Era um manhã de segunda, normais como as outras, quer dizer não era normal pois a pessoa que eu queria que estivesse comigo não estava. Oito horas, o alarme desperta, porém fico paralisado de alguma forma aquele barulho já não me incomodara mais. Levantei, tomei banho, daqueles demorando, onde a água me levava, não somente o meu corpo, mas minha alma. Sentei no chão e deixei que a morna água caísse sobre mim, e nesse momento pequenas lembranças dele claro de Vinícius me passava a cabeça.

Saí do banheiro visto uma roupa qualquer, checo o celular, uma mensagem:

“Bom dia, como dormiu?”

Era de Vinícius, respondo a mensagem ou ligo, fiquei me perguntando... quer saber vou responder.

“Bom dia Vinícius dormi pouco, não muito bem, mas vou ficar. E você como dormiu?”

Minutos depois outra mensagem chega.

“Também dormi pouco, cheguei cansado e fui direto pra cama, e acabei pegando no sono. Mas fora isso tá tudo bem aí?”

“Tá tudo bem aqui. E tia Margarida como está? Já conversou com ela sobre sua tentativa de morar aqui?”

Quer dizer não tá nada bem, - falava em meus pensamentos.

“A mãe tá bem, ainda hoje vou conversar com ela”.

“Tá certo qualquer coisa me avisa, vou tomar café, até mais”.

Desci, tomei um pouco de suco, somente suco e lá fui eu pra praia. No caminho ia de cabeça baixa, pensativo...

– Hey Jr, - falou uma voz que eu conhecia, mas não lembrara de quem era.

Olhei pra trás e vi era Lucas, um colega de escola, dos tempos do ensino médio.

– Oi Lucas, - disse secamente.

– Tá indo pra onde, - perguntou-me;

– Pra praia, e tu?

– Ah eu pra praia também, tudo bem cara se eu for com você?

– Sem problemas, vamos...

Caminhamos mais alguns metros, e enfim chegamos, no caminho conversamos sobre os tempo de escola, como havíamos mudado, na questão de aparência e tudo. E realmente Lucas mudou muito, no lugar daquele aparelho, surgiu um belo sorriso, seus cabelos brilhavam com a luz do sol, modéstia a parte, Lucas mudou muito e pelo que eu vi pra melhor.

– Vai um protetor aí, - disse Lucas.

– Sim, claro! Obrigado.

Passei um pouco em mim, em seguida deitei-me na areia.

– Vou dar um mergulho, já volto.

– Ok, vá lá, vou estar aqui.

Vi somente Lucas dando-me as costas e correndo em direção ao mar. Fechei os olhos um instante e percebi que alguém se aproximara. Porque mesmo estando com os olhos fechados dar pra perceber que tem alguém se aproximando. Aí a pessoa, menina/menino/ não sei quem era se aproxima mais ao ponto que eu sinto sua respiração. Porra será que vou deixar a pessoa me beijar? Pois é isso que a pessoa vai fazer. Foi aproximando, e deu um beijo na minha testa, depois se afastou e eu abri meus olhos e vi, era ela, Milena.

– Oi Milena, - falei num tom de bobo.

– Oi Jr. fazendo o que aqui? Essa hora?

– To aqui com um amigo, ele foi dar um mergulho, já volta.

– Ah, beleza, to saindo, indo ali tchau, se cuida.

– Tchau, beijos.

Continuo deitado, agora estava tudo nublado, ventava como de costume. Vejo Lucas vindo a minha direção.

– Tudo tranquilo aí? - disse Lucas.

– Sim, estava pensando aqui na época da escola, você com aquele aparelho, um rostinho de criança, e agora no lugar nesse aparelho tem um lindo sorriso, e por trás daquele rostinho que se dizia ser “angelical” talvez esconda um Lucas que eu não conheça. (Pronto falei)

– Obrigado, e você também mudou bastante, tá mais bonito, quer dizer você já era bonito, só que agora tá mais, seus olhos continuam os mesmos um pouco puxado, cresceu mais, e também tá falando mais, pois era MUITO tímido, quase não falava com ninguém, e sem falar naqueles óculos que você usava, que escondia seus lindos olhos.

– Ah, os óculos, triste época, meus olhos são puxados? Não acho, enfim obrigado também.

Nisso ele deita do meu lado e fica olhando pra cima, igual eu.

– Olha só onde estamos, nunca imaginava estarmos aqui, nós dois, - acrescentou Lucas.

– Sabe preciso te falar uma coisa.

– Ta me deixando ansioso, diga Lucas.

– Sinto muito Jr. Te amo cara!

– Eu também Te amo.

– Não. Quero dizer... Te amo de verdade! Sempre te amei.

– Como? Não sei o que digo, o que faço. Agora to com Vinícius. Você e eu somos amigos. Isso terá que bastar.

– Desde a época da escola que eu Te amo, e tudo isso em segredo, sabe como é acordar e perceber que você não tá ali do meu lado, todos os meus sonhos, eram, ainda são com você, todo casalzinho que eu via, imaginava nós dois. E agora isso não basta.

– Chega Lucas! Disse que isso basta. Por favor.

– Eu sei que você tá com Vini, aliás sei muita coisa sobre você.

– Como? Chega, vou embora. Eu tinha você como amigo, mas percebo que você não quer minha amizade.

Saí dali, peguei minha camisa coloquei no ombro e fui pra rua, meu celular, pelo toque era Vinícius.

– “O-ooi Vinícius”

– “E aí meu nego, como você tá?”

– “To bem, você sabe que não to bem, porra vem logo pra cá”, - falei num tom entristecido.

– “Hei, calma, eu vou, tudo certo, a mãe deixou, conversei com ela, agora faça sua parte fale com titia, e se ela concordar amanhã mesmo to me mudando.”

– “Sé-e-erio? Tá vou falar com a mãe assim que ela chegar”.

– “Faça isso, liguei só pra te avisar, falando nisso você tá onde?”

– “Na praia, só que já estou indo embora.”

– “Ok, vá lá, e quando chegar em casa, ver se responde meus sms, se não vou pensar outra coisa, tchau, se cuida, beijos.”

– “Tchau Vini, se cuida também.”

Desliguei o telefone o fui embora, pelo menos tenho um motivo pra sorrir, pensava comigo enquanto caminhava de volta pra casa. Não demorou muito e cheguei em casa, já era tarde, devia ser umas quatorze horas, caramba que fome. Mas não tirava a ideia de falar com a mãe, não ia esperar até a noite quando ela chegasse. Tinha que resolver isso logo, mas como? Ligando pra ela ué, é boa! Valeu pensamentos!