. Ele apareceu do meu lado, sorrindo. O lancei um olhar de raiva, e ele deu risada.
Link estava de olhos arregalados. Parece que ele havia notado que eu não era Ganondorf afinal de contas. Seus olhos encheram-se de lágrimas, e isso me destruiu por completo.
Ganondorf apenas assistiu o que estava acontecendo.

— Você...veio pra me salvar... - Link soluçou. - Eu sinto muito, Zelda, eu...

Sorri. Senti vontade de chorar também, e não resisti.

— Eu amo você, Link. - Disse, um pouco corada. Mas não é a hora disso. - Eu tentei te salvar...mas sou fraca, e falhei. Não treinei o suficiente...

Ganondorf bocejou.

— Vocês não vão perguntar porque eu tô aqui que nem sempre fazem? - Ganondorf provocou, novamente. Ele não havia mudado.

Revirei os olhos.

— Eu sei muito bem o que você quer...e quero fazer uma pergunta.

— Pois pergunte, princesinha.

— Por que você não me mata logo?

Um longo silêncio permaneceu no local. Eu sabia que ele não podia fazer isso, e também que ele não queria. Também sei muito bem o motivo.

— É minha mãe, né? - Eu disse, com fúria. - Você a ama, NÃO É?

Ganondorf olhou para baixo, parecendo estar com raiva. Sorri. Sei que provocá-lo não era a melhor opção agora, mas não estou com condições de lutar.

— EU NÃO DEIXAVA! - Gritou Malon, logo em seguida tendo sua boca coberta por Aiker.

Ganondorf olhou para mim com um olhar sério.

— Eu nunca vou te perdoar. - Ele parecia estar furioso. - A culpa disso tudo é sua.

— Minha? MINHA? Você matou meu pai por ciúme, tentou me matar, tentou matar o Link, me capturou, fez minha vida virar de cabeça pra baixo! - Eu já estava gritando e chorando, me lembrando do passado. - VOCÊ NÃO SABE O QUE É PASSAR ANOS PRESA EM UM QUARTO POR PURA TRISTEZA E SEDE DE VINGANÇA! MAS AGORA EU NÃO SOU MAIS FRACA. EU VOU ME VINGAR!

Ganondorf começou a gargalhar e senti vontade de socá-lo. Eu estava chorando muito, não conseguia mais falar nada. Eu ia esperar ele me torturar o quanto quisesse, mas eu precisava falar isso.

— Você não faz idéia de como é ser o único Hylian numa floresta cheia de Kokiris, ter que lutar tão novo por sua causa e perder toda minha infância. - Link tentou me ajudar, também falando um pouco de si. - Eu nunca conheci meus pais...nenhum deles. Meus pais sempre foram Saria e Mido, que hoje em dia nem ligam mais pra mim. A culpa não é dela, nem minha. Não foi Zelda que matou meus pais...

Ganondorf pareceu se estressar.

— Calado, garoto virgem! - Ele gritou, com raiva.

Ganondorf puxou-me pelo pescoço e me paralizou. Ele havia me beijado. Arregalei meus olhos e tentei sair o máximo que pude, mas depois senti sua língua entrando em minha boca. Se um raio caísse em mim agora, seria melhor que isso.
Depois que Ganondorf me soltou, eu fiquei totalmente paralizada. Não conseguia me mover agora. Encarei Link, que estava com uma expressão de raiva. Seus olhos estavam arregalados, ele apertava o cabo da espada com força.

— L-link... - Sussurrei, querendo chorar novamente.

Link sorriu de um jeito assustador.

— Você não deveria ter feito isso.

~ // ~

Amulet POV

Não sabia onde eu estava. Não conseguia me lembrar de nada também, e minha cabeça estava doendo tanto que eu chegava a lagrimar. Preferi não me levantar, apenas observar.
Resolvi me levantar depois de um tempo, minha visão estava embaçada, minha cabeça doendo e cores dançavam nos meus olhos. Procurei por um espelho, não sei por quê. Não por eu ser vaidosa, e sim curiosa.
Os olhos que vi no espelho pareciam me condenar de alguma forma. Me chamando de fraca. Meus olhos eram verdes, eu havia cabelos loiros grandes até demais, eu sou muito magra. Ok, meu nome...Ame...Amu...Amulet. Amulet Amethyst Fireproof.
Morri em WalkyFaire numa guerra, tentando salvar o príncipe Frost. Eu amo o príncipe Frost. Participei de dois limbos, por ter vencido um, e perdi um agora. Sou filha de Din. Nasci em Hyrule. Fui iludida todos esses 10 anos da minha vida participando de um limbo, tenho 24 anos. Tentei sobreviver colocando toda minha fé nos meus instintos, mas...o que eu fiz?
Frost. Ele me matou...ele me salvou. Eu.. preciso vê-lo!
Sai correndo, meio tonta até achar Frost. Um guarda me parou. Onde diabos eu estava?!

— O que você quer? - Perguntei, ignorantemente.

Ele segurou meu pulso mais forte.

— Sou eu, Amu. - Era a voz de Frost. - Depois de explico como cheguei aqui, tudo o que quiser. Mas fique calada até eu te levar a uma sala. - Ele sussurrou.

Arregalei os olhos. Abaixei a cabeça e fui guiada por ele até uma pequena sala. Estava extremamente confusa, mas eu confio nele.
Entramos na sala. Lá havia um garoto de cabelos castanhos e olhos verdes, com a mesma roupa de guarda, só que estava sem o capacete. Frost trancou a porta e tirou o capacete logo em seguida.
Era muito bom poder ver seus olhos novamente.

— Estavamos te esperando. - O garoto disse, levantando-se. - Meu nome é Bruce. Amigo de infância de Link, Zelda, Saria e Mido...Eu fui ao limbo para salvar vocês e Shadow, mas Shadow infelizmente não conseguiu ser salvo...

Fiquei com um rosto sem expressão.

— Ele está bem? - Perguntei, afinal, é meu irmão.

Ele fez sim com a cabeça.

— Sou um guarda de Ganondorf por umas escolhas erradas que fiz na vida. - Ele disse, olhando para baixo. Mas depois levantou a cabeça e sorriu. - Haha, mas agora vi que posso voltar atrás. Escute, você sabe a verdade sobre o limbo já, né?

Fiz sim com a cabeça.

— É minha segunda vez...

Bruce cruzou os braços.

— Olha, precisamos resgatar Link. Ganondorf está focado nele no momento, se ele sair de lá, acaba. Antes o foco era você, pois você é a filha de Din. Zelda e os outros foram lá por isso, mas parecem estar feridos. - Ele disse, parecendo muito preocupado. - eu quero muito ser um herói do destino...

Encarei Frost por um segundo. Queria uma explicação dele, pois as de Bruce são realmente dificeís de entender.

— Encontrei os heróis do destino na floresta, e eles me falaram a verdade. - Ele parecia estar falando a verdade. - Eu só não te disse de cara logo, pois sabia que você ia estranhar ter que ser matar.

Sorri.

— Como sempre, inteligente.

Nós dois rimos. Frost segurou minha mão e encarou-me, me perfurando com aquele olhar incrivelmente lindo. Sorri para ele, e ele pra mim.

— Vamos ficar juntos pra sempre. - Ele disse, logo depois conseguia ver suas bochechas ficando totalmente vermelhas.

— Sim, pra sempre...

Bruce tossiu.

— Alô - Cantarolou Bruce. - Os heróis do destino estão em perigo...

~ // ~

Link POV

Um ódio imenso apareceu em mim de uma maneira que nem eu mesmo consegui me reconhecer. Eu não queria lutar, pois sabia que isso não daria certo. Ganondorf tocou os lábios dela...Sim, ele tocou. Eu não sabia o que fazer nesse momento. Eu sai correndo num gesto veloz, e tentei socar ele. Ele desviou e me socou primeiro. Caí no chão e comecei a ficar tonto. Cores quentes começaram a dançar na minha visão. Tentei me levantar meio tonto, por algum motivo estou muito atordoado.
Eu não paro não. Tentei socá-lo novamente, mas ele desviou e caí no chão novamente. O que diabos está havendo comigo? Comecei a ficar fraco do nada! Virei minha cabeça e vi que ela estava sendo capturada. Arregalei os olhos e percebi que eu estava fraco por alguma magia...
Meu coração bateu fortemente quando vi ele agarrando Zelda e a levando pra longe. Eu não conseguia me mover, as pessoas em volta também não. Eu não acredito que isso ia acontecer novamente...Será sempre assim? Zelda sendo capturada, e eu tendo que salvá-la? E ainda por cima, ela foi beijada por Ganondorf...
Poderíamos ter saído mais cedo daqui, mas não acreditei nela antes. Eu sou péssima pessoa. Eu sou burro...não mereço sair daqui. Agora, se eu me matar, ela ficará presa aqui! O que eu devo fazer...?

— Link?! - Perguntou alguma voz, que eu conseguia reconhecer bem. Navi... - Você consegue se mover?

Revirei os olhos.

— Não Navi, estou parado aqui porque quero... - Brinquei, mesmo esse não sendo o melhor momento pra isso.

Por um momento senti minha visão extremamente desfocada, e meus olhos estavam cheio de lágrimas. Sabe quando você não sabe o que fazer mas não pode desistir? Sabe quando você se esforça tanto por algo e dá errado? Sabe quando as pessoas dizem "tente de novo, uma hora dá certo" mas você não tem mas forças pra tentar? Sabe quando sua mente está confusa e você não sabe mais como nada funciona?
Eu não posso desistir, porém, não consigo mais. Não é a primeira vez que sou facilmente enganado, isso já está passando dos limites. Passei anos preso aqui achando que ia conseguir sair se lutasse até o final...mas não era nada disso. Estava sendo usado pra sentir essa sensação. A sensação de fraqueza, de solidão, de que não sou capaz de fazer mais nada.
Sabe quando você tem um plano na sua cabeça, o executa, ele vai dando certo, mas no final ele falha e você se sente um tremendo idiota?
Me rendi. Sorri e fechei os olhos, sentindo toda a dor no meu corpo. Senti fortes pingos de chuva gelados caindo sobre mim, enquanto chorava lágrimas quentes que caiam lentamente por toda minha bochecha. Ouvi trovões, mas não me importei.

— Salvem Zelda! Eu cuido dele! - Disse Saria, sua voz estava com um eco...eu ia...desmaiar.

~~~~

Hospital de Hyrule, fora do limbo, no dia seguinte.

Pov Saria

O dia estava bom para as pessoas lá fora. Ganondorf estava ocupado no limbo, então não estava pertubando ninguém por hoje. Estavamos em Hyrule Market, numa pequena casinha escondida no fundo da vila, que na verdade era um hospital criado por uma moça de cabelos ruivos para ajudar pessoas.
Eu não saía do templo do destino faz dias. Agora que notei o estrago que Hyrule se encontra. O céu está totalmente negro, não é mais possível ver nuvens, está tudo infestado de monstros, e milhares de pessoas não conseguem nem mais sair de casa.
Imagino como deve estar a floresta Kokiri num momento desses...Será que árvore Deku está bem? Ela está conseguindo cuidar de tudo sozinha sem mim e o Mido? Os Kokiris estão bem? Eu estou muito preocupada. Virar heroína do destino é sim uma honra, mas eu gostaria muito de saber se estão todos bem...
Temos muitas coisas a fazer...tirar Ganondorf do governo, libertar os templos, reconstruir o que foi destruído...Mas Ganondorf está conseguindo cada vez mais nos atrasar. Mas hoje mesmo, duvido que eles não consigam salvar Zelda.
Link está do meu lado, dormindo, parecendo estar tranquilo. Anju disse que ele ficou muito tempo sem se hidratar com água e comida, e não sabe como ele ainda está vivo. Com certeza as deusas cuidaram muito bem dele para que ele não morresse. As deusas estão colocando muita fé nos heróis do destino, tenho medo de tudo dar errado.
Estou preocupada com Zelda. Ela anda muito fechada, estudando feito louca, treinando feito louca...Talvez seja duro ser a líder e sentir que Hyrule depende dos heróis do destino, e nossa líder é ela. É a primeira vez que a vejo emocionada, chorando, que nem vi ontem no que aconteceu. Normalmente ela anda com uma cara séria, parecendo estar muito triste.
Minha Ocarina começou a brilhar, havia alguém querendo falar comigo.

— Saria? - Ouvi a voz de Mido, falando, calmamente - Está me ouvindo?

Fiquei nervosa. Nem sabia o que perguntar.

— Sim, sim. - Disse, tremendo - Conseguiram achar a Zelda? Por favor, me diga que sim.

— Sim, conseguimos salvar ela. Mas ela desmaiou.

Uma sensação de alívio brotou em mim. Meu coração não estava batendo mais tão forte, e não estava mais sentindo um frio tão grande na barriga.

— Que bom Mido, sério. - Disse, quase sem ar. - Eu estava muito preocupada com ela. Vocês já estão voltando né?

— Sim, nos espere aí. - Ele também parecia estar preocupado. - E Link, está bem?

— Ainda dormindo.

— Ok. Tchau. Amo você.

— Amo mais.

Mido e Link sempre foram amigos. Eles tiveram aquelas diferençaszinhas de sempre que todo garoto tem, mas eram muito amigos e muito apegados um ao outro. Assim como eu e Zelda éramos. Ao me lembrar daquela época, parece que algo muda em mim. Eu fico toda sorridente...
Aquela época era tão boa, todos nós eramos tão amigos, e nenhum de nós ligava pra essas coisas de luta. Só queriamos saber de nos divertir, e fazíamos isso todos os dias...Não sabíamos nada sobre heróis do destino ou salvar o mundo...
Eu nunca vou esquecer daqueles bons momentos que todos nós vivemos juntos. Aquilo vai estar sempre no meu coração.

— S-saria? - Ouvi a voz de Link, e me levantei da cadeira imediatamente.

Ele provavelmente ia fazer um monte de perguntas, eu ia ter que responder todas.

— Sim, Link. - Disse, olhando diretamente pros olhos dele. - Sou eu, Saria. Você desmaiou depois de uma mini luta que teve entre você, Zelda e Ganondorf. Te levei pra cá e você já está fora do limbo. Zelda já foi salva.

Ele parecia estar muito triste. O entendo. Deve ter lembrado do que Ganondorf fez.

— Obrigado, Saria...

Ele permaneceu calado.

Não tinhamos assunto algum. Fazia anos que não nos falávamos. Ele permaneceu sentado na cama enquanto olhava para a janela, tentando entender o que estava acontecendo com Hyrule num momento desses, eu acho.
Anju, a responsável pelo hospital, entrou no quarto. Acho que Mido e os outros chegaram.

— Saria, Mido disse que lhe conheçe e quer ficar na mesma sala com a paciente dele. - Disse Anju, segurando uma prancheta e com uma caneta. - Verdade?

Fiz sim com a cabeça.

Ela anotou umas coisas e saiu da sala. Acho que foi autorizar a entrada de Mido na sala, ele provavelmente estava com Zelda. Link provavelmente estava bastante confuso, porém ansioso para ver Zelda novamente. Zelda entrou desacordada numa cama de hospital. Ela não estava com nenhum ferimento físico.
Os heróis do destino entraram junto, e estavam conversando sobre algo. Eu estava destraída demais para me meter ou sequer prestar atenção no assunto.
Encarei Zelda por minutos. Gostaria de saber no que o limbo interfere em você. Tipo, você passa horas/dias desacordado e isso não deve mexer com sua mente não? Amulet e Frost parecem estar super bem!

— Amulet. - A chamei, meio envergonhada, eu nem conhecia a garota direito.

A garota dos olhos verdes lançou um olhar confuso para mim. Não só ela, todos que estavam na sala, afinal, eu havia me metido em uma conversa que eu nem sabia o que era.

— Como você se sente? - Perguntei, ela ficou confusa pela pergunta então resolvi deixar um pouco mais claro. - É que você passou anos desacordada. Não se sente confusa?

Ela encarou o chão, logo em seguida olhando para suas mãos antes de levantar sua cabeça e me encarar com seus olhos verdes que me lembravam o reflexo das árvores Kokiris que apareciam no lago.

— Bastante. - Disse ela, parecendo que ia chorar. - Esqueci muitas coisas, descobri muitas coisas...Não sei se são verdade ou mentira, agora é difícil acreditar em qualquer coisa, sabe? Sem falar que passei mais de duas décadas desacordada e continuo com saúde. Ganondorf me queria viva, por algum motivo. Queria todos vivos. E o pior de tudo que eu acordei numa salinha separada dos outros, então não sei onde os outros estão. Estou preocupada com os outros que morreram naquele limbo, estou preocupada com minha história, com minha família...

Shadow parecia querer se meter na conversa, pois deu um passo a frente, como se tivesse dito "posso falar?"
Fiz sim com a cabeça.

— Eu quero saber porquê eu não acordei onde meu corpo estava. - Quando Shadow disse isso, todos olharam pra ele, assustados. Inclusive eu. - Eu acordei em um lugar que parecia uma igreja, depois passei por uma cidade repleta de zumbis, fiquei confuso. Me encontrei com Bruce, Amulet e Frost no meio do caminho. Eu tenho certeza que meu corpo não estava naquele lugar.

Link levantou uma sombrancelha.

— Igreja? - Perguntou ele.

— Onde eles moram, eles só tem um deus. - Navi se meteu. - Onde eles louvam por esse deus, se chama Igreja. Aqui é chamado templo, então acho que ele está falando do templo do tempo.

Sim. Eu sabia disso. Eu havia estudado sobre isso uma vez...Mas sobre o caso do Shadow, é uma coisa estranha. É como se Ganondorf não comandasse onde o corpo irá acordar depois do limbo. Se isso tiver acontecido, tem milhares de pessoas do limbo espalhadas por aí! E podem estar correndo perigo!
Acho que sei como resolver isso.

— Acho que sei quem pode nos responder todas as perguntas que temos. - Todos olharam pra mim, curiosos para saber a resposta. - Zelda.

Malon levantou-se da cadeira onde estava sentada.

— Vou perguntar a Anju quando ela poderá acordar.

Ela se retirou da sala, provavelmente indo procurar Anju.
Logo em seguida, Impa entrou no local, provavelmente querendo ver como Zelda está. Ela finalmente havia chegado, mas acho melhor ninguém contar nada para ela no momento. Zelda odeia quando perguntamos algo para Impa ao invés dela, afinal, ela é a líder, não Impa.
Impa andou calmamente até onde Zelda estava, ignorando os outros ao redor. Ela sempre teve esse carinho especial pela Zelda.
Mido aproximou-se de Impa.

— Ela está bem. - Mido disse, tentando tranquilizar Impa. - Ela só foi capturada por Ganondorf no limbo, mas achamos ela escondida em uma caverna logo depois. Ela estava desacordada, mas acordou. Aí quando fomos pra Hyrule, ela caiu no sono.

Impa olhou para trás e viu Link.

— Pelo jeito a missão deu certo. - Disse Impa, encarando Link. Logo depois olhou para Amulet, Frost e Shadow. - Espera um pouco...só veio esses 3?

Mido fez sim com a cabeça.

— Amulet, Shadow e Frost... - Disse ela, apontando para cada um deles enquanto falava seus nomes. - Onde está Sara e Kuro?!

Todos se espantaram.

— Existem mais dois heróis do destino desaparecidos? - Perguntei, assustada.

— Sim. - Respondeu Impa. - E Zelda sabia disso!

— Vai ver ela estava nervosa e acabou esquecendo deles! - Disse Link, tentando defendê-la.

Impa suspirou alto e sentou-se no sofá da sala do hospital. Todos nós nos entreolhamos. Zelda havia se esquecido de detalhes da missão, e ela era a líder. Provavelmente focou mais em Link do que na missão. Isso estava errado, sim. Mas é muita coisa para uma pessoa só! Garanto que Zelda não dá conta de tudo isso sozinha.
Malon voltou com umas caixas de leite nas mãos.

— Anju disse que Zelda acordará provavelmente por umas 4 horas.

Olhei para o relógio e eram 3:30 mais ou menos. Malon deixou um leite lon lon em uma cômoda do lado da cama de Zelda e outro nas mãos de Link.
Ele bebeu enquanto encarava Zelda, parecia realmente preocupado.
Ainda não havíamos conversado direito, vai ser muito estranho fazer amizade com os novos membros e voltar a falar com Link normalmente. Sem falar que sua adaptação na nova Hyrule será extremamente estranho.

//////// Depois de um tempo, ainda no Hospital de Hyrule

ZELDA POV

Acordei já escutando e reconhecendo vozes. Não me lembrava de nada do que havia acontecido, somente que havia saído numa missão atrás dos heróis do destino restantes e Link. Pelo o que eu estou vendo, deu certo.
Me levantei com um pouco de dificuldade e sentia minha cabeça pesada. Minha visão estava extremamente branca, e eu sentia uma dor de cabeça que ia e voltava em pontadas rápidas e fortes. Assim que o efeito passou, consegui reconhecer todos encima de mim. Encima de mim, digo, estavam todos em volta da minha cama.
Ouvi um barulho de alguém se levantando com muitas dificuldades, mas ninguém parecia se importar. Meus olhos procuravam Link, mas eu só via milhares de pessoas me fazendo milhares de perguntas. Entendo que estão preocupados, mas um de cada vez, por favor.

— Gente, gente... - Eu disse. Minha voz estava meio rouca e minha gargante doía. - Um de cada vez, por favor...

Meus olhos encontraram Link. O encarei por minutos antes dos meus olhos se encherem de lágrimas.
Por que depois de tantos anos, não consegui esquecer esse homem? Por que depois de tantos outros atrás de mim, eu não conseguia me imaginar longe dele? Por que depois de tantos anos esse amor não morria dentro de mim de maneira alguma? Por que depois de tantos anos separados ainda vejo o mesmo Link, de anos atrás? Uma vez, num livro de romance, que li quando tinha apenas 14 anos, na casa de Malon, no dia que eu e Link ficamos juntos sozinhos...vi uma frase interessante. "Quando você não consegue matar um amor dentro de você, é sinal de que aquele amor não nasceu pra morrer."
Link aproximou-se de mim, me abraçando mesmo comigo sentada na cama. Tentei retribuir o abraço mesmo estando muito fraca. Quando senti seus braços me envolvendo novamente, foi uma sensação única que eu não sentia faz muito tempo. Esse abraço é único. É o abraço do homem que amo.

— Eu senti a sua falta. - Ele disse, parecendo que ia chorar. - Eu sinto muito por não ter acreditado em você, Zelda! Me perdoe, por favor!

— Você não precisa se desculpar, Link. - Minha garganta dóia, mas não me importo. - Eu fiz isso pra te salvar, e eu consegui! Então eu me sinto vitoriosa.

Impa sorriu e separou o abraço. Ah, que chata. Todos na sala a olharam com um olhar de raiva, inclusive eu e Link.

— Desculpem interromper, mas já que estamos todos bem, vamos para o Templo do destino resolver o resto da missão? - Impa disse, toda sorridente.

— Impa, no momento eu não estou com a cabeça boa para pensar, garanto que ninguém aqui está. Então perceba antes de falar. - Eu disse, ignorantemente. - Vamos deixar o resto da missão para amanhã, estão todos confusos.

Impa suspirou.

— Ok. Então vamos todos mais tarde para o Templo do destino para descansar. - Impa disse. - Mostre para eles o Templo do Destino para eles descansarem até a hora do jantar.

Fiz sim com a cabeça.

/////// Frente do templo do destino, 6:45 da tarde.

Link POV.

Eu estava realmente confuso depois de tudo que aconteceu. Tive que lutar com a Zelda, descobri a verdade sobre o limbo, depois a encontrei no hospital...
Mas o importante é que agora estamos todos bem e eu e Zelda estamos juntos de novo. Eu nunca me senti tão feliz em anos. A última vez que eu me senti tão feliz foi quando ela me mandou aquele cachecol vermelho para mim, falando nele, Malon, Saria, Mido e Aiker também tem esse cachecol. Depois eu pergunto disso pra ela.
Nesse exato momento estamos indo conhecer o Templo do destino, o lugar onde eu iria treinar, comer, dormir e ficar até nós conseguirmos salvar Hyrule. Que por sinal, está precisando de muita ajuda. Nunca vi Hyrule nesse estado antes, estou começando a ficar muito preocupado. E se nada disso der certo?
Zelda iria começar a explicar. E o Templo parecia ser grande, então demoraria muito para eu aprender como tudo funciona.

— Bem, logicamente o acesso a esse templo é restrito somente aos heróis do destino. Então, temos uma senha. Apenas coloquem a mão de vocês aqui - Zelda apontou para uma pequena rachadura que havia no templo, parecendo que foi feita com um machado pequeno. - Parece uma simples rachadura não é? Mas o Aiker colocou umas magias aqui e fez com que nossas mãos fossem todas reconhecidas. Alías, o templo todo foi feito com magia. Ele está progamado também para ficar invisível, somente nós conseguimos vê-lo.

O cara realmente era talentoso.

— Então, vamos entrar! - Zelda colocou a palma da mão na rachadura e os portões se abriram. - É gigante, né? Eu sei. Vamos começar por essa áreazinha aqui.

Zelda andou até o cantinho da sala que havia 3 barris.

— Aqui é onde vocês colocaram os rupees ganhos nas nossas missões. Sempre que houver uma missão, separaremos um para pegar os rupees e no final colocaremos eles aqui. Rupees são muito importantes para nós comprarmos comida da maior qualidade e armaduras novas para nós! Todos nós precisamos de dinheiro.

Amulet perguntou a mão.

— E por que tem 3?

— Aqui colocaremos os vermelhos, aqui os azuis e aqui os verdes. - Ela disse, apontando para cada um dos barris. - E não, o dinheiro não será dividido. Esses rupees serão gastos com nós todos, sim. Mas só os que nós coletarmos em missões! Os que vocês coletarem fazendo algum trabalho, podem ficar para vocês.

Zelda continuou andando até um corredor largo, onde havia portas com números. O corredor além de largo, é longo.

— Aqui são os quartos de vocês. Neles já tem cama, guarda-roupas, local para vocês guardarem armas, penteadeira, banheiros entre outros...Também tem um saco com rupees vermelhos para vocês comprarem coisas novas. Recomendo Hyrule Market, lá tem tudo de bom. - Zelda sorriu. Ela era boa em apresentar as coisas. - Os números correspondem ao vocês. É só olharem para o pulso de vocês para ver onde vão ficar.

Zelda andou até o fim do corredor largo e longo, indo em direção a uma pequena sala que havia duas portas - uma gigante e outra normal, outro corredor longo e largo, e um quadro gigante de avisos.

— Nesse quadro, ficarão missões que teremos que fazer, o que cada um deverá fazer...Ou avisos aleatórios. - Zelda andou próximo até as portas. Ela parou nos portões gigantes. - Essa aqui, será nossa sala de treinamentos. - Ela abriu a porta. Era um local totalmente branco. - Cada um terá horário para treinar aqui.

Frost levantou a mão.

— Mas como iremos treinar nisso?

Eu me perguntava a mesma coisa.

— Esse local é repleto de magia. Você só fala coisas, e elas aparecem. - Zelda deu risada, dando a impressão que estava brincando. Mas ela não estava. - Espada!

Uma espada apareceu em sua mão.

— Viu?

Zelda andou para fora do local e a espada sumiu assim quando ela passou pela porta.
Esse lugar era impressionante. Vai ser muito legal ficar aqui!

— Essa segunda porta, é o salão de festas. Aqui é onde iremos comemorar grandes acontecimentos, com música, comida...entre outros.

Zelda andou até o corredor largo e chegamos num local que parecia ser a cozinha. Lá havia Saria e o restante dos heróis do destino que não estavam na apresentação devido já saberem como tudo funciona, estavam preparando um jantar que estava cheirando muito bem.
Havia uma mesa gigante que provavelmente seria onde iriamos sentar para comer.

— Agora a minha parte favorita, a cozinha! - Eu dei risada quando Zelda disse isso. Ela não tinha cara de que comia muito. - Normalmente quem assume o papel de cozinheira aqui é Saria, a comida dela é uma delícia! Mas Malon também cozinha as vezes, a comida dela também é uma delícia.

Malon e Saria se olharam com fúria. Agora sei porque as duas não se gostam.

— O jantar sai daqui a pouco, então não demore muito aí, Zelda! - Disse Mido, sorridente.

— Ok! Durante o jantar acontecerá as apresentações, onde falaremos um pouco de nós para nos conhecermos melhor.

Zelda andou até uma escada gigante. Esse lugar era imenso mesmo! Quando subimos, vimos que era uma biblioteca gigante. Cheia de livros e mesas. Oh.. eu vou ter que estudar...

— Aqui é meu segundo lugar preferido. - Disse Zelda, encarando o local com um grande sorriso no rosto. - Aqui tem livros de todas as maneiras, falando sobre tudo. Normalmente vocês me encontrarão aqui, é o lugar que eu mais fico no dia até dar o horário do meu treino.

Sorri. Era legal ver Zelda animada assim.

— Bem, acabou. - Disse ela, olhando para nós com um sorriso enorme. - Caso queiram descer pra cozinha, estão liberados.

— Obrigada, Zelda! - Disse Shadow, enquanto descia.

Depois de todos descerem, Zelda sentou-se numa mesa e deitou sua cabeça nela. Sentei ao seu lado, entendo o porquê de ela estar cansada. Deve ser muito difícil ser líder de um time cheio de gente.

— Te amo. - Ela disse, sorrindo pra mim, ainda com a cabeça deitada na mesa. - Muito.

Eu sorri.

— Eu te amo também.

Coloquei meu braço direito entre sua cintura e deitei minha cabeça na mesa também. Nós dois passamos a nos encarar sorrindo um para o outro. Era tão bom ver Zelda depois de tudo que aconteceu, parece tão irreal, ainda não acredito que depois de tantos anos consigo vê-la novamente. Sentir o que eu sempre sentir, sem uma gota a menos de amor. É como se esse amor nunca fosse morrer. E não vai.
Zelda se aproximou de mim, deixando claro o que queria. Nossos lábios se encontraram novamente. Depois de tanto tempo, finalmente consegui sentir o verdadeiro sabor dos lábios de Zelda. Aquele gosto doce...mais doce do que leite Lon Lon. Sentir aquele sabor real novamente, com a mesma troca de paixão e carinho, sentir o sentimento ser retribuído atráves de um beijo...
Logo depois que senti aquele sabor novamente, ela abriu um sorriso enorme.

— Eu vou te abraçar bem forte, para você nunca mais ficar longe de mim. - Disse ela.

Segurei sua mão com força.

— Eu não vou ficar.