Meu primo Vinícius escrita por Henrique


Capítulo 10
Últimas horas


Notas iniciais do capítulo

Hehe obrigado pelas críticas, elogios e tals. Até agora tá tudo mil maravilhas. Mas como devem observar tem uma menina na foto, entre os três, mas quem será essa garota [...]
Agora senta direito, relaxa e boa leitura :)



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Olha minha cara de vermelho, de raiva, ciúmes, agora estou pensando quando eu estiver longe, como vai ser? Quero nem pensar...

Olhava pro nada, ficava pensando que mais tarde já estaria indo embora, e ia deixar Jr. sozinho.

– Bebe algo, toma, bebe aí, falei

– Obrigado, não quero beber.

– Bebe Vini só um pouquinho, te dou na boca.

Só queria ver aquela cena, Jr. me dando bebida na boca, na frente da amiguinha dele.

– Prossiga.

– Abre a boca

– Me dar logo essa porra!

Ele levou o copo até minha boca, que delicadamente e devagar bebi, enquanto sua amiga Camila mordia os lábios.

– Que foi Camila, perguntei

– Não, nada não, tava olhando pra praia

– Muito bonito, gosto daqui, principalmente dessa praia

– E a bela vista que ela nos proporciona é mais bonita ainda, disse Vinícius.

– Verdade! Camila precisamos ir, tchau, até outro dia.

– Ah não Jr. fica mais um pouco.

Nos levantamos das cadeiras, e saímos. Voltamos a caminhar na praia, já num local distante das pessoas, dos banhistas, segurei sua mão e caminhamos.

Naquele momento a imagem do meu pai vinha na cabeça, porque sempre eu fazia aquilo com ele nos finais de semana, e isso me lembrara dele.

“Um lugar qualquer, um dia aleatório de um mês qualquer, o ano é 2010. Para ele, querido e adorado pai.

Meu amor por você viverá para sempre, pena que você não teve a mesma sorte. O ano era de 2010 mas as lembranças eram de alguns anos atrás, quando ele era vivo, quando eu sabia pra onde caminhar. Eu ainda preferia que você estivesse vivo, e com saúde. Ainda me recordo das tardes nos finais de semana, quando minha vida começara e sua terminava, eu sei que você partiu, e partiu também meu coração. É irônico pensar que o fogo do meu carinho, do meu amor por ti não se apagou.

Isso é apenas uma carta, escrita à tinta de uma pena e transcrita para uma máquina chamada computador. Diria que é engraçado pensar em tudo que passamos juntos, mas não é. Você me abandonou cedo demais, e eu nada pude fazer. Ele era a perfeição. Olhos perfeitos, barba perfeita, postura perfeita, um sorriso perfeito, de altura perfeita, pensamentos perfeitos, ideologia perfeita. Perfeito. Eu era apenas um garoto de 15 anos, não tinha grana, mas isso não importava. Eu te amava e você me amava. E hoje Pai o que resta é só saudade. Saudade. Sem data pra não se tornar passado.”

Pedro Guimarães Silva Júnior

Ao lembrar da carta que escrevi pro meu Pai, lágrimas teimavam em cair, e eu agora ficaria triste.

– Ei, porque está chorando?

– Estava lembrando do meu pai Vinícius, sempre andávamos de mãos dadas na praia, assim igual to com você. Lembranças dele vinham a cabeça.

– Ele realmente foi um ótimo Pai, mas relaxa eu estou aqui com você, isso que importa, e eu tenho certeza que onde ele estiver, vai torcer por nós.

Abracei-o forte, ainda escorriam lágrimas dos meus olhos, ele prontamente as limpou, e me confortava nos seus braços, que eu não queria nunca mais sair. Olhei pro seu rosto, seus olhos castanhos brilhavam, e os meus também brilhavam, apenas o fato dele esta ali comigo, já me sentia melhor, ou pelo menos eu estaria melhor com ele. Aproveitamos que não tinha ninguém ali por perto e nos beijamos. Um beijo demorado e ao mesmo tempo me acalmara, assim como a brisa do mar que sentia bater em meu rosto, deixando-me mais relaxado.

– Ei to com fome, falei

– Também tô, se quiser te devoro aqui na praia.

– Para Vinícius, não to muito bem, vamos voltar, ou pelo menos nos sentar num desses barzinho à beira-praia.

– Só falei brincando desculpa, então vamos.

– Não tem nada do que se desculpar.

Voltamos, e logo-logo sentamos nas cadeiras de um estabelecimento qualquer, prontamente uma menina veio nos atender, perguntando se queríamos algo, eu respondi:

– Uma água mineral sem gás, por favor

“ E você vai querer mais alguma coisa” disse a garota.

– Sim, uma cerveja bem gelada, grato!

Pedidos anotados a garota saiu toda saltitando, parecendo uma 'bambi' era só o que me faltava. Não demorou muito e ela chegou com minha água mineral e a cerveja de Vinícius.

“Pronto meninos, mais alguma coisa?”

– Qual a sua graça, perguntou Vinícius.

“Hãm, como assim?”

– Minha filha, ele tá perguntando qual o seu nome.

“Ah, meu nome, ah sim, Cristina senhor.”

– Senhorita Cristina, uma porção de camarão, por favor.

“Ok, trago daqui a pouco, até mais”

Além da menina ser burra, também pondera, uma loira daquela, olhos azuis, suspeito que são lentes, um belo cabelo, bonita, confesso, mas do que adianta beleza exterior se o interior dela não tem nada!?

“Uma porção de camarão chegando” disse a menina Cristina chegando.

– Grato!

“Obrigada vocês, mais alguma coisa”?

– Não, por enquanto não, qualquer lhe chamo.

Nisso ela sai novamente finalmente ficamos só nós dois, já tinha bebido toda minha água, falei:

– Põe um pouco dessa cerveja aí no meu copo.

– Pois não senhor, agora mesmo, disse Vinícius.

– Pode me chamar de você se quiser, ou pelo meu nome se preferir.

– Ok, não precisa ficar bravo, meu chatinho favorito.

– Menos né Vinícius, por favor.

Ficamos ali falando besteira, comendo, bebendo, só nós dois vendo aquela paisagem linda. Telefone do Vinícius toca.

– Alô

– Oi Vinícius gostoso!

– Que que cê quer Milena?

– Jr. tá por aí?

– Sim tá aqui do lado, porque?

– Não é da sua conta, passa pra ele por gentileza.

– Ok

Pra ti Jr. é a Milena

– O-ooi Mi

– Oi Juninho lindo, fofo, gostoso, fisgou o gato?

– É-é- mais ou menos, caiu na rede minha filha.

– Danadinho, me conta já rolou?

– Já, nem te conto, melhor não, quer dizer agora não, estamos na praia, mas já estamos de saída porque mais tarde vou deixá-lo na rodoviária.

– Ohhhh, vai ficar sozinho?

– É-é não exatamente, ele vai embora hoje, mas estuda aqui, esqueceu Milena?

– Ah sim, mas relaxa, vai dar tudo certo.

– Assim espero Milena, e você me conta, tá namorando? Ficando? Hãm?

– Tava de rolo aí, depois de conto, por isso que sumi, mas relaxa eu tô bem.

– Ah nem imagina o quanto eu tô relaxado, disse rindo.

– Pelo jeito, hoje teve hein, mais risos.

– Rum, deixa em off, depois Milena, tchau.

– Tchau, quero saber de tudo, Jr. cadê teu celular, tem mais 500 ligações minha nele, seu nojento!

– Ah, acabei esquecendo, quando eu chegar em casa retorno a ligação. Beijos, até mais.

Desliguei o celular, mas não demoraríamos ali naquele lugar, logo mais Vinícius já estaria indo embora.


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Notas finais do capítulo

E aí, que tal deixar um comentário? Críticas, elogios, xingamentos, são bem-vindos hehehe :D