Quebrando as regras escrita por Carrie Collins


Capítulo 45
Surpresa!




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– Você tem certeza que estou bonito? – Jean ajeitava seu casaco do time de futebol pela milésima vez, já havia tirado e colocado na cintura, em seguida o colocou de novo.

– Por Deus, Jean. – Murmurei aborrecida. – Você é o capitão do time de futebol, por que ela não iria gostar de você? Aliás, ela já lhe acha bonito, para de coisa.

– Acha? O que eu falo então? – Estávamos caminhando devagar pelo corredor, onde todos nos olhavam por alguma razão.

– Por que todos estão nos olhando? – Perguntei, sem responder sua pergunta.

– Devem achar que voltamos o namoro. – Deu de ombros. – Onde elas estão?

– Fica calmo, Jean! – Apertei o braço dele, então ele parou inesperadamente, sério demais.

Quando olhei para frente, todo o meu corpo tremeu. Fiquei tonta e meu estômago revirou.

David estava encostado no meu armário, com um casaco preto com capuz, entretanto eu o reconheceria de qualquer modo... E parece que Jean também.

Eu queria correr, mas minhas pernas não queriam me obedecer. Estava apenas andando rápido demais e desajeitadamente.

– Parece que você já estava acompanhada, não é mesmo? – David cruzou os braços, aborrecido. – E que diabos de roupa é essa?

Aproximei-me o bastante para sentir seu familiar cheiro, era como se eu estivesse em casa. Eu sorrir, sem ligar para o seu ciúmes idiota, o abracei com força, mas ele mal correspondeu.

– Qual o seu problema? – Murmurei contra seu peito. – Me abrace, seu idiota.

– Por que não abraça o Jean? – Perguntou ele ironicamente.

– David, o que está fazendo aqui? Se sua mãe souber...

– Queria te fazer uma surpresa, mas acho que não estava sentindo minha falta. – Bufou ele, quando o soltei.

– Pode parar? – Murmurei aborrecida. – Para sua informação, estou ajudando Jean com uma garota.

– Há! Me conta outra. – Riu David, colocando as mãos no bolso de seu casaco. – E essa roupa? Você está bem sexy, mas eu não estava aqui para ver, então não pode.

– Não pode? – Gargalhei.

– Não. – Ele sorriu me puxando pelo cabelo para mais perto. – Está na hora de todo mundo saber que você é minha. – Sussurrou ele próximo o bastante dos meus lábios, tirou o capuz e me beijou furiosamente.

– Vamos embora daqui. – Murmurei contra seus lábios.

– Vamos. – David sorriu, pegou minha mão e seguimos andando rápido pelos corredores, enquanto agora, realmente, todos estavam olhando paralisados.

– Então quer dizer que Jean está afim de uma das amiguinhas da Lola? – Perguntou David zombeteiro enquanto estávamos encostados em seu carro, em um posto de gasolina qualquer.

– Pois é. – Ri. – Por que não podemos ir para o nosso lugar?

– Nosso lugar? – Colocou um dos doces na boca e pôs um dentro da minha cuidadosamente. – Você está roubando o lugar que eu descobri!

– Ora, pensei que poderia ser meu também, já que você me levou para lá. – Dei de ombros.

– Ele é seu também, baixinha bobona. – David me puxou para perto de si e beijou o topo da minha cabeça, enquanto passava seu braço sobre meus ombros. – Mas não podemos ir porquê ele está sendo vigiado.

– Como você sabe? – Perguntei curiosa.

– Seu pai colocou uns de seus guardas para vigiarem. – Disse ele calmamente, passeando seus dedos em meu cabelo.

Meu celular vibrou em meu bolso, o peguei e li “LOLA” com a nossa foto estampada enquanto chamava.

– L, isto não é hora de ligar. – Murmurei.

– C, onde você está?! – Lola falou séria.

– O que houve? Aconteceu alguma coisa? – Perguntei já nervosa.

– Alguém ligou para o seu pai e disse que David estava na cidade. – Ela falava baixo no celular. – David precisa ir embora imediatamente, C.

– Mas... – Fiquei paralisada, enquanto David olhava para mim curioso. – Não...

– Olha, eu tenho um plano. – Disse ela. – Fica calma. Coloca para David ouvir também, mas rápido, porque eu estou escondida na sala do zelador.

Tirei o celular do ouvido e coloquei no alto-falante, trêmula.

– O que houve, Lola? – David perguntou confuso.

– O xerife já sabe que você está na cidade.

– Mas que merda... – Resmungou ele, pegando sua chave do carro.

– Escute! – Exclamou. – Eu tenho um plano. Vamos fazer o seguinte... Em 20 minutos termina a aula, você acha que consegue chegar antes disso aqui?

– Sim, não estou tão longe. – Concordou David, depois fez sinal para que eu entrasse no carro e nós entramos no carro rapidamente.

– Estão me ouvindo? – Lola perguntou.

– Sim, estávamos entrando no carro. – Expliquei.

– Ok, então, provavelmente seu pai vai vir para cá, temos pouco tempo. – Ela falou. – David não pode deixa-la dentro do colégio, então, tive uma ideia.

– Prossiga. – Disse.

– Jean acabou de levar Saya para a casa dela, e é para onde você vai agora mesmo. – L respondeu. – Os dois estão lá, então, você voltará para a escola com eles e David vai embora imediatamente. Escutou?

– Não. – Murmurei. – Eu quero ir embora com ele.

– Ta maluca?!

– Vamos seguir seu plano, Lola. Fique tranquila, me mande agora o endereço de Saya. – David disse sério ligando o carro.

– Tudo bem, vou te mandar. Se apressem, estou esperando no meu carro. Boa sorte!

Então, ela desligou o celular.

– Você não ouviu? – Exclamei aborrecida. – Eu quero ir embora com você.

David continuava a dirigir sério.

– Veja o endereço dessa garota. – Ele falou.

– David! – Chamei.

– O que é, Cher? Você quer que eu te leve embora?! Eu não vou fazer isso! – Exclamou aborrecido.

– P-Por que não? – Continuei no mesmo tom. – Eu amo você, quero ficar com você! Por que não podemos fugir juntos?! Talvez você não queira...

Ele parou no sinal.

– Você acha que o problema é esse? – Ele riu ironicamente. – Eu não querer? É tudo que eu mais quero na minha vida, mas, reveja sua vida, Cher. O meu destino já está determinado, o seu não. Você não será que nem eu! Você tem todo um futuro pela frente.

– Então, quer dizer que eu não faço parte do seu futuro? – Senti uma pontada no coração.

Ele não respondeu.

– Você está me dizendo que isso tudo é momentâneo? – Exclamei.

– Me dê o endereço da garota, Cher. – Falou depois de respirar fundo, e acelerou com o carro.

– David! – Segurei com toda a minha força minhas lágrimas. – Seja sincero comigo.

– Não, Cher! – Exclamou. – Mas, por favor, me dê a porcaria do endereço!

Peguei o celular indignada e procurei a mensagem da Lola, depois o entreguei, quando paramos em outro sinal. Depois disso me calei, e fiquei o tempo todo olhando para a janela, ao invés de encará-lo. Pois me deixaria com mais vontade de chorar e aborrecida.

Quando nos aproximamos, eu fechei os olhos e contei até dez, pensando se realmente eu deveria fazer, o que eu estava prestes a fazer. Ele parou o carro, de frente à uma casa bege.

– Olha, David... – Falei séria.

– Antes que você termine comigo. – David me interrompeu. – Eu amo você e sim, com todas as minhas forças, a minha vontade é de te levar comigo para longe. Mas, me entenda, eu não posso acabar com o seu futuro! Eu já sou predestinado, não sou inteligente, não vou para Yale, nem sei se vou a alguma faculdade.

– David. – Tentei o interromper.

– Escute! – Exclamou.- Eu só sei que amo você e queria passar todos os dias da minha vida com você, mas não quero atrapalhar um futuro brilhante.

– David.

–Você precisa entrar para a faculdade e ser feliz profissionalmente, depois poderia tentar o resto! Nós dois, mesmo que a Yale seja longe, eu não me importo.

– David! Me escute!

– O que foi? – Ele parou e suspirou, ainda me encarando.

– Eu não vou para Yale. – Falei finalmente. – Vou para WCSU.

– C-Como assim? – David perguntou confuso. – É bem aqui pertinho...

– Eu sei, justamente por isso, eu resolvi ficar aqui. – Sorri. – Mude seus planos, meu amor. Eu não vou ficar tão longe assim de você.

– Cher! – Jean exclamou na porta de casa da Saya. – Finalmente!

David saiu do carro e eu também, fomos até Jean que estava sério.

– Precisamos ir embora. – Disse rapidamente. – Saya! Ela chegou!

– Conseguiu a garota? – Sussurrei para ele, enquanto abraçava David.

– Talvez. – Ele deu um meio sorriso tímido.

Saya saiu de casa, com um vestido rodado azul, estava linda, como sempre. Mexia na bolsa à procura de algo, mal olhou.

– Vamos embora, gente. – Ela disse, depois ergueu o olhar e nos observou. – David, o que ainda está fazendo aqui? Desculpe-me, mas você tem que ir embora imediatamente.

Então, o celular dela tocou e ela finalmente o achou na bolsa.

– Oi, Lola! – Saya atendeu séria. – O que?! E agora? – Parou por um momento, nos entreolhamos. – Ele ainda está aqui. – Encarou David. – Não, só voltam próxima semana. Ok, tudo bem. Ta, farei isso. Chegamos já.

Ela desligou o celular e respirou fundo.

– Estamos ferrados. – Saya resmungou.

– O que houve?! – Perguntei impaciente.

– Seu pai está lá. – Ela disse.

– Mas que merda! – Exclamei.

– A pior parte não é essa. – Disse ela. – Lola ouviu que ele colocou guarda em todas as saídas da cidade, David não tem como ir embora.

– O que faremos agora? – David me soltou e coçou a nuca, agora nervoso.

– Lola teve uma ideia. – Falou, procurando novamente algo na bolsa. – David vai ficar aqui, vamos esconder o carro. E depois vamos voltar para lá.

Pegou a chave de casa e deu à David, depois puxou Jean pelo braço, mas logo parou, como se estivesse esquecido de falar algo.

– Coloque o carro na garagem, mas pelo amor de Deus, cuidado com a moto do meu pai. – Explicou. – Vamos embora, não demore, Cher.

– Ok, tudo bem. – Disse ainda em choque, depois abracei novamente David. – Vai ficar tudo bem, venho aqui mais tarde.

– Amo você. – Ele me deu um beijo e depois me soltou rapidamente.

Caminhei sem vontade alguma para o carro de Jean, que já estava pronto para ir embora.

Ali, na casa de Saya, eu estava guardando a coisa mais importante na minha vida.

E por um momento, nada mais importava.


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